Sabe quando dizem que pequenos momentos, podem mudar sua vida? Podem mesmo, um simples momento que aconteceu há cinco anos mudou minha vida completamente.

Era algum dia de Dezembro, não me lembro da data exatamente, já que era um dia que eu queria esquecer. Agora vocês devem estar se perguntando, por que essa menina queria esquecer o dia que ela acabou a escola? É algo importante certo?

Tudo bem, eu estava feliz, eu tinha terminado a escola e estava a caminho da faculdade que eu sempre sonhei para trabalhar naquilo que eu sempre quis ser, professora. Vou confessar, não foi fácil convencer meus pais do que eu queria ser, afinal, eles não acharam que eu ia ter muito futuro, mas eu amava ensinar, especialmente crianças, então, por que não?

Mas voltando. Eu estava chateada porque há uma semana meu namorado, o qual eu achava amar incondicionalmente, me largou porque disse que não teríamos futuro separado e que ele não achava que eu era a garota certa para ele, sem falar que acabou confessando que já tinha me traído! Belo namorado eu fui arrumar né?

Então, naquela mesma noite, ia ter uma festa na escola, a qual os garotos mais populares da escola pediram para o diretor fazer , estou falando de Sirius Black, James Potter e Remus Lupin, que formava o trio dos marotos. Ele deixou, mas os professores iam estar lá para ver, o que ninguém protestou, já que os professores de Hogwarts eram muito legais.

 Eu não preciso nem dizer que não queria ir né? Afinal, eu estava sem animo por conta dos acontecimentos e ainda tinha que arrumar tudo, já que bem no dia seguinte eu ia partir para a França, estudar na melhor universidade que eu podia sonhar e de quebra ainda fazer um curso de desenho, que era minha segunda paixão depois de ensinar.

-Mas Lily, é nossa ultima festa juntas! – Alice, minha melhor amiga na época argumentou – E depois vamos cada uma para uma faculdade, e se nunca mais nos vermos?! Você vai para a França e eu vou ficar aqui! Vai ser difícil nos vermos!

-Eu sei Alice, mas...

-Mas nada ruiva! Se arrume, te passo para te buscar as oito e meia, esteja linda!

-Como se milagre fosse possível – Bufei e ela desligou rindo.

Ok, eu me arrumei, fiquei até razoavelmente bonita, pelo menos, estava mais bonita do que em Hogwarts, minha escola, onde eu tinha que usar o uniforme, que me deixava baixinha e atarraxada. Alice chegou, junto com Frank seu namorado e fomos para a festa, que parecia que tinha de convidados todos os alunos de Hogwarts.

Alice e Frank logo que chegaram foram para algum lugar, namorar eu imagino e adivinhem quem ficou sozinha? Eu, é claro. Para melhorar a situação, meu ex ainda estava na festa dando em cima de milhares de garotas. Como eu estava sem clima para festa, fiquei andando pela casa, as vezes comendo algo, para depois decidir que eu já estava farta daquilo e mandei uma mensagem para a Alice, avisando que eu estava indo embora, ela com certeza ia ver mais cedo ou mais tarde. Então, eu comecei a andar pelas ruas e quando me cansei, depois de não andar muito, porque eu estava apreciando a paisagem, eu sentei em um banco.

-Que bela despedida ein Lily Evans? – Falei baixo.

-Sabia que falar sozinha é o primeiro sinal de loucura? – Uma voz, incrivelmente linda e rouca, perguntou e eu dei o maior pulo, virando para encarar o garoto que sorria marotamente para mim, James Potter.

-Quer me matar do coração?! E aliás, eu sempre soube que não era normal – Comentei e ele riu, se sentando ao meu lado.

-Pela sua roupa, acho que acabou de sair da festa do Pads...

-De quem?

-Sirius Black – Ele riu de novo.

-Ah sim, mas o que me surpreende é que você não está lá Potter – Comentei.

-Você sabe meu nome? – Olhei para ele como quem diz “quem não sabe, ‘senhor garoto mais popular da escola’?” – Certo, mas se você sabe o meu, nada mais justo que eu saber o seu.

-Lily Evans – Me apresentei.

-Ah, a garota que mais tira notas altas da escola e sempre mantem os pontos da nossa casa altos certo?

-Acho que sim – Dei de ombros.

-Bom, confesso que sempre imaginei que você seria uma menina feia, com óculos e que vivia com a cara enfiada nos livros, mas você é linda – Eu corei com a naturalidade como ele falou aquilo, como se estivesse falando do tempo.

-Obrigado? – Falei, mas saiu mas como uma pergunta e ele riu de novo – Você não se cansa de sorrir e de rir?

-Por que me cansaria? A vida é linda Lily e muito curta para ser desperdiçada.

-Sabe, até agora reparei que você não respondeu porque não está na festa.

-Por incrível que me pareça, eu odeio esse povo todo grudento e eu não gosto muito de festas, para ser sincero. Mas e você? Porque não está feliz?

-Quem disse que eu não estou?

-Não precisa ser o maior observador do mundo para saber.

Suspirei.

-Bom, levar um fora do seu namorado, o cara que você sempre achou perfeito e você amava e ainda descobrir que ele já te traiu e ainda por cima vir na festa e ver ele dando em cima de outras, não é muito agradável – Comentei.

