Cinco

Uma raiva incondicional nasce dentro de mim, não permitirei que esses desgraçados matem dois membros da Garde na minha frente. Faço muito esforço e baixo a potencia do chip para 20%, nunca me senti tão forte como me sinto agora.

- Quer fazer as honras General? – pergunta o Tenente Markkus entregando o blaster para o General.

O General pega o blaster e aponta para Nove que está desmaiado encima do corpo de Seis, quando o General vai atirar eu grito:

- Nãoooooooooo! – e uso minha super força e saio da prisão de terra de Seis. – Se quiser matá-los, terá que me matar primeiro.

- Ora, ora. Estava demorando para você nos trair. – Diz o General.

- Eu nunca fui sua aliada.

- Desde o dia que te encontramos, eu nunca confiei em você, sabia que cedo ou tarde você iria nos trair.

O Tenente Markkus começa a atirar e me defendo com telecinese.

- Você vai morrer primeiro – digo apontando para ele.

O General saca sua espada e a move com uma destreza perfeita, Markkus segue atirando e corre em minha direção. Com minha telecinese bloqueio todos os tiros de Markkus e seguro seu blaster, no momento que o seguro uso meu legado e altero as funções da arma e quando Markkus atira causa uma grande explosão. Defendo-me com minha telecinese e vejo Markkus caído no chão sem um dos braços.

O General corre até mim com um sorriso confiante, por um momento sinto medo, por que depois de Setrákus Ra ele é o Mogadoriano mais poderoso de Mogadore. Ele tenta me acertar com sua espada, mas consigo desviar por milímetros. Ele tem movimentos muito precisos e se eu vacilo por um instante é o fim, estou morta. Ele segue tentando me acertar, mas graças a Pittacus o General tropeça em uma pedra e eu não perco minha oportunidade. No mesmo instante que ele tropeça uso toda minha força e acerto um soco no queixo do General, ele voa alguns metros e cai no chão, me sinto orgulhosa e corro até onde Nove e Seis estão.

Nove está muito ferido, ele perde muito sangue por várias feridas em seu corpo, olho para Seis ela parece estar um pouco melhor que Nove, mas tem algo estranho, a ferida nas costas de Seis parece estar menor. Olho para trás e vejo que o General não está mais no chão e me levanto rapidamente tentando acha-lo. Sinto algo que odeio sentir, sinto medo, não deixarei esse desgraçado me matar nem matar meus amigos. Olho freneticamente para todos os lados e não o encontro e corro até onde o Tenente Markkus está agonizando, pelo menos tenho que matar este aqui, pego o blaster de Markkus e altero uma vez mais as funções do blaster tornando-o mais potente e aponto para o Tenente para terminar o serviço. Quando vou atirar sinto uma mão nas minhas costas, me viro rapidamente o e General me desarma e prende meus braços. Ele saca sua espada e olha nos meus olhos.

- Quais são suas ultimas palavras. – Diz o General

- Vai pro infer... – começo a dizer e o General crava sua espada no meu peito.

O General abre um sorriso e eu sinto um gosto de sangue na boca e estou perdendo a consciência até que de repente abro meus olhos também começo a sorrir.

- Por que está rindo? – Diz o General confuso.

- Meu Cepan me ensinou estar sempre um passo a frente de todos, seu idiota. – Digo desfazendo minha ilusão.

O General olha para trás, mas o acerto com um tiro de blaster e ele cai no chão inconsciente. Pego a espada do General e quando vou crava-la em seu peito o Tenente Markkus atira em minha espada fazendo-a voar para longe.

Olho assustada para o Tenente e ele aponta para mim seu blaster, eu estou fraca pela ilusão que criei na cabeça do General e não sei se posso me defender do próximo tiro.

- Quem é que vai morrer primeiro agora? – Diz o Tenente com um braço só e com a boca cheia de sangue. – Morra Numero Cinco! – quando Markkus vai atirar vejo que algo atravessa seu peito, uma lança com um brilho azul, Markkus respira fundo e se transforma em cinzas.

Quando as cinzas se desfazem vejo a silhueta de um homem se formar. O homem começa vir em minha direção e meus olhos não acreditam no que estou vendo.

- Eu disse que nos encontraríamos de novo – Diz Thomaz, meu Cepan.

