Someone Like You - Alguém como Você escrita por AliceCriis


Capítulo 14
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora... --" fiquei por fora uma semana.



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Capítulo 9 – E depois de tudo...


 


 Não...isso definitivamente não podia estar acontecendo... Que grande droga.


 Meus pés descalços em meio á mata serena, que berrava em um silêncio enlouquecedor. Minhas roupas estouradas pela transformação, me deixavam nua ali. Arrepios circulavam meu corpo, e meus braços forçavam-me a proteger meu abdômen, meu corpo sabia de algo que minha alma nem suspeitava...


 Passos leves e sorrateiros ecoavam por minha volta. Eu tentei perguntar quem estava ali...mais nenhuma voz ecoou por minha garganta.


 Simplesmente, corri. Corri. Sem motivo aparente. Mas algo me seguia, algo estava ali. Em meio a mata, meus pés deslizavam sobre as floras e galhos secos. Eu estava prestes a me transformar... dei um salto com o objetivo de cair em quatro patas. Mais acabei por cair de boca no chão.


 - Leah! – uma voz gritou á minha frente, uma voz que buscava-me para ajudar. Um alguém que me socorreria. Mais a voz não identifiquei. Na tentativa frágil de tentar proteger meu ventre – que eu ainda não entendia o motivo – me levantei o abraçando. Ao ficar completamente de pé senti uma mão gélida atingir a parte inferior de meu pescoço.


 - Você está acabada! – disse a voz doce, suave e impossível de não ser reconhecida.


 - JHON! – eu gritei desesperada, e ele me levantou segurando pelo pescoço. Me fez olhar em seus olhos invadidos de vermelho vivo. Ele havia se tornado um monstro dessa vez? Ele colocou a outra mão na parte da frente de meu pescoço, pronto para aniquilá-lo.


 Como um salvador da pátria, um lobo. Um enorme lobo com pelos prateados apareceu naquele local. Voando acima de Jhonny, e me libertando de sua garra de ferro.


 O lobo me olhou em sinal de fuga. Era para eu correr. Ele daria um jeito no cara que eu amava. Eu estava nua, em meio á uma floresta sendo atacada por Jhon. Isso fazia algum sentido?


 A loba que existia dentro de mim, grunhiu para que eu obedecesse a ordem do lobo prateado.


 Minhas pernas se moveram o mais rápido que eu podia, e logo havia deixado a cena e minhas pernas tremiam. Novamente a sensação que emanava da loba para mim, que eu devia proteger algo dentro de mim, me fez agarrar-me á meu abdômen. Continuei correndo. O mais rápido que pude. Um uivo rasgou a floresta, representando derrota e dor.


 Acelerei o que mais pude. Fiz de tudo para que minhas pernas se movessem inumanamente, mesmo já não sendo humana. A floresta tinha um fim. Ali á diante, um fim que me causava pânico e dor. Uma luz forte emanava de lá. Que fazia a floresta de uma escuridão maligna.


 Meus passos, já exaustivos pela corrida diminuíam a sua velocidade consideravelmente. Pude chegar á uma parte clara. Uma parte onde se podia ouvir ondas. Eu reconheci. O penhasco da montanha Fornon. O lugar onde eu me recolhia para pensar... mais o que havia fora das árvores, ainda era algo irreconhecível.


 Meus passos contados e suaves, caminharam para fora temerosos. A luz fez meus olhos perderem a visão por uns segundos.


 E...QUE GRANDE MERDA. Eu estava cercada, por Jake, Renesmee, Charlie, Bella, Edward, Emmett, Calisle, Todos. Todos de minha vida.


Seus olhos com um injetado de sangue... e desejando minha morte. Desejando o meu fim. Eles me encurralavam para o penhasco. Para que eu caísse.


 O lobo ferido, apareceu dentre as árvores, num salto se colocou é minha frente, á minha defesa. Um grunhido alto que machucou meus ouvidos, foi berrado pelo justo lobo prateado.


