Amargo E Doce Amor escrita por Tricia


Capítulo 17
Loucura


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, relendo os capítulos anteriores me dei conta de que tinha me perdido um pouco na história...peço desculpas e a partir deste capítulo começo a corrigir o meu erro. Agradeço à Michelle RC que comentou no capítulo anterior e volto a pedir para quem acompanha, que comentem, mesmo que para criticar pois assim posso ir melhorando cada vez mais. Já tive vontade de desistir dessa história, mas não o fiz por respeito aos meus leitores e porque sou dessas pessoas que quando começam algo tem que ir até o fim. Beijos e espero que gostem.



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Narrado por Bella

Sentei nas escadas da varanda de minha casa e dei vazão às lágrimas.Quando eu e Carlisle chegamos sinceramente tive um pouco de esperanças de que aquela conversa poderia dar certo. Minha mãe nos abraçou feliz, estava com saudade, meu pai, apesar de mais contido em suas demonstrações de afeto, também ficou satisfeito. Eles pareciam felizes e tranquilos. Carlisle e papai falaram sobre a colheita e saíram para cavalgar pela propriedade enquanto eu e mamãe matávamos a saudade.

Contei tudo para minha mãe. Ela era minha amiga e confidente de toda uma vida. Ela ouviu atentamente, se entristecendo com a notícia do fim do meu noivado, com surpresa quando falei sobre o bar e sobre minha decisão de não voltar para Forks, e com preocupação quando contei sobre Edward e toda sua complicada situação.

–Minha filha, você tem certeza das decisões que está tomando para a sua vida? - questionou-me num misto de preocupação e doçura.

–Sim mamãe, acredite em mim - supliquei.

Ela acariciou meu rosto.

–E esse rapaz, Edward. Será mesmo confiável? Será que não está apenas brincando com você meu bem?

–Não, ele é um bom homem. Sei que a situação é dramática, mas ele quer ficar comigo mamãe. Ele está aqui em Forks e só não veio até aqui conversar com vocês porque eu não deixei.

–Fez muito bem. Seu pai não vai gostar nada dessa história Bella, mas eu confio na sua capacidade de discernir entre o certo e o errado, então pode contar comigo, eu vou apoiar você.

–Obrigada mãe - eu dei um beijo em seu rosto.

A manhã passou depressa e quando meu pai e Carlisle voltaram já era hora do almoço. Comemos num clima ameno e tudo correu muito bem até o momento do cafezinho, no qual eu decidi tocar no assunto pelo qual tinha vindo até Forks.

–Pai, Carlisle e eu precisamos conversar com o senhor...

–É claro que precisam. É só prestar um pouco de atenção para perceber o nervosismo de vocês. O que foi? Resolveram marcar a data do casamento? Porque para mim já não é sem tempo. Ou vieram- me dizer que vou ser avô?

Eu que tinha acabado de bebericar meu café engasguei. Carlisle me deu alguns tapinhas nas costas e prosseguiu:

–Quem dera Charlie! - ele me sorriu tristemente e eu fiquei vermelha. Carlisle ainda não tinha me esquecido. - Mas infelizmente, para mim, a notícia que precisamos lhe dar não é boa.

Meu pai ficou imediatamente tenso e minha mãe segurou a sua mão. Se num gesto de solidariedade ou para simplesmente contê-lo, eu não saberia dizer. Continuei:

–Pai, por favor, não fique nervoso, mas nós terminamos o noivado desembuchei.

Meu pai nos encarou mudo. Primeiro a mim, depois Carlisle.

–Eu gostaria de saber por quê - intimou.

–Bella e eu divergimos sobre alguns assuntos - Carl respondeu calmo.

–Que tipo de assuntos? - meu pai sibilou.

Carlisle me encarou. Era eu quem tinha que justificar.

–Pai -comecei e mordi o lábio, Deus me dê coragem!– é o seguinte... -respirei fundo mais uma vez - eu odeio Administração e não quero voltar para cá para cuidar da fazenda, também percebi que não tenho um pingo de vontade de ser esposa, mãe e dona de casa. E tem mais, eu tenho um bar lá em Jaksonville em sociedade com o Emmett que está fazendo muito sucesso e nos dando muito lucro além de um namorado, que faz parte de uma família milionária e tradicional e que tem um sogro com problemas psicológicos e que por isso ainda não se separou da mulher para ficar comigo.

Falei tudo isso de um fôlego só e observei meu pai ficar vermelho, depois roxo enquanto ele assimilava todo o meu desabafo, só quando eu vi que ele já estava ficando azulado de raiva tomei coragem para tentar acalmá-lo.

–Pai tente entender, essa vida que vocês idealizaram não é para mim...

