Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 10
Batman


Notas iniciais do capítulo

Hi suas lindjas.
Desculpem-me por não responder os reviews. Tá uma crise pra escrever, quanto dirá para responder. :p
Mas eu amo vcs.
Espero que gostem.
XOXO



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Annabeth já estava em casa quando Reyna acordou com torcicolo por dormir no sofá.

                O despertador tinha acabado de tocar e os sapatos de Percy e Annie estavam espalhados na porta. Os tênis dele tinham um chulé terrível e o ambiente não cheirava a bebida. Graças a Deus, porque Annabeth Chase ficava extremamente nerd quando estava bêbada. Não que ela bebesse muito, mas nas vezes que bebia, começava a falar sobre prótons e razões trigonométricas. E isso podia ser extremamente desestimulante para um garoto com hormônios potencialmente aflorados.

                O importante é que não havia nenhum tipo de peça de roupa íntima pendurada pelos móveis e nenhuma placa de ‘Não Perturbe’ no quarto.

                Coçou os olhos, bocejou, calçou as pantufas e se levantou sem se preocupar com sua aparência.

                Abriu a geladeira pra pegar alguma coisa pra comer quando ouviu o rangido da porta do quarto de sua querida companheira de apartamento. Virou-se e notou Percy próximo ao sofá, com o cabelo todo desarrumado e umas marcas pelo braço.

                “Anh, você é quem?”, ele perguntou com aquela voz de gente lerda que ele tinha pelo fato de ser lerdo.

                “Você faz saliências com a minha amiga e não sabe meu nome?”, e então ela se irritou.

                “Primeiro: Não é prudente discutir sem calças. E segundo: Eu estava ensinando jiu-jitsu pra Annabeth.”, e então ele bocejou. “Legal a calcinha de ursos.” E foi pegar uma coca-cola na geladeira.

                “Eu trabalho com ela no Starbucks, caso queira saber.”, ela resmungou e vestiu uma calça. Annabeth tinha acabado de sair do quarto com a cara amassada que ela tinha antes de definitivamente acordar. “Bom dia, Aurora. Faça o favor de manter seu namorado depravado no quarto. Tem mais gente em casa, sabe?”

                A loira deu de ombros. “Nós não fizemos nada demais. Ele apenas me ensinou algumas coisas sobre defesa pessoal.”

                Percy se sentou sobre o balcão. “É verdade, ReyRey. Nós não fizemos nada demais. E não foi por falta de tentativas.”

                “Percy, você é tão promíscuo.”, Annabeth rolou os olhos e jogou uma bolinha de guardanapo no pescoço do pseudo.-namorado. Ele riu. “Você tem aula, não?”

                “Por favor, não me lembre disso.”, Reyna suspirou.

                “Leo?”, Annabeth riu. Reyna assentiu com a cabeça. “Ah, para. Ele até que é legal.”

                “Eu posso te dar carona, se quiser.”, o garoto se ofereceu.

                E então ela sorriu e foi se arrumar.

XXX

                Assim que ela saiu do quarto, já arrumada e pronta pra ir, Percy e Annabeth estavam se beijando no sofá. “Vocês não têm pudor? E você,”, ela disse acusatoriamente para Percy.”deveria me levar pra faculdade.”

                “O garoto me pagou cinquenta pratas pra te dar carona. Eu que não iria recusar.”, ele deu de ombros e voltou a ficar com a pseudo.-namorada.

                “Você me paga, Jackson. Vou cuspir no seu café na próxima vez.”, e então, pegou a bolsa e saiu.

                “Ameaçador. Só estou torcendo para que o mau-humor da senhorita não me contagie.”, ele ironizou. “Bom dia pra você também.”, e então fechou a porta e desceu de escada até o térreo.

                Leo estava encostado na grade recém-pintada, mas Reyna não se deu ao trabalho de avisar que a tinta ainda estava fresca.

                “Alguns passarinhos me disseram que você abandonaria a minha carona.”, ele olhou-a de uma forma dramática. “Você realmente não presta, Reyna.”

                “Não mesmo, senão eu teria avisado que a grade manchou sua camisa.”, e então ela riu e abriu o portão.

                “Sua descarada! Que droga, cagou a minha camisa. Por que não me avisou?”

                “O diabinho do meu lado esquerdo estava mais convincente.”

                “Por que ‘lado esquerdo’?”, e ele fez aspas no ar.

                “Porque é o lado que você senta pra dirigir. Agora vamos logo. Temos aula daqui a pouco.”

                “Estou cogitando a ideia de te largar aqui.”

