Nerikia - Arco I escrita por Rauker


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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A queda, apenas uma lembrança fugaz.

E, por um tempo, tudo fica em paz.

Assim caminha a vida

Em sua eterna paz fingida.

— Isso é uma perda de tempo. Sabe disso, não?

Nicolas sabia, mas não iria abrir mão de sua intenção ante ao comentário de Samira, sua namorada. Ambos, mais um grupo de cinco jovens, tomavam um suave aclive relvado para chegarem a uma árvore em cujo tronco robusto recostava-se um estudante absorvido na leitura de um livro. Esse leitor, completamente alheio ao mundo externo, só notou a aproximação dos adolescentes quando pararam no limiar da sombra projetada pela copa hemisférica da árvore.

Como líder do grupo, Nicolas deu um passo à frente, penetrando na sombra, algo que os demais teriam muito receio em fazer, não por medo, mas porque simplesmente pensavam ser uma ação fútil tendo em vista o resultado final. Ele não fez nada mais além de fitar o estudante de cabelos negros e curtos que mal sequer levantara o rosto para encará-lo: um descaso já previsto.

— Ei, anda logo — sussurrou um colega atrás.

Nicolas não poderia recuar, afinal, fora ideia dele mesmo convidar Aron Rauker para um exercício de magibol, esporte muito apreciado em Nerikia e amplamente praticado pelos jovens. Estava à procura de um jogador para o treino que fariam naquele momento, pois necessitava de um número exato de membros para ensaiar uma jogada a ser usada no próximo jogo do time Roxia — o “x” pronunciado como em “xadrez”. Poderia ser qualquer um ainda não afiliado a outro time, preferencialmente que estivesse cursando entre o nono e o último Ciclo, independente do sexo, e, no caso da função de goleiro que Nicolas atribuiria a esse jogador convidado, detivesse o mínimo de agilidade e coordenação.

— Aron… — começou Nicolas, sem jeito, tentando disfarçar a apreensão coçando seus cabelos de tom mostarda. Os olhos esverdeados procuraram a grama assim que a expressão de Aron fechou-se sobre ele, aquele semblante rígido que claramente dizia não querer conversa.

Não era exatamente a constante fisionomia hostil de Aron que o afastava das pessoas, mas também seus olhos incomuns, de um tom avermelhado apagado, quase morto, transformando seu rosto na figura de um enfermo incurável e portador de uma doença contagiosa. Era conhecido como o “leitor sob a árvore” por estar sempre lendo nesse lugar. Sem dúvida, um adolescente misterioso. Faltavam-lhe amigos, mas parecia não realizar qualquer esforço para se socializar, preferindo a companhia da solidão. A verdade era que os outros também não se esforçavam muito em relação a ele, pois o viam como uma pessoa “estranha”. Poucos tentavam engatar alguma conversa, e não havia resultados frutíferos nessas ações, visto que Aron exprimia incrível inflexibilidade nas relações sociais.

— O que quer? — A voz do “leitor sob a árvore”, na maioria das vezes quando alguém lhe falava, soava displicente, seca e levemente nociva, o suficiente para inibir possíveis aproximações. Ele não hesitava em esboçar feições cruas ou relegar os mais ínfimos envolvimentos numa conversa. Seus desbotados olhos vermelhos manifestavam grande carga de estranheza que paralisavam os menos afoitos.

Mas Nicolas era dono de um caráter destemido, e não seria uma expressão austera que o faria recuar. Ciente de que não convenceria Aron Rauker apenas com palavras, tateou seu blêizer negro de bordas e detalhes verdes, cor da sua Aura, até alcançar o bolso direito, adornado pela estampa bordada de um losango prateado — parte do símbolo da nação nerikiana —, e retirou um bolo de notas de dez matis.

— Pode ficar com a grana se você jogar…

— Não estou interessado.