Mas eu não estava nem minimamente preparada para o que aconteceu depois, para a fúria que explodiu. Levantando-se meu pai deu um murro na mesa e gritou com Carlisle.

–Você é um frouxo Carlisle, levou um chifre e um pé na bunda e ainda fica aí nessa calma? Seja homem! Tantos anos juntos e vai deixá-la desistir assim?

Assustados com o seu tom, todos nos levantamos.

–Charlie, não me ofenda - Carl rebateu em tom brando - sei que está nervoso, mas não venha colocar a culpa do fracasso dos seus planos em mim. Isabella tem outra vida e eu, apesar de não entender, aceito a decisão dela. Vim aqui hoje em respeito a vocês.

Meu pai bufou e eu também, me sentia ofendida.

–Não que isso importe ao senhor - falei entre dentes - mas eu não traí o Carl, sempre joguei limpo com ele e como é uma pessoa compreensiva, ele aceitou minha decisão.

–Cale a boca Isabella -gritou meu pai novamente socando a mesa de madeira maciça num ato de descontrole - eu não quero saber! Você não precisa casar se não quiser, mas saiba que eu não aceito sua decisão de ficar em Jaksonville administrando um boteco ao invés da fazenda que será sua um dia, e nem seu caso com um homem casado, seja ele quem for! Você não tem vergonha na cara? Homens casados usam mocinhas como você e depois jogam fora! Burra é o que você é! - e virando-se para minha mãe - A culpa é sua Reneé, que sempre fez tudo que ela quis e nunca se preocupou em colocar um pouco de juízo na cabeça dela!

Abracei minha mãe que chorava, Carlisle estava ao nosso lado, pronto para intervir no caso de meu pai tentar nos agredir.

–Ela não tem culpa papai - esbravejei - Eu vim para conversar, mas com o senhor nervoso assim não chegaremos a nenhum entendimento. Acalme-se e depois falaremos.

–Não tem conversa ele esbravejou - Isabella Marie Swan, ou você volta para cá depois que terminar a faculdade e administra essa fazenda ou não precisa voltar nunca mais. E aprenda a se dar o respeito, pois eu não criei filha minha para ser vadia de homem nenhum!

E saiu pisando fundo, o barulho da bota ressoando pelo piso de madeira brilhante, me deixando com sensação de ter sido pisoteada por dezenas de cavalos.

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Carl sentou-se a meu lado e eu apoiei a cabeça em seu ombro.

–Você não devia ter despejado tudo em cima dele daquele jeito Bella - seu tom era brincalhão - pelo menos você o poupou da "dança sobre o balcão".

Eu gemi, tinha me esquecido daquela parte. Dei de ombros.

–Agora não faz mais diferença, ele não me aceita como eu sou Carl, nunca aceitou.

–O que vai fazer agora? ele perguntou.

–A única coisa que eu posso fazer, vou embora.

–Não vá ainda, fique o fim de semana. Vai ter a festa da igreja. Encontre seus amigos, mate as saudades. Jéssica e Ângela sempre me perguntam de você.

Sorri entre as lágrimas.

–Elas sempre suspiraram por você - brinquei.

Ele deu de ombros.

–E eu sempre tive olhos apenas para você.

Eu funguei. Me sentia tão culpada por causar sofrimento a Carlisle.

–O que você vai fazer agora Carl?

–Não sei...posso ser sincero Bells? -ele parecia desolado e eu fiz que sim - A verdade é que eu fiquei sem chão...eu tinha minha vida toda planejada... e agora está difícil continuar sem você.

–Desculpa Carl...-comecei a chorar de novo.

–Shiu... tudo bem Bells, só quero que saiba, que se tudo der errado, eu estarei aqui para você está bem? Você sempre vai ter um lugar para onde voltar...

Não resisti mais e me desfiz em soluços, eu não merecia tanto amor.

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Peguei minha pequena mala que nem tinha desfeito e dei um abraço em minha mãe:

–Me perdoe por tantas decepções, a senhora é a melhor mãe do mundo. Acho que vou ficar aqui este fim de semana, se quiser me ver estarei no hotel Newtons.

E parti, deixando e também levando, muita tristeza comigo.

Carlisle me deixou no hotel e depois de me registrar, sendo atendida por uma senhora Newton extremamente curiosa, a quem fiz questão de contar quase toda história dos motivos de estar ali, já que ela me faria o favor de espalhar as notícias pela cidade, perguntei por Edward.

–Ah Bella, o seu novo namorado saiu agora a pouco dizendo que ia conhecer a cidade.

–Obrigada sra. Newton, como vai o Mike?

