Amargo E Doce Amor escrita por Tricia


Capítulo 12
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, consegui terminar este capítulo hoje e decidi já postá-lo para vocês, espero que gostem.
Quero agradecer a todos que têm comentado, saber a opinião de vocês é muito importante para mim. E para terminar, queria dizer que ficaria imensamente feliz se alguém recomendasse a história kkk, beijos!



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Narrado por Edward

Enquanto eu observava Bella dormir minha cabeça fervilhava de pensamentos conflitantes.

O que tínhamos compartilhado havia sido muito além de sexo casual. Ela me surpreendera ao corresponder com a mesma paixão desesperada que eu, cada toque, cada beijo, uma viagem intensa. E isso, combinado ao encantamento que eu sentia por ela desde o primeiro dia e a admiração adquirida em um mês de amizade, despertou em mim sentimentos desconcertantes.

Num gesto nervoso, passei as mãos no cabelo. Meu Deus Edward, era para ser apenas sexo, apenas sexo! – recriminei-me – Você não pode se apaixonar por ela. Sua vida está uma bagunça, o que vai poder oferecer a ela?

Apenas meus melhores sentimentos – bufei irritado - E eu já não havia dito isso a ela? É claro, não podia negar, já estava apaixonado por Isabella antes mesmo de tê-la em meus braços.

E agora? Com certeza era ainda muito cedo para falar sobre sentimentos com ela.

Foi nessa confusão interna que eu me encontrava quando ela acordou. E mais uma vez ela me surpreendeu. Pensei que talvez ao acordar ela estivesse arrependida, mas apesar de um pouco tímida agiu com naturalidade.

Eu, ainda abalado por assumir meus sentimentos a mim mesmo, não queria que ela fosse embora, mas acatei sua decisão sem discutir e aproveitei para usufruir um pouco mais dos carinhos daquela pequena mulher, que nem desconfiava, mas já conquistara meu coração.

Narrado por Bella

A ida para a minha casa foi silenciosa. Edward estava perdido em pensamentos e eu me perguntava se ele estava arrependido. Porém antes de eu descer do carro, ele me deu um beijo e disse:

- Te vejo mais tarde no bar.

Eu assenti sentindo uma pontinha de esperança, se ele queria me ver de novo então era uma coisa boa. Entrei e antes que alguém pudesse me interrogar corri para o meu quarto. Estava confusa demais, tinha um turbilhão de pensamentos e sentimentos se debatendo dentro de mim e o melhor que eu tinha a fazer, era ficar sozinha para tentar entendê-los.

-Por favor, nos dê alguns detalhes Bella – pediu Rose – quem tomou a iniciativa? Edward tem pegada? Foi só sexo casual ou existe um relacionamento?

Rose e Alice tentavam arrancar alguma coisa de mim há pelo menos uma meia hora, desde que eu havia me arrumado e resolvido sair do quarto, porque já estava na hora de ir para o bar. Cansada de ser evasiva resolvi responder.

- Ele, para a primeira pergunta, com certeza, para a segunda e não tenho certeza, para a terceira. Satisfeitas?

Elas processaram aquilo por alguns segundos e então foi a vez de Alice.

-Tudo bem para a primeira e a segunda resposta, mas, “não tenho certeza” para se vocês tem um relacionamento, não condiz muito com a personalidade do meu patrão Bella! Ele é um homem sério ao extremo e que adora comprometimento. É assim profissionalmente e posso apostar que no campo afetivo também.

Eu suspirei, elas não iam me deixar em paz.

-O que posso dizer? – dei de ombros – Foi tudo maravilhoso, mas depois ele ficou estranho, calado. Disse que vem ao bar hoje, mas não posso ter certeza. E não se esqueça Alice que o compromisso dele é com outra pessoa. – conclui amarga.

- Se ele disse que vem então ele vem, Edward é um homem de palavra. E acredite Bella, ele está mesmo separado. Jasper confirma toda a história e diz que ele só não se separou ainda de vez porque ele preza muito o sogro e como ele está com todos aqueles problemas de saúde...

-Que seja – tornei seca – ele não me prometeu nada, então...

-Prontas meninas? – Jake apareceu – Espero que sim porque o Emmett já vai deixar o pessoal entrar.

E assim, interrompemos nossa conversa para começar mais uma noite de trabalho.

Narrado por Edward

Depois que deixei Bella resolvi dar uma passada em casa para ver Eleazar e cheguei num momento de crise. Da sala de estar eu podia ouvir os gritos e a confusão no andar superior. Subi as escadas correndo e adentrei o quarto, mas parei subitamente ao ver a cena que se desenrolava.