Seis

Dor. É a única coisa que sinto nesse momento. Meus olhos começam se ajustar a luz e vejo Cinco abraçando um homem. A dor nas minhas costas é terrível e tento fazer o mesmo que fiz no Novo México, me concentro na dor e ela começa a desaparecer, me sinto abençoada por ter esse Legado ele é diferente do legado de Marina eu somente posso curar a mim mesma.

Coloco a mão nas minhas costas e não sinto mais a ferida. Começo a me levantar, mas ainda estou muito dolorida.

- Seis! – grita Cinco correndo até mim e aponto minha faca para ela.

- Calma, eu quero ajudar. – Ela diz.

- Quem é esse homem?

- Ele é meu Cepan.

- Foi ele que atirou em mim?

- Não, ele salvou nossas vidas.

Estou quase sem forças mal consigo me manter de pé, eu me regenerei por fora, mas ainda tenho feridas internas.

- Temos que ajuda-lo – Diz o Cepan de Cinco correndo até o corpo de Nove.

- Ele tem uma pedra de cura no bolso. – digo.

O Cepan de Cinco procura nos bolsos de Nove e pega a pera de cura e coloca sobre Nove, a respiração dele começa a acelerar e suas feridas cicatrizam. Nove levemente abre seus olhos e olha assustado para o Cepan de Cinco.

- Quem é você? – diz Nove com os punhos fechados.

- Ele é meu Cepan – Diz Cinco e Nove da um soco no Cepan de Cinco.

- Nove! – grito.

- Deixa, ele mereceu – Diz Cinco sorrindo.

- Seis o que está acontecendo aqui? – pergunta Nove confuso – O que você está fazendo do lado da traidora?

- Ela não nos traiu, Marina e Ella estavam certas. Cinco estava sob o controle dos Mogs, tudo que ela fez foi inconsciente, não é? – falo olhando para Cinco.

- Eu via tudo o que estava fazendo, mas não tinha o controle do meu corpo.

O Cepan de Cinco se levanta meio tonto.

- Desculpa cara, são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. – Diz Nove

- Não tem problema. – responde o Cepan de Cinco com a mão no nariz.

- Eu também te devo desculpas. – Diz Cinco estendendo a mão para que Nove se levante.

- Desculpas aceitas. – Diz Nove sorrindo para Cinco – Mas ainda não estamos quites.

Escutamos uma forte explosão e vemos uma coluna de fumaça vindo da casa dos Greeters.

- Temos que ajudar os outros. – Diz o Cepan de Cinco.

John

Tudo ao meu redor está em chamas, ouço gritos de pessoas e barulho de explosões. O chão treme e um forte cheiro de queimado vem junto com a brisa suave que sopra. Caminho pelos escombros e vejo algumas pessoas correndo de um exercito mogadoriano. Corro para ajuda-las, mas passo direto por seus corpos, então me dou conta que estou tendo uma visão. Escuto um grito feminino conhecido, era o grito de Ella. Corro na direção do grito e quando chego até lá vejo Ella caída no chão com um corte em sua garganta. Corro até Ella que sangra muito e sinto uma cicatriz se formar na minha perna que para minha surpresa não há apenas três e sim cinco cicatrizes no meu tornozelo, mas não consigo identificar de quem são. Uma silhueta se forma na minha frente e vejo uma garota com um galho de arvore pontudo na mão cheio de sangue que com certeza foi à arma para matar Ella. A garota veste um sobretudo mogadoriano e vejo pendurados em seu pescoço quatro pingentes lóricos, ela vem na direção de Ella e pega o pingente dela e pendura junto com os demais, quando a garota se abaixa para pegar o colar de Ella vejo claramente seu rosto. Era uma Garde. Era uma nós. Era Marina. Começo a sentir uma dor enorme em meu estomago e tudo se desfaz.

Abro meus olhos e vejo uma mulher morena, com cabelos cacheados, ele veste um macacão azul semelhante aos que vi Seis e meu pai usando.

- Respire, respire. – Ela diz.

- Sa-rah... – tento dizer.

- O que? – diz a mulher confusa, vejo que ela tem em suas mãos uma pedra de cura e coloca em meu estomago e sinto outra vez aquela dor imensa me envolver, mas logo depois sinto um alivio.

- Você está bem? – pergunta a mulher

- Estou, muito obrigado – digo me levantando e indo até Sarah. Coloco minhas mãos sobre o ferimento com a faca nas costas de Sarah e sinto um frio brotar de minhas costelas e percorrer minhas mãos e chegando até o corpo de Sarah e ela começa a se curar.

