Amargo E Doce Amor escrita por Tricia


Capítulo 23
Escândalo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Capítulo quentinho. Não queiram me matar pelo clichê, não consegui resistir rsrsrs. O próximo capítulo não deve demorar muito, pois vou aproveitar os feriados para escrever, beijos.



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Narrado por Bella

Quando chegamos ao bar uma grande fila já se formava do lado de fora. Enquanto caminhava para a porta fui cumprimentada por vários clientes assíduos.
–Hey Bella, sentimos sua falta! – gritou uma amiga, Jane, que vinha sempre acompanhada de sua namorada chamada Meg, mas que não estava hoje.
– Oi Jane, também senti saudade de vocês! Cadê a Meg?
–Resolvemos dar um tempo Bella, sabe como é né, às vezes precisamos diversificar – e rindo para Edward – agora aumentou a sua concorrência Cullen!
Edward deu um sorriso amarelo e eu revirei os olhos achando graça, pois sabia que Jane estava brincando com Edward, porque na verdade ela era louca por Mag. E devia estar sofrendo.
–Eu aposto que na próxima semana vocês já estarão juntas novamente!
Jane ia me responder algo, mas foi interrompida por outro cliente que também já se tornara um amigo, San.
–Você é o noivo, o médico? Cara de sorte você...
–Cala a boca San – advertiu um outro cliente, Paul, num tom mais baixo – em que mundo você vive cara? Esse é Edward Cullen...da família Denali... Denali – ele frisou.
Mas mesmo Paul tentando ser discreto, o comentário de San tinha sido ouvido por outras pessoas, que agora observavam curiosas a cena enquanto cochichavam, alternando olhares entre mim e Edward.
– Denali...Ah...ah! – a compreensão surgiu no rosto de San acompanhada de um rubor envergonhado em suas bochechas – desculpem, desculpem, não quis ser indiscreto...
Eu sorri para ele. Edward, mudo, me puxou pelas mãos quase me arrastando para dentro. Já lá dentro ele praguejou:
– Maldita matéria! Desculpe por expor você desse jeito Bella...- ele se desculpava passando nervosamente as mãos pelo cabelo.
–Hey acalme-se! San não fez por mal, e afinal, teremos que encarar essa situação não é mesmo?
Antes que ele me respondesse fui surpreendida por um abraço de urso.
– Bellinha, que saudade de você! – era Jacob – Aproveitou bastante as férias? E com você Edward, tudo bem? – ele perguntou ainda abraçado a mim, mas cumprimentando Edward com a mão livre.
–Estou bem Jacob – Edward respondeu educadamente, não deixando Jake perceber seu estado de espírito – E com você, tudo bem?
–Mais do que bem – meu amigo riu – eu estou no paraíso!
Ergui uma sobrancelha questionadora para ele.
– O quê? Você ainda não sabe? – ele me questionou – Pelo amor de Deus! Eu achei que você e o Emmett, pelo tempo que ficavam no telefone, fofocassem um pouco! Jura que ele não te contou?
Quanto mais ele falava, mais curiosa eu ficava.
–Conta logo Jake!
Ele riu me dando um beijo no alto da minha cabeça.
– Sabe a nova dançarina que você e o grandão concordaram em contratar porque você estava fazendo falta aqui?- Eu confirmei – Então, é a minha Renesmee, Bella! Minha namorada voltou pra mim!
Meu queixo caiu. É claro que eu sabia da dançarina, afinal foi a solução que tínhamos encontrado para eu poder ficar tantos dias fora... Mas Renesmee? A ex-namorada de Jacob que não tinha suportado a pressão da família esnobe e que tinha terminado o namoro com meu amigo porque seus pais não aceitavam a origem humilde e latina dele? Não podia ser!
– Me...mentira – gaguejei me lembrando do quanto eu tinha tido vontade de bater em Renesmee por fazer meu amigo sofrer tanto.
–Verdade Bella, pode acreditar – Jake falava sério agora – Ela saiu da casa dos pais para poder ficar comigo e o Emmett a contratou já que ela precisava de um emprego.
Mesmo atordoada ainda, eu o abracei feliz com sua felicidade. E espantada com o desenrolar tão rápido das coisas. Porque minha vida também não podia ser assim?
Depois dessa, decidi entrar de uma vez para ver quais surpresas ainda me aguardavam. Mas graças a Deus, tudo estava como antes. Matei a saudade abraçando a todos efusivamente. Também dei as boas vindas à Renesmee, já que ela tinha enfrentado a família para ficar com Jacob, ela tinha ganhado muitos pontos comigo.
Edward se sentou no balcão fazendo companhia a Jasper, dessa vez eles não precisariam nos ajudar. Emm também tinha contratado mais barmans e garçons.
Quando as portas se abriram, por muito tempo não tivemos tempo nem para respirar. Enquanto eu dançava ou servia as bebidas, Edward parecendo já ter esquecido a cena da entrada, bebia whisky e conversava tranquilamente com Jasper e parecia pouco preocupado em ser reconhecido.
Mas por volta das três da manhã toda aquela tranqüilidade iria por água abaixo. Eu tinha sentado sobre o balcão, Edward estava sentado à minha frente, a mão em minha cintura num gesto descuidado de intimidade enquanto agora conversava com Alice, que estava abraçada a Jasper. Eu acariciava delicadamente seus cabelos.
Repentinamente uma movimentação no salão nos chamou a atenção. De onde eu estava só conseguia ver Emmett muito longe acenando, tentando me dizer alguma coisa. Ele não foi rápido o bastante. Como uma assombração passando entre as pessoas, que atordoadas lhe abriam caminho assim que a reconheciam, eis que surge Tanya Denali, vinda direto dos meus maiores pesadelos. Loira, linda e elegante.
O salão caiu em um silêncio aterrador. Apenas a música que ainda tocava evitava o silêncio total.
