The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 13
Capítulo 11 – The Prophecy


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!! Adorei os comentários, muito obrigada!!

Se eu fosse vocês, com certeza me perguntaria: "O que o Snape pensava quando deu apoio à Violet?", pois bem, aqui está a resposta... ^^

Espero que gostem:D



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"A Profecia"

– Snape – 11 de dezembro de 1993 – Quarta -

Violet adormeceu com a cabeça em meu colo, deitada de lado no sofá e coberta pela minha capa negra. Uma de minhas mãos pousou em seu braço enquanto a outra permaneceu no seu cabelo. Pela primeira vez me senti... completo.

Desde que eu soube que Violet era minha filha passei a observá-la mais atentamente, procurando por qualquer semelhança com Lillian. Sempre fui reservado e fechado para qualquer emoção, mas aquela garota conseguia despertar-me. Quando me provocava, seus olhos brilhavam de emoção e tinham o dom de me irritar enquanto suas palavras me atiçavam. Por mais raiva que pudesse sentir durante as discussões, não conseguia sentir rancor por muito tempo, era só olhar em seus olhos azuis extremamente curiosos e desafiadores que me esquecia de tudo.

Quando voltou da “visita” à tia, percebi que algo estava errado. Sua expressão era de pesar e angústia. Algo em seus olhos transmitia dor. É incrível como em tão pouco tempo eu já conseguia desvendá-la! Assim que ouvi a Lovegood revelar seu segundo nome, congelei. Eileen. Saber que ela levava o mesmo nome que minha mãe emocionou-me mais do que deveria, e foi então que comecei a procurar em seu rosto por maiores similaridades com Eileen Prince.

Com seus cabelos espalhados pela almofada em meu colo, para minha surpresa, percebi que Minerva estava certa e que Violet e Eileen eram idênticas, especialmente pelos fios negros levemente ondulados e brilhantes. Seu rosto tinha os mesmos contornos que o de minha mãe. Os olhos... Como não vi isso antes?

Quando aquele berrador começou a gritar com ela senti meu sangue ferver de raiva, porém, o que mais me surpreendeu foi sua expressão vazia e sem vida, por um momento senti vontade de ir até a mesa e tirá-la de lá. Assim que saiu correndo percebi que estava se segurando para não chorar. Num impulso, levantei-me bruscamente com o intuito de segui-la.

Andei por todos os corredores do primeiro andar e nada dela, a angustia começava a tomar conta de mim quando ouvi um gemido abafado no topo das escadas. Imediatamente subi e procurei pelo som, chegando num canto do corredor escuro. Violet apoiava-se na parede enquanto chorava e soluçava. Não pensei em nada, apenas aproximei-me e toquei seu ombro. Violet virou-se rapidamente, sem olhar, e atirou-se nos meus braços, surpreendendo-me. Imediatamente senti a necessidade de confortá-la e a abracei, sentindo algo que nunca senti antes. Ter minha filha nos braços me deixou extremamente satisfeito...

Era o momento que eu estava esperando para tentar consertar as coisas! Abracei-a o mais forte possível quando a sede de conforto me atingiu. Ficamos assim por alguns minutos e logo se afastou, confusa. Assim que me viu, percebi o choque em seus olhos.

Vê-la tão nervosa e confusa partiu-me, porém, incentivou-me a fazer algo que tive vontade desde que o berrador apareceu: tira-la de lá. Tomando sua mão, conduzi-a pelo corredor rapidamente. Sua expressão ainda era confusa e pensativa, parecia perdida. O único som que podia ser ouvido eram seus soluços descontrolados.

Logo chegamos ao salão comunal da Sonserina, falei a senha e guiei-a novamente até o sofá, sem soltar sua mão. Sentamo-nos em frente à lareira recém-acesa e fiz algo que nunca pensei: desculpar-me.

– O que aconteceu no final de semana? – perguntei, mas já sabia a resposta.

