The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 14
Capítulo 12 – An Accident


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal!! Sei que demorei um pouco, mas aqui estou!!
O bom da demora é que connsegui adiantar vários capítulos^^

Ninguém arriscou um palpite de quem estava nas escadas??




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- Violet – 12 de dezembro de 1993 – Quinta -

- Quem está aí? – perguntei, observando uma sombra nos degraus da escada. – Apareça logo, isso não tem graça!

- Helga pede desculpas Srta. Prince, Helga não pretendia assustá-la. – disse uma voz fina feminina, revelando-se ao lado do sofá.

- Quem é você?

- Sou Helga, um elfo doméstico livre. Helga pede desculpas por assustar Srta. Prince... Helga não tinha intenção... Helga é um elfo mau, muito mau. – disse ela, batendo a cabeça num abajur.

- Hey! Pare com isso, pode se machucar! – falei

- Srta. Prince se preocupa se Helga se machucar?

- É claro que sim! Agora solte esse abajur e pare de se bater...

- Me desculpe Srta. Prince, Helga não teve a intenção...

- Tudo bem, chega de pedir desculpas... – sorri. – Agora me conte: o que faz aqui? Trabalha na escola?

- Não. Helga trabalhava para uma antiga família, mas minha última senhora morreu há muito tempo... Desde então venho cuidando do pequeno príncipe... Meu mestre presenteou Helga com uma peça de roupa, Helga é livre! Mas Helga não pode abandoná-lo! Helga continuará a servir sua família até o último membro!

- Você é muito leal... Outros já teriam fugido.

- Helga não foge... Helga ama servir para a família.

- Isso é realmente admirável... Mas por que está aqui?

- Helga sabe que a Srta. Prince corre perigo, Helga sente! Helga precisa cuidar de Srta. Prince!

- Perigo? O que quer dizer com isso? O que vai acontecer comigo?

- Helga não sabe Srta. Helga apenas sente que algo ruim acontecerá com Srta. Prince...

- Pare de me chamar pelo sobrenome, por favor, apenas os professores fazem isso, e só quando querem me perguntar algo ou me repreender.

- E como Helga deve chamar a Srta. Prince?

- Meu nome é Violet Eileen, portanto, você pode me chamar apenas por Violet ou Eileen... – sorri.

- Helga nunca teve o direito de chamar alguém pelo nome, Helga sempre serviu a família e sempre a chamou pelo sobrenome...

- Mas agora você tem... Por favor, chame-me pelo nome.

- Helga pode escolher?

- É claro que sim.

- Helga pode chamá-la de Eileen?

Eileen? Por que ela escolheu justo esse nome?

- Sim, pode me chamar de Eileen.

- Menina Eileen é muito bondosa, muito gentil... Lembra-me minha antiga senhora.

- E como ela era?

- Como a menina Eileen. Bondosa, gentil, doce... Tratava os elfos como iguais...

- Então ela era uma mulher muito sábia, pois mesmo você sendo um elfo doméstico não significa que deixa de ser um ser humano. Todos merecem respeito, e todos somos iguais...

- Menina Eileen precisa de alguma coisa? Um chá, café, doce, bolachas...

- Não, não precisa se incomodar...

- Helga não se incomoda, pelo contrário. Helga fica feliz por poder ajudar.

- Você disse que é um elfo livre... Onde vive?

- Continuo na antiga casa de minha senhora. Fui encarregada de mantê-la limpa e em ordem.

- Você... Fica o tempo todo na casa?

- Não. Helga passa um tempo andando pelos lugares...

Imediatamente algo passou pela minha mente...

- Helga, você gostaria de ser minha amiga?

- Helga amiga da menina Eileen? Helga adoraria!

- Ótimo! Então a partir de agora somos amigas. – sorri.

- Menina Eileen é muito gentil.

Conversamos por um bom tempo sobre assuntos circunstanciais. Helga contou-me sobre as qualidades de seu senhor e de sua antiga senhora, mas em momento algum citou nomes.