Ela parou a uma pequena distância, medindo nós quatro. Senti Edward segurar forte minha mão, que eu tinha tirado automaticamente de seus cabelos assim que a vi, entre suas mãos fortes.
– Bom saber que vocês fazem parte disso – ela disse a Jasper e Alice, o tom era baixo, mas ameaçador.
Eles não responderam, mas também não se intimidaram.
–O que você está fazendo aqui Tanya? – Edward se pronunciou.
Ela sorriu docemente para ele.
– Fiquei sabendo que estava aqui Ed então vim buscá-lo. Precisamos conversar.
Em nenhum momento ela tinha olhado para mim. Eu não sabia se era por raiva ou apenas para me fazer sentir insignificante.
– Nós já conversamos Tanya – Edward gemeu – antes que eu viajasse.
– É verdade – ela rebateu, ainda controlada – e você me disse que não iria atrás dessa aí – acenou em minha direção, ainda sem olhar para mim.
Meu sangue ferveu, mas permaneci em silêncio.
–Não faça uma cena Tany. Vá para casa. Amanhã conversaremos.
Meu estômago se contraiu ao ouvir o apelido carinhoso com que ele a chamou.
Ela o olhou com carinho.
–Eu vou, sem escândalos, se você for comigo. – ela intimou.
Naquele mísero segundo eu me senti gelar. Tudo estava, naquele momento, nas mãos de Edward. Será que ele seria capaz de me deixar ali, humilhada, e ir embora com ela apenas para evitar um escândalo?
– Você sabe que não posso – ele soltou minha mão para se aproximar dela, eu desci do balcão – Você sabe que já fiz minha escolha. – Ele disse isso tão baixo, que possivelmente, as outras pessoas não puderam ouvi-lo. Ele ainda tentava protegê-la.
Ela deu um passo para trás, seu rosto tão composto até então, estava lívido e desesperado. Rancoroso.
– Você então não me deixa opção – ela declarou a ele de modo definitivo.
E então ela fez aquilo que tinha ido fazer. Destruir a minha vida. Se dirigindo diretamente a mim ela disse:
– Isabella, eu preciso lhe dizer que se você insistir neste romance com o meu marido estará destruindo uma família e afastando uma criança de seu pai.
Olhei confusa para Edward e o vi empalidecer. Não podia ser verdade. Eu não queria acreditar. Percebendo nosso silêncio, ela em um toque de crueldade bem premeditado continuou:
– O quê? Ele não te contou Isabella da noite de amor que tivemos antes dele viajar? Não me diga que realmente acreditou nas mentiras ditas por ele? Nós nunca estivemos “realmente” separados querida! Temos nossos problemas, é claro, mas você é só um passatempo como tantas outras que ele já teve.
Me senti tremer de indignação. Será que ela pensava que eu ia realmente acreditar naquilo? Eu sabia que Edward me amava. Tinha certeza disso. Numa fúria cega avancei para ela com o claro intuito de agarrar aquele cabelo loiro, jogá-la no chão e lhe ensinar a lição que ela tanto merecia. Mas fui impedida. Edward, colocou-se em minha frente, me segurando pelos braços.
– Me solta Edward – falei entre dentes – eu vou acabar com essa... essa..
Mas então me calei quando percebi que ele apenas me olhava em silêncio, lívido, enquanto a desgraçada me dava um sorrisinho de triunfo por sobre seu ombro. Ali eu compreendi.
–Não. - eu disse para ele enquanto agarrava desesperadamente sua camisa – Não! Não pode se verdade! Diga que não fez isso! Por favor...
Enquanto eu tentava não desmoronar num desespero profundo, eu percebia os olhares piedosos dos que estavam mais próximos e tinham conseguido acompanhar o drama todo. Jasper conseguiu depois de algumas palavras, levar a odiosa Tanya para fora do bar. Alice, minha fiel amiga, estava por perto, sem saber o que fazer e tão em choque quanto eu.
Comecei a tremer e senti que a humilhação suprema estava chegando, as lágrimas que eu devia ter a dignidade de não deixar cair, mas que era humanamente impossível controlar uma vez que eu me sentia despedaçar.
–Bella – Edward falou desesperado – eu tentei contar... tantas vezes... eu tentei... foi na noite que vi suas fotos...eu então bebi demais...e ela...eu...sei que não mereço...mas por favor, por favor Bella... me perdoe – ele implorou.
E esse foi o limite para mim. Perdendo todo o censo entre certo e errado, desferi um tapa em seu rosto. Foi tão forte que senti minha mão adormecer imediatamente após o ato. Exclamações de espanto ressoaram pelo salão. Sentido que não conseguiria segurar por mais tempo as lágrimas traiçoeiras passei por ele indo em direção à saída, atravessando a multidão que eu não mais enxergava.
Já do lado de fora ele me alcançou.
– Por favor Bella, ainda podemos ficar juntos! Apenas não posso deixá-la agora!Ela precisa de mim... nós já perdemos um filho...e foi minha culpa...não posso abandoná-la de novo...- ele soava suplicante – tente entender!
– Um filho, meu Deus! - eu gemi já em lágrimas- Agora tem uma criança envolvida nessa droga toda...um laço eterno entre você e ela... E por mais egoísta que eu seja, nunca vou pedir que deixe essa criança de lado por minha causa... Mas não posso suportar essa situação...você traiu minha confiança, me enganou todo esse tempo... isso não é amor Edward...por favor, me esqueça...
Peguei um táxi que abençoadamente passava naquele momento. E mesmo em minha histeria não pude deixar de reparar nas semelhanças entre o meu término com Carlisle e com Edward. Será que eu estava fadada a terminar meus relacionamentos na frente do Show Bar?
Mas diferente da minha despedida do meu ex-noivo, que tinha sido triste sim, mas também cheia de carinho e compreensão, essa estava deixando mágoas inimagináveis em meu coração e um desejo imenso de nunca mais entregar-me tão completamente a outra pessoa.
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Algumas horas depois...