                “E jogar fora as cinquenta pratas que você usou pra subornar o Percy? Sabe, eu não faria isso.”

                “Como você sabe?”, e então ele pôs as mãos na cintura e fez aquela pose estranha de uma pessoa incrédula.

                “Vários passarinhos me contaram e o tempo está passando. Vamos logo, antes que eu comece a zombar de você por ter pago pra me levar pra escola. Realmente, Valdez, eu não valho tudo isso.”

                “Você está certa. A verdade é que eu estava sem uma nota menor pra pagar. Sabe, dez pratas teriam sido mais que suficiente pra ele despachar a mala.”

                “Calúnias.”, e então abriu a porta do carona, se sentou no banco e pôs os fones de ouvido.

                “Se quiser, eu posso pôr um cd.”, ele sugeriu.

                “Pra você reclamar da minha voz? Não, obrigada.”, e então se encostou no vidro, com aquela carinha emburrada que ele não resistia.

                “Eu juro que não vou reclamar.”, e estendeu o dedo mínimo. “De mindinho!”

                E ela riu. “Liga logo. Eu só faço shows nas quartas feiras.”

                “Tenho que me lembrar de trazer protetores de ouvido nesses dias.”, e foi falando isso que ele tomou um tapa no braço. “Doeu, ok?”

                E ela, se importando muito, deu de ombros. Ele rolou os olhos, e depois daquela maldita indiferença, ligou o raio de rádio.

                “Você não vai precisar se preocupar com meus shows quartafeirences. Antes da semana que vem o carro da Annie já está novinho em folha.

                E então ele riu. Algo meio nervoso e irônico, foi o que pareceu. “Annabeth não te contou?”

                “Contou o quê?”

                “O carro deu perda total.”, ele respondeu.

                “E como você sabe?”, e ela piscou incrédula e se ajeitou no banco do carona.

                “Bom, uma das coisas que você não sabe sobre mim, é que eu trabalho numa oficina, a qual Annabeth deixou aquele carro capengado.”, Reyna assentiu. “A questão é: o carro deu perda total. Você escolhe.”

                “Isso é definitivamente uma escolha de Sophia.”, ela ponderou, agora ajeitando a postura.

                “Não exagera. Não é como se você tivesse que escolher entre um filho ou outro.”

                “Estou abismada que você conheça o filme.”, deu de ombros e pegou um chiclete na bolsa.

                “Eu tenho cultura, só pra você se informar. Faço palavras cruzadas, nas horas vagas.”, ele arqueou a sobrancelha com aquela cara que ela não sabia o que significava.

                “Com horas vagas você quer dizer o tempo que pretende passar no Starbucks esperando que eu saia com você?”, e mastigou o chiclete de canela. Ele odiava chiclete de canela.

                “Pode se dizer que sim. Se importa de comer outro sabor de chiclete?”

                “Você deveria jogar Sodoku. E sim, eu me importo.”

                Ele riu. “Sodoku.”

                “O que tem de graça nisso, criatura?”

                “So-do-ku.”, separou as sílabas e riu mais uma vez.

                Ela parou e pensou uns segundos enquanto ouvia o garoto rindo. E então percebeu. “Leo! Você é tão promíscuo!”, e foi assim que ele tomou o segundo tapa do percurso até a escola. “Vamos mudar de assunto, por favor.”

                “A senhora que manda, comandante.”, ele ironizou.

                “Vou fingir que isso não foi sarcasmo. Enfim, preciso saber mais sobre você, só para o caso de pegar carona com um sociopata.”

                “Se eu fosse um sociopata, seria mais gentil e ganharia sua confiança.”

                “Como sabe dessas coisas?”

                “Eu vejo Hannibal, querida.”, e rolou os olhos.

                “Tudo bem, vamos logo ao teste. Chama-se Associação de Palavras. Eu digo algo e você fala o que vem a cabeça. Podemos começar ou você quer uma introdução à psicologia criminal?”

                Ele suspirou. “Começa logo, Reyna.”

                Ela rolou os olhos. “Verde.”

                “Meleca.”

                “Silêncio.”

                “Zumbis.”

                Ela o olhou com uma cara de assustada-hífen-incrédula. “China.”

                “Ninjas”.

                “Sushi.”

                “Nemo.”

                “Tudo bem, chega.”, ela falou e suspirou, pulando no banco do carona.

                “Qual foi o resultado do seu pseudo-teste?”, ele perguntou enquanto fazia uma curva.

