A Morte Lhe Cai Bem escrita por MahDants


Capítulo 13
|| Três Meninos Sem Camisa e Um Banheiro


Notas iniciais do capítulo

Quase que não chegava aos 25 comentários! Gente, cês não tão levando a sério, né? Eu só posto agora quando atingir a meta jcnvhbgtuf.
E a meta agora é 30 comentários!
Espero que gostem ^^
(jknfhdgbrh minha Katniss é a heroína da Princesa do Olimpo jnfurgrhjf. Capítulo pra ela, porque sim u,u À propósito, obrigada pela recomendação)
Gente, esse capítulo é a ponte para o começo da fic. Ela tem cinco fases e a partir do próximo capítulo, se incia a segunda fase. Então, paciência, gafanhotos, que Everlark vai começar nessa porra, euhehueheheuhe.



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Depois da aula de inglês, tive aula com a Madge e uma com a Clove, mas ela mal olhou na minha cara. No intervalo, Finnick acenou para mim e me aproximei.

– Onde estamos indo? – perguntei.

– Banheiro masculino.

– O que? – arregalei os olhos.

– Relaxe. É o dos pirralhos, eles estão em aula agora e ninguém da nossa idade vai lá. Então eu, Cato e Marvel o batizamos como nosso canto.

– E porque está me levando lá? – fiquei desconfiada. Querendo ou não, Finnick ainda era popular e ainda era um menino. Tarado.

– Não vou te estuprar.

– Não pensei nisso.

– Ah, você pensou sim – ele sorriu. – Olhe, você brigou com a Clove por causa da Madge. Logo, ficar longe das duas não parece uma boa opção?

– Parece.

– Então pare de reclamar e passe pelo portão.

O portão era azul e dava em um beco, onde do lado direito eram os muros do ginásio e do lado esquerdo, um prédio com secretaria, tesouraria e sala de computação/vídeo. Segui o beco, parando em um pequeno pátio com mesas gigantes bem em frente à antiga sala de artes. Ou melhor, à sala de artes dos pirralhos. Naquele mesmo bloco, algumas portas adiante, havia duas portas de banheiro.

Eu realmente achava que elas ficavam fechadas, mas Finnick simplesmente abriu a porta com um bonequinho azul, a que ficava de frente para o parquinho fechado, e entrou.

Eu fiquei hesitante, olhando para o parquinho e me lembrando da vez que eu havia pisado em uma lagarta de fogo ali. Eu me lembrava de quase tudo: do gelo que colocaram até a mulher do transporte escolar me levando em casa; minha avó me levando até o quarto e minha mãe dando milhares de beijinhos no meu pé. Eu tinha quatro anos.

Balancei a cabeça, olhando para os dois lados, observando se alguém se aproximava, e entrei.

Diferente do que eu pensei, o banheiro dos pirralhos era mais limpinho que o nosso e nada de areia no chão. Tinha uns chuveiros do lado esquerdo e duas pias encostadas na parede que ficava de frente pra mim. Na parede oposta, havia dois banquinhos.

Finnick estava sentado em um banquinho, tirando a blusa. Cato estava no outro banquinho, com Marvel sentado de frente a ele, aos seus pés. Os dois sem camisa.

– Puta merda – murmurei e Finnick riu.

– Senta aí, Katniss – convidou Marvel.

– Porque diabos estão sem camisa?

– O que você tá fazendo aqui? – Cato ergueu uma sobrancelha.

Eu a convidei – disse Finnick.

– Porque fez isso?

– Porque eu quis. Porque a Katniss é minha amiga.

– Tão amiga quanto a Johanna, e ela nunca veio aqui – ele retrucou. – Ou melhor, Johanna sempre foi nossa amiga.

Eu pensei em arrumar confusão, em dizer que ela estava ocupada demais com a Clove, mas meu estômago estava afundado demais para isso.

Sempre achei que Cato Ludwig fosse uma pessoa legal, e talvez ele fosse mesmo, mas estava claro que não me queria ali, onde falariam sobre as meninas gostosas da escola que eles podiam pegar, mas que não pegavam porque elas atrapalhariam o lol.

– Eu vou embora – falei, já passando pela porta, com os olhos marejados.

Eu não sei por que eu estava chorando, mas eu estava. Eu só queria a Clove de volta.

– Ei, Kat – gritou Marvel, enquanto colocava a blusa. – Posso te chamar de Kat, não posso?

– Chame de Katz – eu tentei sorrir. – Eu odeio quando me chamam de Kat.

– Mas a Madge te chama assim e o Finnick também... Até a Clove.

– Eu sei. Nunca tive coragem de pedirem pra parar. Minha mãe é a única que me chama de Katz.

Sentamo-nos nas mesas enormes em frente à sala de artes. Marvel me olhava atentamente, como se me avaliasse.

– Não deveria chorar – ele disse por fim.

– Não deveria estar aqui – retruquei.

– Porque não?

– Seus amigos estão no banheiro.

– Brigando.

– O que?

– É, eles tão discutindo lá. Daqui a pouco o Finnick aparece também.

