Nós já estávamos indo para a casa do meu pai. Rose estava pensativa ao meu lado, e Alice também não falara uma palavra desde que saímos de casa. Eu tentava me preparar psicologicamente para o que eu veria quando chegasse lá. Eu me lembrava da ultima visita que eu tinha feito ao meu pai, e eu não sei muito bem de sua casa.

Eu parei o carro na entrada e logo o porteiro me deixou entrar. Nada havia mudado desde a última vez que eu estivera ali. A casa ainda parecia meio morta, e a coisa mais cheia de vida ali era a cerca viva. Nós fomos para a porta e Rose tocou a campainha. Não demorou mais do q eu meio minuto e logo Angela atendeu a porta. Angela trabalhava ali desde que eu nasci praticamente. Ela nos olhou com surpresa, e eu sorri fraco.

-Senhoritas Swan e Senhorita Brandon. –ela falou surpresa.

-olá Angela. –nós dissemos juntas.

-entrem, vou avisar seu pai que vocês estão aqui. –e ela subiu as imensas escadas.

Nós começamos a andar pela sala, reparando em cada detalhe intocado desde aquela época. Os bibelôs, as pinturas, os porta-retratos e até mesmo as almofadas. Parecia uma casa presa no tempo. Todas as lembranças do começo do que seria uma infância feliz, eternizados naquele lugar. E Alice não entendia o motivo por eu não vir aqui.

Olhei para o topo da escada e lá estava meu pai, nos olhando com curiosidade. Ele usava um roupão vermelho envelhecido, com desenhos em preto. Os cabelos desarrumados e a barba mal feita. Eu fechei as mãos em punho e parei de respirar por um segundo. Aquele não era o meu pai. Vi quando Rose abriu a boca em surpresa. A lembrança mais viva que eu tinha dele era ele usando terno, bem arrumado e sorrindo. As outras eram apenas desenhos turvos em minha cabeça.

-EI, o que trazem vocês aqui? –ele falou parando em nossa frente.

-viemos te ver papai. –Rose sorriu e ele manteve sua expressão. Ou menor, sem expressão.

-olá Alice. –minha amiga sorriu. Ótimo, não merecíamos nem um abraço?

-oi papai. –eu falei tentando sorrir. Ele passou rapidamente os olhos por mim e fixou em alguma coisa em minhas costas.

-HEY, minha filha escritora, como está? –eu sorri, mesmo sabendo que ele não veria.

-estou bem, e o senhor? –ele sorriu fraco.

-estou bem. –ele passou os olhos rapidamente por nossos rostos, e logo olhou através de nós.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, e Alice olhava de mim e Rose para meu pai, que permanecia em silêncio com as mãos no bolso. Rose tossiu, tentando chamar a atenção, o que não funcionou. Alice suspirou alto, e eu logo passei a analisar a casa novamente.

-pai, como ficará meu caso? –mais uma tentativa de minha irmã.

-eu vou pedir para um dos meninos representa você querida. –ele falou simplesmente.

-um dos meninos... –era claro o desapontamento dela.

-querem jantar? –eu sorri mais abertamente.

-claro papai.

Sentamos na antiga sala de jantar como sempre fazíamos. Tentei não olhar para o lugar vago ao lado de meu pai, assim como ele parecia nem perceber. Rose fazia perguntas qualquer, apenas para mantê-lo falando. E eu segui sua linha de raciocínio, perguntando sobre seu dia e sobre a empresa.

Ele parecia querer colaborar, já que perguntava sobre os trabalhos de minha irmã e sobre como andava meu livro, que finalmente estava quase terminando. Alice estava muda, apenas nos observando com um sorriso tímido nos lábios. Talvez aquilo não fosse fácil para ela também, afinal ela foi criada conosco praticamente.

Rose se serviu com seus dois grãos de arroz diários, e meu pai nem pareceu perceber. Tinha alguma coisa errada, e todas nós sabíamos. Por mais que ele estivesse sempre triste e coisa e tal, ele sempre brigava com minha irmã para comer mais e se preocupava com isso. Mas ele parecia completamente alheio a isso no momento. Rose também pareceu perceber e começou a fazer piadas. Ele sorria para ela e respondia com poucas palavras.

