Amargo E Doce Amor escrita por Tricia


Capítulo 3
Admiração


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, desculpem a demora, minha vida é corrida... vocês entendem né? Mas para compensar, até domingo posto mais um capítulo certo? Beijos e obrigada pela compreensão.



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Narrado por Bella

 -Ah Sr. Cu Cu llen e e eu si sinto mu mu muito – ai cacete, gaguejar agora não Isabella! – me repreendi mentalmente – não agora, na frente desse homem lindo e irritado - mas sabia que era inútil, toda vez que eu ficava nervosa eu gaguejava, uma situação completamente humilhante.

O Chefão Gostosão Cullen estava me encarando com uma das sobrancelhas erguidas e ficando completamente vermelha percebi que ele estava, apesar de ainda irritado, se divertindo com o meu nervosismo.

Alice mais do que depressa veio em meu socorro entregando ao patrão alguns guardanapos que ele aceitou com um sorriso tranquilizador para ela.

-Sr. Cullen – disse Alice parecendo nada preocupada – perdoe a minha amiga, ela só é um pouco desastrada.

Dei um olhar para Alice que dizia “Vou te matar”. Poxa, ela não precisava salientar esse meu “problema”, mas ela simplesmente riu da minha cara.

-Muito bem – disse ele estendendo a mão para mim – é um prazer...

-Isabella – respondi em apenas um sopro para não gaguejar – mas me chame apenas de Bella.

-Certo Bella, não se preocupe está bem? – tranquilizou-me com gentileza apesar de ainda estar, sem dúvida alguma, irritado – eu sempre tenho uma camisa extra aqui no escritório, para o caso de acidentes desse tipo.

Ele é gentil apesar de tudo e me olha intensamente enquanto fala. É lindo demais. Mais do que deveria ser permitido. Ele então me dá um pequeno sorriso divertido e eu percebo que o estou encarando.

-Até mais Bella, foi realmente um prazer conhecê-la – ele diz a guisa de despedida – venha à minha sala assim que puder Alice.

-Hum... Sr. Cullen – sussurro quase que me desculpando e ele volta a me olhar confuso e Alice me olha com aquele olhar tipo O que você está fazendo? , tomando coragem eu continuo – por favor, não culpe a Alice. Vim apenas para trazer-lhe um trabalho da faculdade e aproveitamos para tomar café juntas, ela não tem culpa por eu ser tão desatenta.

Percebendo minha preocupação, seu olhar se suavizou.

-Alice é uma ótima secretária, não existe motivo para a sua preocupação, fique tranquila.

E assim ele sai da cozinha deixando Alice com um sorriso enorme no rosto pelo elogio e eu admirada com aquele homem que mesmo podre de rico, jovem e lindo, e que mesmo irritado sabe ser gentil e humano.

Narrado por Edward

Fiquei irado quando senti o café que estava quente, mas por sorte, não fervendo, empapar minha camisa e deslizar pelo meu peito grudando em minha pele. Respirei fundo e encarei a autora do desastre até que ela me olhasse, mas quando ela o fez prendi a respiração, pois eu estava olhando dentro dos olhos castanhos mais profundos que eu já tinha visto, da cor de chocolate quente, num rosto de anjo de pele tão branca e que era adornado por longos cabelos negros como a noite.

Enquanto ela tentava se desculpar, tentando em vão não gaguejar de nervosismo acabei achando graça na situação uma vez que eu mesmo, agora, estava nervoso como um adolescente fica diante de uma bela mulher, o café e a camisa quase já esquecidos.

Com a boa educação prevalecendo me apresentei e consegui arrancar de seus lábios trêmulos o seu nome que, aliás, condiz perfeitamente com ela. Alice me entregou guardanapos e brincou um pouco com a amiga recebendo dela um olhar furioso, o que apenas me mostrou que são muito íntimas. Apesar da minha irritação, que não era apenas pelo café em minha roupa, não querendo ser indelicado tratei de tranquilizá-la.

Mas foi apenas no momento que me despedi e que ela teve a coragem de me abordar foi que percebi o motivo real da sua preocupação, ela queria garantir que o emprego da amiga não seria prejudicado, me explicando os fatos e assumindo a culpa por sua desatenção. Por um mísero segundo fiquei abismado que ela pensasse aquilo de mim, eu seria incapaz de tirar o emprego de alguém por um motivo tão fútil como aquele, mas logo me dei conta de que para ela eu era o “patrão” e que muitos patrões seriam realmente capazes disso.

Desconcertado com sua coragem tratei mais uma vez de acalmá-la tecendo elogios merecidos à Alice e me retirei ainda mais admirado com aquela jovem mulher que além de linda, com aquele pequeno gesto de proteção à amiga, demonstrou ter também um ótimo caráter e um belo coração.

