The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora, mas com o início das aulas estou um pouco ocupada... Só um comentário?? Fiquei triste com isso... :(
"Como um covarde!"
– Minerva – 10 de dezembro de 1993 – Terça
– Severo?
– Vou para minha sala. – respondeu friamente.
Desde que Violet tinha deixado Hogwarts para encontrar a tia ele passa a noite toda no quarto, toma o café da manhã com todos e depois dirige-se à sua sala, onde permanece durante o dia. Quando pergunto, diz que precisa pensar ou resolver coisas de sua matéria, mas a mim não engana.
Se o conheço bem, deve estar extremamente confuso depois de tudo.
Todos sabem que Snape é o professor mais introvertido e rancoroso da escola, já estão acostumados com suas poucas palavras, mas ultimamente tem estado muito pior. Apenas Dumbledore conhece a verdade e Lupin desconfia.
– Professora, a senhora recebeu uma carta. – avisou-me Hagrid, tirando-me de meus pensamentos.
– Ah sim, obrigada. – agradeci. Assim que peguei o envelope nas mãos percebi de quem era a carta. Ela se lembrou!
Esquecendo-me completamente de meus pensamentos acerca, comecei a ler sua mensagem, porém, minha alegria transformou-se em preocupação.
Ela fugiu?! Oh Merlin, pobre criança... Preciso fazer alguma coisa.
– Minerva? Há algo errado? – perguntou-me Dumbledore com seu sábio olhar.
– Leia isso... – disse entregando a carta em suas mãos. Após alguns instantes, Dumbledore entregou-me a carta.
– Ela está com problemas... – disse pausadamente. – Traga-a de volta Minerva.
– Mas... Ela será a única aluna sonserina presente...
– Não se preocupe, todos aqui gostam dela e entenderão. Mesmo tendo poucos alunos na escola, não podemos virar as costas pra ela. E algo me diz que o humor de certo professor melhorará bastante com a presença da Srta. Prince. – sorriu. – Traga a garota para casa, Minerva.
– Tem razão. – concordei, quase rindo – Vou procurá-la imediatamente.
– Sim, sim... Boa sorte.
O que será que aconteceu? O pouco que conheço dela me diz que nunca fugiria ou se encontraria numa posição tão confusa...
Pegando apenas objetos necessários fui até a lareira da sala dos professores e, usando o pó de flu, materializei-me no Caldeirão Furado. Tom, como sempre, estava atrás do balcão lendo seu jornal tão desatentamente que nem percebeu minha chegada.
– Olá Tom – perguntei, sem demonstrar o nervosismo que me consumia.
– Professora McGonagall? – exclamou surpreso. – Que prazer revê-la! A que devo a visita?
– Procuro por uma garota. Violet Prince. Está aqui?
– Ah sim, a fujona molhada... – riu – Ela chegou há algumas horas.
– Fujona molhada?
– É que quando chegou estava com as roupas molhadas e o cabelo um pouco bagunçado... Com certeza fugia de alguém, os olhos estavam um tanto inchados e vermelhos... Parecia bem cansada. – concluiu com uma expressão de pesar. – Pobre garota...
– Onde ela está agora?
– No quarto, e creio que está dormindo.
– Preciso vê-la, me diga qual é seu quarto que vou subir.
– Não sei... Eu não deveria...
– Tom, você me conhece. É importante. – garanti.
– Ok, tudo bem. Ela ficou com o quarto 308, terceiro andar.
– Obrigada. – disse eu, subindo as escadas até o quarto.
Assim que cheguei ao terceiro andar procurei pela porta de número 308 e, com um simples feitiço, entrei silenciosamente.
– Graças a Merlin... – suspirei, vendo Violet deitada.
A garota dormia serenamente debaixo de uma grossa coberta. Encontrei sua mala no outro lado do quarto e algumas fotos na mesinha em frente. Aproximei-me lentamente e percebi que seu rosto, agora iluminado pela luz da lua, transparecia tristeza.
Não posso acordá-la agora...
Sem alternativa, sentei-me numa das poltronas e fiquei observando o movimento de seus ombros por horas. Também cansada, acabei adormecendo.
– 11 de dezembro de 1993 – Quarta -
O sol da manhã invadia a janela com cortinas finas, iluminando todo o ambiente, porém, foi com um som vindo da menina que me despertou, pois Violet debatia-se na cama fortemente. Levantei-me imediatamente e aproximei-me, tentando acorda-la. Na terceira tentativa, uma menina assustada abriu seus olhos, observando-me surpresa.
– Minerva? – perguntou com a voz falha pelo susto do pesadelo
– Acalme-se Violet, respire fundo...
– O que faz aqui? – arfou.
– Assim que recebi sua carta vim pra cá... Como estava dormindo, não quis acordá-la. – a surpresa em seu rosto foi trocada pela vergonha – Violet, o que aconteceu?
– Eu... Eu fugi do colégio interno.
– Por quê?
– Porque lá todos me odeiam. – assumiu – E... como disse na carta, discuti com a minha tia.
– Todos discutem com as pessoas que amam de vez em quando...