O jantar finalmente terminou e meu pai parecia impaciente para dormir. Eu olhei no relógio e ainda era nove e meia. Nós nos despedimos, e dessa vez eu tomei a frente e o abracei demoradamente. Ele pareceu surpreso com nosso contato, mas correspondeu da melhor maneira possível ao meu ato. Ele deu um beijo em minha bochecha e logo me soltou, abrindo os braços para receber um caloroso abraço de minha irmã. Ele também deu um beijo em seu rosto e sorriu, olhando para nós.

Depois de abraçar Alice, ele ficou quieto por alguns segundos me olhando. Eu fiquei um pouco incomodada com a situação, mas não disse uma palavra. No final ele estava mais sorridente do que quando chegamos e eu não falaria nada que o pudesse fazer ficar triste novamente. Ele sorriu e olhou em meus olhos.

-venham me visitar mais vezes. –eu sorri abertamente.

-claro papai. –ele beijou meu rosto outra vez, e então nós fomos para o carro.

Nós entramos no carro e ficamos em silêncio por um longo segundo. As coisas tinham sido estranhas com meu pai, na verdade mais estranhas do que elas já eram normalmente. Alice e Rose também perceberam que ele estava diferente. Primeiro ele parecia completamente alheio a nós, e depois ele parecia mais carinhoso do que já havia sido em anos.

-acham que aconteceu alguma coisa? –Alice falou se apoiando no banco de minha irmã.

-acho que não, ele diria se tivesse algum problema. –Rose concordou comigo.

-quem sabe ele não estava apenas com saudade de nós. –eu assenti e sorri fraco para Rose.

Fomos para o clube que seria o show e estacionei no local indicado. Rose e Alice começaram a se arrumar no espero do carro e eu apenas revirava os olhos e ria delas. Depois de muito gloss, perfume e pó, nós começamos a ir para a porta do camarim. Eu abri a boca para falar com o segurança gigante que estava na porta, mas ele sorriu e abriu a porta para nós entrarmos.

-Seja bem vinda, Senhorita Swan. –ele falou estendendo a mão para o interior do prédio. Eu arregalei os olhos e entrei.

-obrigada. –Alice e Rose vieram atrás de mim em passos rápidos.

-é, ser professora tem lá suas vantagens. –Eu revirei os olhos para minha amiga.

Nós caminhamos pelo corredor iluminado e lá no fundo eu pude ver um homem alto e loiro, que se parecia muito com Jasper, tocando o que agora eu sabia que era um baixo. Eu olhei rapidamente para Alice e ela sorria. Eu olhei para o outro lado e minha irmã olhava para os lados.

-qual o problema Rose? –ela fez careta.

-eu preciso fazer uma entrada triunfal, o baterista vai estar ai. –eu revirei os olhos e ela entrou em outro corredor. – vão na frente.

Nós reviramos os olhos, mas continuamos andando. Eu só torcia para que ela não tropeçasse na sandália de novo. Jasper logo percebeu nossa presença e sorriu abertamente. Eu não contive meu sorriso também, e não olhei para o lado para ver como estava Alice. Andamos mais alguns passos e logo avistei Edward com uma guitarra na mão e Emmett batendo em uma caixa com as baquetas.

-BELLA. –Emmett gritou e se levantou, olhando para o meu lado.

-HEY. –Jasper se levantou e veio até mim, parando apenas para olhar Alice.

-Bella, você veio. –Edward correu para o meu lado e eu sorri.

-eu disse que vinha. –ele parou os olhos em meu pescoço, e só então percebi que não tinha tirado a correntinha.

-realmente ficou boa em você. –ele disse quando eu a toquei.

-eu gostei dela. –ele sorriu, e só então Jasper e Alice olharam para meu pescoço.

Jasper arregalou os olhos e olhou de mim para Edward. Alice permanecia com uma sobrancelha levantada e não parecia entender o que estava acontecendo. Eu sabia que ela não conhecia aquele colar, e que assim que saíssemos dali ela faria milhões de perguntas, mas... Tanto faz.

