Someone Like You - Alguém como Você escrita por AliceCriis


Capítulo 13
Capítulo 8 - parte 2




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Meus olhos se arregalaram e me coração pulsou mais rápido do que nunca.


 - Isso é impossível! Não é real, deve haver algum engano! – berrou Jhon, indo em direção á Carlisle, e o segurando pela gola da camisa.


Minha mãe teve um súbito desmaio. Edward, puxou Jhon, com auxilio de Bella, para que Carlisle pudesse analisar minha mãe.


Jacob, estava em choque, assim como Néss.


E o mais intrigante. Eu estava tranqüila. Eu não temia nada. No fundo de mim, algo esperava por isso...


Seth, caiu de joelhos e sue olhos caíram com ele. Sua expressão, era de incredulidade. Algo que não podia estar a acontecer.


Carlisle, fez com que minha mãe cheirasse álcool, para acordar, e aos poucos ela recobrava a consciência.


 Quando finalmente recobrou, os olhos foram preenchidos por lágrimas e desespero.


Jhon. Meu amado Jhon. Fitava-me. Fechou os olhos engolindo soluços e voou janela a fora. Em direção á floresta escura dominada pela noite sombria.


 Fiquei perplexa com sua reação...será que ele me odiava? Porque eu tinha de ter feito isso? Ou melhor...por que eu tinha que possuir isso?


 Todos a minha volta, fitavam o chão. Carlisle veio em minha direção.


 - Leah...posso conversar com você em particular? – perguntou num murmúrio.


 - Hm...claro... – eu disse me livrando as cobertas que me envolviam, e percebi as roupas que vestia. Uma camiseta sem mancas negras, e um short igualmente preto.


 Meus pés descalços alcançaram o chão, e segui Carlisle, para fora daquele quarto.


Ele se dirigia para seu escritório, e eu o seguia alguns passos atrás.


 Abriu a porta e deu passagem á mim, com gentileza e depois que passei, logo a fechou.


 - Leah. – falou  suspirando amargamente.


 - Carlisle. – retribui com o mesmo suspiro.


 - Eu sinto muito. – disse ele se sentando a trás de sua mesa.


Fez a menção para que eu me sentasse a sua frente e assim o fiz.


 - Quanto tempo eu tenho? – fui nua e crua.


 - Leah...eu... – ele tentou enrolar.


 - Doutor, não quero desculpas. Quero apenas saber! QUANTO TEMPO EU TENHO?! – exasperei.


 - Antes eu queria que você soubesse de algumas coisas... – disse ele na tentativa de me acalmar.


 - Tudo bem...eu vou ouvir. – eu disse rendida.


- Você sabe, que precisaria de uma medula... – disse ele como uma pergunta. Eu assenti – então você faria o transplante e ficaria tudo bem... – disse ele segurando minha mão. – porém...você se lembra de quando fizemos aqueles raios x? – me perguntou estreitando os olhos.


 - Lembro.. – eu murmurei, com os olhos fechados.


 - Então. Você tem câncer no cérebro...em alguma parte que eu não consegui decifrar... – disse ele esfregando o rosto. Enquanto eu abri meus olhos, ele se flagelava. – era isso que causava toda sua dor e seus desmaios...eu não entendo por que isso não se manifestou antes... – ele se culpava por não ser mais exato.


 Meu corpo era tomado pelo torpor. Eu era uma loba, eu tinha um dom que me curava de qualquer coisa!


 - Por que esperou tanto para me falar? – eu sussurrei, com uma voz fraca e anêmica.


 - Eu esperei para ver se seus poderes quileutes, se manifestassem...mais eles não apareceram. – respondeu ele, torturado. Seus olhos mostravam dores que nem eu mesmo sentia.


 - Quanto tempo eu tenho? – eu o fitei dura. Sem emoção. Eu cobrava essa resposta.


 - Eu...eu... – ele tentou dizer.


 - Quanto tempo. – eu ordenei para que me contasse.


 - Menos que um ano. – disse ele sem me olhar. Apenas fitando minhas mãos.


 - Obrigada.  – eu disse a ele. E continuei sentada á algum tempo.


 - O câncer não é benigno... e não há modo de se fazer quimioterapia... – ele disse derrotado.


 - Eu já esperava... – disse me levantando e dando minhas costas á ele.


Eu não sabia o que pensar. Eu não sabia como me sentia.