A resposta, como de praxe, antecipadamente já formada para esse tipo de situação, foi revelada antes mesmo de Nicolas concluir a proposta, e uma generosa proposta, pois a quantia cobria um mês inteiro dos gastos residenciais de uma pessoa que morasse sozinha. O desinteresse pela oferta apenas consolidou o que todos esperavam: rejeição. Aron baixou os olhos de volta para o livro em seu colo. Mas o líder do grupo não desistiu. Guardou o maço de dinheiro, suspirou pesadamente e ajeitou a gravata verde usada sobre a camisa social branca.

— Nos diga como fazemos para você jogar magibol, Aron?

O jovem respondeu encarando as letras:

— Sonhem.

Nicolas bufou. Foi o cheque-mate daquele jovem. Não havia mais como insistir no convite, que, na verdade, fora realmente uma grande perda de tempo como Samira havia dito. Aliás, ela não perdeu a oportunidade de se achegar ao seu ouvido para dizer aquele “Viu? Eu não te disse?”.

Aron permaneceu em silêncio, considerando o “problema” por encerrado. O grupo inteiro então debandou, exceto o líder, que ficou algum tempo, intrépido, encarando a figura do colega que já não dava a mínima para ele, ainda que quase não pudesse chamá-lo de “colega” por ser tão afastado dos demais e invisível nas salas de aula ou em qualquer outro lugar. Resolveu, enfim, deixá-lo em paz e juntou-se ao seu pessoal.

Era um fato. A imagem de Aron Rauker descansando sob a árvore destoava todos os dias da conjunção dos fraternos laços entre os estudantes. Um garoto que dispensava, sem pestanejar, os petiscos e as bebidas da vida. Seu coração sempre roncava.

* * * * *

Nos trinta minutos de intervalo matutino via-se enorme quantidade de estudantes espalhados pelos inúmeros recantos da Academia de Merovinch. Alguns estudiosos preferiam deslocar-se sem demora para a próxima classe (as aulas se davam rotativamente entre as salas), já outros optavam por salas de estudo ou algum lugar aconchegante no campus de 350.000 metros quadrados. Os mais dispostos fisicamente rumavam para os campos esportivos localizados ao lado dos prédios, na ala leste, principalmente para praticarem magibol. Outros mergulhavam em livros pouco ou nada relacionados com os temas das aulas pelo simples prazer de ler; Aron era um deles, imerso num romance investigativo salpicado com algumas ilustrações preto e branca. Mas havia também aqueles que apenas utilizavam esse tempo de forma corriqueira, como era o caso de um quarteto feminino acomodado num gramado bem podado e sombreado pelo prédio do Bloco D.

O pano xadrez vermelho e branco fora forrado e encimado por sanduíches naturais, pães fresquinhos, biscoitos amanteigados, bolo de nozes e uma jarra de suco de mentose — fruta mágica semelhante a uma maça prateada cuja principal função é a revitalização da mente, tornando-se ótima e conveniente para os estudantes —, todos preparados caseiramente. As meninas só não usufruíram logo das guloseimas porque estiveram concentradas numa cena que ocorrera à vista.

— Como se eles fossem conseguir — comentou uma das garotas com a boca cheia (na verdade, esta não era do tipo que fazia cerimônia para comer). Seus olhos verdes acompanhavam a caminhada frustrada do grupo que tentara convencer o “leitor sob a árvore” a participar de alguma atividade de magibol. Mais algumas mastigadas e continuou: — Tenho certeza que foi ideia do Nicolas. Ele cisma que o Aron possui um… “potencial não aproveitado”. Pura doideira! Será que ele não se cansa?

— Érika, ele não vai desistir de chamar o Aron pro time Roxia até o dia da nossa formatura — opinou uma jovem morena, seus olhos azuis desviando para as iguarias abaixo. Nesse ano elas completariam uma etapa de suas vidas que durava dos 13 aos 19 anos.

Dentre as quatro garotas, uma, no entanto, não esteve observando o grupo de Nicolas se afastando e muito menos voltou-se para os alimentos. Seus olhos lilás mantinham-se fixos na figura do adolescente que quase ninguém conhecia, e perguntava-se até quando ele seria um esquisito ponto de interrogação. Há alguns dias ele havia se aproximado dela para dizer algo, mas após algumas palavras iniciais sem uma pretensão bem definida, ele se calara com uma expressão meio aborrecida e lhe dera as costas. Aron não tinha o costume de abordar as pessoas para uma conversa. O que será que ele queria?