-Bella, é... –Emmett começou olhando em minha volta e eu ri.

-ela já vem. –Jasper sorriu e se sentou novamente, pegando o baixo e começando a tocar uma música.

Comecei a ouvir o barulho firme de salto batendo no chão. Eu virei lentamente para trás e era minha irmã. Com os lábios entre abertos, cabelos esvoaçantes, mãos no bolso da calça jeans e olhos nos fitando, ela vinha caminhando lentamente. Eu e Alice reviramos os olhos novamente. Edward ergueu uma sobrancelha e Jasper arregalou os olhos. A boca de Emmett se escancarou, e ele olhava minha irmã dos pés a cabeça.

-WOW. –eu sacudi a cabeça.

-desculpe o atraso, eu estava amarrando... Minha sandália. –por um momento achei que ela falaria tênis.

-nã-nã-não te-tem proble-ma. –Emmett falou meio gaguejando.

-fico feliz que vocês tenham vindo. –Edward falou me puxando para longe dos dois que começavam a se encarar. Alice já tinha ido se sentar ao lado de Jasper e eles conversavam animadamente pelo que eu podia ver.

-fico feliz em ter convidado. –ele revirou os olhos e passou a mão nos cabelos.

-acho que foi bom ter trazido elas. –ele falou olhando para as meninas.

-é... Acho que foi mesmo. –ele riu.

Edward ficou olhando em meus olhos por longos segundos. O seu sorriso era contagiante, fazendo com que meu coração batesse mais rápido e até mesmo ficasse sem ar. Ele deu um passo á frente e todo meu corpo se arrepiou. Ele pegou uma mexa de cabelo e colocou atrás da orelha, sempre sorrindo.

-como foi com seu pai? –ele parecia estranhamente preocupado.

-Bem... Estranho. –ele sorriu fraco.

-imagino que não deva ser fácil. –eu assenti.

-nós temos que entrar, mas espere-nos voltar para irem embora. –eu assenti, ele deu um beijo em minha testa e puxou minha mão.

Alice e Rose nos seguiram, e ele nos levou para uma salinha que tinha vista para o palco inteiro. Tinha uma mesa com cadeira e alguns homens vestidos de terno estavam nos esperando. Eu ergui uma sobrancelha e Edward riu da minha expressão. Alice estava muda ao lado de Jasper, e Emmett... Bem... Era apenas o Emmett.

-Então... Gostou da decoração? –eu segurei o riso e Edward fez careta.

-é bem... Legal. –minha irmã respondeu e eu sabia que seu sorriso deveria estar de orelha a orelha.

Edward me levou até uma cadeira e me sentou, chamando um dos homens e dando instruções que eu preferia nem saber o que era. Ele manteve uma mão em meu ombro, e Alice já havia sentado também e sorria abertamente para Jasper, que parecia um pouco tímido. Emmett coçava a cabeça e deixando os músculos do braço a mostra. Rose não conseguia manter seus olhos longe de seus braços.

-está certo. Qual quer coisa é só pedir para um deles está bem? –Edward apontou para os homens atrás de mim. Eu assenti.

-está tudo bem Edward. –eu falei sorrindo. Ele sorriu abertamente para mime se abaixou na minha frente.

-eu volto logo. –ele se aproximou e beijou novamente meu rosto, depois foi para o palco sendo seguido por Jasper e Emmett.

Rose também se jogou em uma cadeira e suspirou pesadamente. Nós rimos e Alice me encarava com uma cara estranha. Eu ergui uma sobrancelha e ela sorriu maliciosamente, lançando um olhar para meu pescoço. Novamente eu coloquei a mão sobre a correntinha por impulso.

-eu não conhecia essa. –ela falou com um sorriso torto e sacana nos lábios.

-eu... Ganhei. –a essa altura Rose já prestava atenção em nós.

-de quem? –Alice fingiu curiosidade. Aquela peste me pagaria depois.

-do Edward. –eu falei revirando os olhos e ela riu.

-eu sabia. –eu sacudi a cabeça e não disse mais nenhuma palavra.