– Ela me enviou uma carta na sexta pedindo que eu voltasse para o “colégio interno” urgentemente, pois ela precisava conversar comigo sobre meu passado, mais especificamente minha mãe.

Mãe... Será que ela sabe sobre a Lillian?

Pouco a pouco, Violet começou a revelar tudo que aconteceu. Desde o sótão até a discussão, e em cada momento seus olhos deixavam clara a decepção. Quando contou sobre o tapa, suas mãos instintivamente cobriram o rosto e seus braços apoiaram-se nos joelhos, lágrimas caindo com mais ferocidade. Tive que me controlar para não procurar essa Bella e estuporá-la, lançar um Crucius ou qualquer coisa que a faça sofrer.

Realmente doeu vê-la naquele estado e instintivamente abracei-a trazendo-a para mais perto, onde sua cabeça apoiou-se no meu ombro. Violet continuou a narrar os detalhes da discussão e, a cada palavra, mais raiva eu sentia. “Você nunca deveria ter nascido”, quem era essa Bella para falar desse modo com a minha filha?! Quem era ela para inventar mentiras absurdas sobre a Lillian?!

– Hoje passei o dia todo no quarto passando e repassando a conversa que tivemos, mas eu tinha me decidido a esquecer de tudo, enterrar essa dor dentro do peito e seguir em frente. Eu prometi a mim mesma que seria forte e me recuperaria... Mas quando ela começou a gritar aquelas palavras, as lembranças me invadiram e fui tomada por raiva, indignação e vergonha. A dor voltou naquele instante, e cada passo que dava correndo por esses corredores aumentava ainda mais o vazio dentro de mim...

Ela aguentou por tanto tempo, resistiu por tantos anos! Eu a entendia perfeitamente, sabia como era viver sozinho e excluído dos “círculos sociais”. Naquele momento senti uma ligação cada vez mais forte entre nós... Abracei-a firmemente, com medo de que fosse apenas um sonho. O momento não precisava de palavras, nós nos dávamos bem com o silêncio. Ficamos abraçados por horas em silêncio, e Violet pareceu sentir-se à vontade.

– Sempre que coloco a cabeça no travesseiro, tenho pesadelos horríveis... – arrepiou-se.

– Sempre? – preocupei-me.

– Começou nas férias...

– Mas você precisa dormir.

– Não consigo... – sussurrou aparentemente cansada.

Sem pensar, fiz uma proposta inusitada.

– Então vamos fazer o seguinte: eu fico aqui até você adormecer. Não terá pesadelos hoje. – garanti.

– Como pode ter tanta certeza?

– Tenho meus métodos. – tentei soar enigmático e acabei conseguindo um sorriso.

Ainda incerto sobre o que fazer, peguei uma das almofadas e coloquei no meu colo, mandando-a deitar. No início demonstrou-se surpresa, mas logo seu olhar temeroso foi substituído por algo mais... carinhoso?

Passei grande parte da noite observando-a... Violet dormiu tranquila e, aparentemente confortável. Em determinado momento adormeci e, pela primeira vez, sonhei.

Estava num campo aberto em pleno outono. As folhas caiam e o vento soprava. Eu andava sem rumo, perdido.

– Sev!! – gritou alguém, chamando minha atenção.

Assim que me virei, deparei-me com uma garotinha de aproximadamente 10 anos, longos cachos negros e profundos olhos azuis. Seu sorriso era grandioso e, num impulso, começou a correr na minha direção. Assim que me alcançou, pulou nos meus braços e...

Acordei assustado sentindo um movimento sob meus braços. Assim que me recuperei, percebi que Violet estava acordada e olhava-me atentamente.

– Desculpe-me se o acordei... – começou ela.

Não sabia o que falar. Vendo minha confusão, continuou.

– O senhor dormiu a noite toda aqui? – perguntou, ainda sem deixar o meu colo.

– Acabei adormecendo. – respondi, acariciando instintivamente seus cabelos.