— Mirella, como estão os biscoitos? Eu acertei a receita desta vez? — A dúvida da amiga arrancou-a do enfoco sobre Aron, e nem mesmo percebeu a entonação ansiosa com que fora feita.

— Hã? Ah, sim, os biscoitos… Vou prová-los agora.

Quando os levou à boca, a ansiedade tomou conta do rosto da amiga cujas mãos estavam fechadas sobre a saia curta, escura e plissada — parte do uniforme feminino —, e que esperava o paladar de Mirella capturar o gosto convencional dos biscoitos sem dizer que estava doce demais por ter colocado muito açúcar ou “denso” demais por ter muita farinha de trigo. O sabor dissolvido na boca alterou levemente as feições de seu rosto claro. E, após uma exclamação deleitosa, Mirella respondeu:

— Estão deliciosos, Anna.

Os olhos cor de rosa da amiga brilharam atrás da lente dos óculos de aro escuro.

— Parece que finalmente acertei as medidas — alegrou-se Anna, empertigando o corpo baixo e franzino e começando a falar dessa receita que vira num dos livros de culinária de sua mãe. Gesticulava com empolgação e retirava a fina mecha de cabelo escuro que deslizava esporadicamente para frente do rosto, tampando parcialmente o cintilar rosado de seu olho direito. Até que ela decidiu prender o cabelo num rabo de cavalo, como normalmente costumava deixá-lo.

— Herança de mãe — comentou Mirella a respeito da vocação de Anna na culinária. — Queria ter pelo menos metade dessas suas habilidades. É minha mãe quem sempre faz os bolos, e ficam muito bons, mas parece que não ganhei isso dela. — Ela curvou os lábios em desgosto e fitou os alimentos sobre o pano. — Você faz os biscoitos, a Érika prepara os pães, e a Priscilla o suco de mentose, que é tirado da fruta colhida no próprio pomar da casa dela. Sou a única do grupo que não faz nada das próprias mãos.

— E daí que é sua mãe que faz? — rebateu uma amiga entre algumas mastigadas, e, após jogar goela abaixo o último pedaço de sanduíche que comia, olhou-a sorridente e continuou: — Não importa se você não tem boa mão pra coisa. Suas intenções é que valem a pena. — Érika podia ver o meio sorriso de Mirella, uma incompleta conclusão que ela nunca conseguia tornar integral. Resolveu então aplicar um pouco de humor ao assunto. — Mas vamos ser sinceras, a Priscilla nem faz grande coisa assim. — E encarou a mencionada, sorrindo debochadamente. — Ela só espreme a mentose para pegar a polpa e então adiciona água com açúcar. Isso até uma criança faz.

— Ah, então uma criança talvez também seja capaz de cuidar de um pomar, né? — replicou a morena, indignada. — Coisa que nem você conseguiu fazer. Ou será que preciso refrescar sua memória? Naquela vez em que te desafiei a plantar algumas mudas de mentose no seu quintal, e no mês seguinte as mentaneiras morreram.

— Bem… isso não muda o fato de que sua parte não tem a mínima complexidade na cozinha — disse Érika, meio emburrada.

Entrementes, Anna e Mirella apenas observavam passivamente a discussão com divertida curiosidade.

— Mas é claro. A maior parte do trabalho se encontra no pomar. — Priscilla encheu um copo plástico com o líquido prateado e, antes de levá-lo à boca, falou: — Preparar o suco é a parte mais simples.

No segundo seguinte, Priscilla estava cuspindo a bebida no gramado. Seus olhos azuis avaliaram o conteúdo do copo enquanto a língua ainda criticava o gosto ruim. — Acho que esqueci o açúcar.

— Tá brincando, né? — indagou Érika, e não demorou a tirar sarro da amiga. — Tá vendo? Se fosse biscoito de chocolate em vez de suco, você teria esquecido o chocolate.