Eu arrumava minhas malas decidida, apesar de todas as lágrimas que molhavam o meu rosto. Meu pai finalmente teria o que ele mais desejava, eu voltaria para a fazenda e me afundaria no trabalho. Trabalharia tanto que esqueceria até que existia um mundo além daqueles pastos verdejantes, trabalharia até esquecer meu próprio nome e até esquecer aquela situação humilhante. Esqueceria aqueles olhos dourados que eu tanto amava, aqueles braços fortes que me abraçavam quase todas as noites a seis meses, aquela voz rouca que mentia que me amava.
Chorei um pouco mais a esse pensamento doloroso. Mentira, era tudo mentira. Seis meses de uma linda ilusão. E a culpa por estar sofrendo agora era toda minha, eu aceitara a situação. Ele nunca havia mentido sobre ser casado, eu soubera desde o começo, mas não conseguira resistir a tanto charme.
Escutei uma batida leve na porta no exato momento em que fechava a última mala. Logo Alice entrou hesitante e chorosa.
–Você vai mesmo embora Bella, pense mais um pouco...
–Não posso pensar Alice, é o certo a fazer. Se eu ficar e ele vier me procurar sei que não vou resistir... E eu não posso continuar nessa situação Alice, eu não posso... – terminei aos soluços.
Ela me abraçou.
–Você está certa e merece muito mais que isso, mas eu tinha tanta certeza que ele te amava...
Aquela declaração apenas me fez chorar mais. Até algumas horas atrás eu também tinha certeza.
Meu celular tocou e com o coração apertado vi que era Edward.
–Vai atender? – questionou minha amiga.
–Não Alice, para que prolongar ainda mais essa dor? – desliguei o celular – Amanhã se ele perguntar sobre mim, diga que eu fui embora durante a noite e que ninguém sabe para onde, está bem?
Ela deu de ombros.
– Eu não acho que é o melhor a fazer, mas se você quer assim...
Parti então rumo ao meu novo destino, um lugar onde eu poderia me esconder e tentar esquecer Edward Cullen.


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