You’re still the one

“Você ainda é o único para o qual eu corro.

O único a quem eu pertenço.

 Você ainda é o único que eu quero para minha vida.

 Você ainda é o único que eu amo.”

- Eu... Eu não acho que isso faz muito sentido. – Hermione disse mexendo-se inquieta no sofá.

- É claro que não faz, porque ele não a ama! – Gina exclamou indignada. – Quando eu pegar aquele desmiolado, insensível, ogro... Eu vou pegar a cabeça dele, e amassar. – Gina fazia gestos com as mãos enquanto Hermione ainda permanecia em silencio, olhando para o nada. – Eu sinto muito Hermione...

- Não é o fim do mundo Gina. – Hermione disse ainda olhando para o nada. – Nós decidimos seguir as nossas vidas, e é isso que ele está fazendo.

- Sim, mas ficando noivo de outra? Não faz sentido Hermione. Quando ele começou a namorar com ela nós concordamos que poderia ser passageiro, só pra te atingir, mas isso está indo longe demais!

- Ele já é adulto, sabe as escolhas dele. E afinal, um dia isso teria que acontecer não é? Não poderíamos ficar assim pra sempre. Não demos certo, portanto teríamos que casar com outras pessoas.

- Mas isso não esta certo, Mione! Aquela... Aquela garota é... É a Fleur morena! – Gina exclamava andando de um lado para o outro. – Ela não serve para a nossa família. Ah mas você tinha que ver quando eles anunciaram o noivado. Mamãe quase caiu da cadeira, papai teve que segurá-la. Ninguém ficou muito animado, mas conseguimos fingir. Acho que ela desconfiou um pouco de mim.

- E aposto que você deu motivos para isso não é?

- Bom... Eu devo ter tocado no seu nome algumas vezes...

- Gina!

- Eu não tenho culpa Hermione! É a força do hábito. Mas é bom que ela saiba que eu sou totalmente, eternamente, incontrolavelmente contra esse casamento!

- Poxa, é tanto assim? – Rony abriu a porta do apartamento. Gina olhou assustada para ele, e Hermione sentiu o seu coração disparar. Há tanto tempo não ouvia aquela voz, e ela não pensava que ela ainda poderia causar tantos arrepios. – Quero conversar com você.

- Não tenho nada para conversar com você. E existe campainha sabia?

- Não devia deixar a porta destrancada, sabia?

- O que é que você quer Ronald? Estamos ocupadas.

- Sei, falando mal da minha noiva.

               Hermione se levantou.

- Vou para o quarto. – Ela disse abaixando a cabeça sem olhá-lo.

- Você pode ficar. Não precisa sair. É bom que a conversa sirva para você também.

- Desculpe... Mas eu fiz algo errado? – Hermione o encarou com raiva. – Porque pelo que eu saiba, eu nem estava presente nesse famoso almoço de noivado.

- Por isso quero conversar com você também. – Ele suspirou. – Olha Gina, eu sei que você não foi muito com a cara da Isabelly, mas você sabe como isso é importante pra mim. Eu realmente gosto dela, e estou fazendo o que eu queria há algum tempo. Eu sabia que com você e a mamãe seria mais difícil, por isso estou vindo aqui. Já conversei com a mamãe, e agora falta você.

- Por mim você faz o que quiser, mas não deixo de pensar que está cometendo um erro.

- Pode pensar o que quiser, só não quero que fique com raiva de mim, e quero que vá ao meu casamento, mesmo sendo contra.

- Fazer o que não é... Ninguém mandou você ser o meu irmão preferido.

               Rony deu um largo sorriso para Gina, e ela sorriu um pouco de lado.

- Posso ir agora? – Hermione perguntou completamente vermelha.

- Não. – Ele se virou para ela. – Eu também quero que você vá ao casamento.

- Muito gentil da sua parte, mas não sei se vou poder ir.

- Não seja imatura Hermione. Nós já terminamos há muito tempo, temos que seguir nossas vidas, você mesmo disse isso.

- Sim, eu disse. Mas não quer dizer que eu queira participar do seu casamento.

- Bom, você fez parte da minha vida...

               Fez. Eu fiz parte da vida dele. Não faço mais. E ele ainda quer que eu vá ao casamento?

- Está bem Ronald. Só isso? Posso ir?

- E também... Peço a vocês duas que não crucifiquem Isabelly por isso. Principalmente você Gina. Ela não tem culpa.

- Francamente Ronald! Isso é um desaforo. – Disparou Hermione irritada. – Você acha mesmo que somos assim? Quero dizer... Claro que não vou ter ódio dela só porque tivemos um... Um pequeno relacionamento há um tempo.

- Pequeno? Tem certeza disso Hermione?