— Não enche. É que fiz na pressa hoje de manhã. Estava atrasada. Sabem como o Professor Saulo não gosta que tardemos em chegar à aula dele…

Anna e Mirella permaneciam de olhos na discussão. Certa vez, durante uma briga inicialmente engraçada, Priscilla perdera alguns fios de seu cabelo castanho escuro. Como era a mais vaidosa do grupo e gostava muito do seu cabelo encaracolado, ficara irritada e contra-atacara arrancando um punhado bem maior dos cabelos cor de mel de Érika, mais curtos que os de Anna que eram presos por um rabo de cavalo que descia até abaixo do pescoço. Se a coisa se repetisse, elas deviam estar preparadas para interferir.

Mas não foi preciso. A conversa corriqueira foi subitamente interrompida pela presença de um passarinho de papel, planando entre o grupo, rodopiando graciosamente na frente de Mirella, que juntou as mãos e permitiu que o objeto pousasse sobre elas.

— Alguém está te passando uma mensagem — disse Priscilla, os olhos brilhando como lago refletindo a luz do dia.

Era comum os alunos usarem um papel especial que, ao fim de uma mensagem escrita, se transforma num pássaro que voa até o receptor, considerando que este não esteja muito longe do emissor. A troca de recados via tal artigo mágico, chamado recadeiro, era tradição na Academia.

Mirella notou as expressões ávidas do grupo e sentiu-se constrangida.

— Gente, deve ser só uma mensagem qualquer de alguma amiga ou Professor.

— Quem sabe de um “amigo” também — Priscilla falou em provocação. Agradava-lhe fazer comentários do tipo, o que sempre incitava risadinhas no quarteto.

Quando Mirella desdobrou o passarinho, o papel, por mágica, apresentou-se liso como se nunca houvesse sido dobrado. O trio reuniu-se ao seu lado. Mirella leu em voz alta a mensagem que, em vez de escrita a punho, estava datilografada.

Olá, Mirella. Como vai? Como sabe, eu terminei o roteiro da peça de Teatro para ser apresentada durante o Festival daqui a alguns meses. Já escolhi os atores, mas, infelizmente, a garota que faria o papel da protagonista teve que se mudar com a família para a Região Oeste, e por isso o elenco está desfalcado. Recebemos a notícia ontem e estamos à procura de alguém para a vaga. Pensei um pouco, e talvez você se encaixe no perfil da personagem que idealizei. Sei que é repentino, mas independente de sua resposta, gostaria que se encontrasse com a minha equipe agora mesmo, no próximo horário das aulas, no Clube de Teatro. Não iremos tomar muito o seu tempo, apenas alguns minutos para lhe explicarmos do que se trata a peça e, a partir disso, ter maior base para sua decisão.

Beijos,

Seu grande poeta, Willian.

— Foi o Willian mesmo quem escreveu essa carta? — indagou Anna. Todas elas sabiam que Willian não pediria mais a Mirella para representar no palco.

Mirella soltou um ar pesado, resignado, e suas amigas sentiram isso quando a observaram. Um silêncio constrangedor estacionou ali, e apenas ouviam-se sons distantes de gente falando. Érika, a jovem com mais iniciativa naquele quarteto, tomou coragem:

— Mirella, talvez…

— Eu não quero ir — cortou ela, meio entediada e desgostosa.

— Escuta, esse é o nosso último ano na Academia. Sei que você não atua desde… desde aquele tempo. Mas acho que deve dar uma chance a você mesma.

— Também acho — disse Priscilla. — O Willian já havia dito que não te chamaria. Mas se ele o fez agora, então é porque realmente deve estar precisando de você.

— Talvez a protagonista que ele queira seja exatamente como você— acrescentou Anna.