 Fui para a sala vazia, em intenção de deixar a casa. Não havia som por toda a extensão da casa. No corredor de saída, encontrei Esme, com soluços altos. Me abraçou ternamente e murmurava “eu sinto muito” “você já é uma de minhas filhas...”.


Me partiu o coração ver Esme naquele estado. E acima de tudo a culpa era minha


Ela se desvencilhou de nosso abraço e murmurou algo sobre conversar com Sue.


 Na frente da casa dos Cullen, estavam estacionados Meu CrossFox, o jipe de Seth, a viatura de Charlie e o Volvo de Edward.


 Fui para meu carro, com velocidade e vi a chave no câmbio – me aliviou, eu não teria que ir para dentro novamente em busca de minhas chaves.


 Meus pensamentos eram confusos e dormentes. Ainda não tinha caído a ficha. Eu não conseguia me ligar no que realmente acontecia.


 Dei partida no motor e segui a auto estrada. Dirigindo para onde o carro me levasse, para onde minhas mãos quisessem.


 Tudo que eu entendia, era que eu magoaria Jhon. Eu podia fazer qualquer coisa. Mais de todo modo, ele sairia machucado.


 Eu não me importava para onde ia, apenas segui o caminho que minhas mãos dirigiam e meus pés aceleravam.


 Uma dor intrigante em meu peito, apareceu sem pedir licença. Uma dor enlouquecedora. Que não me dava fôlego. Era minha consciência de loba que gritava. Eu deveria proteger Jhon, e não magoá-lo...e não havia maneira de não magoá-lo.


O carro se movia para um caminho que eu  jamais estivera. Para um local desconhecido, para uma floresta estranha com uma trilha ruim e esburacada. Eu não liguei, apenas continuei a seguir. Movi meus olhos para o banco ao lado, e fitei a pequena caixa quileute, que eu havia decorado, para presentear Jhon.


 A dor mais uma vez se manifestou. Eu não pude negar que aquilo era mil vezes pior que a dor que minha cabeça detinha. A dor que me torturava em fazer Jhon sofrer...fazer o garoto que eu mais amo na vida sofrer...a idéia era insuportável.


 A estrada íngreme, cheia de ervas daninhas me levava á algum lugar que eu me recordava vagamente.


 Logo um pequeno chalé, de um azul escurecido pelo tempo, guardava-se de pé. Um turbilhão de lembranças vinha em minhas mente. Aquele era o chalé de Harry Clearwather.


 O chalé que passávamos todos nossos fins de semana em família quando eu e Seth éramos crianças. Eu não compreendi como foi que eu consegui chegar até lá ou como eu fui chegar até lá. Minha mente devia estar me guiando por meu subconsciente...mais era só uma teoria.


 Aproximei meu carro o que pode daquela casa, e estacionei o mais perto que pude.


Desembarquei do  carro, batendo a porta. As daninhas no caminho estavam grandes, pelo tempo abandonado que ali estava. Caminhei vagarosamente, para a frente da casa, que se localizava uma mesa enorme redonda e de madeira...instantaneamente, eu tive a lembrança de Sue cozinhando, meu pai petiscando a comida, e sendo repreendido por Sue. Seth e eu correndo e brincando de pique... Aquelas lembranças...me fizeram ver fantasmas das pessoas que eu tanto amo e amava ali... Num piscar de meus olhos, as figuras ali presentes desapareceram e me deixaram só...mais uma vez.


  Deslizei meus dedos por cima da madeira úmida da mesa, e senti meus olhos derramando lágrimas que partiam meu rosto.


 Não fiz a menção de secá-las. Apenas continuei a sentir as marcas feitas por minha mãe e meu pai, enquanto cozinhavam. Pude sentir o cheiro das flores que minha mãe plantava ali, e a beleza que na primavera elas detinham... Meu passado...minha vida. Eu já tinha uma grande história... minha infância com Seth e meus pais... minha infância naquele chalé.


 Fui para a pequena sacada do chalé, andando vagarosamente. Tentei abrir a porta...mais estava trancada. Puxei em minha memória onde estava aquela chave... fechei os olhos cheios de lágrimas.


 Um homem magro e forte, escondia uma garrafa entre as plantas do jardim... Abri os olhos novamente, dando passos calculados em direção ao jardim. Andei para as flores crescidas demais, e avistei uma garrafa perdida em meio as folhagens. A busquei vagarosamente, e retirei a chave que havia dentro dela.