Merlin, como ela igual à minha mãe! Só um idiota como eu não perceberia.

– Obrigada. – disse ela. – Por me ouvir ontem, por ter ficado...

Eu precisava fazer isso.

– Você precisa comer. – falei – É melhor tomar um banho e se trocar... O café será servido em... Que horas são? – perguntei, ganhando outro sorriso.

– Não faço ideia. – riu, corando. Violet levantou-se calmamente e caminhou até um dos cantos da lareira. Assim que saiu, senti um vazio dentro de mim... – Cinco da manhã.

– É melhor eu subir. Nos vemos no salão principal?

Violet apenas acenou, ainda sem graça. Despedi-me e deixei o lugar com aquela mesma sensação de vazio.

– Violet –

O que aconteceu com ele? Ele realmente dormiu num sofá, sentado, comigo no colo? Deve ter sido muito desconfortável... Por que ele fez isso?

Todas essas perguntas não tinham resposta, então, decidi tomar um banho e trocar de roupa.

– Chegou a hora de procurar o pedaço que falta no meu passado. – refleti.

“Existe um livro que tem o nome de todas as famílias bruxas. O ‘Índice de Bruxas & Bruxos’. O único problema é que está na seção reservada.”

– Se Fred e Jorge tiverem razão, esse livro deve ter o nome da minha mãe e, consequentemente, do meu pai.

Violet Eileen Evans Prince.

‘Evans’ veio da minha mãe, então Prince dever ser do meu pai ou de algum parente. Se eu tiver sorte, posso pegar esse livro e descobrir alguma pista.

– Mas para entrar na Seção Reservada eu preciso de uma autorização... que nenhum professor vai dar sem fazer perguntas...

A não ser...

– Sibila Trelawney!

Já com novas roupas, sai correndo pelos corredores em direção à sala de Adivinhação. Assim que cheguei deparei-me com a porta fechada, bati duas vezes e entrei.

– Professora Trelawney?

– Violet! Que surpresa agradável! Está melhor querida? – perguntou, rapidamente se aproximando.

– Sim, estou melhor, obrigada. Eu gostaria de te fazer um pedido. – falei, terminando num “biquinho” típico de crianças.

– Mas é claro querida! Peça o que quiser! – disse amigavelmente.

– Eu preciso de autorização para pegar um livro na Seção Reservada.

– Seção Reservada?

– Sim, os professores comentaram sobre genealogia e fiquei muito interessada no assunto. Eu poderia pedir ao professor da matéria, mas quero fazer uma surpresa. – pisquei.

– Oh sim, ele com certeza irá adorar – garantiu – Espere um momento querida, que já te darei a autorização.

Sibila afastou-se e escreveu minha autorização, demorando um pouco nos detalhes.

– Aqui está querida, faça bom uso - advertiu-me.

– Muito obrigada professora. – sorri.

Assim que Sibila aproximou-se, algo em seus olhos mudou. Estavam vazios.

– Professora? A senhora está bem? – perguntei.

Inesperadamente, Trelawney pegou no braço e encarou-me com seus olhos tão negros quanto carvão, assustando-me.

Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas não estará sozinho. Um novo herdeiro será capaz de decidir o destino de todos, o único com o poder de levar o Lord das Trevas à vitória, assim como levá-lo à derrota. Quando a batalha final chegar, aquele com sangue real deverá fazer uma escolha, determinando quem sobreviverá. O herdeiro nascido no início do nono mês, fruto da relação de grandes opostos. Traição e rejeição marcam sua vida... Ele... se aproxima... o herdeiro... está... – parou abruptamente - ...em Hogwarts!

Dito isso, Trelawney fechou os olhos e abaixou a cabeça, recobrando a consciência.

– Professora? – perguntei assustada.

– Violet... – disse ela, com os olhos em seu estado normal - Ainda aqui? Pensei que estivesse a caminho da biblioteca

– Ah, sim, claro. – estranhei, mas para o meu bem era melhor apenas concordar. - Só voltei para agradecer novamente.

