A Morte Lhe Cai Bem escrita por MahDants


Capítulo 4
|| Doce Vingança


Notas iniciais do capítulo

Hey pipocas! Tô postando bem rapidinho dessa vez *-* Enjoy it!



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Quem diria que eu aceitaria ir passar meu aniversário com Peeta Mellark, em? Bom, não só com ele, obviamente. Minhas amigas também estariam comigo, mas ele era insuportável. Enfim, lá estava eu, indo de carro para a casa de praia com mamãe, Clove, Madge e Johanna. Atrás vinha Snow, Peeta, Prim, Cashmere e Gloss. Passaríamos a semana aqui.

Resolvi chamar Clove, obviamente, por ser minha melhor amiga. Chamei Madge, que era uma menina popular e patricinha (daquele tipo que se estivéssemos em um colégio americano, ela seria líder de torcida e namoraria o capitão do time de futebol), mas mesmo assim continuava sendo simpática e legal. Chamei a loira porque... Bom, sempre é bom ter uma amiga popular. Populares sempre são legais e eu tenho uma admiração por ela, simplesmente pelo fato de ter conseguido ser alguém no colégio. Eu queria ser amiga dela e descobrir se aquela simpatia toda era verdadeira. Ah, e chamei Johanna porque do mesmo jeito que queria me aproximar de Madge, Clove queria se aproximar da morena, já que a mesma era amiga de todos os meninos, e consequentemente de Cato. Clove a admirava por ter conseguido tal proeza.

Atrás, como já disse, estavam os primos do Senhor Insuportável. Cashmere e Gloss eram irmãos – com um ano de diferença apenas. Pelo que mamãe havia fofocado, Cashmere e Peeta eram namorados. Não os conheci ainda, mas já acho que a garota deve ter algum tipo de retardamento mental, só pelo fato de namorar o ignorante Mellark.   

O caminho de ida fora extremamente divertido, fomos cantando diversas músicas que tocava na rádio local e mamãe participava da melhor maneira possível. Admito que achei que Madge e Johanna não se dariam bem, afinal, polos tão diferentes: Madge, a patricinha popular e Johanna, a que não está nem aí pra opinião alheia e é amiga dos meninos não populares. Mas ocorreu tudo bem, enfim.

Sorri ao ver que a casa continuava exatamente do mesmo jeito. A grama verde brilhava no chão, com uma palmeira ali bem no meio e em frente a área do churrasco. O terraço de piso alaranjado enorme, com várias cadeiras espalhadas e um tipo de cama lá no fundo. E lá estava ela... A casa de tijolos! Sim, não havia gesso na frente. A casa era toda revestida de tijolos e pintada apenas com verniz, para dar um brilho. Eu amava isso, dentro era tão escurinho! Porém admito que quando mais nova, tinha medo dessa escuridão. As janelas e portas eram de madeiras, de modo que quando fechadas, não podia-se dizer se era dia ou noite.

A casa tinha três quartos, um banheiro, a cozinha e a pequena sala. A casa era pequena, enfim. Mas mesmo assim era apaixonada por aquele lugar! Não só por estar perto da praia, mas porque compartilhava boas lembranças ali. Primeiro, com meus primos, quando eu tinha doze anos e tinha paciência com eles. Segundo, eram lembranças borradas, mas mesmo assim tenho certeza que nos meus quatro anos de idade, eu e meus pais íamos muito ali.

Desci do carro e ajudei mamãe, assim como Clove, Johanna e Madge, a carregar as malas e comidas lá pra dentro. Eu e as meninas ficaríamos no primeiro quarto. Mamãe e Snow no último – a suíte -, e os primos e irmãos Mellark ficariam no segundo quarto. Enfim, depois de desfazer tudo, escutei o barulho de portas batendo. Em seguida, Snow desceu com a costumeira barba branca, sorrindo.

A porta ao seu lado revelando Peeta Mellark com a maior cara de tédio do mundo e óculos escuro cobrindo seus olhos, que por mais que doa admitir, eram perfeitos. Então a porta de trás foi aberta. Prim dormia do lado esquerdo, mas do lado direito saíram irmãos quase idênticos. Cashmere era uma loira que tinha um corpo invejável a qualquer mulher e Gloss, era muito, muito gostoso. E bonito, também.

- Acorda, patinha – falou Peeta cutucando a irmã.

- Kat – sussurrou Clove. – Quem é quem?

- Vocês chegaram! – exclamou mamãe.

- Magina, mãe – ironizei. – É que com a tecnologia tão avançada que temos, eles reproduziram a própria imagem aqui... Mágico, não?