 Jhon adentrou a campina, com os olhos injetados de sangue, e um ódio e dor resplandecentes. Ele jogou o enorme lobo prateado para longe de mim, o deixando inconsciente á pleno chão.


 Minhas esperanças zeravam em segundos. 


 Ele caminhava em minha direção. Vagarosamente. E minhas perna tinham parado completamente. O medo me cercava, e a única coisa que me restou foi a esperança de proteger algo que eu nem sabia o que era. Agarrei meu ventre, e fechei os olhos esperando que a dor me matasse. Meu corpo nu, tremia como uma folha de papel embalada pelo vento. E o predador que eu amava, correu em minha direção, me empurrando com toda a força para o fundo do mar. Para o precipício. Para a morte.


 Minha voz não saiu de minha garganta. Apenas caí em queda livre. Observando o rosto obscuro de Jhon. A raiva estampada em seus olhos de sangue.


 Alcancei a água e minha ultima visão foi dele... lá em cima...me encarando com raiva... e minha visão foi se afundado...juntamente com meu corpo...mar á fundo....


 


 - NÃO! – Eu berrei ainda nos braços de Jhon, quase rasgando um lençol que nos  envolvia.


 - Amor? – perguntou ele me levou para seu peito nu e gelado, com um olhar preocupado.


 - Desculpe, Jhon...foi só um pesadelo. – eu disse entre as lágrimas que brotavam incessantemente de meus olhos e fazendo minha voz marear.


 - Eu estou aqui. Não á nada a temer. – disse ele me olhando nos olhos, com sinceridade e tranqüilidade, junto com um brilho que eu jamais vi. E se ele soubesse que em meu sonho o vilão era ele?


 - É eu sei... me sinto segura com você. – eu disse afagando sua perna.


 - É... isso é bom... – disse ele sorrindo, e afagando meus cabelos.


Um pequeno raio de sol, atravessava a janela, apresentando a manhã que ali chegava.


 - Quanto tempo eu dormi? – eu perguntei com os olhos fechados.


 - Aproximadamente umas duas horas.... – ele disse contente.


 Tentei me mexer um pouco, e percebi as mordidas no pescoço de Jhon.


 - Isso aí é culpa minha? – eu perguntei envergonhada, afagando as marcas.


 - É...você leva jeito... – disse ele divertido, tirando uma comigo.


 - Até parece... – eu disse escondendo meu rosto com minhas mãos.


 - Ei... não há do que se envergonhar...eu te amo...você me ama...e todos nos amamos.. – disse ele contente, tirando minhas mãos do meu rosto.


 - Onde meus pais estão? – eu perguntei mudando de assunto. Aquilo era realmente desconfortável.


 - Eu voltei a casa dos Cullen, depois de enlouquecer...mais não é esse o assunto... – disse ele desconversando – então eu vi Carlisle convencendo-os á passar a noite naquela casa. E que quando Seth voltasse ele usariam Jazz, para acalmá-lo... – eu o interrompi, e me revirei por baixo dos lençóis para ficar cara-a-cara com ele.


 - Como Seth está? – perguntei atônita e preocupada. Seus olhos denunciavam sua preocupação também.


 - Ele está incrédulo com tudo isso... ele não acredita que você esteja para...morrer. – disse ele se torturando, com as palavras.


 - Eu não queria magoar nem machucar ninguém com minha morte... – disse fechando os olhos, e voltando a me deitar em seu peito forte e nu.


 - Você é um anjo, Leah. E eu desejo sempre pode estar com você... se não de corpo, em  alma. – disse ele, beijando meu pescoço.


 - Você é minha vida, Jhon. Você é o que me resta.. – eu disse enquanto ele me apertava em um abraço de urso. – Acho melhor eu ir pra casa...quero chegar lá antes de meus pais... – eu disse me desvencilhando de seus braços á muito custo.


 - Desculpe...por suas roupas... – disse ele suprimindo um riso. Eu olhei para o chão, e vi meu sutiã, minha calcinha, meus shorts e minha camiseta, rasgados em todo a chão.


 - Acho que estamos no mesmo estado... – eu disse apontando para os fiapos de sua roupa.


