Império Dos Sonhos escrita por Kiwriah


Capítulo 3
Nos últimos dias


Notas iniciais do capítulo

Adolescência de Snowdrop



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Sobre esses dias que haviam passando eu não lembro nada... digo, lembro de alguns trechos, como meu marido afagando minha pata e eu indo ao médico, mas não lembro de detalhes. Além disso, tive tendo alucinações, o que deixou tudo muito mais confuso. Minha amiga de infância Aurora que morrera de doença há dolorosos 15 anos (sim, nós fomos amigas para uma vida inteira) apareceu dizendo que eu ia passar dessa para melhor e também minha mãe (que também morreu), que dizia não saber se deveria estar feliz ou triste por eu estar chegando. Tenebroso, não?

Chega de terror! Para acalmar o clima vou contar quando eu conheci meu marido e sobre os dias que eu não estava lelé.

Na época eu estava completando 18 anos e me achava muito adulta e moderna por já ter completado essa idade. Minha mãe organizou uma festa maravilhosa para mim, deixando que eu escolhesse a decoração e o entretenimento. Adivinha o que eu escolhi?! Há! Aposto que acertou. Sim, o tema da festa era inverno e aproveitei que meu aniversário era nessa estação para fazer uma festa ao ar livre. A festa foi no salão de festas do condomínio, que era pequenininho, mas tinha um espaço de gramado plano com lago perfeitos.

Dentro do salão não haveria balões, mas sim milhares de flocos de neve feitos por mim pendurados graciosamente no teto, e foi um sufoco enorme para convencer minha mãe a alugar um enorme lustre feito de cristais de gelo para decorar o centro do salão. As comidas, óbvio, seriam bem requintadas e o bolo branco com detalhes rosa, para variar um pouco, mas a vela eu não perdoava: tinha que ser no formato da minha marca!

Já no lado de fora, a decoração era mais light, o lago congelado foi alisado para servir de pista de patinação e a cerca que havia em volta dele foi decorada com luzes de natal. Claro, a festa seria de noite.

Vamos à parte da festa. Uma palavra: ‘Demasiadamentedemaislegaldivertidagitadamelhordequestriaiuhúúú!!!!’ O primeiro pônei a chegar foi minha amiga Aurora, e quando ela chegava significava que era o ponto alto da festa(pelo menos pra mim)! Aos poucos foram chegando os outros convidados, que foram recebidos com a mesma agitação. Quem me surpreendeu mesmo foi a Pinklight, que ao ficar em meio aos enfeites parecia parte da decoração. Como ela adivinhara o tema da minha festa? Eu comentei isso com as minhas outras amigas e elas se mataram de rir. Ops, acho que foi uma pergunta boba!

Todo mundo dançou e brincou a valer, foi  o melhor dia da minha vida, e olha que a melhor parte ainda não tinha chegado. Bryan, o pônei de quem eu gostava chegou um pouco atrasado, mas eu já tinha ideia do por quê: ele estava muito gato! Logo que veio foi falar comigo:

- Olá, Snowdrop, parabéns!

- Oi, Bryan Brioche! – nós éramos amigos, e eu o provocava com esse apelido.

- Humpf! Nenhum dia você me dá folga, não?

- Hê,hê!

- Como é fazer 18 anos?

- Está sendo demais, graças à vocês! – hm... acho que devo ter colocado um ‘s’ por engano, mas tudo bem.

- Ok, então... vou arranjar algo pra comer, ok? Vai se divertindo aí, ok? – ele ficava tão fofo! Quando estava nervoso falava ‘oks’ demais.

- Ah, não vai ainda! – queria conversar um pouco mais com ele – Err... posso ver meu presente?

- Pelo que eu sei eu coloco o presente naquela caixa com os outros para você abrir depois da festa, não é? – impressão minha ou ele estava tenso? Bravo, talvez?

- Tá então! – fiquei envergonhada por ser tão estúpida. – Depois volta aqui pra gente conversar...

Mas ele já estava indo apressando o trote para longe.

Eu fiquei meio depressiva, mesmo na festa... que fora! Mas contei às minhas amigas e elas me ajudaram a superar com suas piadas.

O parabéns foi sem grandes novidades.

Depois, o DJ Vinicius Scratch tirou seus óculos escuros vermelhos anunciou que teríamos uma apresentação de patins para os convidados especiais: Jonh Lake e Grace Pattys, donos da maior universidade de patinação no gelo de Equestria!