– Não... É diferente. Ela não me ama, na verdade nunca amou.
– Você não pode tirar conclusões precipitadas.
– Não estou. Ela mesma disse que só me adotou por pena. Ela realmente nunca se importou comigo...
– Eu... Eu sinto muito. – abracei-a – Violet, na carta você disse que ela te ofendeu e machucou... O que ela fez?
– Depois que ela terminou de me ofender, eu revidei. Digamos que ela não gostou muito do que eu disse e me deu um tapa... – nesse momento minha vontade era encontrar essa mulher e estuporá-la – Obviamente, também revidei... – sorriu – Discutimos novamente e outro tapa me atingiu. Dessa vez apenas prometi que ela nunca mais encostaria um dedo em mim e sai correndo.
– Eu deveria saber que revidaria... – ri.
– Pois é... – sorriu.
Mesmo depois de passar por isso ela ainda consegue fazer graça...
– Bom, agora levante-se que iremos sair desse lugar.
– Iremos?
– É claro que sim, ou pensou que eu deixaria uma fujona como você ficar aqui sozinha?
– Eu deveria saber que me seguiria... – brincou, repetindo minha frase.
– Pois é... – brinquei. – Agora vamos.
– Pra onde vamos? – perguntou, levantando-se.
– Hogwarts, é claro.
– Hogwarts?! Mas... Não é proibido os alunos ficarem lá?
– É proibido apenas depois do natal. E você não ficará sozinha, alguns alunos também ficaram.
– Se a senhora está dizendo... Vou apenas tomar um banho e trocar de roupa. Se eu não pegar um resfriado tudo bem...
– Resfriado?
– Digamos apenas que ontem choveu bastante... – disse fazendo cara de criança quando apronta.
– Acho melhor você fazer uma visita à Madame Ponfrey assim que voltarmos.
– Com certeza. Já estava sentindo falta da enfermaria... – brincou.
Uma hora depois Violet já estava pronta e começava a demonstrar os primeiros sinais de um resfriado. Assim que descemos, fomos até o balcão para acertar as contas.
– Bom dia Tom. – exclamou ela. – Atchim! – espirrou.
– Bom dia Violet, McGonagall. Pelo jeito ficar molhada daquele jeito não te fez bem. – riu.
Então ela já o conquistou?
– Tom, por favor, coloque tudo na minha conta.
– Sim senhora.
– O que? Minerva, não precisa se incomodar... – protestou Violet.
– Não discuta mocinha, já aprontou demais ontem. – repreendi-a, com um sorriso no rosto.
– Tudo bem... – disse ela.
– Tom, você tem pó de flu?
– Claro, está num pote ao lado da lareira.
– Ótimo, obrigada. Vamos Violet?
– Sim senhora. Até mais Tom, e obrigada por tudo. - agradeceu ela.
– Sempre que precisar Violet – sorriu ele, encantado.
Logo fomos até a lareira e, juntas, aparecemos na sala de Dumbledore, que nos esperava.
– Ah, finalmente voltaram... Bom dia Srta. Prince, está melhor? – perguntou ele amigavelmente.
– Muito melhor, obrigada. Atchim! – espirrou novamente – Madame Ponfrey está? – perguntou acanhada.
– Ah sim, só não sei se ficará feliz em tê-la novamente na enfermaria. – brincou ele.
– Isso teremos que descobrir. – sorriu abertamente.
– Vou pedir que alguém leve suas coisas até o dormitório. Enquanto isso...
– Enfermaria. – adivinhou – Atchim! Atchim!
– Estimo melhoras. – falou Dumbledore antes que saíssemos.
Acompanhei-a até a enfermaria, onde Ponfrey lia um livro de costas para a porta. Violet aproximou-se lentamente e colocou suas mãos sobre os olhos da mulher.
– O que é isso? – perguntou ela, assustada.
– Mãos. – respondeu Violet.
– Ah claro... Como não pensei nisso? – riu – Não sei se fico feliz por você estar de volta ou se fico triste por vê-la na enfermaria... – debochou. – O que aconteceu dessa vez Violet?
Violet tirou suas mãos do rosto da mulher e posicionou-se na sua frente.
– Acho que você nem precisa responder. – sorriu – Seu nariz está vermelho e a pele quente...
– Ontem choveu bastante... – respondeu a menina.
– E você, como um ser humano normal, tomou chuva e pegou um resfriado? Muito bem... - suspirou - Deite-se. – mandou a mulher.
– Na maca de sempre? – perguntou inocentemente.
– Sim, na de sempre. – respondeu Ponfrey, rindo também.
Violet deitou-se e logo foi examinada pela mulher, que receitou uma sopa capaz de regenerá-la. Assim que terminou, despediram-se e eu a conduzi até o salão comunal da Sonserina, onde passou o resto da tarde.
Combinamos de nos encontrar durante o jantar, que seria servido no salão principal junto aos demais alunos e professores. Assim foi feito. Exatamente às sete Violet entrou no salão com um livro nas mãos.
– Pensei que estivesse com a tia. – disse-me Severo.
– E estava. – respondi – Se desentenderam.