- Olha o respeito... – ela falou em tom ameaçador. – Bom, venham cá para as apresentações! Gloss, Cashmere e Peeta, essas são Johanna, Clove e Madge, amigas da Katniss – ela disse apontando para cada um de nós.

- Prazer – falei timidamente, afinal, Gloss era um menino.

- Então você é a Katniss? – perguntou Cashmere soltando gritinhos. – Não me chame de Cashmere, pelo amor de Lucy Hale.

- Lucy Hale? – perguntei erguendo as sobrancelhas.

- E como devemos te chamar? – quis saber Clove.

- Todos me chamam de Lola, não me pergunta porque – ela respondeu. – E sim, Lucy Hale. Eu sou apaixonada pelo trabalho dela! Então, Katniss... Pelo que o Peeta descreveu, eu imaginava um dragão! Mas você é linda, garota!

- Obrigada – respondi assumindo um tom escarlate.

- Só que não, Lolis – falou Peeta.

- Vai começar – resmunguei.

- Vamos entrar, crianças? – chamou mamãe e tive que revirar os olhos com o “crianças”.

- Katniss? – chamou Madge timidamente. – Podemos ir pra piscina?

- Eu quero jogar nome, lugar e objeto! – informou Johanna.

- Clove? – pedi ajuda.

- Eu voto no nome, lugar e objeto.

- Eu quero piscina... – falei mordendo o lábio.

- Piscina? – Cashmere chegou.

- Não, nome, lugar e objeto – respondeu Clove.

- Eu quero! – pronunciou-se Gloss e pelos deuses, que voz grossa! Juro, essa voz me deu orgasmos. É tipo a do... Theo James. Aquela voz me encanta.

 - Eu vou pra piscina – falou Madge.

- Pudim – disse e entrei no quarto.

O primeiro quarto era um pouco pequeno. O armário era embutido e desgastado, com portas de correr. Juro que cheirava a mofo. No teto, uma espécie de rede estava prendida; aposto que para de noite soltá-la e proteger a cama de mosquitos; mesmo sempre indo ali, eu nunca soube pra que servia aquilo. Ah, a cama. Eram três camas confortáveis, de modo que de noite, quando as juntássemos, caberia eu, Clove, Madge e Johanna, e ainda sobraria espaço. Dos três quartos, esse era o único que não era... Tecnológico. O ar-condicionado era antigo e a televisão também. Ela era gigante!

Suspirei e procurei meu maiô na mala. Troquei de roupa e voltei pra sala. Madge, Johanna e Clove estavam sentadas eretas no sofá branco, e Cashmere – ou Lola -, estava deitada com a cabeça no colo do irmão. Peeta observava todos com uma expressão superior no rosto. Quando cheguei, Cashmere disse:

- Você é a dona da casa, você decide o que vamos fazer.

- É, linda, você decide – Peeta falou e riu. Revirei os olhos.

- Calado – mandei. – Gente, vocês podem fazer o que quiser! Um grupo vai pra piscina, outro joga. É... Lógico.

- Mas seria mais divertido todo mundo junto – retrucou Clove.

- Teremos outras oportunidades – falei. – Eu vou pra piscina. Quem vem?

- Eu e Lola – disse Madge.

- E eu – disse Peeta.

- Espero que se afogue – eu disse e saí da casa. – Vocês não vêm?

Detrás da casa, estava a piscina. Não era muito grande, nem muito limpa – já que ficava em baixo de um coqueiro -, mas dava pra usar. Tirei a blusa e o short e entrei. A água estava quente e calma, como um deserto. Logo Madge e Cashmere chegaram rindo e Peeta Mellark veio atrás, com seu iPhone na mão. Ele colocou o objeto em cima da mesa e tirou a blusa. Depois o short.

Devo dizer que o Mellark apenas com uma sunga vermelha é uma visão maravilhosa de se ver. Puta merda, porque ele tinha que ser tão gostoso? Ele não era forte como Gloss, mas mesmo assim seus músculos eram definidos. Abdome definido, bunda definida. Eu já devo ter falado que a bunda dele era gigante. Tipo tanajura, aquela formiga. Senti um calafrio com esse pensamento; odeio formigas.

Tive experiências nada boas com esses insetos. Não era nojo, era fobia. Quando eu tinha quatro anos eu era tapada, então, não vi que o bolo que estava comendo estava cheio de formigas. Era de laranja. Digo, o bolo. E comi numa boa. Quando estava terminando, vi os insetos andando de um lado pro outro. Desde então eu coloquei na cabeça que formigas eram assustadoras; do mesmo jeito que Ronald Weasley tinha medo de aranhas, em Harry Potter. Quando eu tinha treze anos, estava no computador e tomando refrigerante. Eu estava concentrada no computador, caramba. Não me julgue. O copo estava repousado havia muito tempo na mesa rosa, mas mesmo assim, eu tomei. E senti. Perninhas formigando em minha língua. Cuspi o conteúdo preto do refrigerante no chão e em meio do líquido estava ela: a formiga. Grande. Já deu pra entender que odiava formigas, certo?

