Amargo E Doce Amor escrita por Tricia


Capítulo 2
À Primeira Vista


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal demorei mas finalmente consegui terminar o capítulo, mas antes preciso esclarecer umas coisas: Nessa história não pretendo usar o triângulo Bella/Edward/Jacob, Carlisle será noivo de Bella então não terá nenhum parentesco com Edward ok? Sei que é meio estranho mas pretendo no fim unir os casais exatamente como os conhecemos.Outra coisa, qualquer informação sobre Forks ou Jacksonville serão todas fruto da minha imaginação pois não fiz muita pesquisa sobre esses lugares, só mesmo o que sei pelos livros da Saga e provavelmente Forks não terá aquele clima ruim. Bem, é isso, por favor comentem, preciso saber o que vocês acharam para dar um encaminhamento na fic, Beijos e até mais.



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Narrado por Bella

Seis meses antes...

Eu estava provavelmente na melhor parte do meu sono quando comecei a escutar bem baixinho, ao longe, o meu celular tocar. Resmungando mal humorada me enfiei completamente embaixo dos cobertores decidida a ignorar o infeliz, que alguns segundos depois ficou em silêncio. Respirei aliviada e voltei a cochilar. Mas, para minha irritação, alguns segundos depois o toque irritante voltou a me perturbar. Chutei os cobertores com certa violência levantando-me nervosa da cama procurando o celular pelo quarto, pois como sempre eu não lembrava onde o tinha deixado.Depois de alguns segundos de procura, enquanto eu resmungava mal humorada sobre se ter o direito de dormir e a insistência alheia, encontrei o infeliz dentro da minha gaveta de calcinhas – porquê eu o havia colocado ali? - e atendi azeda a ligação.

- Alô – falei seca e com a voz ainda um pouco enrolada pelo sono.

- BELLA!!! – dei um pulo e fiz careta para a voz que gritava do outro lado e que eu conhecia muito bem – NÃO ACREDITO QUE ESTÁ ACORDANDO AGORA! SÃO DUAS HORAS DA TARDE!

-E daí Alice? – falei mais azeda ainda – Você sabe muito bem que deitei às seis da manhã!

-Ah é verdade, eu sei, afinal eu também trabalho a noite e estou sem dormir até agora, e nem por isso estou de mal humor, então não venha dar chilique.  – respondeu ela irritada.

Suspirei. Alice era minha melhor amiga desde que eu tinha vindo morar e estudar em Jacksonville. Estudávamos na mesma Universidade e morávamos na mesma casa. Ou seria pensão? Eu nunca sabia nomear corretamente o lugar em que morávamos, pois para mim parecia mais uma casa comum, dessas com uma família feliz e normal. Mas o fato era que Esme, uma mulher de seus trinta e poucos anos e dona da casa que aliás era bem grande e bonita, alugava quartos para estudantes para complementar a sua renda, mas nos tratava como filhos, cuidando de nós. Na minha opinião, ela não precisava realmente do dinheiro, pois pelo que sabíamos tinha recebido uma bela herança de seus pais, mas sim, alugava os quartos por querer companhia. Ela era o tipo de mulher que serviria para casar e ter muitos filhos, pois adorava cuidar da casa, do jardim e de cozinhar e era doce e bondosa, uma “mãezona” mesmo.

-Bella, está me ouvindo? – gritou Alice do outro lado da linha me sobressaltando mais uma vez – pelo amor de Deus mulher, ACORDA!!! Preciso de um favor seu.

-Argh – resmungo ao telefone – pare de gritar Alice e eu estou ACORDADA graças a você. Desembucha, o que você quer?

-Nossa está azeda mesmo em Bellinha! – brinca ela.

Reviro os olhos, porque será não é?

-Ai Alice, fala logo – perco a paciência e bato o pé no chão, odeio que me acordem.

-Tudo bem – ela reclama – eu esqueci um trabalho importante que preciso entregar hoje na faculdade, será que você poderia trazê-lo para mim? As coisas estão tão agitadas por aqui hoje que preferi nem sair para fazer o horário de almoço, senão poderia ter ido buscá-lo... – ela conclui toda nervosa.

Eu reviro os olhos.

-Alice eu não preciso ir até ai para te entregar, nos encontramos na faculdade todos os dias – concluo exasperada achando aquilo óbvio.

-Ah Bella por favor, quero ver se ainda consigo estudar um pouco durante o meu intervalo para o café da tarde, estou completamente tensa por ter que apresentá-lo, você sabe que quase não tenho tido tempo para estudar- choraminga ela.