–Muito bem querida, você deve encontrá-lo por aí. Ele e Jéssica só pensam nos preparativos do casamento. Agora vá, seu novo namorado é tão bonito quanto o dr. Carlisle e já deve ter um monte de mocinhas de olho nele.

Eu ri. A Sra. Newton era uma gracinha apesar de ser fofoqueira. O filho dela, Mike, era meu amigo desde o Jardim de Infância, bem como a noiva dele, Jéssica. Logo eles iam se casar, e eu e Carlisle seríamos os padrinhos. Ops! Edward não ia gostar nem um pouco disso pensei com amargura.

Caminhei pelas ruas calmas da minha cidade natal, cumprimentando e acenando para vários conhecidos. Cidade pequena era assim, todos se conheciam. Ao dobrar uma esquina, parei estupefata. Na sorveteria, Edward tomava tranquilamente seu sorvete enquanto conversava com um grupo de pessoas. Meus amigos. Ou quase. Lauren, a menina mais nojenta de Forks e que tinha atormentado minha vida desde que eu entrara no ensino médio estava lá, toda se derretendo pelo meu namorado.

Puta que pariu, vou matar o Edward! Pensei enciumada - calma Bella, controle-se! Eles estão apenas conversando e além do mais não estão sozinhos, Mike, Jéssica, Ângela e Ben, seus amigos queridos estão com eles, não seja tão possessiva!

Respirei fundo tentando controlar meu ódio irracional por aquela vadia, forcei um sorriso e me aproximei.

–Bella! - gritaram Ângela e Jéssica vindo me abraçar - Que saudade!
–Oi - sorri para elas - é muito bom ver vocês!

Edward se levantou e me abraçou.

–Oi, tudo bem? - sussurrou em meu ouvido.

Não respondi e ele então me olhou nos olhos e assentiu. Ele não precisava de palavras para ver que eu não estava bem. Tentei disfarçar.

–Ei , quer dizer que já conheceu meus amigos - fiz uma pausa raivosa - e a Lauren?

Edward ergueu uma sobrancelha e Mike correu para ajudá-lo.

–Nós já estávamos aqui quando Edward chegou Bella, como ele é um forasteiro Mike riu e não temos muitas novidades por aqui, resolvemos puxar conversa...

–Claro que sei Mike - me aproximei dando um beijo em seu rosto e no de Ben- ainda me lembro bem do tédio que é viver aqui em Forks.

–Ah Bella, não esnoba! Só porque você agora vive naquela cidade maravilhosa que é Jaksonville!? - Ben brincou atrapalhando meu cabelo.

–Bem, não faz isso! - falei rindo e dando um murro no ombro dele.

–Continua uma fracote Bella! - ele me provocou.

Edward colocou mais uma cadeira na mesa para que eu me sentasse. Mais que depressa me sentei ao lado de Lauren, assim Edward ficaria longe dela, e a ignorei terminantemente. Mas não demorou muito para que eu ouvisse sua voz irritante.

–Você foi bem rápida em Bella, mal dispensou o doutor gostosão e já agarrou esse tesão de homem.

O silêncio se instalou na mesa. Edward me olhou preocupado com a reação que eu teria e pude perceber que ele estava abismado com a ousadia de Lauren. Bufei.

–Sabe Lauren a encarei e disse sem me alterar tem coisas que realmente nunca mudam. E você é uma delas. Continua vulgar e burra como sempre. Então eu vou falar bem devagar para você entender. Não se aproxime mais de Edward ou eu cumpro aquela ameaça que eu fiz anos atrás, quando você deu em cima de Carlisle. Está lembrada?

Ela arregalou os olhos e imediatamente se levantou ajeitando nervosamente os cabelos.

–Vaca! -cuspiu.

Eu me limitei a fazer um sinal nada bonito com o dedo e ela saiu pisando duro de raiva. Todos caíram na risada.

–O quê que foi isso minha gente? - Ben riu.

– Qual foi a ameaça que você fez a ela? - questionou Edward.

Jéssica, Ângela e eu sorrimos cúmplices.

–Ah, nada de mais - falei e Ângela soltou uma risadinha - apenas disse que usaria uma tesoura para picar seu lindo cabelo até deixá-la careca, e isso para aquela Barbie falsificada seria com certeza o fim dos tempos.

–Você não seria capaz disso... Edward disse com ceticismo.

Aí que meus amigos riram mesmo.

–Olha Edward, foi Deus que te fez vir até aqui - começou Mike dramático - para que nós pudéssemos te colocar a par da verdade. Bella não é esse anjo de pessoa que você pensa não...

Pronto, agora eu estava perdida. Meus amigos começaram a entregar todos os meu podres da época da escola e Edward ria enquanto eu ficava cada vez mais vermelha de vergonha.

