Estou em um avião em direção à Argentina, Setrákus me programou para pegar minha arca e traze-la para ele. Estou acompanhada de dois Mogadorianos.

         Ao desembarcar em Buenos Aires, me lembro que aqui minha vida deu um giro de cento e oitenta graus. Thomaz e eu viemos aqui para descansar, era meu presente de aniversario e acabou se tornando o pior dia da minha vida, o dia que fui capturada, o dia que me separei do meu Cepan.         Caminhamos até a casa abandonada perto do aeroporto e sinto uma sensação de que estou sendo observada.

         - Atentos. – digo aos Mogs.

         Caminho até a árvore onde escondi minha arca, luto com todas minhas forças para tentar impedir que meu corpo pegue a arca, mas o chip em minha cabeça é mais forte que meu desejo. Quando vou arrancar a arvore para pegar minha arca, vejo entalhada na arvore uma frase, uma frase que não estava ali antes. “ESTEJA SEMPRE UM PASSO A FRENTE DE TODOS” era o que dizia a frase. Somente uma pessoa no mundo poderia escrever aquilo. Thomaz ainda estava vivo.

         Escuto barulho de tiros e quando olho para trás vejo os dois Mogadorianos que me acompanhavam caídos no chão e depois se transformando em cinzas. Vejo uma mulher apontando sua arma para mim e quando meu corpo contra minha vontade vai ataca-la sinto uma picada no pescoço e tudo fica escuro.

***

         Acordo assustada e muito zonza. Estou dentro de um avião e estou amarrada com varias correntes, o chip tenta controlar meu corpo, mas parece que o que injetaram no meu corpo também o afetou.

         - Cinco – Diz o homem – Me desculpa por ter feito você passar por tudo isso. Espero que um dia você entenda e me perdoe.

         Thomaz? É ele? Não posso ver bem, tudo está girando. O homem pega minha mão e coloca em algo quente. Escuto um barulho de algo se abrindo, como um cadeado.

         - Ela é a garota? – escuto uma mulher e vejo que ela levanta a barra da minha calça – Graças a Lorien ainda tem sete vivos.

         Thomaz estende seu braço e pega algo em minha arca. Não vejo com nitidez, mas vejo um brilho forte e parece que estou tendo alucinações, pois vejo varias esferas rodando e se transformando no planeta Terra.

         - Eles estão ali. – Diz a mulher – Dois em West Virginia, um na Índia e nós.

         - Alô? Testando um, dois, três. – Escuto uma voz de um garoto.

         - São eles. – Diz a mulher entusiasmada

         - Certo, se algum membro da Garde estiver por aí diante de uma bola brilhante, preste atenção. Quatro e Nove estão juntos e prontos para encontrar vocês. Queremos treinar e acabar logo com essa porcaria e voltar para Lorien. Para já.

         - Eles se encontraram. – Diz a mulher.

         - Não vamos dizer exatamente onde estamos, pois pode haver algum Mogadoriano bisbilhotando, mas, se vocês conseguiram botar seu macrocosmo para funcionar, verão dois pontos juntos, e eles são, ah, nós. Então, hum... é só isso. Cambio e desligo

         - Não podemos manda-la de volta. – Diz a mulher preocupada

         - Nós temos que fazer isso. – Diz Thomaz

         - Eles se uniram o feitiço foi quebrado, não podemos nos dar ao luxo de perder mais um.

         - Nós temos que fazer...

         - Venha todo mundo para os Estados Unidos o quanto antes. – Diz outra vez o garoto – O feioso do Setrákus Ra deu as caras por aqui e pretendemos arrebenta-lo logo, logo. Enviaremos outra mensagem amanhã, continuem ligados.

         - Setrákus já está aqui. Agora que ela não volta pra lá mesmo.

         - Caya, me escute, Pittacus disse que passaríamos por situações que nossas decisões salvariam ou destruiriam Lorien por completo. Acho que essa é uma delas. – Diz Thomaz

         - Você confia demais nele, onde está ele agora? – Diz a mulher brava – Onde ele estava no dia da invasão? Onde todos eles estavam? Eles nos abandonaram Karter.

         - Não diga isso.

         - Você sabe que sim, só não quer admitir.

         - Calma, temos que confiar nele. Setrákus está nos EUA, se quisermos vencer essa guerra temos que recuperar as Chimaeras.

         A mulher da às costas e caminha brava até a cabine.

         - Você vai pagar por isso? – O chip fala por mim.

         Thomaz fecha minha arca e me olha nos olhos.

         - Eu sei que você ainda está ai, eu não posso te levar comigo agora. Confie em mim eu vou te salvar e não se esqueça: ESTEJA SEMPRE UM PASSO A FRENTE DE TODOS. – e ele mais uma vez injeta algo em mim e desmaio.