 - Será que você se importaria em usarmos algumas roupas de seus pais? – perguntou ele, arqueando a sobrancelha, com um olhar de dúvida apontando para o enorme guarda roupa branco.


 - Acho que é nossa última saída... – eu disse me levantando da cama, enrolando-me ao lençol e indo para o guarda roupa.


 Ele puxou o lençol, fazendo meu corpo ficar desprotegido de sua visão.


 - Droga... – eu murmurei baixo demais.


 - Eu  ouvi... – disse ele divertido, levantando na mesma situação que eu: nu. E vindo em minha direção.


 Eu confesso que me assustei com o súbito beijo que ele me dara. Eu retribui da mesma maneira. Ele me puxou para seu colo, e assim enrolei minhas pernas em sua cintura. Continuei a beijá-lo e sua boca percorreu meu rosto, meu pescoço e por fim meu peito.


 - Eu tenho que voltar, Jhon... – murmurei á uma voz fraca e perdida em meio de beijos.


 - Vou te liberar desta vez.. – disse de má vontade.


Fui ao guarda roupa de uma vez, joguei algumas roupas para ele, e separei algumas para mim. Me vesti agilmente, e fui para o banheiro velho. Estava lá. Limpo... só um pouco empoeirado...


 Lavei meu rosto na água corrente e olhei para o espero empoeirado. Meu rosto brilhando, olhos felizes, pescoço....cheio de marcas roxas, que não desapareceriam facilmente... Penteei, meus cabelos com uma velha escova, e voltei para o quarto, vendo Jhon, sentado na cama, vestindo com a roupa de meu pai. Ficou bom – o que não ficaria?


 - Vamos? – chamei indo em direção á porta.


 - É pra já... – disse ele passando a minha frente a indo abrir a porta do chalé. Assenti em agradecimento.


 Fui para a porta do motorista, e fui barrada por Jhon.


 - Eu vou dirigir, Stª. – disse ele sorrindo como uma criança que ganha um doce.


 Fui para o outro lado do carro, e entrei. Seu braço, me puxou, para que eu ficasse colada nele. Eu não fiz nenhuma objeção.


 Permaneci calada. Apenas relembrando os momentos da noite anterior. Eu temia o que meus pais pensariam disso... mais sinceramente...acho que não contaria...


 Fechei meus olhos, e deixei o cheiro maravilhoso de Jhon, me inundar.


O caminho longo até minha casa, não foi aproveitado para conversas. Apenas aproveitei o tempo que me restara com Jhon.


 - Chegamos... – disse ele com uma voz triste.


 - Tenho que ir... – eu disse me desvencilhando de seu abraço.


 - Espere... – disse ele, tirando os olhos de mim, e voltando-se para um papel que segurava em sua mão esquerda.


 - O que é isso? – perguntei confusa.


 - Apenas leia... – disse ele me entregando e saindo de meu carro.


 - Ok... – eu disse, ainda sentada no banco, com os olhos parados e confusos.


 - Ah...e por mais que eu odeie a idéia de ficar uma hora longe de você...eu tenho que ir viajar...com Emmett...para caçar.. – disse com os olhos torturados de dor e angustia.


 - Relaxe...está tudo bem... – disse sorrindo para ele.


 - Voltarei o mais breve possível... – disse ele se aproximando de mim. Beijou minha testa, sorriu e correu sobre humanamente para a floresta, ao lado da casa.


 Suspirei, e caminhei descalça até a porta de minha casa. Esperei alguns instantes, para notar algum sinal de  minha família de dentro de casa. Para meu alívio, ninguém estava lá.


 Abri a porta que estava apenas encostada – o que achei muito estranho – e segui pela casa silenciosa. As roupas que eu usava eram um atentado á moda comum. Eu me vi no espelho que ficava no fim da escada. Aquele estilo já tinha sido morto e interado á um bom tempo...


 Corri para meu quarto, e fui reto ao banheiro, enchi a banheira com água morna e com sais minerais... eu precisava relaxar, e por os pensamentos no lugar correto....