 Helga era muito simpática e educada, o que contribuiu para um bom relacionamento de amizade entre nós. Quando olhava em seus olhos via humildade e sinceridade. Sua fala doce e cuidadosa transmitia carinho, e sua preocupação comigo demonstrava grande afeto.

Não fazia ideia de como ela me conhecia ou como me encontrou, e quando perguntava recebia como resposta um “Helga sentiu que menina Eileen precisava de ajuda”. Eu realmente precisava de ajuda, mas ela não podia fazer nada. Algumas horas depois eu a convidei para permanecer em Hogwards por um tempo, o que aceitou receosa. Sua condição era ninguém saber de sua presença, assim como poder me trazer chá ou alguma coisa para beber todos os dias.

Pedi a um dos fantasmas para avisar que eu almoçaria e jantaria no salão comunal da Sonserina, e assim foi feito. No horário das refeições, um dos elfos da cozinha levou-me a bandeja com comida, que dividi com Helga.

Conforme o dia passava, meus pensamentos ficavam mais leves, e a preocupação com minhas “origens” desapareceu por completo. Helga me ajudou a aperfeiçoar alguns feitiços, e eu a ensinei a jogar xadrez-bruxo.

Logo que chegou a noite disse a ela que escolhesse a cama de sua preferência no quarto. “Menina Eileen é muito gentil e bondosa”, elogiou-me.

13 de dezembro de 1993 – Sexta

Assim que acordei percebi que Helga não estava no quarto.

É um bom momento para tomar banho e rever a Luna. Deve estar preocupada...

Entrei no banheiro e tomei um longo banho quente. As palavras do livro não saiam da minha cabeça.

Será que ele realmente é meu pai? Será que sabe de alguma coisa? Será que ele também iria me rejeitar?

Sai pelos corredores com o cabelo úmido e mil pensamentos. Enquanto subia a escada repassava os últimos acontecimentos.

Ele cuidou de mim... Se preocupou comigo, me consolou, me ouviu e ainda me ajudou a dormir... Isso... Isso não faz sentido! Ele...

- Ahh! – gritei, esbarrando com alguém no topo da escada.

Como tenho muita sorte, ao trombar com essa pessoa perdi o equilíbrio e tropecei, rolando escada abaixo. Ainda com os olhos fechados, senti algo duro e frio colidir com a minha cabeça. Minha última lembrança foi ouvir alguém chamando meu nome.

- Snape –

A cada dia que passa me convenço ainda mais que Dumbledore está ficando louco...

Estava espumando de raiva pela última conversa com Dumbledore. Como ele ainda defendia aquele homem?! Tinha certeza de que fora Lupin quem deixou o Black entrar em Hogwards, mas Dumbledore acreditava? Não! Como sempre, acreditava na boa vontade das pessoas.

Meus pensamentos voavam com a mesma intensidade que meus passos corriam pelo corredor em direção à escada. Estava totalmente distraído quando senti alguém esbarrar em mim.

Hoje é o dia de irritar o Snape?!

- Ahh! – gritou ela.

Antes que eu pudesse segurá-la, Violet se desequilibrou e tropeçou, rolando escada abaixo. Desci as escadas correndo, preocupado.

- Violet!! – gritei, tocando seu rosto na tentativa de acordá-la. – Não, Violet, não faça isso comigo! Vamos, acorde! – ela não respondia - Violet!!

Por mais que eu chamasse, nada acontecia. Ela continuava inconsciente no chão frio.

Não... Não, isso não pode acontecer... Não com ela!

Sem pensar, peguei-a nos braços. Aconcheguei-a de modo que seu rosto apoiou-se no meu peito, assim como as mãos descansavam no colo. Levantei-a do chão frio e subi as escadas o mais rápido possível, cruzando o corredor em direção à enfermaria.

- Ponfrey! – gritei, entrando no grande quarto branco.