- E a apresentação será feita por... Aurora!

Ela arregalou os olhos (mais ainda que quando criança)e perguntou:

- Mas quem fez isso? Como eu não os vi na festa? Eles são meus ídolos! E se eu falhar?!

- Vai lá na pista e arrasa, Aurora! – incentivou o DJ, seguido de aplausos.

Ela engoliu a saliva e decidiu que protestar não adiantaria nada, deveria ir lá e agir como a esplêndida patinadora que era.

Começou com truques simples cujo som eu já reconhecia: pião, rodopios, cavalo de corrida, 8... preferindo não arriscar, mas depois acho que tomou coragem, porque aumentou a velocidade, aumentou e aumentou, dando até para sentir o vento e os olhares atônitos da plateia. Ela diminuiu o círculo mais e mais, até estar dando voltas em torno de si mesma no centro, tomou impulso e pulou, não... planou, não... ela voou tão alto quanto jamais havia pulado! Impressionante! Ela terminou o número aterrissando perfeitamente no chão e ganhou inúmeros aplausos e elogios dos diretores, o que com certeza a deixou corada.

Depois que os ânimos se acalmaram, ela veio até mim e perguntou:

- O que foi aquilo? Porque me fez pagar esse mico sem avisar antes? E se eu tivesse errado, como sempre?

- Ah, é! Aquilo foi um teste. Eu os convidei e se eles gostassem do que vissem, iriam inscrever você gratuitamente em sua universidade.

- Mas o quê? – ela deixou de falar por um tempo, mas depois ouvi uns gaguejos que logo se tornaram gritos de alegria. – Amiga!!! Snowdrop! Você fez isso por mim!? Agora vou realizar meu sonho de infância!

- Esse era o trato, não era?

Ela ficou tão feliz, mas tão feliz, que começou a dançar e a gritar de alegria e, embora eu insistisse que não, anunciou em público no microfone o que eu tinha feito por ela. Como eu reagi? Indo no banheiro me esconder.

Estava na hora da valsa. Era uma vergonha eu dançar com meu pai enquanto todas as minhas amigas dançavam com seus namorados, mas fazer o quê? Enquanto dançava não podia deixar de me perguntar se o Bryan gostaria de estar no lugar dele.

Quando a valsa acabou, fui abordada com uma pata macia e gentil em meus cascos. Quem seria? Logo percebi que era a pata do Bryan e quase desmaiei.

- Br-Bryan?

- Sim, sou eu.

- O que foi?

- Poderia vir junto comigo?

Ele foi me levando com sua mão à uma direção do jardim que ninguém estava vendo. Eu não sabia se deveria ir. Ele sentou na grama.

- Sente aqui.

- Primeiro me explique o que quer com isso.

- Só quero te esclarecer algumas coisas.

- Hm... ah, está bem. – sentei na grama perto dele.

- Olha, primeiro quero saber se alguma coisa que fiz te magoou.

- Não... – menti – Ok, não gostei quando você me deixou falando com as paredes naquela hora.

- Humpf... imaginei. Desculpe, não foi minha intenção.

- Ok. – disse eu, mas ainda ressentida.

- Eu não queria te ofender, apenas estava concentrado demais em meus planos para perceber. Também fui meio estúpido... se puder me perdoar...

- Quais eram seus planos?

- Eram... isso.

Ele me deu um pacote de presente e eu, surpresa, abri. Dentro havia um coração de gelo para colocar em prateleira do tamanho de um casco. Eu já estava muito surpresa e com o coração acelerado, ainda mais quando toquei em um relevo no gelo. Estava um floco de neve estampado e li com o toque: “Nada supera o poder de um sentimento.”

- M-mas que lindo, Bryan!

- Naquela hora eu estava apenas querendo guardar o meu presente para agora, pois se você recebesse o presente naquela hora, não teria o mesmo efeito. Além do mais, o que fez por sua amiga só me fez ter mais certeza ainda.

- Certeza do quê?

- Do quanto você é maravilhosa. – owwn, dereti. – E de que eu amo você.

Eu fiquei sem palavras para descrever minha emoção. Pude sentir o seu rosto se aproximando do meu, mas não falei nada, então, ele me beijou.

Naquela hora eu já sabia que nós iríamos nos casar e ter uma maravilhosa filha chamada Love History.

É uma história de amor bonita demais para acabar nas mãos de uma velha de 90 anos caduca, não? Pois é triste demais o meu destino.


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