Seis

Levantamos bem cedo. Sarah e Ella preparam o café da manhã. Ovos mexidos e bacon. Todos estamos sentados na enorme mesa da sala de jantar e comemos tranquilamente, mas de repente no meio do café da manha Ella coloca sua mão na nos ouvidos como se estivesse escutando um barulho muito alto e grita.

- Mais baixo, por favor, fale mais baixo.

- Ella o que foi? – Diz Marina preocupada.

Todos estamos preocupados ao ver Ella nessa situação. Ella cai da cadeira e vejo lagrimas em seu rosto.

- O que está acontecendo? – pergunta John.

De repente ela para de gritar e encosta sua cabeça no colo de Marina.

- Calma já passou. – diz ternamente Marina. – O que aconteceu? Quem estava falando com você?

- Era um barulho muito alto, como uma turbina de avião. – Diz Ella.

- Será que foi Setrákus? – pergunta Oito.

- Acho que não. – Diz Ella. – Talvez possa ser Numero Cinco.

- Por que? – Pergunto curiosa.

- Ontem depois que Marina desenvolveu seu novo Legado eu tentei me comunicar por telepatia com Numero Cinco.

- E conseguiu? – pergunta Malcolm.

- Não, mas de alguma forma, agora eu senti que era algum membro da Garde.

John se levanta e corre até o quarto e quando volta, ele trás em seus braços o Tablet que pegamos no porão secreto do pai do Sam.

- Vocês que pegaram o Tablet? – pergunta Malcolm.

- Sim. – Responde John. – Nove onde está aquele cabo?

Nove se levanta e pega um cabo com uma ponta triangular e a outra ponta tinha uma entrada USB. Nove conecta o cabo a um computador. O Tablet se acende e vejo um mapa do planeta Terra e logo sete pontos aparecem na tela, seis pontos estão juntos, exatamente onde estamos Chicago e outro parece estar na Florida.

- Hey Johnny olha – Diz Nove apontando para o ponto que está na Florida – Esse ainda está se movendo e rápido.

John olha para o Tablet e concorda.

- Somos nós? – Pergunta Marina.

- Esses aqui, sim. – Responde John mostrando os pontos em Chicago.

- Então esse ponto é o Numero Cinco? – Pergunta Oito.

- Acho que sim. – responde John.

Nove aperta um botão no canto superior direito da tela do Tablet, uma caixinha com um triangulo verde dentro e uma luz verde se ascende no norte da África o que parece ser o Egito.

- Onde está o outro ponto que estava aqui nos EUA?

- Sumiu. – diz John decepcionado. – Acho que foi destruída quando a base em Dulce desmoronou.

- O que é esse pontinho verde? – pergunto.

- Nove acha que pode ser nossa nave.

- Sua nave? – Pergunta Sarah preocupada.

- Temos que destruir isso. – Digo.

- Por quê? – pergunta John.

- Por quê? Isso na mão dos Mogs é um mapa até a gente. Prefiro confiar no vento, ele nunca me decepcionou.

- Calma Numero Seis. Isso só funciona na mão de algum Lorieno. – Diz Malcolm pegando o Tablet da mão de Nove que se apaga ao toque dele.

- A tecnologia do meu povo é muito avançada e acho que esse truque não será suficiente para detê-los, caso isso caia nas mãos deles. – Diz Adamus. – Sem contar que temos mentes brilhantes lá também.

- Serio? – Diz Nove debochado. – Quando eu matei algumas dezenas de seus amigos eles não me pareceram tão brilhantes.

- Nem todos os Mogadorianos são soldados. Nós que nascemos de verdade somos muito mais inteligentes do que os soldadinhos que vocês enfrentaram. – Responde Adamus com um ar desafiador.

- Nascidos de Verdade o que seria isso? – Pergunta Oito.

- Em Mogadore devido aos problemas ecológicos estamos tendo problemas com a natalidade, nossas mulheres não estavam conseguindo gerar filhos e as que conseguiam morriam no parto. Só alguns como eu tiveram a sorte de sobreviver tanto a mãe como o filho. Devido a isso Setrákus Ra teve uma ideia de criar super soldados, foram anos de pesquisas e fracassos até que conseguiram. Mogadorianos nascidos de tanques. Geneticamente feitos para matar, soldados impressionantes. Eles têm a pele mais branca e seus dentes são lixados.

- Por isso que você é diferente dos demais. – Comenta Ella.

- Quer dizer que todos os Mogs pálidos são geneticamente feitos para nos caçar e matar? – pergunto.

- Em outras palavras, sim. – Responde Adamus.

- Tem mais alguma coisa que precisamos saber? Mog bonzinho. – Pergunta Nove.

- Não subestimem Setrákus Ra.

- Aquele covarde que fugiu da luta justo na hora que recuperamos nossos Legados.

- Aquilo não foi nem dez por cento do que Setrákus é capaz de fazer. Ele só quis testar a força de vocês.