- Sim Severo? – perguntou-me ainda de costas, prendendo-se a documentos.

- Preciso de ajuda. – falei desesperado.

Assim que proferi essas palavras, uma Ponfrey incrédula virou-se.

- Quem diria que... – começou, parando assim que viu a garota em meus braços – Por Merlin! O que aconteceu com ela?! – levantou-se imediatamente e verificou os pulsos e a temperatura.

- Caiu da escada. – respondi, tentando esconder o máximo de emoção possível. Provavelmente falhei.

Ponfrey indicou-me uma das macas e pediu-me para deitar Violet com cuidado, evitando movimentos bruscos. Depositei-a delicadamente na “cama” e observei a mulher correndo para o outro lado e voltando com um frasco de poção e alguns curativos.

- Até ela acordar só posso cuidar dos ferimentos físicos. – alertou – Severo, fique aqui um momento por favor? Preciso pegar algumas ervas com a professora Sprout.

Dito isso rompeu as portas da enfermaria, deixando-me sozinho com a menina.

É a segunda vez que ela se machuca por minha culpa... Por que tenho que ser tão desatento a ponto de por sua vida em risco?

- Preocupado? – perguntou Dumbledore, inesperadamente parado ao batente da porta.

Seu olhar transparecia preocupação, mas esta era bem disfarçada pela “doçura”.

- O que faz aqui? – desconversei.

- Severo, não precisa mentir... Já dei provas de que pode confiar em mim, abra-se.

Mesmo sendo um Comensal, ele foi o único que me deu um voto de confiança e me aceitou em Hogwards. Devo isso a ele.

- Diga-me: o que sente ao vê-la deitada nessa maca, inconsciente? – perguntou ele.

Ele pegou bem no meu “ponto fraco”.

- Severo, você costuma guardar tudo para si mesmo... Chega uma hora em que esses sentimentos vão te esmagar. Às vezes é bom soltar a raiva, falar com alguém. – disse-me sabiamente. – Fale comigo Severo.

Violet é meu ponto fraco.

- Dor e culpa. É isso que eu sinto. – falei – Nunca pensei que sentiria isso novamente, mas vê-la desse modo, inconsciente, machucada... É horrível. A dor que senti quando vi Lillian morta está se repetindo...

- Culpa?

- Ela caiu da escada porque tropeçou em mim. – confessei – Eu estava desatento, não enxergava nada na minha frente. Ela trombou em mim e se desequilibrou. Nem mesmo segurá-la eu pude. – minha voz era pura angústia – Mais uma vez, ela saiu machucada por minha culpa.

- Severo, não se culpe. Você deveria saber que ela é um pouco desastrada. – riu

- Sim, mas se eu estivesse atento, nada disso aconteceria. – Dumbledore continuava rindo – Qual a graça?

- Sabe quem eu vejo quando olho para ela? – vendo minha expressão confusa, continuou – Quando olho para Violet eu vejo uma antiga aluna de Hogwards.

- Lillian?

- Não. Apesar de ser a mãe, não passou suas características a ela. Quem eu vejo é outra pessoa.

- Pare de rodeios e diga logo!

- Quem eu vejo é sua mãe Severo. – disse-me ele – Eileen.

- O que? Mas, elas não são parecidas! Minha mãe tinha o aspecto frívolo e cansado. Concordo que ambas compartilham de certos traços, mas não a ponto de serem comparadas desse modo.

- Você diz isso porque só conheceu a mulher Eileen. Ela mudou muito depois que se casou e ficou grávida. Sua expressão mudou, seus costumes mudaram. – disse ele – Mas se você conhecesse a garota Eileen, veria muitas outras semelhanças.

- Eu nunca vi fotos dela quando era jovem. Meus pais não costumavam guardar “lembranças”.

- Dumbledore! – exclamou Minerva, acompanhada por Ponfrey.

- Olá Minerva. – respondeu ele.