 Arranquei de meu corpo, aquele traje ridículo, e mergulhei na banheira, colocando uma toalha úmida em meus olhos. Ah... era relaxante; mais não ajudava o quanto eu realmente necessitava...


 Os pensamentos vibravam em minha mente. Totalmente  descompassados e de forma incoerente. Aquilo estava me deixando louca... era algo quase insuportável! Era como se eu estivesse numa noite insone, e não conseguia sair daquele transe. Era uma prisão dentro de mim mesma... dentro de minha mente... chegava á ser desesperante...


 Arranquei a talha de meus olhos, e fui para uma  ducha fria. Seria a solução para essa sensação tão horrível?


 Todas vezes que eu podia fechar os olhos para descansar, eu via o rosto de cada um de c Ada um de meus familiares... naquele exato momento... naquela exata situação, em que Carlisle, revelava minha verdadeira doença....


 Eu não podia descansar. Eu não conseguia descansar. Eu teria que encontrar uma forma para a paz de minha alma.


 Terminei o banho com os olhos cheios de lágrimas. Não. Eu não conseguia me livrar daqueles terríveis pensamentos. Me sequei, e fui para frente de meu closet. Escolhi qualquer roupa... aquela não era a coisa que me preocupava... eu não me importava se eu parecia uma girafa ou uma ema...


 Penteei meus cabelos, saí do quarto e desci as escadas. O relógio da sala marcava 9 e meia em ponto... e nada de meus pais...


 Fui para a cozinha, dei uma olhada nas frutas... mais eu não estava com fome... pelo contrário... eu estava muito enjoada. Só de olhar para os cachos de uva...aquelas peras... Ugh... que nojo. Eu precisava de algo com sabor forte... algo que me desse sustentabilidade. Mais não encontrei nada que fosse de meu agrado... e já não sentia fome.


 Subi as escadas novamente, tentando esvaziar tudo o que tinha em minha mente. E ajudava... por alguns segundos. Me joguei na cama, e abracei o travesseiro, que estava mais próximo á mim... me virei de bruços e fechei os olhos como se eu estivesse tomando uma decisão muito importante: “é agora!”.


Eu decidi enumerar os assuntos que me rondavam á toda hora.


 1º - Jhon.


Era ele. Era o “senhor da minha mente”. Era ele que me causava dor de cabeça, e equilibrava a balança da minha vida. Era ele o centro do meu universo. Ela era ele a coisa mais especial e importante para mim...


 Eu tinha me entregue a ele. Eu me recordava sua expressão quando eu ficara sabendo de minha futura morte.


 E eu o torturava. Eu era a culpada por seu sofrimento. Eu era a causadora de sua dor. Eu acabava de machucar, o mais importante dos seres da minha existência;


 O que eu faria? O que eu faria para não levá-lo comigo para meu outro lado da vida? Ele ainda tinha uma eternidade á seguir... eu também tinha... porém a minha tinha um tempo determinado... e com certeza mais curto... Uma coisa me veio a cabeça... mais era quase mortal:


 Eu poderia deixar Jhon. E o magoar mais uma vez. E deixar sua vida seguir em frente sem mim. Até que ele pudesse encontrar alguém em meu lugar... que tivesse uma vida cheia e eterna.


 Não. Eu não agüentaria... eu não podia... eu não conseguiria... eu era fraca demais para isso... Só pensar em perder Jhon... era o maior castigo que eu podia ter.


 Meu universo... sem um ponto. Minha vida sem razão – mais uma vez. Tudo ficaria sem nexo... e minha vida podia terminar sem nenhum medo. Eu estaria sem destino.


 Então. Fim. Eu não agüentaria mais viver. Eu estaria morta.


 2º - Minha família.


 E o que eu estava fazendo com ele? Machucando-os mais uma vez? O que eu devia fazer? O que era meu destino? Qual era minha escolha correta?


 Seth... Charlie... Sue... a memória de meu pai... Todos.


 Eu os faria sofrer assim como a Jhon. Eu os deixaria; eles sofreriam por minha falta...