– O Cato tem razão. Aquele é o canto de vocês. E da Johanna...

– Ei, Johanna é Johanna, esqueça.

– Porque o Finnick me levou ali?

– Não sei... – disse Marvel, desencostando da mesa. – Acho que precisávamos de uma menina por perto...

– Johanna...?

– Ela age como um menino – deu de ombros. – E você é a mistura perfeita dela com a Madge, que é a personificação perfeita do ser feminino.

– Como assim? – estiquei a coluna, parando de chorar e abrindo um sorriso.

– De longe, eu achava você parecida com a Johanna e a Clove, mas depois de conversar... – ele sorriu. – Lá vem o Finnick.

E ele vinha mesmo. Ainda sem camisa, suado, com cabelos um pouco bagunçados, mas sem abandonar o sorriso. Era uma imagem muito sexy.

– É isso aí – Finnick concordou. – Você está conseguindo.

– Jura? – perguntei sorrindo.

– Conseguindo o que? – perguntou Marvel.

– Nada – respondi e olhei pra Finnick. Ele concordou com a cabeça:

– Nada. A Katniss é uma pessoa... – ele parou para pensar, com os olhos verdes brilhando de malícia. – Dócil, mas não é doce. Pelo menos acho que não é doce.

– Acha?

– É, eu nunca provei – ele mordeu os lábios. – Mas adoraria provar...

Eu corei e olhei pra Marvel sorrindo.

– Foi um flerte – ele falou e eu ri. Finnick fez uma interrogação no rosto.

– Esqueça – pedi, desviando o olhar.

– Sobre o que falavam? – perguntou Finnick.

– Você brigou com o Cato? – disparei.

– Brigar é uma palavra feia – resmungou Finnick. – Eu apenas... Coloquei o Cato no canto dele.

– Nossa.

Por um lado, eu me sentia mal por estar interferindo na amizade dos meninos, mas por outro, eu estava feliz, pois Finnick virara mesmo meu amigo, assim como o Marvel. E também porque o Cato havia me tratado mal, então uma pequena vingança não fazia mal a ninguém.

Nós conversamos sobre cor de olhos por um tempo, e eu acabei enchendo os ouvidos deles com papos sobre genética, mas foi divertido. Então o sinal tocou e voltamos para a ala dos adolescentes da escola. Finnick subiu um lance de escada, e eu e o Marvel fomos para sala três, pois teríamos aula de História juntos.

Na hora da saída, eu e Madge fofocamos sobre algumas pessoas ali presentes, e depois ela me mostrou suas unhas enormes. Eu acabei olhando para as minhas, e Madge soltou uma risada. Minhas unhas tinham um esmalte rosa descascado e eram bem pequenininhas, porque eu tinha mania de roer a unha. Triste.

Antes de ir para casa, ela disse que eu deveria parar de roer, porque unhas grandes eram legais e eu concordei. Abri a porta do carro e dei de cara com minha mãe sorrindo para mim. Seus cabelos estavam mais castanhos que na semana anterior, na raiz, e me perguntei quando ela pintaria de loiro novamente.

– Como foi a aula?

– Boa – eu já estava com meu celular na mão, e não estava a fim de conversar.

– Katz – ela me chamou e eu bufei, bloqueando a tela.

– O que é?

– Pare de ser grossa – ela mandou e revirei os olhos. – Eu estava falando com o Snow... Sabia que o Peeta tirou um na prova de matemática?

– Um? – eu ri.

– Não é engraçado.

– Um, mãe! – eu ri e minha mãe também. – Qual o assunto?

– Função do primeiro e segundo grau.

– Mas esse assunto é perfeito!

– É por isso que você vai ajudar ele hoje!

– Não vou.

– Vai, Katniss, eu prometi ao Snow.

– Que merda – encostei a cabeça no vidro do carro.

– Katniss, o Peeta tá precisando...

– Tá, mãe, cala a boca, tô com sono – resmunguei. – Eu vou ajudar, ok?

– Para de ser ingrata! – ela elevou o tom de voz.

– Ingrata com quem? – perguntei em mesmo tom.

– Vai começar?

– Não.

Fiquei calada o resto do caminho, ainda sem acreditar que minha mãe estava me obrigando àquilo. Tirando a minha nova amizade com o Marvel e Finnick, e minha aproximação com a Madge, aquele dia havia sido uma merda. Uma completa merda.

Eram tantas coisas rodeando minha mente, que não liguei que minha mãe me visse chorar. Eu havia sido horrível com Clove, e agora chorava de arrependimento. Eu nunca havia feito nada ao Cato, mas ele deixara claro que não gostava de mim. Eu não queria brigar com minha mãe, mas àquela altura, eu já havia sido grossa o bastante para ela passar um tempo sem falar comigo. Eu não queria o Mellark uma tarde comigo, mas eu teria que ensiná-lo matemática.