Eu suspiro cansada. Ela tem razão. Alice é a pessoa mais esforçada que conheço. De família humilde, conseguiu bolsa para poder concluir os estudos e trabalha em dois lugares para conseguir se manter. De dia, numa empresa sofisticada e de renome, e à noite, de quinta a sábado, num bar. O meu bar. Quer dizer, meu e de Emmett, um grande amigo que  se tornou meu sócio. Resolvo deixar meu egoísmo e mal-humor de lado.

-Eu levo Alice – falei um pouco mais calma – não se preocupe está bem?

-Obrigada Bella, o trabalho está em cima da minha escrivaninha – e desligou.

Enquanto saio do meu quarto em direção ao quarto da frente, penso na maratona que é a vida da minha amiga e sinceramente não sei como ela aguenta. Alice trabalha há algum tempo na Denali’s , uma loja tradicionalíssima e considerada uma das maiores lojas de departamento do mundo. Minha amiga é secretária do “chefão”, Edward Cullen, o presidente da empresa. Ela vive falando que o homem é lindo, mas extremamente sério e exigente. Eu tenho minhas dúvidas, Alice não tem muito bom gosto para homens. Eu pessoalmente imagino que ele seja um coroa grisalho, bem cuidado, mas antipático. Ela sai de lá às 18:00 hs e vai direto para a faculdade, e então para o bar que normalmente não fecha antes das 5:00 hs da manhã.

Das noitadas no bar eu também faço parte. Nós servimos bebidas e dançamos sobre o balcão bem ao estilo do filme Show Bar, que aliás também é o nome do nosso bar. Emmett garante nossa segurança e da namorada dele Rosalie, que também é nossa amiga e trabalha conosco, afinal há sempre um engraçadinho que quer tirar proveito e acaba passando dos limites. Somos dançarinas e não prostitutas. Ah e ainda temos Jacob e James, os garçons, que uma vez na noite também fazem um showzinho para a mulherada.

Dou uma risada enquanto pego o trabalho de Alice, como somos bregas! E o mais interessante é que as pessoas gostam. Emmett e eu tivemos a ideia numa tarde de domingo enquanto assistíamos o tal filme, juntamos nossos parcos recursos e decidimos arriscar e um mês depois de inaugurado o bar já estava dando lucro, agora lotava todas as noites. E preciso admitir, apesar de perder quase o dia todo dormindo adoro trabalhar a noite, dançar, adoro o ambiente agitado do nosso bar, a música alta, enfim, adoro a vida noturna.

Volto para o meu quarto, tomo um banho e me troco rapidamente colocando uma calça jeans, uma regata e uma sandália baixinha, deixo o cabelo solto para secar. Pego meu celular, coloco dinheiro no bolso da calça e largo as chaves do carro, decidindo ir a pé, pois é bem próximo, há apenas três quadras da casa/pensão e ainda posso aproveitar para caminhar no calçadão à beira mar.

Desço as escadas e a casa está vazia, mas posso ouvir Esme cantarolado na entrada da casa enquanto cuida do jardim, saio e dou um tchauzinho para ela logo ganhando a calçada. Atravesso a larga avenida, já me deliciando com o cheiro de mar. Do calçadão vejo meus amigos. Jacob e James estão jogando futevôlei enquanto Rose e Emm conversam agarradinhos sentados na areia. A praia está relativamente calma para uma sexta-feira tão quente, eles acenam me chamando e eu faço um gesto com a mão indicando que volto mais tarde.

Continuo minha caminhada e já estou bem próxima do prédio da Denali’s quando paro na minha padaria predileta para comprar um café, compro também um suco para Alice e alguns pãezinhos recheados, um modo de pedir desculpas pelo meu mal humor. Sigo carregando tudo, vez ou outra bebericando meu café. Entro no elevador da Denali’s admirando a suntuosidade do hall de entrada do prédio que dá também acesso ao primeiro piso da loja, que apesar de ser uma loja de departamentos, tem como público alvo os mais abastados. Loja para ricos, penso comigo mesma.

Subo até o último andar e quando as portas se abrem, sorrio para Alice que está elegantemente sentada à sua mesa, olho a grande e luxuosa recepção com suas paredes de vidro e observo a paisagem que é ainda mais espetacular vista dali.

-Uau!  - falo sem fôlego.

-Lindo não é? – ela me abraça desajeitada e tira a sacola e a pasta com o trabalho das minhas mãos – Me trouxe um lanche?

Dou de ombros.

-Considere um pedido de desculpas pelo meu mal humor.

Ela ri.

-Obrigada Bella, estou morta de fome. Venha até a cozinha, vamos comer estes pãezinhos – Ela convida, mas eu fico apreensiva.

-E o chefão? – sussurro pra ela.

-Ele não está – ela responde rindo do apelido que demos a ele – você chegou no horário exato do café. Todos os dias nesse horário o Sr. Cullen e o Sr. Whitlock, o advogado da empresa, saem para comer na padaria, então também nunca tem ninguém na sala de espera os aguardando. Em dias como o de hoje esse é o meu único momento de tranquilidade.