Eleazar apesar de estar sendo contido pelo enfermeiro com a ajuda da governanta, parecia ter sua força multiplicada e agarrava forte o pescoço de Tanya, tentando sufocá-la. O que estava acontecendo ali?

- Que disparate é esse pai? – gritei indo depressa até eles e tentando soltar-lhe as mãos – Você vai matá-la!

-Ela tem que morrer! – bradou ele – Tem que morrer! Não está vendo meu filho, Carmen é um demônio e voltou para me assombrar.

Num único segundo eu já havia compreendido que Eleazar, em seus delírios, confundira Tanya com sua falecida esposa, Carmen. Mas porque tanto ódio?

-Pai – falei com urgência – preste atenção, olhe bem para ela. Veja, apesar de serem parecidas não é dona Carmen que está aqui, mas sim Tanya, sua filha!

De repente, uma chama de sanidade passou por seus olhos e ele afrouxou os dedos, Tanya cambaleou até encostar-se à parede tentando recuperar o fôlego enquanto Eleazar me dava um abraço apertado.

-Meu filho, meu filho. Não me deixe só, sinto que enlouqueço!

Senti meus olhos ficarem marejados, Eleazar era um homem bom, não merecia passar por tudo aquilo.

-Calma pai, estou aqui, estou aqui! Venha, deite-se um pouco.

Aproveitando a inesperada quietude de Eleazar, que se deitou sem protestos, o enfermeiro rapidamente pegou os comprimidos de calmante e um copo de água fazendo com que ele os tomasse.

Eu fiquei ali, segurando sua mão enquanto os remédios faziam efeito rapidamente, e logo ele adormeceu. Devagar me levantei e fui até Tanya, que provavelmente estava em choque, pois permanecia no mesmo lugar sem emitir um único som.

-Tanya – murmurei – acabou, está tudo bem.

Ouvindo minhas palavras ela me abraçou e começou a tremer sendo sacudida por soluços incontroláveis. Sentindo um enorme pesar acariciei seu cabelo, permitindo que ela desabafasse sua tristeza. Depois de um tempo, quando já estava mais calma, ela agradeceu:

-Obrigada Ed, você salvou minha vida – e choramingando – o que está havendo com o papai? Será que fui eu que desencadeei tudo isso quando o decepcionei?E esse ódio repentino pela minha mãe?

Suspirei. Já tinha pensado a mesma coisa, mas se fosse o caso, a culpa era nossa e não apenas dela. Eu havia contado sobre a traição.

-Não sei Tanya. Talvez seja nossa culpa, talvez não. Amanhã conversaremos com o médico. Eleazar provavelmente, com a quantidade de calmantes que ingeriu, dormirá até amanhã.

A Sra. Jones nos levou um lanche na sala de jantar e pela primeira vez desde que tínhamos nos “separado” Tanya e eu tivemos uma conversa civilizada. Falamos sobre as alucinações de Eleazar e sobre as novas lojas Denali’s. Quando num certo momento, olhei meu relógio de pulso, me surpreendi dando-me conta que já fazia muito tempo que eu estava ali. Levantei-me.

– Bem Tanya, vou trocar de roupa, tenho que sair.

-Tem um compromisso a essa hora? – ela questionou como quem não estava muito interessada.

Eu não respondi, não queria ainda que Tanya soubesse sobre Isabella. Apesar de nossa conversa tranquila, eu tinha certeza de que ela faria um inferno em nossas vidas se soubesse que estávamos juntos, e como tudo ainda era muito recente era melhor evitar confusões. Em silêncio fui para o quarto no qual tinha deixado algumas roupas.

No meio da multidão que novamente lotava o bar eu a olhava embevecido. Como uma única mulher podia ter tantas facetas? Eu já conhecia seu lado protetor, profissional, sensível, tímido e sensual. E era exatamente este último lado que estava predominando neste momento. Ela se mostrava tão segura de si, tão livre enquanto dançava. E este seu lado confiante além de me encantar me excitava.

-Olha quem eu encontro aqui, achei que estaria descansando um pouco depois de tantos dias viajando meu amigo.

Era Jasper. Eu ri.

-Oi Jas, tinha certeza que ia encontrá-lo por aqui. Veio buscar Alice? – fiz um gesto com a cabeça em direção ao balcão, onde ela também dançava.

-Fazer o quê não é mesmo? Estou caidinho por ela Edward. Alice me pegou de jeito.

Limitei-me a sorrir. Era óbvio que estavam apaixonados. Tanto ele quanto Alice não conseguiam disfarçar.

-E você, veio apenas beber ou vai aproveitar e se divertir um pouco com alguma dessas mulheres que não param de te observar?