- Como ele pode mudar de forma? – pergunta Oito.

- Setrákus Ra tem truques na manga que nem mesmo os Mogadorianos sabem.

- Tem alguma ideia de como ele tira nossos Legados? – pergunto.

- Eu fiquei três anos em coma não tive chance de terminar meus estudos e meu treinamento, Setrákus é uma caixinha de surpresas pra mim. O pouco que sei dele foi o que li nos livros de história, uma vez eu li no Livro dos Grandes Governantes de Mogadore que alguns Mogadorianos foram contra a ascensão de Setrákus logo depois da morte misteriosa de Sadrick Ra “pai” de Setrákus, mas Setrákus era muito impiedoso e exterminou os rebeldes um por um.

- Como seu povo luta ao lado de um homem desses? – pergunta Marina.

- Querendo ou não Setrákus salvou o povo de Mogadore da extinção.

- Destruindo nosso planeta! – Grita Nove e dando um soco em uma mesa que se parte em duas e sai da sala muito nervoso.

Todos fazemos uma pausa e John quebra o silencio:

- O que Setrákus pretende fazer aqui na Terra?

- Primeiro matar vocês, depois acho que ele vai exterminar a raça humana e trazer o resto de Mogadore para aqui.

Me levanto e saio da sala de jantar e vou até o quarto atrás de Nove. Abro a porta e vejo Nove sentado na cama.

- Você está bem?

- É, eu to legal. – responde com uma voz turva parecia que estava chorando.

- O que foi aquilo lá na sala?

- Eu não consigo ficar no mesmo ambiente desse cara.

- Pra mim também é difícil. – Digo me sentando ao lado dele. – John comentou comigo que você foi preso pelos Mogs também.

- Pior época da minha vida.

- A minha também, acho que matei mais Mogs presa do que viva. – digo rindo para tentar anima-lo.

- Eu tive que fazer a coisa mais difícil da minha vida. – Nove para por uns segundos. – Tive que matar meu próprio Cepan.

Seguro a mão de Nove e só então reparo o quanto ele é forte e musculoso.

- Eu vi minha Cepan ser torturada e morta naquela caverna, acho que se eu tivesse a chance faria qualquer coisa para que Katarina deixasse de sofrer. Aquele Mog que a torturou, ele pagou, assim que o meu legado de invisibilidade se manifestou consegui fugir da minha cela e matei aquele desgraçado.

- Não quero ser egoísta, mas nenhum dos outros conhece mais os Mogadorianos do que a gente. Por isso não gosto desse cara. E se ele nos trair? Como podemos confiar na raça que nos está caçando?

- Eu também penso nisso, mas e se ele estiver dizendo a verdade? Ele tem o Legado da Numero Um.

- Isso não o faz um de nós. Nós somos únicos.

Nove se levanta e me da à mão para que eu me levante também e reparo no quanto ele é alto e seus ombros são largos.

Nós trocamos olhares e ele diz:

- Gostei de você Seis.

Fico sem palavras, nunca reparei em Nove até agora. Só conseguia pensar no John. Nove é até bonito, mas não quero magoar o John. Nove se aproxima para me beijar, mas viro o rosto e me afasto.

- Desculpa foi um impulso, acho que estou um pouco carente. – Diz Nove frustrado.

Eu nunca tinha visto esse lado emocional dele, posso até dizer que gostei.

- Também gostei de você. – Digo saindo do quarto, mas antes sair reparo que ele abre um sorriso malicioso.

John

Vejo Seis sair do quarto de Nove. O que ela estava fazendo lá dentro? Logo depois Sarah se senta ao meu lado do sofá e coloca a cabeça nos meus ombros.

- Estou com medo. – Diz Sarah.

- Medo do que?

- De te perder.

- Me perder? Como assim?

- Você acha que eu não vejo do jeito que você olha pra ela. – Ela diz apontando a cabeça para Seis. – Eu nunca vou conseguir competir com ela. Ela é bonita, forte, é da mesma raça que você, possui poderes que jamais terei. Mas uma coisa eu tenho que ela nunca vai te dar. – Ela faz uma pausa. – Meu amor. Seis nunca vai te amar do jeito que eu te amo e você sabe disso.

- Sarah não precisa ficar com medo, você é o amor da minha vida, jamais deixaria de te amar.

- Eu sei, mas esse medo sempre vai existir dentro de mim, porque mesmo que você não fique com ela vai chegar um momento que você terá que voltar para Lorien.

Ficamos em silencio por alguns segundos.

- Vem comigo?

Sarah para e pensa no eu disse, acho que ela nunca tinha pensado nessa hipótese.

- Você me levaria?

- Claro. – digo e dou um beijo em sua boca.

Seis

Vou até a cozinha guardar as coisas do café da manha e vejo Marina conversando com Oito. Eles ficaram bem íntimos depois que ela salvou a vida dele. Ela percebe que estou olhando e vem até a cozinha.