- Que número é você? – pergunta a mulher

- Quatro e você quem é?

- Sou Caya, sou uma Cepan e vim para cá numa segunda nave junto com Crayton e Ella.

- É ótimo termos uma aliada, já que Número Cinco nos traiu.

- Cinco não nos traiu.

- Ela quase nos matou.

- Ela estava fazendo aquilo contra a vontade dela.

Sarah começa a acordar.

- Qual é o número da garota?

- Ela não é uma Garde, ela é humana e está nos ajudando.

- Humana? - ela diz preocupada.

Sarah se levanta e me beija.

- Agora entendi. – sussurra Caya

- Quem é ela? – pergunta Sarah.

- Ela é uma Cepan, assim como Henri era.

- Oi eu sou Sarah. – diz estendendo a mão.

Escutamos uma forte explosão vinda da casa dos Greeters

- Depois nos apresentamos, agora temos que ajudar os outros, vamos!

Marina

- Oito! – grito ao ver Setrákus Ra cravando uma espada no peito dele.

Começo a correr e Setrákus tira a espada do corpo de Oito e ele cai no chão.

- Dessa vez você não vai salva-lo. – Esbraveja Setrákus

Com minha telecinese lanço Setrákus para trás e me aproximo de Oito e começo a cura-lo. Setrákus se levanta e vem em minha direção quando ele vai me jogar para trás Sam começa a atirar nele.

- Samuel! – grita Setrákus – deveria ter te matado naquele dia.

Sam começa a atirar em Setrákus e ele recua. Volto a curar Oito, mas sinto que estou perdendo ele, queria que John estivesse aqui para me ajudar a cura-lo. Sam corre o mais rápido possível tentando escapar de Setrákus, mas é uma luta muito injusta. Setrákus o encurrala.

- Hora de morrer, humano idiota – Esbraveja Setrákus.

Não sei o que faço, ajudo Sam ou Oito? Sam coloca a mão no bolso e retira uma pedra amarela. Setrákus se surpreende ao ver a pedra.

- Isso não vai te ajudar. Vamos ver do que você é capaz – diz Setrákus com os braços abertos.

Sam aperta a pedra e estende seu braço esquerdo para Setrákus e um raio brota das mãos de Sam e acerta Setrákus em cheio. Xitharis, essa foi a pedra que Seis me disse que ajudou Sam e Quatro salvarem o Nove na base mogadoriana.

- Quem é o humano idiota agora! – grita Sam

Setrákus se levanta furioso e corre rapidamente até Sam, ele é mais rápido do que eu. Ele joga Sam no chão e pisa em seu peito.

- Você nunca me venceria, seu humano idiota.

Oito começa a abrir os olhos e olho firme nos olhos dele.

- Não morra, aguente firme! – digo usando meu legado de persuasão não permitindo que Oito morra.

Eu o deixo e corro com super velocidade até Setrákus que vai cravar sua espada em Sam, chego um segundo antes e dou a ordem.

- Pare agora! – e Setrákus fica imóvel, sinto uma energia horrível me dominar, dessa vez a estou sentindo mais forte do que todas as outras vezes. Levanto Sam e pego a Xitharis de suas mãos e a recarrego.

- Pegue meu legado de cura e vá curar o Oito.

- E você?

- Eu cuido dele. – Digo e Sam começa a correr até Oito.

- Era você? – Diz Setrákus muito surpreso.

- O que? – digo confusa

- Todo esse tempo e era você – Diz Setrákus – Eu achava que era a Numero Cinco, mas você se escondeu bem não foi.

- Cale a boca! – Digo, mas de repente me sinto drasticamente mais fraca.

- Ops! – Diz Setrákus – Perdeu seus Legados?

Setrákus começa a se mover e me da um forte soco e caio no chão.

- Você vem comigo – Diz Setrákus me tocando com seu cajado e meu corpo começa a se transformar em pedra, ele me coloca em seus ombros e ultima coisa que escuto antes de tudo ficar preto é o suspiro de Oito voltando à vida.

Oito

- Marina! – grito me teleportando, mas foi tarde demais a porta de nave de Setrákus Ra está fechada e começa a levantar voo.

