Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 4
Sr. Gato-de-olhos-verdes


Notas iniciais do capítulo

Olá suas lindas! Aqui está, como prometido. :p



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Reyna estava limpando uma das mesas vazias quando Annabeth chegou de surpresa, cutucando-a na cintura e rindo histericamente.

                Reyna se virou assustada, derrubando o produto de limpeza no chão.

                Alguns clientes se viraram para entender o barulho e Reyna sorriu sem graça.

                “Eu não acredito, Rey! Não acredito!”, a loira sorriu de orelha à orelha, sacudindo Reyna pelos ombros.

                “O que foi, moça?”, ela perguntou à amiga eufórica, temendo inconscientemente que ela falasse de seu pseudo-encontro com o Sr. Sedução.

                “Percy! Percy aconteceu! Você pode não acreditar, mas o Sr. Gato simpático dos olhos verdes me chamou para sair!”, ela contou tão eufórica que Reyna temia que a amiga derrubasse mais alguma coisa.

                Reyna respirou fundo, aliviada que Annabeth estivesse tão feliz com seu encontro que houvesse uma grande possibilidade de que ela não notasse a presença de um certo sujeito de cabelos cacheados e sorriso adoravelmente diabólico - isto é, como se fosse possível – batendo ponto em seu trabalho pelo resto da vida.

                Não que ela não pudesse se acostumar com isso.

XXX

                Leo havia acabado de chegar em casa.

                Largou os tênis em qualquer lugar e correu para a cozinha à procura de algo para comemorar sua primeira vitória – falar com Reyna.

                Abriu a geladeira e constatou depressivo que não havia nada senão um vidro de catchup, algumas maçãs mofadas e uma garrafa pela metade de Coca Cola sem gás.

                A típica geladeira de um adolescente solteiro e irresponsável.

                Acabou terminando a noite comendo um pacote de salgadinhos hipercalóricos enquanto assistia algum seriado adolescente em que a mocinha sempre acaba com o mocinho e o vilão é derrotado.

                Passou de canal. Disney, ele conseguiu identificar rapidamente. Passava um filme infantil, Encantada. A história de uma princesa de contos de fada que “acidentalmente” viera a parar no mundo real.

                E lá estava ele, perguntando-se se algum dia teria a felicidade de assistir esses mesmos filmes idiotas com Reyna. No mesmo sofá, comendo o mesmo salgadinho e casualmente roubando-lhe um beijo.

                Talvez ele estivesse se precipitando.

                De fato ele estava.

                Mas quem não fica assim quando está apaixonado?

                Ele era realmente um idiota.

XXX

                O turno de Reyna graças a Deus tinha terminado. Ela não sabia se preferia passar horas ouvindo Annabeth falar sobre seu futuro encontro com o Sr. Gato dos Olhos verdes no trabalho ou em casa.

                Pelo menos no trabalho, ela poderia dar a desculpa de que estava atarefada demais com as mesas.

                Tirou o avental, recolheu as coisas e prendeu melhor o cabelo. Fechou o caixa e ficou esperando Annabeth na porta do banheiro.

                “Hey, Annie! Anda logo!”, ela falou, batendo forte na porta duas vezes seguidas e escorando-se no batente.

                A porta se abriu segundos depois, de onde uma loira eufórica saiu de roupas trocadas e balançando os caracóis dourados.

                Ela parecia definitivamente reluzente. O Sr. Gato dos Olhos Verdes, ou melhor, Percy Jackson,  era um dos colegiais bonitões-tímidos, e passava na loja mais que duas vezes na semana para vê-la servir cafés e jogar charme.

                Eles se conheceram quando Percy resolveu sair da loja de Videogame e frequentar a cafeteria com os amigos.

                De início, parecia bom, porque Reyna recebia uma certa comissão pela quantidade de caras que Annabeth atraía na loja apenas pelo fato de jogar os cabelos para o lado e piscar seus belos olhos cinzentos.

                Mas com o tempo, se tornava chato, porque estes mesmo caras amigos de Percy paravam de consumir coisas e passavam a maior parte do tempo com suas bundas estúpidas ocupando mesas e mesas do estabelecimento.

                E restava à Reyna a tarefa de expulsar o bando de caras hipnotizados pelos brilhantes olhos cinzas que a garota possuía.