Sentei à minha mesa ainda atordoado com o efeito que aqueles olhos castanhos tiveram sobre mim e tentando analisar a sensação de eletricidade que tinha tomado todo o meu corpo. Depois de alguns segundos uma batida leve à porta me trouxe de volta à realidade.

-Com licença Senhor – era Alice que entrou timidamente – ah, vou pegar uma camisa para o senhor – ofereceu-se assim que viu que eu ainda não havia tirado a roupa suja de café e encaminhou-se à porta que levava a um banheiro e a uma sala de TV onde às vezes eu me refugiava para relaxar e onde havia um armário com algumas roupas minhas.

-Aqui Senhor Cullen – ela voltou e me entregou uma camisa branca e uma nova gravata - e perdão mais uma vez.

-Já disse que não tem problema Alice e também já pedi para me chamar de Edward, Sr. Cullen faz com que eu me sinta mais velho do que sou. – falei sorrindo para ela que assentiu – Bella e você estudam juntas? – questionei querendo aplacar um pouco a minha curiosidade sobre aquela garota.

-Sim, estudamos na mesma faculdade, mas também moramos na mesma casa.

Ela confirmou o que eu já tinha deduzido sozinho sobre serem íntimas, mas aquela informação ao invés de aplacar minha curiosidade teve exatamente o efeito contrário.

-Ela me pareceu uma boa pessoa... – digo fingindo pouco interesse.

-Ela é ótima – emendou Alice – inteligente, divertida, sincera. É uma boa amiga.

-Você parece gostar muito dela.

-E gosto, Bella é a irmã que eu não tive Sr....digo, Edward. Pena que nem todos a aceitem como é. – ela devaneia, mas logo percebe seu erro e se recompõe - Ah, me desculpe, isso não vem ao caso, vou dar licença para que o senhor se troque...

Ela se cala e a curiosidade mais uma vez me consome, mas não posso continuar especulando sem demonstrar meu súbito interesse na moça.

-Obrigado Alice e, por favor, dê uma conferida naquele pedido que a Heidi me passou de manhã e confirme com o fornecedor se ele tem todos os produtos. Se estiver tudo certo, peça urgência na entrega. Também cancele todos os meus compromissos de agora à tarde, vou embora assim que trocar de roupa – conclui sem conseguir disfarçar o tom de amargura em minha voz. Ela notou.

-Está tudo bem, Edward? Você me parece tenso.

-Sim Alice, só alguns problemas para resolver em casa, nada grave – disfarcei, não querendo demonstrar a decepção que sentia naquele momento.

-Certo, se precisar de alguma coisa, me ligue senhor.

-Claro, pode deixar e obrigado.

Ela assentiu e saiu em silêncio e eu me dirigi ao banheiro para trocar de roupa pensando no motivo da minha decepção. Eu, em todos esses anos em que estou casado nunca traí Tanya, mesmo depois que nosso casamento desandou de vez. – suspiro desanimado – Ainda não acredito que me enganei tanto com relação à minha esposa. Tantos anos juntos... Por tudo que havíamos vivido, por todos os sentimentos compartilhados, mesmo que agora não nos amássemos mais como antes, eu merecia um pouco mais de consideração de sua parte. Há algum tempo eu vinha notando como ela estava distraída, os telefonemas sussurrados, as mensagens que recebia no celular e logo apagava, suas saídas noturnas sempre alegando encontros com amigas. Tudo isso me fez desconfiar de uma traição.

Bem, hoje eu tinha conseguido a minha resposta. Há alguns dias, eu contratara um detetive para seguir minha querida esposa. E qual não foi minha surpresa ao receber sua ligação, enquanto tomava meu café tranquilamente, me dizendo que Tanya não só estava me traindo, como fazia isso dentro da nossa própria casa, ou melhor, a casa dos pais dela, onde vivemos até hoje. E que, se eu queria um flagrante, era só chegar a casa por volta das 16:30, horário em que meu sogro sempre saía para caminhar um pouco e conversar com alguns amigos.

Por isso voltei tão depressa ao escritório, surpreendendo Alice e a linda e desastrada Isabella - dou uma risada me lembrando de seu constrangimento e reflito que provavelmente não a verei novamente – Por Deus Edward, você acaba de saber que é corno e só consegue pensar na linda garota que te deu um banho de café – me recrimino, pois realmente deveria estar preocupado com o que irei fazer se realmente flagrar Tanya com o amante. Qual será minha reação? Não faço ideia, pois nesse momento preciso admitir que me sinto magoado, além de irado. Vivemos tantas coisas juntos...  Não era para o nosso relacionamento terminar assim.

Bem, Edward, agora que você tem certeza dos fatos, precisa enfrentar a situação. Ou vai aceitar a traição dela e passar por cima, como se nada tivesse acontecido? Não, eu não seria capaz. Talvez, se fosse em outra época, quando eu ainda era extremamente apaixonado por ela...

Terminei de me arrumar e saí decidido a consertar a merda que tinha se tornado a minha vida.


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