Me transformo em uma águia e voo atrás da Nave mas ela está indo rápido demais e não consigo acompanha-la. A Nave dispara em velocidade e por mais que me esforce não consigo alcançá-la pouso na terra e volto a minha forma normal, coloco minhas duas mãos na cabeça e começo a chorar. Tenho muito medo do ele possa fazer com Marina, me sinto inútil, fraco. A história estava se repetindo assim como anos atrás depois da traição de Lola, Reynolds e eu fomos encurralados pelos Mogs e eu não pude salva-lo, me teleportei tarde demais. Sinto uma dor no peito a dor que já senti três vezes a primeira foi quando Reynolds morreu, a segunda quando Devdan desapareceu, a terceira foi quando abandonei o Comandante Sharma e nunca mais pensei que sentiria isso de novo. Solidão. Esse vazio no peito que dói mais do uma facada, me sinto amaldiçoado por que sempre que aproximo de alguém alguma coisa muito ruim acontece. Caminho de cabeça baixa sem esperança até que escuto uma voz dentro da minha cabeça.

- Pessoal preciso de ajuda, venham rápido. Estou perto da casa dos Greeters – Escuto a voz de Ella e me teleporto.

Ella

Estou cercada por dois Pikens enormes, eles me encaram com seus olhos vermelhos apenas esperando o momento certo para me devorar. Malcolm está desmaiado com uma ferida enorme em sua barriga e Bernie Kosar tenta se levantar, mas não consegue, estou sozinha.

O primeiro Piken avança e consigo desviar, mas o segundo me acerta com sua pata e eu caio a metros dali. Os dois correm até onde eu estava e consigo usar minha telecinese para impedir que eles me mordam, mas eles são muito fortes e não vou conseguir aguentar por muito tempo, quando não consigo mais manter o escudo de telecinese e os Pikens avançam contra mim. O segundo Piken levanta suas garras para perfura peito, fecho os olhos esperando a morte eminente e quando sinto uma forte pressão no peito escuto o Piken gemendo. Abro meus olhos e a garra do Piken está quebrada, olho para os lados para ver se encontro algum Garde, mas não vejo ninguém, seja lá o que aconteceu com esse Piken foi eu que fiz. O primeiro Piken avança para também cravar suas garras em meu corpo e quando ele tenta perfurar minha barriga levanto meu braço para proteger-me e quando a garra do Piken toca em meu corpo ela se destroça e ele geme. Olho assustada para meu corpo e não entendo o que está acontecendo, a explicação mais plausível é que desenvolvi outro legado, mas qual? Não tenho tempo para pensar nisso, com minha telecinese levanto a garra quebrada do Piken e a cravo em seu pescoço ele sangra muito, mas segundos depois se transforma em cinzas e o outro Piken começa a correr com medo de mim e não vou atrás dele.

Corro até Malcolm que está sangrando muito coloco minha mão em seu ferimento na tentativa inútil de parar o sangramento, olho para Bernie Kosar e a respiração dele é fraca, me concentro e tento me conectar com a Garde por telepatia.

- Pessoal preciso de ajuda, venham rápido. Estou perto da casa dos Greeters.

- Estamos chegando.- Escuto Seis me respondendo.

- Aguente firme Ella estamos a caminho. –responde John

- Já estou aqui. – Diz o Numero Oito aparecendo atrás de mim.

- Me ajude – grito para que Oito me ajude a salvar o pai de Sam.

Oito olha assustado ao ver a ferida de Malcolm.

- Onde está Marina? – pergunto

O semblante de Oito muda na mesma hora e sei que alguma coisa ruim aconteceu.

- Setrákus Ra a levou.

- O que? – grito – Como?

- Marina salvou minha vida e Setrákus acabou a sequestrando.

- Ela está viva?

- Sim. – Diz Oito levantando a barra de sua calca mostrando as cicatrizes de Um, Dois e Três.

- O que faremos eles não aguentarão muito tempo.

- Espere aqui eu já volto. – Diz Oito se teleportando.

O desespero toma conta de mim, estou preste de ver dois amigos queridos morrerem na minha frente e minha melhor amiga é sequestrada pelos Mogs.

- Ella! – grita Seis correndo até mim, ao lado dela está o Numero Nove, um homem que não o conheço e a Numero Cinco, espera um pouco, o que a Cinco está fazendo ao lado deles? Será que ela voltou pro nosso lado?

- Depressa! – grito

- O que aconteceu? – diz Seis assustada ao ver a ferida de Malcolm – Temos que encontrar a Marina. Ella tente se comunicar com ela.

- Marina foi sequestrada por Setrákus Ra.

- Não pode ser. – Diz Seis incrédula.