                Então ela notou Percy. Ele era um cara bonito. Fazia química na mesma universidade que Annabeth cursava arquitetura, porém em horários diferentes. E em um belo dia, enquanto caminhava no Starbucks e tomava um copo de chocolate quente, notou que a loira era muito mais bonita do que ele podia imaginar. E depois disso, passou a timidamente dizer como ela tinha um belo sorriso e o quanto ele a achava inteligente.

                E após esse fato, Annabeth quase parou de flertar com os outros garotos, e Jackson passou a recusar ser servido por qualquer garçonete senão a loira.

                 Percy pelo menos era legal e lhe deixava uma gorjeta de cinco dólares antes de sair. Ou talvez estivesse apenas com medo de que Reyna “gentilmente” o mandasse para o quinto dos infernos como fizera anteriormente com um de seus colegas que perguntou se “O café era tão gostoso quanto a garçonete”.

                E depois desse ato de afeição, nenhum deles voltou mais. Exceto Percy.

                E foi assim que ele finalmente tomou coragem para chamar Annabeth para sair.

                E lá estava a loira, que repetia toda esta história enquanto dirigia seu corvete 86 em direção a esquina da Rua 18, onde ficava a entrada do bloco residencial que as duas dividiam apartamento.

                O sinal ficou vermelho e Annabeth freou o carro, batucando e cantarolando alguma música ao volante.

                Reyna sorriu. Já era de tempo de Annabeth organizar sua vida pessoal. Faltava apenas um ano para se formar e com a inteligência que tinha, muito provavelmente passaria num concurso público e se mudaria. E Reyna teria de achar algum companheiro de quarto do qual não fumasse/bebesse ou trouxesse namorados para se amassar no banheiro.

                E além de tudo, Annabeth e Reyna eram realmente amigas. E nenhuma das duas se importava em comer o mesmo tipo de comida por um mês.

                Após exatos 30 segundos, o sinal abriu e Reyna pôde aliviar seus ouvidos quando a loira parou de cantar.

                O caminho transcorreu tranquilo. Reyna, apoiada na janela do carro, fingia escutar, e Annabeth, que ouvia a rádio romântica no volume máximo, fingia acreditar que Reyna prestasse atenção em alguma coisa.

                Depois de cinco minutos, mais ou menos, Annabeth buzinava para o porteiro e tentava, como sempre, espremer seu carro numa vaga de 3m². Ela grunhia e tentava dar uma volta completa com o volante sem direção hidráulica com tanta dificuldade que o porteiro se ofereceu para estacionar o automóvel.

                Annabeth e Reyna saíram pela porta ainda inteira do motorista, recolheram as coisas e subiram mais 6 lances de escada até chegarem ao sexto andar, apartamento número 675.

                A loira abriu a bolsa e a apoiou na parede, revirando-a na procura da minúscula chavinha.

                Reyna se sentou apoiada no extintor de incêndio próximo à lata de lixo enquanto Annabeth se concentrava na tarefa impossível de encontrar qualquer coisa no buraco negro que ela apelidava de bolsa.

                “Eu ainda vou lhe comprar um chaveiro com alarme.”, ela sussurrou apoiando a cabeça no ombro.

                Minutos depois, quando Reyna estava prestes a pegar no sono mesmo com a posição desconfortável que estava, Annabeth encontrou alguma coisa e deu um gritinho vitorioso.

                Girou a chave com o chaveiro de badulaques que comprara numa loja mística (onde a cartomante lhe dissera que o garoto dos olhos cor de mar a faria feliz, e particularmente Reyna achou uma charlatã, porque metade da cidade já deveria saber pelo abismo de Percy por Annabeth) e abriu a porta.

                Reyna se arrastou para dentro e se jogou no sofá que estava coberto de roupas para passar. Ela cuidaria daquilo depois.

                Jogou a bolsa no chão e fechou os olhos, ajeitando-se melhor caindo no sono instantaneamente.

XXX

Então, meus amores, como vão vocês?

Amanhã eu tinha um campeonato de skate que o meu amigo queria que eu fosse, mas eu não vou. Até porque tá muuuuito frio. Meldeus. Mas eu amo frio, sabem? Dizem que eu tenho cara de inverno, como se eu entendesse. Até sexta que vem! õ/

XOXO


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Notas finais do capítulo

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