 E qual era a resposta para toda essa equação? Qual?


  E depois disso, varias enumerações surgiram em minha cabeça... e quando pude notar... o ultimo assunto era 119º, que se tratava de mim.


 119º - Leah.


 Eu mesma. Eu não me importava nada com minha doença. Apenas com minha partida. Eu não iria fazer nada para me curar disso, e nem tratamento... até mesmo... não existiam...?


 Um escuro cresceu em meus olhos, e me levou junto com as lágrimas escorridas de meus olhos.


 


 - Jhon...? Jhon... é-é vo-voc-você? – eu perguntei em meio á escuridão quente.


 - LEAH! – Um grito estridente e dolorido aos meus ouvidos, em uma voz que eu não conhecia. Uma voz que era misturada a medo e tensão, gritava por mim.


 - Jhon? – eu perguntei mais uma vez, em torno dos sons que me cercavam.


 - Leah... eu  estou aqui... – disse a voz triste e chorosa de Jhon.


 - Jhon! – eu gritei quando vi as luzes se ligando todas muito brancas a principio... me cegando.


 - Eu estou aqui...onde você me deixou...sempre estarei aqui...para vir me buscar de novo... – disse a voz doce e melancólica dele. Me fazendo chorar.


 - Leah... – chamou novamente a voz desconhecida e preocupada.


 - Quem é você? – eu perguntei ainda cegada pelas luzes do lugar.


 - Corra Leah...  – avisou a voz preocupada.


 - Não! Eu não lhe farei mal algum! – respondeu Jhon, em meio a luz que me cegava;


 - Alguém pode me dizer onde estou? – perguntei e senti dores fortes pulsando em meu abdômen.


 


 - JHONNY! – gritei, enquanto acordava e levantava de minha cama num susto.


 Um toque de meu celular, me tirou do estado de susto.


 - Alô... – disse com uma voz cansada e afaguei meus cabelos.


 - Leah... preciso falar com você... – disse uma voz doce e sonora... mais não consegui identificá-la.


 - Quem? – eu perguntei bocejando.


 - Alice...Alice Cullen...  – disse ela impaciente.


 - Você é a única Alice que eu conheço... – eu disse revirando os olhos.


  - Não importa... eu preciso falar com você... – disse ela apressada. E pude sentir a tensão em sua voz.


 - onde? – perguntei simplesmente.


 - Aqui. – ela disse sem paciência.


 - Na casa dos Cullen? – pedi, confusa.


 - Sim, na casa dos Cullen... – respondeu impaciente.


 - Quando? – perguntei mais calma.


 - Leah... chega de perguntas bobas... agora... só espere seus pais chegarem em casa... dê em abraço neles... em seguida eles vão á LaPush, com Jake e Néss, Bella e Edward, Carlisle e Esme. – completou.


 - Tudo bem... – eu disse enquanto percebia que ela havia desligado o telefone.


 Sentei em minha cama, e esfreguei meu rosto.


 Sim. Eu já tinha tomado uma decisão para tudo. Tudo o que eu faria para que eu pudesse partir em paz e deixar Jhon, vivendo.


 Desci as escadas, enquanto ouvia o Jipe de Seth e a viatura de Charlie estacionando em frente a casa.


 Fui até a cozinha, enchi um copo com leite de soja, coloquei uma pequena tigela e joguei uns morangos e banana. Em seguida enquanto os passos deles se aproximavam eu jogava calda de chocolate e nozes por cima das frutas.


 - Leah? – chamou a voz de Charlie entrando á sala.


 - Oi Charlie... – eu disse indo para a sala com a tigela de frutas, com um enorme sorriso.


 - Olá... – disse ele me abraçando abruptamente. Charlie nunca fora desse tipo de gente... que digamos... exibisse os sentimentos... mais acho que a situação o pegou de jeito.


 - Está tudo bem...pai. – eu disse como se cuspisse uma palavra. Ele me soltou, e fitou meus olhos cheios de lágrimas. Soltou me subitamente, como um gesto envergonhado.