Mirella exibia uma pele branca macia e vistosa. Já os cabelos escuros, sedosos e alongados até a meia altura das costas eram da cor da noite. Franjas precisamente aparadas cobriam-lhe a testa; mantinha esse corte de cabelo desde os treze anos, tornando-o parte de sua identidade visual. Não detinha uma estatura nem alta nem baixa, apenas um pouco magra, o suficiente para seu corpo se enquadrar nos moldes de qualquer fantasia masculina, e que, além do busto notável, davam a ela uma boa colocação numa classificação do tipo “garota mais bonita da Academia”. Mas nenhum desses atributos era mais deslumbrante que seu rosto, portador de uma beleza meiga e carismática que se habituara ao júbilo e o expressava com incrível naturalidade.

— Mesmo que não queira o papel, vá pelo menos até lá — sugeriu Érika num tom de voz macio e suplicante. Dona de uma fala grossa e, em certos momentos, arisca, conseguia abrandar essa marca quando os sentimentos de amizade misturavam-se ao ar que tocavam suas cordas vocais.

Mirella sorriu.

— Tudo bem, eu vou.

Uma música instrumental cuja sonoridade transbordava a alma de entusiasmo reboou pelos recantos da Academia. A melodia principiava em altivo volume e, após alguns segundos necessários para os alunos tomarem consciência de que deveriam abandonar quaisquer atividades que estivessem desempenhando, diminuía para uma força sonora suave, quase se mesclando ao ambiente. Era uma forma de instigar os estudantes a regressarem aos âmbitos das aulas sem tomarem as próximas horas acadêmicas maçantes. De certa forma, apaziguava as peregrinações às salas.

Os alunos começaram a findar suas ocupações. Aron interrompeu a leitura, aprumou-se, ajeitou a gravata carmesim e caminhou de volta aos prédios da Academia. Os alunos no magibol (nem todos) encerraram o treinamento. O quarteto desfez o piquenique, guardando as sobras do lanche para aproveitarem-nas durante a tarde.

Mirella, seguindo o pedido das amigas, separou-se delas e rumou para o Bloco A, local onde se realizavam as atividades extra-acadêmicas.

Aron Rauker a seguiu com os olhos.

* * * * *

Ele procurava despejar as palavras ao som sereno da música de violino, que encerrava o intervalo, mesclada aos ruídos corriqueiros de vozes e passos reverberando em todos os corredores da Academia. Nesse contexto sonoro, sua criatividade pedalava pela folha de papel já preenchida por alguns versos. Às vezes parava para descansar, tomava fôlego enquanto examinava o restante da “viagem”, e novamente se punha a escrever. E, assim, o poema era construído.

Uma pena quando alguém o atropelou durante o passeio.

— Willian, você está aqui?

O jovem reconheceu Érika pela voz. Ergueu a cabeça e a encarou com uma decepção simulada no rosto. A garota nem notou.

— Pensei que estaria no Clube de Teatro — disse Érika. Anna e Priscilla se aproximaram.

— Por que eu estaria lá se eu tenho aula agora?

Eles se encontravam numa sala onde aconteceria o curso de História do Relevo Nerikiano.

— Ora, você não chamou a Mirella para participar da peça de Teatro? — perguntou Priscilla.

— Eu? Claro que não! A Mirella abdicou de qualquer participação futura no Teatro. Foi isso o que ela decidiu, não foi?

Uma onda de confusão cobriu as três garotas.

— Espere aí! Você enviou um recadeiro pra ela agora há pouco. — Se Érika estivesse com a mensagem teria lhe mostrado, mas ela ficou com a amiga. — Nela você dizia que a Mirella devia ir até o Clube de Teatro para discutir o papel que ela faria.

— Do que está falando? Eu não enviei nenhum recadeiro.

— Bem que eu achei estranho… — Anna comentou, recebendo o olhar do grupo. — Não parecia o seu tipo de escrita. Desprovia do seu quê… poético pedante.

Willian não gostou nem um pouco do adjetivo.

— Gente, então de quem era aquela carta? — O rosto de Érika assumiu um tom de preocupação.

Willian não fazia ideia. No papel em que escrevia, seu último verso dizia:

E o tempo de paz morria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Infelizmente, as atualizações serão mensais. Mas, para novidades, acessem a página do livro http://www.facebook.com/Nerikia

Abraços e até a próxima.