-Hum... isso não corresponde muito à ideia de homem rico que faço dele.

-Ele é muito simples Bella, os dois são – ela obviamente fala do advogado também – só é muito sério, responsável, e sei lá – ela faz uma pausa – triste...

Ergo uma sobrancelha em dúvida.

Sentamos na pequena mesa da cozinha planejada que fica discretamente localizada à esquerda da luxuosa recepção e comemos em um silêncio confortável por um tempo até que o meu celular toca. Franzo a testa ao ver de quem é a ligação. Deixo cair na caixa postal.

-Carlisle? – minha amiga questiona.

-Sim – suspiro – não sei o que fazer Alice, ele é tão doce e carinhoso. Eu gosto dele, gosto de verdade, e não quero magoa-lo mais.

- Complicado... – ela fala simplesmente.

Carlisle é meu noivo, ou era.

Namorávamos desde que eu tinha quinze anos e ele vinte e cinco, ou seja, sete anos no total. Tudo começou quando Carlisle terminou a faculdade de medicina e retornou à fazenda de seus pais, que eram nossos vizinhos. Num belo dia de verão eu cavalgava tranquilamente no limite entre nossas fazendas quando avistei Carlisle, que também estava a cavalo. Nos cumprimentamos educadamente com sorrisos tímidos. Ele puxou conversa, trocamos amenidades e por fim estávamos encantados um pelo outro. Mantivemos essa rotina por alguns dias e logo estávamos namorando.

Meu pai tinha permitido nosso relacionamento apesar de achar a diferença de idade uma coisa absurda. Mas ele conhecia Carlisle e seus pais e sabia que eram boas pessoas e nessa época ele ainda tinha esperança que eu seria uma dessas mocinhas românticas que se casam cedo e dedica a vida toda ao marido e aos filhos.

Dei um suspiro amargurado. Época boa aquela em que eu não precisava tomar grandes decisões. Dois anos depois, quando bati o pé que queria fazer faculdade em outra cidade, longe de casa, meu pai percebeu que de dócil eu não tinha nada.

E agora tudo estava se complicando. Carlisle querendo casar e continuar vivendo na fazenda uma vez que seus pais já são falecidos e meu pai também querendo que eu volte para  Forks, para administrar nossa fazenda. O que eles não sabem é que eu não quero voltar. Amo a agitação de Jacksonville, a praia, meu bar, que eles nem ao menos sabem que existe, e principalmente amo minha liberdade, ninguém mandando em mim. Mas essa queixa é mais direcionada ao meu pai que é super controlador do que a Carlisle. Meu noivo, ou ex, é um homem bom e sempre me apoiou e merece uma esposa gentil e dedicada, coisa que eu duvido que possa ser. E foi exatamente isso que eu disse a ele em nosso último encontro. Ele então disse que me amava do meu jeito e queria que eu pensasse melhor, que não queria me perder. Por fim prometi pensar e tomar uma decisão, mas a verdade é que está difícil.

Volto à realidade com Alice afagando minhas mãos.

-Vai dar tudo certo Bella, você vai tomar a decisão certa – minha amiga me consola.

- É acho que sim. Vou andando, melhor que o Sr. Cullen não me encontre aqui, ele pode não gostar que você receba visitas. – e me levanto.

-Tome – Alice me entrega o copo novamente cheio de café, ela sabe que sou viciada na bebida – fiz agora pouco, está quentinho ainda.

-Obrigada Alice. Vou encontrar com o pessoal lá na praia agora, aproveitar o sol. Te vejo na faculdade – enquanto eu falava com ela, ia dando passos para trás, uma mania minha.

-Tchau amiga - ela sorri calorosamente.

Então eu me viro repentinamente em direção à porta e dou de topo com um homem alto e de ombros largos, cabelos acobreados e desalinhados, e olhos de um dourado tão profundo e raro que impressionam. Olhos que estão no mínimo frustrados, senão irritados. Enquanto ele me encara sinto uma vibração estranha percorrer todo o meu corpo, quase como uma corrente elétrica. Ele então olha para baixo, para as próprias roupas e só então me dou conta que com o encontrão derrubei todo meu café em sua camisa branca impecável e no casaco cinza chumbo do terno feito sob medida. Meu Deus, que não seja ele! Dou um passo para trás assustada.

-Ah merda! - sussurro tão baixo que nem sei se ele houve – Me perdoe senhor...

-Cullen.  Edward Cullen – diz ele contido.

Putz!  É ele mesmo, o Chefão! Merda, merda, merda, eu acabei de dar um banho de café no patrão muito jovem e muito gato da minha amiga. Ah, meus Deus, coitada da Alice, acho que acabei de causar sua demissão!


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!