Franzi o cenho olhando em volta. Realmente algumas mulheres sorriram para mim esperançosas e eu ri sem jeito, nem ao menos as havia notado. Dei de ombros voltando a falar com Jasper.

-Existe uma mulher Jas, mas não é nenhuma dessas...

Ele acompanhou meu olhar que estava em Isabella e quase gritou:

-Não! Quando foi que isso aconteceu? Você acabou de voltar...

-Hoje – falei sorrindo – isso aconteceu hoje Jasper. Passamos quase todo o dia juntos e aqui estou eu.

Ele me socou de brincadeira no ombro.

-Fico feliz por você cara, Bella é uma boa moça. Alice gosta muito dela e deve estar adorando isto. Com certeza vai bolar alguns programas para fazermos juntos.

Neste momento explodiram aplausos, assovios e vários elogios por todo o salão, o normal de sempre. Elas haviam terminado a dança.

-Vem, vamos lá fazer um pouco de pressão para esses caras verem que elas têm namorados.

Eu ri com gosto, Jasper enciumado era muito engraçado. Ele realmente fez uma cena digna de filme tomando Alice em seus braços e a beijando com ardor. Algumas pessoas riram, outros reclamaram e algumas mulheres aplaudiram aprovando sua atitude.

Aproximei-me do balcão e ergui os braços para ajudar Bella a descer e o que recebi foi um sorriso inseguro, mas ainda assim encantador.

-Você veio – murmurou ela.

-Achou que eu não viria? – sussurrei de volta acariciando seu rosto devagar – Vai ter que aprender a confiar em mim pequena.

Ela dessa vez me deu um sorriso maravilhoso e depois me deu um beijo que me pegou de surpresa. Um beijo que imediatamente me deixou excitado. Apertando-a de encontro a meu corpo para que ela sentisse o meu estado murmurei:

-Você já pode ir embora?

Ela assentiu, a respiração já tão ofegante quanto a minha.

-Então vamos sair logo daqui.

Logo estávamos no carro rumo ao meu apartamento.

Narrado por Bella

Dessa vez era eu que o obsevava enquanto dormia. Edward estava de frente para mim, suas pernas entrelaçadas às minhas, a mão sobre a minha cintura. Com os cabelos cor de cobre completamente desalinhados e a barba por fazer, ele era uma visão de tirar o fôlego. Meu Deus, o homem era atraente até dormindo!

Devagar passei os dedos sobre os traços de seu rosto tranquilo, meu coração se apertando. O que vou fazer com você? O que vou fazer com esses sentimentos que eu não devia estar sentindo? Sei que não devia me envolver, que você não pode ser meu e mesmo assim...

Meus pensamentos angustiantes foram interrompidos pelo toque do celular de Edward que por sua vez acordou de imediato.

-Oi – ele disse sorrindo, depois esfregou os olhos.

-Oi – sorri também.

Ele sentou-se tentando se orientar. Pegou o celular e imediatamente sua expressão ficou tensa. Eu apenas observei em silêncio enquanto ele atendia a ligação parecendo contrariado.

-Alô.

Ouviu em silêncio.

-Que bom que ele está bem. Não, hoje não. Você sabe muito bem que estou em meu apartamento.

Mais alguns segundos em silêncio ouvindo.

-Nós já conversamos sobre isso não é mesmo Tanya?

Tanya, a esposa! Ele falava com ela num tom de voz cortante, mas mesmo assim, de repente me senti uma intrusa. Devagar, sem fazer barulho, peguei minha nécessaire e encaminhei-me para o banheiro.

Estava começando a ensaboar meu cabelo quando ele entrou se juntando a mim no banho. Sem dizer nada começou a massagear delicadamente meu couro cabeludo e devagar fui relaxando. Quando meu cabelo estava devidamente enxaguado ele colou seu corpo às minhas costas.

-Me desculpe por aquilo – pediu dando um beijo em meu ombro.

Não respondi. Não tinha certeza se conseguiria falar sem dar vazão às lágrimas. Aquela situação me incomodava. Ele me virou para olhar em meus olhos. Provavelmente vendo todo meu tormento, seu rosto tornou-se angustiado.

-Ah Deus, não quero fazê-la sofrer – murmurou me abraçando.

-Desculpe – murmurei também – não sei se consigo levar essa situação, ser a outra...

Ele me encarou.

-Preste atenção Bella – falou muito sério – você não é a outra, é a única. E vai continuar sendo por muito tempo se você me quiser. Essa situação não é ideal, eu sei, mas por favor, me dê um pouco de tempo para ajeitar as coisas. Não quero perdê-la.

Eu suspirei. Também não queria perdê-lo. Decidi naquele momento confiar nele e deixar as coisas acontecerem a seu tempo.


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Notas finais do capítulo

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