                “Das duas uma: Ou você é um sociopata no estilo Coringa ou precisa seriamente sair do computador e parar de jogar Resident Evil.”, ela deu de ombros. E continuava a mascar aquela droga de chiclete de canela.

                “Por que tão séria?”, ele brincou. “Você tem razão. Vou acabar como um nerd gordo.”

                “Não que eu me importe, pra ser honesta. É só que eu vou precisar de alguém pra me levar pra faculdade.”

                “Isso ressaltou bastante a minha importância na sua vida, se quer saber.”

                Ela deu de ombros e se deitou no banco, como se dissesse ‘Tanto faz.’.

                “Não vai começar a cantar? Acabei de pôr o cd do Coldplay, ok.”, ele implicou, cutucando-a na costela.

                “Vou me restringir a cantarolar o ritmo.”, e então ela começou a batucar com as unhas no painel.

                “Isso é tão irritante quanto ouvir a sua voz melodiosa.”, e com melodiosa, ele fez aspas. “Só espero que meus ouvidos não sangrem.”

                “Não vão sangrar. Se a sua voz durante tanto tempo não fez esta proeza, acho que nada é mais forte que seus tímpanos.”

                “Sem graça. Parei de brincar.”, e então, lhe estendeu a língua. Oh, quanta maturidade.

                “Você por acaso escova a língua antes de sair de casa?”, ela perguntou, apontando acusatoriamente para a boca do garoto.

                “Eu escovo os dentes, e consequentemente a língua.”, coçou a nuca e respondeu confuso.

                Reyna rolou os olhos e pegou um espelho na bolsa. “Você realmente deu uma boa olhada nessa coisa?”

                 Pegou o espelho e deu uma breve olhada. “Qual é, não está tão ruim. Se não fosse por essa fenda estranha, seria extremamente normal.”

                Ela bocejou e meneou a cabeça para o lado. “Por que raios sua língua tem o Grad Canyon no meio?”

                “Uma vez, a empregada da minha mãe disse que era o primeiro estágio de uma cirrose, e o Google, como sempre, apontou câncer de útero como uma das possibilidades.”, e então ponderou. “Mas eu tenho a impressão de que eu não tenha um útero.”

                “Você deveria ser uma mulher, para ter um útero.”

                “Mas eu bebo muito leite de soja.”

                “E o que raios têm a ver com isso?”

                “A soja aumenta a produção de hormônios femininos.”

                “Isso explica boa parte do seu pseudo-relacionamento como Jason, mas não se aplica ao fato de ter um útero. Sabe, órgãos não brotam do seu interior, mesmo que você coma soja.”

                “Eu poderia ter um útero, se eu quisesse.”, deu de ombros. “As células-tronco estão aí pra isso.”

                “Eu não acho que os cientistas vão se dar ao trabalho de criar um útero para satisfazer seu desejo de dar a luz a uma criança.”

                “Tão decepcionante quanto saber que Papai Noel não existe. Acredite, isso foi um trauma muito grande na minha vida.”

                “Por quê? Viu seus pais colocando os presentes na árvore?”, ela riu, agora já sem os fones para prestar atenção no depoimento do colega.

                “Eu comecei a perseguir o Papai Noel, e então, ele ficou entalado na porta do eu cachorro. Então, eu descobri que era meu pai.”

                “Explica uma boa parte dos resultados do seu teste psicológico. E sinceramente, eu te receitaria um antidepressivo.”

                “Obrigada por se preocupar tanto.”, ele ironizou.

                E ela deu de ombros. “Disponha. A propósito, já chegamos.”

                “Bem notado.”

                “Isso quer dizer quem nós temos que sair.”

                “Bem notado, também.”

                “Bom, você não precisa me manter aqui.”

                “Mas talvez eu queira.”

                “Isso não tem graça, Valdez.”, ela falou com a voz bem mais ríspida que o comum.

                E então ele meneou a cabeça para o lado e sorriu. “Por que tão séria?”

                Reyna olhou-o com aqueles olhos-hífen-metralhadoras. “Abra já esta porta.”

                “E o Batman mais uma vez salva o dia.”, ele rolou os olhos e destrancou o carro. Reyna saiu. “Não tem graça brincar com você, sabia? Seus olhos parecem os faróis do Batmóvel””

                E foi a vez dela rolar os olhos, enquanto empurrava com o quadril a porta do pálio azul. “Veja, eu não sou um monstro...Eu só estou na vanguarda.”

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Grandinho desta vez.

Pra variar.

Vejo vcs semana que vem.

Beijusss ♥


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Notas finais do capítulo

Reviews?
XOXO