 Andei mais rapidamente para dentro da sacada, e coloquei a chave no trinco. E a girei com cautela. A porta se abriu com um pouco de dificuldade. E pude sentir o cheiro de rosas...o perfume de minha mãe. O cheiro me fez ter mais lagrimas de emoção. Caminhei vagarosamente para dentro da casa, olhando para a sala com dois sofás grandes, e uma televisão, em uma estante antiga.


 A cozinha não estava separada, e ela ainda guardava a pia, o microondas,o fogão...


Caminhei lentamente, e fui para o quarto meu e de Seth. Meus passos ritmados, faziam o chão de madeira ranger. O quarto tinha a porta encostada, empurrei-a e vi as duas camas pequenas, um quarto pintado meio-a-meio de violeta e verde claro. Um guarda-roupa colorido com desenhos de criança, encostava-se numa parede. Um pequeno banheiro, ficava ali ao lado. Fechei meus olhos mais uma vez, e me puis a imaginar o que se passavam ali á uns dez anos atrás.


 Seth e eu pintando o guarda-roupa, ele se lambuzando com a tinta verde musgo. Eu caindo na gargalhada á toda hora da cara de “Sherek” que ele tinha. Minha mãe nos repreendendo pela sujeira que fazíamos. Abri os olhos, e vi as manchas de tinta espalhadas pelo quarto. Meus olhos trasbordavam e um sorriso de saudade brotou em meu rosto.


 Caminhei mais rapidamente para o quarto de meus pais. O quarto branco com um computador do século passado.


 A cama grande de casal, com um cobertor de seda branca...lindo. Eu me emocionei mais com aquela visão. Andei e me deitei nela, me encolhi o máximo que pude. Fiz meu sofrimento se encolher junto com meu corpo.


  Com os olhos fechados com força, comecei a pensar em tudo que eu já havia passado. Tudo e todos, que fizeram parte de minha vida. E o primeiro que foi a minha lembrança foi Seth. Ah, Seth. Meu lobinho de estimação, como eu costumava incomodá-lo. Ele sempre foi Seth. Seu jeito meigo, sua preocupação comigo, seu bom humor...


 Ele nunca fora egoísta. Apenas pensava em quem o rodeava. Seth...meu irmão. Seth, que me animava quando criança, se enciumava em minha pré-adolescência, me consolava em minha quase maturidade. Um grande piadista na pele de um menino cabeça oca. Seth, que aparecera como um super-herói, em um minuto de loucura de Sam, mais eu não me permiti que ele se machucasse por mim. Igualmente, não tive feridas... Quantas vezes eu brigava com ele por motivos imbecis? E quando eu parara para pensar, no quanto ele era importante em minha vida. E agora eu dava valor a ele. E agora que minha vida escoria por meus dedos...eu era capaz de ver como ele me faria falta...


 Sue. Minha mãe. Minha heroína, minha idealização de mulher. Aquela que sempre esteve ao meu lado, em minhas conquistas, minhas vitórias, minhas derrotas, minhas falhas. A mulher que teve de criar coragem e enfrentar o mundo sem seu porto-seguro, sue marido. A quem tinha dois filhos doidos e adolescentes para criar.


 Que criou coragem para se casar novamente e não deu importância as opiniões alheias.


E mais uma vez, eu percebi que eu a faria sofrer. Que eu a magoaria como Jhon e Seth... que eu iria embora e levaria mais dela do que ela de mim...


 Charlie; mesmo sem minha aceitação no começo do relacionamento entre minha mãe e ele, nunca insistiu nada a mim, e nem tentou ser meu pai. Apenas um amigo. E agora um pai. Um verdadeiro pai.


 Jake, meu líder, meu alfa. Meu grande amigo. Jacob, sempre segurou minha mão. Mesmo caída, me levantou. Mesmo derrotada, me reviveu. Jacob me protegeu da mente de Sam, quando fundou a nova matilha, Jake estava ao meu lado para tudo que eu o necessitasse.  


 Néss, minha sobrinha. Minha querida sobrinha. Doce, meiga e sempre minha. Eu podia contar com ela para o que eu precisasse. Néss, era Néss; Sem mais descrições.


Os Cullen, foram se tornando cada vez mais humanos para mim. Eu vi que nem todos vampiros eram ruins – inclusive por que eu namorava com um – vi que em meio á uma multidão de iguais, poderia haver uma resistência. Eles tinham se tornado fundamentais em minha vida.


 Emily...Sam...Nesh...Maggie...Tom...Todos que entraram em minha vida como um flash, já me fariam muita falta.