-Entendo – Ele comentou – Mas se quer saber, pelo pouco que eu conheci agora de você Lily, eu percebo que esse cara é um idiota, eu não deixaria você ir embora tão fácil, você é especial demais para isso.

Eu sorri, meio corada para ele.

Eu não vou entrar em muitos detalhes, só vou dizer que conversamos por mais um tempo, para depois ele perguntar se eu não queria ir na casa dele que era perto dali, comer alguma coisa e acabou que lá nós nos beijamos e eu passei a noite com ele, mas também acordei antes dele e sai correndo para minha casa, pulando a janela para não acordar meus pais. Naquele dia eu pensei que nunca mais veria James Potter, mas guardei um lugar para ele no meu coração, já que ele foi muito especial, apesar de eu ter passado menos de dez horas com ele. Mal eu sabia que ele deixaria uma parte dele comigo, um filho, que eu nunca contei para ele que existiu.

Bom, foi assim que aconteceu, eu nem suspeitava que eu ficaria gravida, se bem que eu devia ter desconfiado. Então naquele dia eu embarquei para a faculdade, que era na França, me despedi chorando dos meus pais e embarquei no avião. Quando eu cheguei na faculdade , me lembro que fiquei de boca aberta, o lugar era enorme! Mil vezes maior que minha antiga escola, que já era gigante. Me senti meio intimidada, mas entrei. Logo peguei minhas aulas e preenchi os formulários e essas coisas, então fui para o apartamento, que eu dividia alugando com uma menina, a qual por acaso eu ia conhecer hoje.

-Scarlet! Volta aqui! –Foi a primeira coisa que ouvi quando entrei no apartamento e logo vi uma menina morena correndo atrás de uma cachorrinha branca e peludinha. A menina então a pegou e finalmente se deu conta que eu estava parada na porta – Oi! – Ela falou sorrindo – Você deve ser a Lily né? Sou Marlene Mckinnon, mas pode me chamar de Lene, eu prefiro! Eu sou sua colega de apartamento e essa aqui é minha cachorrinha Scarlet! Espero que você não tenha alergia a cachorro e eu devia ter perguntado! Não quero começar mal com você e... – Ela olhou para minha cara – Ai, já devo estar te assustando! Falando tanto!

Eu ri.

-Tudo bem, eu gosto de pessoas alegres como você, é bom para mim, já que eu sou quieta. Sim, eu sou a Lily e não, não tenho alergia a cachorro, alias, ela é muito fofa – Falei, acariciando a cabecinha da cachorra.

Lene e eu rapidamente nos demos bem, o que foi um alivio para mim, eu estava com medo de ter que viver com uma garota chata. Logo já tínhamos deixado o apartamento a nossa cara e eu tinha aprendido a conviver com as manias dela e com a Scarlet.

O inicio das aulas também foi uma novidade atrás da outra, eu finalmente estava estudando o que eu gostava e eu amava as aulas, logo fiz algumas amizades, como uma menina chamada Emmeline, que era um doce de pessoa. Com tanta coisa acontecendo, eu nem reparei que eu comia muito regularmente e que meu humor mudava mais rápido, quer dizer, sempre fui meio bipolar, mas tinha se intensificado, mas eu pensava que era da faculdade, mas a Lene percebeu, especialmente quando eu vomitei pela segunda vez naquela semana.

-Lily? Posso te perguntar uma coisa? – Lene perguntou cuidadosa.

-Claro Lene! – Sorri.

-Lily, você está gravida?!

-Como é?!

-Olha, me desculpa se eu te ofendi! Mas é que você anda comendo bastante, muda de humor bem rápido e é a segunda vez que você passa mal essa semana... e você parece meio gordinha, sem ofensas – Ela falou sincera, mas eu nem prestei atenção, comecei a lembrar de tudo que aconteceu naquela festa.

-Lene, eu acho que você está certa! – Falei me desesperando e começando a chorar.

-Ei Lily, calma! Eu vou te ajudar! – Ela me abraçou – Mas vamos verificar.

Aquela semana fizemos muitos testes de farmácia e ainda fomos no medico e tudo confirmou o que a Lene suspeitava.

-E agora? O que eu vou fazer?! Como vou falar isso para os meus pais?!

-Está se esquecendo do mais importante...

-E o que seria?

-O pai da criança! Você sabe quem é né?

-Logico que sei! – Gritei, contei toda a historia para ela e o que aconteceu – Mas ele não precisa saber disso, foi só uma noite e tenho certeza que ele não vai querer saber desse bebê, eu vou cria-lo sozinha.

-Mas Lily! Ele merece saber.

-Não Lene, eu não vou contar! Agora eu preciso falar com meus pais...

Não vou reproduzir a conversa dos meus pais, porque houve muitos gritos, mas eles, depois que se acalmaram, me ajudaram e minha mãe ainda veio para a França para me ajudar com algumas coisas. Lene realmente cumpriu o que falou e me ajudou sempre, mimando meu filho até não poder mais e até cuidando do Harry, meu filho, que nasceu um pouco antes do previsto, com quase oito meses. Eu tive que me adaptar a ele, mudar de turno na faculdade, estudando de noite, enquanto a Lene estudava de manhã, assim não eu não precisei largar a faculdade e nem deixar meu filho com alguma babá, mas também pude cuidar dele. E foi assim que minha vida foi durante o ano da faculdade, mas sempre tem a hora de voltar.