Pouco depois, o celular de Edward tocou.

–Oi Alice... calma, me explica direito...


Edward pediu licença e se levantou indo falar fora da sorveteria. De longe pude perceber que estava ficando nervoso.

–E aí Bella, o Edward trabalha em quê?- Ângela perguntou.

–Ele é empresário...

Meus amigos ainda não tinham ligado o nome à pessoa e não tinham a mínima ideia de que Edward era um dos herdeiros da poderosa família Denali.

–Ele deve ser muito bom no que faz. Sabe qual é o carro dele Ben? Um Aston Martin Vanquish!

–Não, é sério Bella?

Mas eu já não estava mais ouvindo, pois Edward estava voltando e com cara de poucos amigos.

–Precisamos ir amor, surgiram problemas... dos grandes. Mike, Ben, Jéssica, Ângela...foi um prazer conhecer vocês. Espero encontrá-los em breve.

Eu me levantei.

–Ah não vai Bella, fica este fim de semana...- pediu Jéssica- nem matamos a saudade...

–É, fica anjo -Edward falou enfático - não é justo você estragar seu fim de semana por causa dos meus problemas...

Eu entendi. Edward queria que eu ficasse para me proteger, uma vez que, pelo visto, as coisas estavam pegando fogo em Jaksonville.

–Tudo bem -concordei depressa, e o vi respirar aliviado - eu fico. Pessoal, vou com Edward até o hotel e mais tarde nos encontramos.

Assim que deixamos a sorveteria para trás o interroguei:

–O que houve?

–Tanya surtou, ameaçou demitir Alice se ela desse alguma informação aos paparazzi e está exigindo minha presença ou vai destruir a sua vida.

–Ela não tem poder para isso rebati, mas me senti gelar por dentro.

–Não a subestime anjo, ela tem nome, dinheiro e contatos, isso dá poder a ela. Não se preocupe, eu não permitirei que ela prejudique você.

Uma hora depois Edward partia, deixando um enorme vazio e a sensação de que não tinha me contado tudo daquela história.

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Narrado por Edward

Fiz o caminho de volta a Jaksonville na metade do tempo normal. Estava tão irado com Tanya que tinha medo de cometer uma violência quando a encontrasse. Segui direto para a mansão Denali.

–Tanya! - gritei entrando feito um furacão- Estou aqui! Não é isso que você queria? Vamos conversar.

Logo ela apareceu.

–Ah, então resolveu me obedecer Edward?

–Não me provoque, pois já estou furioso Tanya. Porque não me deixa em paz? Tenho o direito de ser feliz e você devia fazer o mesmo!

–Você nunca vai ficar com ela!- ela gritou descontrolada - Eu juro Edward, se você não voltar para casa até amanhã, eu vou distorcer toda a história e sua amante vai ficar tão mal vista no país inteiro que nunca vai ter sossego. Ela será sempre taxada de vadia aonde quer que vá, nunca vai conseguir um emprego decente depois que eu acabar com aquele bar ridículo do qual é dona e você vai afundar junto com ela. O escândalo será tão grande que prejudicará nossos negócios e eu vou tirar você da presidência da Denalis. Mais tarde, quando eu tiver fechado todas as portas, ela vai culpar você pela vida desgraçada que vai levar e o amor que antes era lindo vai virar ódio.

–Você está louca!

–Estou e o culpado é você! Sempre foi você! -ela gritou de volta -Foi a sua indiferença que me levou a tudo isso! Ao ciúme, à traição... Foi você que matou nosso filho!!! Foi você que não quis ter outros...- ela soluçou- Eu podia ter uma criancinha agora para amar, alguém por quem viver...

–Tanya nós decidimos não ter mais filhos...-argumentei, a tão conhecida dor, que sempre aparecia ao falar de meu filho, apertando meu peito.

–Não, você decidiu! Eu apenas aceitei por medo de perder você! Vamos continuar a viver essa merda de vida juntos Edward, e se você insistir nessa besteira de separação sabe o que eu faço? Eu mato a sua amada Isabella e então me mato, e você vai ter mais duas mortes em sua consciência.

A encarei desafiador, eu podia contratar seguranças para proteger Bella. Ela devolveu meu olhar como se soubesse o que eu estava pensando e disse:

–Eu sei... você pretende contratar seguranças. Faça isso, eu não vou conseguir chegar perto dela, mas vou contratar alguém que faça o serviço por mim. Sabe, coisa de profissional, alto nível, sem chance de erro.

Deu-me as costas e subiu as escadas calmamente, deixando-me remoendo a culpa e o medo, e com a certeza de que ela não estava blefando.


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Notas finais do capítulo

Obrigada!!!