- Tenho certeza absoluta Ronald. E quer saber mais? Eu vou sim ao seu casamento, para mostrar que não me interessa se vai casar com outra, e que não sinto mais nada por você! Quero que você seja muito feliz!

- Ótimo, porque eu serei.

- Ótimo!

               Os dois se encararam por longos segundos, até Rony se virar e sair, batendo a porta.

- Isso foi... Muito corajoso da sua parte. – Gina olhou para ela. – Você vai realmente?

- Claro que não! – Hermione respirou fundo. – Só queria que ele fosse embora logo.

- Porque não diz a verdade pra ele Mione? Talvez... Talvez ele esteja esperando por isso.

- Pois então vai continuar esperando. Não vou dizer. Vou tomar um banho. – Hermione se virou e foi para o quarto. Pegou sua toalha e correu para o banheiro, quase não aguentando mais segurar as lágrimas. Despiu-se e entrou embaixo do chuveiro. Naquele momento pôde descarregar todas as lágrimas que estava segurando. Não poderia ser forte o tempo inteiro. Ela tinha que cair na real. Ele ia se casar, e eles nunca mais teriam chance alguma juntos. Ela saberia que ele poderia amar Isabelly, mas e ela... Poderia amar outro homem?

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- Você me promete, então? – Ele perguntou com os olhos azuis cintilantes. – Promete que vai sempre me amar?

- Claro que prometo Rony. – Hermione sorriu. – Por que está fazendo essa pergunta?

- Não sei... Talvez você encontre alguém melhor do que eu por aí... – Ele respondeu desanimado.

- Claro que não existe ninguém melhor pra mim do que você, seu bobo. – Ela o beijou rapidamente. – E você, promete que vai me amar pra sempre?

- E isso é pergunta que se faça? – Ele perguntou a encarando. – Claro que prometo. Olha só. – Ele se virou para a árvore ao lado deles. Pegou sua varinha e acenou para ela. Delicadamente um coração era desenhado no tronco, e dentro do coração poderia ver as iniciais R&Hr.

- Por que esse “r” depois do “h”? – Perguntou Hermione curiosa.

- Oras... Porque alguém poderia pensar que eu estava colocando Rony e Harry.

               Hermione soltou uma gargalhada.

- Só você mesmo.

- E não preciso de mais motivos para meus irmãos me irritarem, portanto, Hr está ótimo.

- Sim, está ótimo.

               Hermione se ajeitou deitada no colo dele. Ele apertou mais o abraço e os dois olharam através das montanhas. O sol estava se pondo, e durante aquela semana em que ficaram juntos, ver o por do sol se tornou essencial para os dois.

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- Ô HERMIONE!

               Ela despertou dos seus pensamentos e passou a mão molhada em seu rosto.

- Sim? – Ela tentou controlar sua voz rouca de tanto chorar.

- Telefone pra você! Você já está aí tem meia hora!

- Já estou saindo.

               Hermione se enxugou e vestiu o roupão. Saiu apressada do banheiro e quase caiu quando foi virar o corredor. Alguma coisa dizia que poderia ser Rony, pedindo desculpas pelo modo como a tratou, e perguntando se era realmente a coisa certa a se fazer. Hermione estava pronta para ser sincera com ele.

- Alô? – Ela pegou o telefone com o coração acelerado. – Ah... Oi Victor. – Ela não conseguiu disfarçar o desânimo e o desapontamento em sua voz. – Sim, os relatórios já estão prontos. Eu vou levá-los amanhã. Tudo bem. Ok. Tchau. – Hermione desligou o telefone com vontade de chorar.

- O que ele queria ligando em pleno domingo? – Gina perguntou tomando um pouco de iogurte.

- Queria saber se os relatórios já estavam prontos. São para amanhã.

- Até parece que ele não te conhece. Você trabalha com ele há quase dois anos e nunca atrasou na entrega de um relatório.

- Talvez ele quisesse uma desculpa para ouvir a minha voz. – Hermione disse divertida.

- Só pode! – Gina disse rindo. – Ei... Porque você não sai com ele?

- O que? Está louca Gina? Victor é praticamente meu chefe!
- E daí?

- E daí que não sou dessas mulheres que costumam sair com seu chefe.

- Ah Hermione, só pra você esquecer aquele cabeça dura do meu irmão.

- Primeiramente, não concordo em usar outra pessoa para esquecer o seu irmão. Segundo, eu posso fazer isso sozinha.

- Sei...

- Claro que posso Gina! Acha que vou ficar morrendo de amores por ele mesmo depois dele se casar? Claro que não! Olha só, já estou até começando a me sentir melhor.

- Que bom então! Porque Isabelly quer que sejamos madrinhas do casamento.