– Não precisa agradecer. Agora vá querida, tenho aulas para planejar. – disse-me docemente, afastando-se. Deixei sua sala o mais rápido que pude, praticamente correndo.

O que ela quis dizer? Que tipo de profecia foi essa?

Balancei a cabeça com o intuito de expulsar esses pensamentos e dirigi-me à biblioteca. Chegando lá, apresentei minha autorização e peguei meus livros. “Índice de Bruxos & Bruxas: vol. 17 – P” e “Índice de Bruxos & Bruxas: vol. 5 – E”. Ambos eram grandes e pesados, mas consegui levá-los até meu quarto sem que ninguém me visse.

– Pronto, agora eu descubro se minha mãe foi realmente o que a Bella disse...

Acomodando-me ao lado da lareira, peguei o vol. 5 e procurei por Evans.

Pagina 346.

Não há registros de qualquer membro bruxo nessa família que não seja a nascida-trouxa Lillian Evans, ou simplesmente Lilly, uma garota de olhos verdes e cabelos ruivos. Embora não fosse a primeira da classe, ganhou destaque por sua gentileza e coragem característica de sua casa: Grifinória.

Logo após a formatura casou-se com Thiago Potter e tiveram um único filho: Harry Thiago Potter. Lilly e Thiago morreram pelas mãos do Lord das Trevas sob a maldição da morte.

– Então era mentira... Minha mãe nunca foi o que Bella disse... – sussurrei. Logo fechei o livro e abri o próximo volume.

Prince... Deve ter em algum lugar... Aqui! Pagina 569: Prince.

– “Os Prince compõem uma das famílias puro-sangue mais antigas de que se há registros, com membros memoráveis e de intelecto avançado”. – comecei a ler.

Percebi que a família Prince tinha cerca de dez páginas, todas falando de algum membro e suas façanhas. Marie, Remina, Jason, Millie, Joseph, Santhye, Rawenna, Goethe, Eileen…

– Eileen?! – surpreendi-me.

Eileen Prince: a mais velha das três irmãs Prince.

– Somos idênticas!! – murmurei – “Dotada de extrema inteligência, Eileen pertenceu à casa Sonserina, lugar onde conquistou muitas façanhas. Com os olhos azuis e os cabelos negros, foi modelo ideal de beleza, atraindo a atenção de todos em qualquer lugar que fosse. Aluna exemplar, fugiu à regra puro-sangue e casou-se com um trouxa: Tobias Snape. Foi encontrada morta na sala de sua casa, mas o assassino nunca foi descoberto.”

Snape? Não... Não pode ser...

Temerosa, virei a página e encarei o último nome da lista dos Prince.

Severo Prince Snape.

Filho de Eileen Prince e Tobias Snape, Severo é um bruxo mestiço dotado de intelecto extremamente alto. Membro da Sonserina, foi aluno exemplar enquanto suas notas foram motivo de orgulho para o diretor da casa.

Nada se sabe a respeito de seu futuro, apenas que, anos após formar-se, ingressou no quadro acadêmico de Hogwarts como Mestre de Poções, sua especialidade.

– Não... Não pode ser... Ele... Ele é...

Antes que eu concluísse meu raciocínio, ouvi um barulho nas escadas.

Eu não estava sozinha.


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Notas finais do capítulo

Lembram que quando o Snape viu a Violet pela primeira vez ele afirmou que ela lhe era bem familiar? Acho que agora está explicado... kkkkGostaram do lado mais "humano" do Snape??O que acharam da profecia? Mas, o mais importante: quem estava nas escadas do quarto dela??Obs.1: os olhos da Lillian, no filme, são esverdeados, mas pensem como se fossem azuis...Obs.2: a foto da mãe do Severo é de quando ela era adolescente, praticamente da mesma idade que a Violet.Não deixem de comentar! Bjjs e até o próximo!!