 - Quer um babador?  – ofereceu o Mellark entrando na piscina. Filho da puta.

Desviei o olhar e me aproximei de Madge e Cashmere. Ela estava certa quando disse que virava uma fera se a chamassem pelo nome, de modo que passei a chama-la de Lola o resto do dia. Quando o Sol estava em seu ponto alto, mandamos o Mellark ir pegar protetor. Visto que não tinha opção, ele saiu bufando.

Vi ele ir embora com a sunga molhada colada naquela bunda deliciosa. Céus... Quando fiquei tão tarada? Observei a mesa. Seu iPhone ainda tava lá, numa capinha azul. Azul... Lembrei-me da capa de A Culpa é das Estrelas. Meu livro merecia vingança. Disfarçadamente olhei pras duas loiras e vi que estavam entretidas demais para me perceberem. Saí da piscina e fui pegar o iPhone. 

Na tela de bloqueio, Prim e ele estavam sorrindo, alguns anos atrás. Ela tinha franja e ele tinha os cabelos mais compridos, de modo que ficavam batendo nos olhos. Sorri com aquilo, ele não devia ser um idiota completo naquela época. Peguei o celular e joguei no chão, no exato momento que Peeta apareceu.

- Qual o seu problema? – ele perguntou tentando controlar o tom de voz.

- Qual o seu problema? – devolvi.

- Você quebrou a tela do meu celular, porra! Olha... Olha isso... Ah, não... – ele choramingou ao pegar o objeto. Da piscina, as meninas olhavam tudo boquiabertas.

- Ainda dá pra usar – falei sorrindo; estava usando as mesmas palavras dele quando apanhou meu livro no chão.

- Mas a tela tá rachada!

- Do mesmo jeito que meu livro tá molhado, amaçado e manchado! – a essa altura, estávamos gritando e Clove, Johanna e Gloss apareceram.

- É um livro, porra! A porcaria de um livro! Isso você compra por trinta reais, ou o preço que for. Caralho. Olha essa merda! Tá toda rachada.

- Ops!

- Porra, Katniss!

- Muda o disco. Não acha que já falou muito isso não?

- Você não tinha o direito de rachar a tela do meu celular! – ele gritou.

- E você não tinha o direito de estragar o meu livro!

- O que diabos está acontecendo aqui? – a voz de mamãe atingiu meus ouvidos. Droga.

- A sua filha jogou meu celular no chão – respondeu Peeta, no momento que Snow chegava.

- Porque o filho dele – apontei para o homem. – Jogou meu livro na lama. Na lama, mãe!

- O que aconteceu? – uma Prim sonolenta chegou.

- Isso aqui tá melhor que novela! – disse Clove rindo.

- Isso te dá o direito de jogar o celular dele no chão, Katniss? – ela perguntou zangada.

- Foi o que eu disse pra ela! – disse Peeta bufando.

- E você, rapaz, fique calado – mandou Snow. – Os dois estão errados. Por mais que eu não possa impor autoridade em Katniss...

- Fique a vontade – disse mamãe.

- Sendo assim, o mesmo castigo será aplicado aos dois – ele disse. – Vão ficar trancados num quarto até escurecer.

- E se eles começarem a se pegar? – perguntou Clove e todos olharam pra ela como se ela fosse louca. – Ah, qual é. Pode acontecer... O Peeta é gostoso, a Katniss é linda.

- E gorda – murmurei baixinho, ninguém ouviu.

- Clove, fica quieta – pediu Johanna.

- Por quê? – ela ergueu as sobrancelhas. – Ah, foi mal. Coisa de família. Entendi. Foi mal, tia Clara.

- Os dois pro quarto, agora! – mandou mamãe, vermelha de raiva. Bufei e entrei em casa, sendo seguida por Peeta.

- Satisfeita? – ele perguntou e entrou antes que eu. A tarde seria longa...


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Notas finais do capítulo

Então... Acham que a Katniss pegou pesado ou Peeta mereceu? Comentem, pipocas *-*
Ah, agora na volta as aulas eu preciso de um dia para postagem... Vou postar duas vezes por semana. O que cês acham melhor: Segunda e quarta, segunda e quinta, domingo e quarta... Quarta e quinta? Comentem aí ;)