– O que quer dizer com isso?
– Depois Severo, se eu falar agora ela vai ouvir. – sussurrei.
Severo assentiu e, como normalmente fazia, começou a observá-la.
Violet estava sentada sozinha no lugar de sempre. Enquanto jantava, fazia anotações em um pedaço de papel que estava no livro. Sua expressão era a de alguém preocupada e, em determinado momento, uma das alunas da Corvinal se aproximou.
– Olá – disse ela, amigavelmente. – Posso me sentar?
Inicialmente Violet assustou-se, mas logo se recompôs e a cumprimentou.
– Luna! Olá! Claro que sim. – sorriu – Pensei que fosse ficar com o seu pai...
– Ele teve que resolver alguns problemas no trabalho, mas voltarei para o natal. E você? Os Weasley me disseram que ficaria com sua tia...
– Tivemos alguns... problemas. – disse ela, fugindo do assunto.
– Hmmm... Posso te fazer uma pergunta?
– Fora essa? – brincou, fazendo ambas rirem.
– Você tem senso de humor... – riu.
– Faço o que posso – piscou. – Pode perguntar.
– Por que você não usa seu segundo nome?
Segundo nome? Mas ela usa o Evans... Do que estão falando?
Snape tinha uma expressão entediada, e Violet ficou confusa com a pergunta.
– Segundo nome? Do que está falando?
– Seu segundo nome não é Eileen? – perguntou inocentemente.
Violet engasgou com o suco de abóbora e agora tossia, com o rosto vermelho. Snape imediatamente encarou-a surpreso, engasgando-se também.
– C-como? – perguntou Violet após se recuperar.
– Eles... – começou Luna, porém foi interrompida.
– Gêmeos Weasley. Agora eu mato aqueles dois – falou claramente irritada. – Quem mais sabe?
– Eu, Harry, Rony, Hermione e Neville. Estávamos todos conversando quando Fred acabou soltando que você tinha um segundo nome secreto. Então Jorge contou. – explicou-se Luna – Mas todos prometeram guardar segredo.
– Com a sorte que eu tenho, assim que voltarem as aulas todos os Weasley saberão disso, e como o Rony é pior que os irmãos com segredos... – falou Violet, com as mãos no rosto.
– Mas por que você não usa? É um nome lindo...
– Quando eu era pequena, adorava esse nome... – seus olhos brilhavam – Mas, por alguns problemas eu acabei ficando com trauma.
– Hmmm... Desculpe-me então.
– Não, tudo bem. Não se preocupe.
Conversaram alegremente por alguns minutos, riram bastante. Quase no fim do jantar uma coruja negra entrou no salão e parou em frente à Violet.
– O que é? – perguntou ela, confusa.
– É um berrador... – avisou Luna.
– Berrador? O que é isso? – disse ela, observando o envelope vermelho.
– Se eu fosse você abriria apenas no seu quarto... – tentou alertar Luna, porém, o envelope já estava aberto e começava a gritar.
VIOLET EILEEN EVANS PRINCE, SUA GAROTA ESTÚPIDA! COMO SE ATREVE?! QUANDO A PEGUEI DAQUELE BURACO TROUXA PENSEI QUE SERIA DIFERENTE DAQUELA MULHER, MAS NÃO, VOCÊ É IGUAL A ELA: INSOLENTE, ATREVIDA E MESQUINHA! DEI-TE TUDO QUE PRECISAVA E É ASSIM QUE ME RETRIBUI? FUGINDO DURANTE A NOITE COMO UMA COVARDE?! GAROTA MAL AGRADECIDA! DEVIA É TER TE DEIXADO NAQUELE LUGAR!!
VOLTE IMEDIATAMENTE, NÃO TERMINAMOS NOSSA CONVERSA.
Assim que proferiu essas últimas palavras, a carta queimou-se em pedaços enquanto todos do salão a observavam, assustados. Snape fechava as mãos em punho, Dumbledore tinha uma expressão curiosa no rosto e eu de preocupação.
Violet não se movia. Os olhos arregalados ainda fitavam o monte de cinzas à sua frente, porém, pareciam vazios. Seu rosto, antes pálido, agora estava de um vermelho intenso. Percebi que suas mãos esmagavam uma fruta, deixando-as avermelhadas.
– Violet? – perguntou Luna, com evidente preocupação no rosto.
Violet aparentemente despertou do transe, levantando-se.
– Com licença – disse ela, indo em direção à saída. Sua voz não passava de um sussurro.
Assim que chegou à metade do salão, percebeu que alguns alunos a observavam e, então, ignorando-os completamente, começou a correr. Chegando à porta, abriu as grandes portas de madeira e deixou o salão. Minha vontade era levantar-me e ir atrás dela, mas o diretor me impediu.
– Ela está em boa companhia. – garantiu-me.
– Mas Alvo...
– Minerva, eles precisam ficar sozinhos agora.
Então que me dei conta que Snape não estava ao meu lado.
.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
*o* Por que Violet saiu correndo?? Onde será que foi o Snape?? O que acontecerá??
Não deixem de comentar, reviews me incentivam a continuar :D