 - Eu...hm..vou comer alguma coisa. – disse ele tropeçando e seguindo para a cozinha desarrumada mente.


 Minha mãe me abraçou aparecendo porta a dentro. Não sei por quanto tempo ficamos ali. Em silencio, embaladas por nossos pensamentos e saudade futura.


 Beijou minha testa, e segui para a cozinha enxugando as lágrimas.


Fiquei ali. Parada. Não estava vendo Seth, fiquei preocupada... mais logo ele tropeçou para dentro da casa, com o rosto inchado pelo choro, e com uma expressão vazia e de incredulidade. Ele parecia não estar ali. Ele pareceu não me ver, apenas sentou no sofá, e segurou suas pernas junto ao peito, como se fosse uma criança buscando proteção;


 Sentei-me ao lado dele,e afaguei seus cabelos desgrenhados e compridos. Ele continuou a olhar o nada.


 - Seth... – eu sibilei enquanto via o sofrimento em seus olhos.


 - Leah... – disse ele começando a soluçar e derramar as lágrimas.


 Ele me abraçou com toda sua força de lobo, como assim o fiz. Ele estava desesperado. Eu estava magoando meus mais queridos entes... que grande merda.


 - Eu preciso ir, maninho...- disse a ele me desvencilhado de seu abraço;


 - Eu te amo muito, maninha... – disse ele fechando os olhos e se encolhendo no sofá.


 Fui em direção á porta e me lembrei do bilhete que Jhon. Onde eu havia deixado-o?


 Subi as escadas, com o coração partido. Vendo aquela figura que tinha se transformado Seth.


 Onde eu havia deixado aquele bilhete? Adentrei meu quarto, e fui logo para a cama; não estava lá, passei para o banheiro, escrivaninha, gavetas.. e só encontrei no criado mudo.


 Peguei o bilhete, encostei a porta e desci as escadas. Seth não estava mais lá... busquei a chave do porta moedas, e fui para fora da casa. Me dirigi ao fox, e logo estava dando a partida.


 Meus pensamentos foram para Jhon. O que ele estava fazendo? O que ele estava pensando? O que ele planejava? Eu não fazia idéia.


 Estacionei em um acostamento, e abri o bilhete.


 Seu perfume me abala,


Desfaz de minha sanidade,


Planeja-me algo enlouquecedor;


 Teu rosto, como a face de um anjo,


Cintila sobre os raios de sol da manhã;


Tuas mãos, suaves como o vento,


Acariciam minha face, trazendo minha loucura;


Jamais existirá alguém como você...


Nada se iguala a tua perfeição.


Nada e nem ninguém...


Assim como você é minha,


Eu sou teu...


E tenho certeza,


De que encontrarei, alguém como você.”


 


Leah, amor de minha vida. Daqui a três dias em exatidão, estarei na praia, a tua espera. Existe algo muito importante que quero perguntar á você. Ao Escurecer do sol, e a saudação da lua.


Te amo.


 


... e assim o bilhete acabava.


Me trazendo dor profunda no peito. Guardei o bilhete no porta luvas, e amassei meu rosto. Eu sabia que aquilo só ia dificultar minha partida. Eu sabia. Eu tinha certeza. Me recordei do que eu havia pensado mais cedo. Em abandonar Jhonny, e deixa-lo viver sua eternidade sem mim. E quem sabe encontraria alguém que merecesse o cara maravilhoso que ele era.


 Isso era muito doloroso. Era pior de tudo, eu parecia estar sendo rasgada ao meio. A loba uivava furiosamente em minha mente. E minhas tentativas de acalma-la eram inúteis. Mesmo com a loba furiosa dentro de mim, fazendo-me tremer pronta á estourar, eu tomei a decisão. Era isso que eu faria. Deixaria Jhon. Ele teria sua vida... e seria a última mágoa que eu o causaria.


 Tirei minhas mãos de meu rosto, e dei a partida no carro, e segui para a casa dos Cullen.


 


 


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Notas finais do capítulo

Até mais..



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