 As lágrimas faziam a colcha de seda, ficar encharcada abaixo de meus olhos.


Eu estava lá. Deitada em uma cama antiga e empoeirada pelo tempo sem uso. O quarto escuro pela noite... que se arrastava vagarosamente.


  Eu imaginava a imagem deprimente que eu era. Uma garota, que no dia de seu aniversário de dois meses de namoro, descobre que tem câncer e leucemia... E se refugiara na noite, em meio á uma mata fechada dentro de um chalé abandonado.


 Eu nunca via a verdadeira razão, que nos filme de drama, antes da morte de qualquer pessoa, ela tinha uma espécie de trailer em sua própria mente e consciência... eu sempre achei que fosse enganação ou superficial...porém...eu agora me encaixava nesse quesito de drama.


 Um leve som de neve caindo sobre a casa, me lembrou, que hoje se tratava de mais um dia de inverno em Forks... e pareceria que jamais pararia de nevar. Neve. Branca e gelada... Me trouxe a lembrança de Jhon.


Onde ele estava? O que ele fazia? Eu o magoei muito? Tudo girava em minha mente. Tudo implodia.


 Meus olhos se negavam a abrir...porém batalhavam com o sono. Meu cansaço, minha fraqueza. Eu era de pura fraqueza. Uma linha de vida, ainda corria por minhas veias. As veias que logo parariam e se tornariam mortas...


 Passos leves, eram ecoados pela casa silenciosa, sendo embalada em seu sono pelo cair da neve. Passos contados e delicados iam se aproximando do quarto. O chão velho, denunciava sua aproximação.


 Eu não senti medo. Nada. Uma expressão fria. Um buraco para ser mais exata.


A porta entreabriu, e um vento leve atingiu minhas pernas nuas e encolhidas para perto de meu corpo.


 Os passos continuaram a seguir para a cama onde eu me deitava, sem receios e nem mede.


 Meus olhos não desejaram abrir, em nem um momento. Senti o colchão se movimentar um pouco, com mais alguém naquela cama.


 - Amor... – disse uma voz, suave e doce em minha orelha.


Meus olhos não suportaram se manterem fechados... eu tinha de olhar para aquele rosto mais uma vez.


 - Jhon... – eu disse abrindo um sorriso entre as lágrimas que me cercavam, meus olhos entraram em contato com o par de olhos ocres em minha frente com um resquício de dor.


 - Eu te amo...amo mais que tudo...e não importa o que aconteça. Eu vou sempre te amar.


 Me puxou para seu peito, me fazendo ficar em cima de seu corpo gélido, me lembrando a neve que se diluía do céu para a terra.


 - Eu também. – eu disse enterrando meu nariz em seu peito, e sentindo seu cheiro levemente doce e refrescante.


 - Esta tudo bem? – me perguntou com a voz dolorida, com uma tonelada de tortura carregada nela.


 - Acima de tudo....agora eu estou. Perto de você... – eu disse acariciando a mão que ele apoiava-me a seu peito.


 - Onde você estiver, eu estarei. Mortal ou imortal. Com sua alma, ou com seu corpo. Eu sempre estarei contigo...nunca duvide disso. – Ele me disse com alguns soluços perdidos em sua voz embriagada e triste.


 - Eu jamais duvidarei. Você é meu futuro. Meu passado. Meu presente. Tudo que existe além de minha alma... – eu disse, me virando em seus braços, e fitei seus olhos profundos e doloridos.


 Me afundei em seu perfume delicioso e irresistível, e o beijei. Como nunca ante. Como se eu não sobrevivesse mais um dia...nem mais uma hora.


 Meu desejo pelo corpo daquele garoto, era indiscutível, me fazia tremer.


 Ele correspondeu meu beijo e nossas línguas se encontraram, ele me girou, fazendo com que eu ficasse abaixo dele, e sua boca passou para meu pescoço. Suas mão se moveram para minha camiseta, rasgando-a em duas.


 O gesto não me fez me afastar dele, apenas desabotoei sua camisa, e continuei a beijá-lo nos lábios.


 Eu desejava aquele garoto. E pude sentir o desejo que ele sentia por mim. Mais sabia se ele me mordesse e seu veneno penetrasse em mim... eu adiantaria minha morte...


 Mais minha mente se recusava a pensar com ele me beijando euforicamente.


Deixei me levar... afinal, aquilo que estava para acontecer, era o que eu ansiava por tanto tempo...


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