O show finalmente começou e Edward começou a cantar uma música agitada. Alice se mexia na cadeira e Rose não conseguia conter o sorriso, olhando para baterista que parecia eufórico. Eu gargalhei, e minha irmã me olhou.

-o que foi? –eu sacudi a cabeça.

-o Jasper não é lindo? –eu revirei os olhos.

-é.

-o Emmett é mais, olha aqueles braços. –minha irmã apontou.

-aham.

-mas ele parece um boi Rose, olha o Jasper. Na medida perfeita. –eu ri baixo da comparação.

-medida perfeita? Você bate no ombro dele Alice. –eu ri, minha irmã tinha razão.

-Bella, do que você ta rindo? Edward parece que levou um choque, repara no cabelo dele. -franzi a testa.

-não é choque, é estilo. –ela revirou os olhos.

-ah, claro. –ela cruzou os braços.

-Bella, você está diferente. –minha irmã reparou.

-Hein?

-é verdade Bella, você está mais... Acessível. –Alice concordou.

-o que vocês andaram bebendo? –eu coloquei a mão na cintura.

-querem alguma coisa senhoritas? –eu dei um pulo, só então me lembrando das pessoas atrás de nós.

-HAHA, não obrigada. –eu falei já roxa.

Fiquei muda o resto do show. Já bastava ter falado aquilo na frente daqueles homens. Edward, Jasper e Emmett correram para a salinha assim que o show acabou. Emmett sorriu, passando a mão no cabelo.

-vocês estão aqui ainda, que coincidência. –ele falou mais para Rose do que para nós.

-HEY, Alice o que achou do show? –Jasper perguntou indo para o seu lado. Edward sorria e se mantinha em minha frente.

Edward passou o braço pelos meus ombros e eu nem me importei por ele estar suado. Ele sorria abertamente e era simplesmente impossível não ficar feliz o vendo daquela maneira. Ele me olhou rapidamente, sem perder o sorriso e parou novamente me minha frente.

-querem que eu leve vocês para casa? –ele perguntou, agora mexendo em meu cabelo.

-estou de carro, mas obrigada mesmo assim. –eu sorri e ele fez careta olhando para minhas costas.

-não sei se falo eca ou se dou risada. –ele falou e apontou.

Eu virei lentamente, já temendo o que veria. Eu estaquei com a boca escancarada e olhos arregalados. Jasper e Alice corriam até nós, fazendo careta. Emmett puxava Rose para cada vez mais perto, e ela já estava pendurada em seu pescoço. Eles nem pareciam se lembrar da nossa presença ou que estavam sendo observados. Eu olhei para Alice.

-você que vai chamá-la. -ele mostrou a língua para mim.

-é sua irmã. –ela falou vitoriosa.

-é, mas é ela que vai ao shopping com você. –ela fez careta.

-tem que ser agora? –ela falou com pesar na voz.

-NÃO! –Edward e Jasper falaram juntos e nós olhamos assustadas.

-quero dizer, Emmett ficaria realmente muito bravo, sabe como é... –Jasper coçou a cabeça.

Nós sentamos em um sofá e Edward e Jasper logo vieram nos acompanhar. Jasper pegou novamente seu baixo e começou a tocar alguma coisa. Alice parecia completamente entretida com ele, e ele com ela. As coisas pareciam estar andando para os dois e eu fiquei feliz por minha amiga.

Conversamos por um tempo, até que minha irmã resolvesse largar o pescoço de Emmett. Fala sério, eles estavam respirando? Edward fazia careta a cada barulho estranho que vinha dos dois e eu preferia nem olhar. Alice já estava entendendo tudo sobre a diferença entre baixo, guitarra e violão e eu tentava acompanhar as explicações que Edward e Jasper davam.

Finalmente, depois de duas horas, Rose largou do baterista e veio andando até nós. Emmett a seguia com um sorriso bobo nos lábios. Isso significava que a entrada triunfal havia funcionado? Alice logo olhou para ela com alivio, eu logo imaginei que não deveria a ser a única morta de sono e preocupada por que eles precisavam dormir.

-vamos. –nós nos levantamos e eles nos acompanharam até a porta.