- Talvez isso ajude. – Diz Nove tirando uma pedra de seu bolso.

- O que é isso?

- É uma pedra de cura.

Nove coloca a pedra no ferimento de Malcolm e nada acontece, Malcolm não esboça nenhum sinal vital, Nove aproxima sua orelha do peito de Malcolm e depois faz um gesto negativo com a cabeça, já era tarde demais Malcolm estava morto.

- Nove tente salvar a Chimaera. – Diz o homem

Olho para ele e depois olho para Cinco e ela abre um sorriso e acena para mim é ótimo vê-la do nosso lado.

- Quem é ele? – pergunto

- Meu Cepan. – responde Cinco

- Seu Cepan? Que legal.

Nove começa a passar a pedra sobre o corpo de Bernie Kosar e as feridas começam a fechar é um alivio grande ver os olhos de BK se abrindo e ele voltando à forma de Beagle. Oito aparece do nada com Sam ao seu lado que tem em suas mãos uma pedra amarela.

- Pai! – grita Sam se ajoelhando ao lado de Malcolm.

Oito olha para nós e fazemos um sinal de negativo com a cabeça. Sam aperta a pedra e coloca sua mão na barriga de Malcolm, mas nada acontece.

- Pai, por favor não me deixe – chora Sam

Quatro, Sarah e outra mulher se aproximam, John se agacha e coloca a mão no estomago de Malcolm, ele se esforça e olha para Sam e começa a chorar, Sam está inconsolável com o corpo de seu pai em seus braços, Oito está sentado ao pé de uma arvore com a cabeça baixa, com certeza ele está pensando em Marina. Olho para alto e vejo o rastro de fumaça deixada pela nave de Setrákus Ra e as outras naves mogadorianas. Eles estão indo embora.

O semblante de todos é horrível e de repente começo a sentir um pouco de falta de ar e me afasto um pouco, caminho até onde Marina leu a carta que Crayton deixou para mim. Coloco minha mão no bolso e pego o pingente que Crayton deixou dentro do envelope, olho a lua minguante e os círculos que a cercam, meu pingente está apagado diferente dos outros Gardes que tem um pequeno brilho azul pulsante no centro. Levanto o pingente até a altura dos olhos e o coloco devagar na cabeça e o deixo cair em meu pescoço, ao principio nada acontece até que começo a sentir um dor enorme no meu tornozelo, começo a gritar e todos os Gardes correm até mim.

- Ella o que aconteceu? – Grita Seis

Quando os Gardes veem meu tornozelo todos eles arregalam os olhos e levantam suas calças para averiguar suas cicatrizes. Só consigo pensar em Marina, ela não pode ter morrido. Os colares de todos os Gardes começam a brilhar.

Um forte brilho que emana de nossos pingentes e tenho que tapar meus olhos com as mãos. Quando abro meus olhos estou em um campo cheio de flores e todos os Gardes desapareceram. Olho para meu tornozelo e vejo três símbolos queimados na minha pele, são os símbolos de Um, Dois e Três.

- Impossível – sussurro passando a mão sobre as cicatrizes que ainda estão doloridas.

- Ella? – escuto uma voz atrás de mim e me viro rapidamente.

Vejo um velho com uma túnica vermelha e no seu pescoço tem um pingente lórico assim como o meu.

- Quem é você? – pergunto

- Finalmente você colocou o colar. Eu sou o Ancião Loridas.

- Loridas? – pergunto confusa – O que estou fazendo aqui?

- Aqui é o Centro Espiritual de Lorien, somente os Aeternus tem acesso.

- Eu não posso estar aqui agora meus amigos precisam de mim, minha melhor amiga foi levada por Setrákus Ra.

- Para que você possa salvar a Garde de Numero Sete primeiro você precisa saber quem você é e também entender a conexão que havia entre Pittacus Lore e Setrákus Ra.

- O que Pittacus e Setrákus têm a haver com Marina?

- Tudo. – diz Loridas – Havia uma profecia muito antiga que dizia: A queda de Lorien seria causada por um Lorieno.

- Mas quem destruiu Lorien foram os Mogadorianos.

- Liderados por quem?

- Setrákus Ra.

- Parece que a profecia estava certa.

- Quer dizer que...

- Setrákus não é Mogadoriano. – Diz Loridas me interrompendo e eu arregalo meus olhos e quando vou pensar em falar algo ele me diz: – Preciso te contar uma profecia.