- Vejo que alguém arranjou um namorado. – digo brincando.

- Nada a ver. – responde Marina que já estava corada.

- Ficou vermelha. – falo passando a mão na bochecha dela.

- Para Seis ele vai escutar.

- Ta namorando, ta namorando, ta namorando. – canto provocando-a.

- Para com isso agora! – diz Marina seria.

Imediatamente perco total controle do meu corpo, não consigo falar, por mais que tente não sai nenhuma para palavra da minha boca.

- Desculpa, não quis gritar com você. – Diz Marina, mas não consigo responder. – Seis? Você está bem? Ai de novo não. Seis? Fala comigo!

Somente depois que Marina me permite falar com ela retomo total controle me minhas atitudes.

- Nossa! - digo

- Desculpa esse Legado novo é muito complicado, não quis usa-lo em você só quis que você parasse de me zuar.

- Marina seus Legados são incríveis. – comento. – posso até dizer que senti um pouco de inveja deles.

- Você me ajuda treinar? – Pergunta Marina. – Você é a pessoa mais forte que eu conheço e não consigo pensar em alguém melhor do que você para me ajudar.

- Claro, não podia negar depois de tantos elogios. – digo abraçando Marina até que somos interrompidas pelo barulho do interfone.

Marina vai até o interfone e atende.

- Stanley é pra você. – grita.

Nove vem correndo sem camisa até o interfone, o que me deixa completamente vermelha e ele antes de atender o interfone me da um sorriso. Marina olha para mim e aperta os olhos como se estivesse dizendo “te peguei” ela abre a boca e sem emitir nenhum som e diz: “Ta namorando”. Sorrio para Marina.

Nove quando desliga o interfone parecia muito serio.

- Quem era? – pergunto.

- O segurança. Ele disse que chegou uma encomenda do Sandor para mim.

- Sandor? Mas ele não está... – Diz Marina.

- Morto! Eu sei, mas ele deve ter deixado algo programado caso ele morresse. Ele era muito esperto.

- E se for uma armadilha? – digo.

- Só temos um jeito de descobrir.

Nove abre a porta e outro segurança já o estava esperando no elevador com um pequeno pacote.

- Muito obrigado. – diz Nove trazendo o pacote para dentro. Nove chama a todos e vai até a sala de estar.

- O que é isso? – pergunta John.

- Vamos descobrir.

Nove abre o pacote como uma criança abrindo um presente de Natal. Quando ele abre vejo uma caixa com vários símbolos lóricos. Parecia uma arca só que bem menor. Nove a abre e ele tira de lá de dentro algo parecido com um iPod.

- Não acredito. – Diz Nove com os olhos brilhando.

Malcolm abre um sorriso como se soubesse o que era aquilo.

- O que é isso? – Pergunta Sam.

- iMog. – responde Nove.

- iMog? O que seria isso? – pergunto.

- Com isso eu posso rastrear os Mogs.

- Uau! – Exclama Sam. – que incrível.

Nove olha para Sam e revira os olhos.

- O que mais tem ai? – Pergunta Ella.

Nove tira da caixa um pequeno envelope e dentro do envelope tem um papel.

- O que está escrito? – pergunta John.

- Um numero e senha de uma conta. – responde Nove. – Ele ainda escreveu “Pague minhas dividas e gaste o resto”.

Vejo que o rosto de Nove fica mais terno como se estivesse se lembrando dos momentos que passava com seu Cepan.

- Pessoal o papo está bom, mas temos um exercito para derrotar, uma guerra para vencer e um planeta para reconstruir. – digo. – Que tal treinarmos?

Todos se olham entre si, era como se tivéssemos se esquecido de toda a guerra. Nove se levanta e abre um sorriso.

- Tenho um treino perfeito para nós. – Ele caminha até a cozinha e pega uma garrafa.

- O que você vai fazer com isso? – pergunta Marina.

- Você nunca brincou do jogo da garrafa? – responde Nove. – É o seguinte cada Garde vai girar a garrafa e o Garde que a garrafa apontar será seu adversário.

Todos parecem aceitar a ideia.

- Eu vou primeiro. – Diz Nove.

Nove gira a garrafa e claramente com telecinese ele para a garrafa na frente de Adamus.

- Hey isso não vale. – grita Ella.

- Não tem problema, eu luto contra ele. – Diz Adamus encarando Nove.

- Sua vez Johnny. – diz Nove.

John gira a garrafa e para na frente de Oito.

- Que vença o melhor – Diz Oito encarando John.

- Seis. – Diz Nove.

Eu giro a garrafa e para na frente de Marina, que arregala seus olhos ao ver que sou sua oponente.

- Duelo de Ladys. – Grita Nove.

- Ella sua vez.

Ella gira a garrafa e para na frente de Sam.

- Então sobraram Sarah e Malcolm. – Diz Nove.

Então os confrontos são: Nove X Adamus, John X Oito, Seis X Marina, Ella X Sam e Sarah X Malcolm.