Jasper caminhava lentamente com Alice, e Emmett carregava praticamente minha irmã. Edward caminhava ao meu lado em silêncio e não parecia prestar muita atenção nos outros ao nosso lado. Ele ainda sorria abertamente, fitando alguma coisa a sua frente. Eu parei na frente do carro e ele parou na minha frente, olhando fixamente meus olhos.

Eu não fazia idéia do que ele poderia estar vendo ali, e para falar a verdade eu tinha até medo do que ele poderia constatar. Os olhos verdes estavam grandes e expressivos de certa forma. Eu não conseguia ouvir nenhum som. Nem a conversa de Jasper e Alice e nem os barulhos nojentos de Emmett e minha irmã. O barulho mais audível ali era a nossa respiração.

Ele colocou uma mão em meu rosto e continuou com o olhar preso ao meu. Ele tinha um sorriso tímido nos lábios, e toda a minha pele se arrepiou com seu toque. Eu respirei fundo, sentindo o cheiro forte de seu perfume. Ele sorriu mais abertamente aproximando de mim. Meu coração falhou e minha respiração também. Estávamos a apenas alguns centímetros de distancia, e ele ainda mantinha a mão em meu rosto. Ele se aproximou novamente e encostou levemente seus lábios em minha bochecha, que a essa altura estava queimando.

-boa noite Bella. –ele falou, ainda com os lábios em meu rosto. Meu coração acelerou.

-boa... Noite, Edward. –eu falei com a voz falhando.

Só quando ele se afastou que eu percebi que Alice e Rose já estavam na porta me esperando. Eu sacudi a cabeça tentando pensar com coerência e virei para o carro. Abri a porta e logo Alice e minha irmã entraram no carro e continuaram me olhando como se eu fosse um mutante. Eu dei partida e acenei para os meninos que ainda estavam nos olhando partir.

[Edward]

Eu ainda estava me sentindo meio estranho por toda a história de Bella. Foi bom saber que ela confiava em mim ao ponto de me contar sobre isso. Não deveria ser uma coisa fácil para ela, e eu agora conseguia entender o motivo de ela estar sempre tão triste quando a conheci. Ter dado a correntinha para ela com certeza foi a melhor coisa que eu já fiz. Não só mostrei que eu realmente me importava e que gostava dela, mas também dei a ela a confiança que ela precisava em mim.

Eu não sabia por que estava fazendo tudo aquilo, mas estar com ela era bom para mim. Ela fazia as coisas parecerem mais calmas e até mais fácil conviver com certas coisas. Eu estava estranho e até mesmo Emmett tinha reparado. Desde quando eu me importo tanto se alguém vai ao show? Bem, mas não era simplesmente “alguém” era ELA. Era a minha Bella.

Quando a vi entrando eu não entendi o porquê do meu coração ter batido tão rápido e da felicidade ter tomado conta de mim da forma que tomou. Não foi fácil deixá-la para fazer o show, e a única coisa que eu queria era terminar logo e correr para a salinha ao lado do palco onde eu havia a deixado. Eu precisava vê-la novamente antes de dormir.

A presença dela estava começando a se tornar necessário para mim, de uma forma que eu nunca achei que ninguém poderia fazer. Era estranho, mas saber que ela estava perto e sentir seu perfume já fazia o dia valer a pena de alguma forma. E principalmente ver aquele pingente em seu pescoço. A prova de que eu a amava e que... O QUE EU TO FALANDO? E por que eu sentia a louca necessidade de tocar seus lábios com os meus?

Estou ficando doente, essa é a única explicação lógica.

-EDWARD TÁ APAIXONADO! –o retardado do Emmett gritou assim que elas foram. Eu o fuzilei com os olhos.

-cala a boca Emmett. –eu falei entre dentes.

-ah, qual é Edward? –Jasper deu um tapa em minhas costas.

-E SE EU TIVER, O QUE INTERESSA A VOCÊS? –eu esbravejei, e logo arregalei os olhos, sentindo o peso de minhas palavras.

-ADMITIU! –eles berraram e saíram correndo, me deixando sozinho no meio do estacionamento analisando minha mais nova descoberta. EU... ESTOU... APAIXONADO?