Give Me Love – Novatos escrita por Giulia Bap


Capítulo 19
Capítulo 18 – Hospitaleiro – AGORA


Notas iniciais do capítulo

Yaaaaay :3. Vou parar de indicar antes e agora no nome, daqui para frente é só o "agora"!
(Desculpem-me pelo capítulo pequenininho -q)



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Quando me dou conta, já estou sentada no meio das farpas, encostada na parede, o rosto afundado nos joelhos, quente, úmido. Olhos coçando, cabeça latejando. Efeitos colaterais de chorar... Como sentia falta deles. Só o que ameniza esses bem-vindos incômodos é a presença imponente ao meu lado. Seu braço direito ao redor de meu ombro é um conforto. Atrevo-me a levantar o rosto quando as lágrimas param de cair e os soluços cessam. “Eu sou como você, Igor.” E então as lágrimas voltam, torrenciais, salgadas. “Você é melhor que eu.” Ele responde. Aposto que não entendeu o que quis dizer. “Não há nada de bom em mim. Em algum momento eu deixei todo mundo ir, e tudo o que tenho agora é uma baixinha pálida que me enfia em qualquer canto do mapa e um loiro hospitaleiro que atira flechas e acha que assim pode salvar o mundo.” Resmungo sem pensar. Ele afasta seu braço de mim. Sei que o magoei, mas não pretendo desculpar-me.

“Então você é como eu.” Murmura. Assinto com a cabeça. Sim, eu sou um cupido idiota também. Ficamos em silêncio por longos cinco minutos – conto cada segundo deles – antes de ele se pronunciar. “Por que está aqui se há alguém te esperando em NY?” Indaga. “Devo esclarecer, antes de tudo, que não há ninguém me esperando em lugar nenhum.” Digo, amargurada. “E estou fugindo, por isso estou aqui.” Continuo. “A primeira história sobre visitar amigos… Fora de questão, né?” Brinca. Acabo rindo.

O loiro leva sua mão até meu rosto e, com polegar e indicador, segura meu queixo. Não me afasto e permito que ele erga minha cabeça até estarmos nos encarando. “Você disse que há um garoto.” A afirmação soa mais como uma pergunta. “Não sei por quanto tempo.” Respondo, pensando no sonho do qual havia acordado pouco tempo atrás. “Pode dar respostas completas? Por favor.” Parece frustrado. Suas mãos agora repousam ao lado do corpo. “Você já se apaixonou?” Continuo olhando para ele. Parece incomodado com a interrogação. “Não.” A réplica carrega firmeza. Ele está sendo sincero. Isso me deixa aliviada. É melhor para ele que não saiba nada sobre o amor, já que nunca poderá experimentá-lo. “Dói não ser correspondida. E eu sinto cada vez mais que estou correndo tantos riscos por nada. Não quero estar arrependida, isso é covarde, mas… Mas estar enfrentando tanta droga ao mesmo tempo por alguém que não se importa…”

Pela primeira vez falo sobre isso. Sobre não ser correspondida. Pela primeira vez me permito pensar no quanto eu estaria mais feliz – não é bem essa a palavra – se soubesse que, em algum lugar, Henry está pensando em mim do jeito como penso nele. “Você pode fazer ele se importar, sabe disso.” Igor aponta para uma flecha pendurada na parede. Eu rio. “Com ele não funciona.” Afirmo. “Por quem diabos você foi se apaixonar?” Balança a cabeça negativamente, numa espécie de reprovação. “Por um erro.”

“E de quem está fugindo?” Ele se levanta e estende sua mão para que eu me reerga. Dispenso a ajuda e, num salto, já estou de pé. “Do erro.”


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Notas finais do capítulo

SKINNY LOVE - BIRDY
http://www.youtube.com/watch?v=aNzCDt2eidg