- O que aconteceu com ela? – perguntou McGonagall, claramente preocupada.

- Caiu da escada. – informou Ponfrey – Mas com essa poção ela acordará e então poderei tratá-la devidamente.

Dito isso, aproximou um pequeno frasco de Violet, enquanto Minerva prostrava-se ao seu lado e Dumbledore continuava de frente à maca. Não saí do lugar nem uma vez.

Assim que o cheiro da poção invadiu suas narinas, Violet tossiu fortemente, finalmente despertando.

- Violet! Que bom que acordou, você está bem? – perguntou Ponfrey.

- Hmmm... O que aconteceu? – perguntou ela, confusa.

- Você caiu da escada. – respondeu Minerva – Está sentindo alguma coisa?

- Minha cabeça... Dói... – cerrou os olhos.

Uma parte de mim queria pegá-la nos braços e dizer que tudo ficaria bem, mas a outra dizia para me controlar e continuar calado.

- Não sente dores nas costas ou nas pernas? – perguntou Ponfrey, examinado-a.

- Não, só minha cabeça. – sussurrou.

- É normal, afinal, bateu a cabeça na parede quando caiu. Tem sorte de não ter fraturado um osso ou quebrado alguma coisa...

- Vaso ruim não quebra... – brincou

- Nem numa hora dessas ela para de brincar... – riu Minerva.

- Tome isso querida. – disse Ponfrey – Vai doer, mas é pro seu bem.

- Não tenho medo da dor... Acho que eu aguento – piscou sorrindo.

Quando Ponfrey entregou a poção, Violet tomou e, por conta da dor, pousou sua mão nas grades de proteção, onde as minhas estavam. Não me contive e as aproximei das minhas, encarando seus olhos cerrados.

- Pronto querida, agora descanse que logo ficará melhor. – avisou Ponfrey.

- Então é melhor que a deixemos descansar – Disse Dumbledore. – Minerva, pode me acompanhar, por favor? – disse ele, olhando sugestivamente para mim.

Dito isso, Minerva, Ponfrey e Dumbledore saíram da enfermaria, deixando-me sozinho com a garota.

- Me desculpe. – falei.

Violet abriu os olhos, porém, não estava surpresa por ver-me ainda ao seu lado, afinal, minhas mãos mantinham-se sobre as suas.

- Pelo que? – perguntou.

- Você não viu nada quando caiu da escada?

- Não... Apenas senti que esbarrei em alguém, me desequilibrei e cai. A última coisa que me lembro é de alguém chamando meu nome.

- Esse alguém era eu. – confessei – Eu estava realmente distraído e não percebi que você se aproximava. Desculpe, não era minha intenção...

- Foi em você que eu esbarrei?

Acenei.

- Bom, não é surpresa... Acho que a madame Ponfrey não aguenta mais me ver por aqui... – riu.

- Talvez seja melhor diminuir a frequência das visitas a ela. – falei.

- Talvez... – sorriu.

- Você precisa descansar...

- Só mais uma pergunta e eu prometo que durmo. – pediu com a voz extremamente infantil, praticamente impossível resistir.

- Então pergunte.

- Como eu cheguei aqui? – perguntou inocentemente.

Ela saberá mais cedo ou mais tarde, então...

- Eu te trouxe. Agora durma. – falei.

- Obrigada - sorriu e assentiu, fechando os olhos.

Minutos se passaram e, pouco a pouco, percebi sua respiração se acalmar, os ombros subindo e descendo serenamente. Um pensamento passou pela minha cabeça.

Será que devo?

Aproximei-me lentamente dela e, abaixando-me, beijei o topo de seu rosto. Minha vontade era pegá-la nos braços, abraçá-la o mais forte possível e nunca deixa-la. Mas eu não podia. Ela nunca me perdoaria, e eu não estava disposto a arriscar deixá-la entrar para depois perdê-la.

Isso não vai mais acontecer. Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

E então?? Gostaram??