Tratei de parar de chorar, lembrando o quanto Marvel e Finnick eram legais. Lembrei-me da Madge me aconselhando e lembrei do meu plano: sem briguinhas infantis com Peeta. Eu iria trata-lo com indiferença e pronto, sem mais guerras. Era o que qualquer pessoa normal deveria fazer. Era o que eu deveria ter feito desde o começo.

Entrei em casa, troquei de roupa, colocando uma camiseta branca e um short jeans, e fui comer. Mesmo o clima estando um pouco frio lá fora, dentro de casa era quentinho, e eu não passaria frio com aquela roupa. Em silêncio, eu, minha avó e minha mãe, nós, almoçamos panquecas de queijo.

Lavei meu prato, causando expressões interrogativas em vovó, mamãe e Enobaria, a empregada. Sei lá, me deu vontade de lavar o prato. Enquanto lavava, eu pensava em como manteria a calma com o Mellark e em como seria bem mais fácil se ele colaborasse e fosse legal comigo.

Sequei os pratos e peguei um caderno, pronta para fazer algumas equações matemáticas para o Mellark responder, mas acabei me distraindo e pensando na Madge. E nele. E em ser delicada.

Ok, eu precisaria começar a chama-lo de Peeta, não de Mellark. Precisaria me desculpar e dar o primeiro passo, então, comecei a rabiscar um grande discurso em meu caderno, em vez de atividades matemáticas. Li e reli várias vezes, até que ele apareceu.

Ele estava usando um cap vermelho, cobrindo o cabelo azul, e uma blusa, também vermelha. Ele se sentou no sofá da sala e me olhou de cara feia.

– Desculpe pelo cabelo azul – comecei. – E pelo celular.

– Ficou maluca? – ele riu com escárnio.

– Eu... Escrevi uma coisa – ergui o caderno na altura dos meus olhos e comecei a ler. – Peeta. Eu vou começar a te chamar de Peeta, porque sim. Mellark me lembra seu pai, e a Prim também é Mellark. Seu nome é Peeta. Eu sinto muito pelo cabelo azul, pelo celular, por todos os xingamentos, e por tudo. Você parece ser um cara legal, Peeta. Mentira, não parece, mas aposto que se eu parar de tratar como eu te trato, você vai parar de me tratar como me trata. Eu lembro antes do livro... Enfim, Peeta, me desculpe.

Ergui a cabeça, para olhá-lo, com as bochechas coradas, e tentei sorrir. Eu não tive coragem de terminar de ler aquela merda. Primeiro, porque eu bajulava demais ele. Segundo, porque parecia muita falsidade, mesmo sendo verdade. Então eu improvisei e pronto.

A expressão de Peeta era indecifrável. Ele se levantou, me pegou pelo braço e me arrastou até meu quarto. Trancou a porta ao passar, e se aproximou de mim. Ele parecia com muita raiva, eu também estava. Aquele aperto no braço havia doído, mas eu tinha que manter a calma.

– Acabou o teatro na frente da sua vó – ele vociferou, quase cuspindo em meu rosto.

– Não era teatro, Peeta.

– Eu não quero saber – ele apertou meu braço de novo, e me prensou na parede. – Que merda é essa?

– Tá machucando.

– Em? – ele apertou mais forte e eu me soltei.

– Ah, Mellark, sei lá. Eu cansei de brigar. Ketchup no meio das minhas pernas? Sério?

– Eu venci?

– Pare de ver isso como uma competição – suspirei. – Quero virar sua amiga.

– Uma porra – ele riu com escárnio. – Eu não sou amigo de gente como você, Everdeen. O que importa é que eu avisei: você não ia querer guerra comigo.

Para de falar dessa merda, eu queria gritar. Mas eu apenas olhei três segundos em seus olhos e deitei na minha cama, suspirando. Eu queria socar a cara de Peeta, mas a voz de Madge ainda estava na minha cabeça, mandando-me ser delicada e dizendo que silêncio era o melhor remédio.

Fiquei em silêncio.

– Não tem nada para retrucar, não é? Você ficou magoada, morena?

Eu sentia meu sangue ferver a cada palavra. Eu tinha muita vontade de socar a cara dele, ou de armar mais alguma coisa pra acabar com sua vida, mas eu apenas fiquei calada. Fingi um olhar triste e continuei calada.

– Everdeen! Dá pra você falar alguma coisa?

– O que você quer que eu diga? – continuei com a calma.

– Puta merda... Você... Não... Ah, vai tomar no cu – ele abriu a porta do meu quarto com violência e saiu a passos fundos dali.

Eu ri. Esperei ele sair da minha casa e então comecei a gargalhar. Mesmo com muita raiva, a Madge tinha razão. O silêncio e indiferença eram o melhor remédio.

Peeta Mellark que me aguardasse.


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Notas finais do capítulo

Pessoas lindas que querem Everllark se comendo logo (-q): tá chegando. TÁ CHEGANDO, EU JURO.
Tá, eles não se comem, porque não quero escrever hentai nessa fic nufhngjuhrnt MAS TÁ CHEGANDO.
Apenas comentem e me encham de recomendações, sim? uehueheu
Não? Ok.
Ou sim...