“Workin’ like a dog for the boss man
Workin’ for the company
Bettin’ on the dice, I’m tossing
I’m gonna have a fantasy”

“Trabalhando como um cão para o chefe
Trabalhando para a empresa
Apostando nos dados, estou jogando
Eu vou ter uma fantasia”

– Cinco e meia... – disse baixinho para si enquanto esboçava um sorriso de canto.

Espreguiçou-se lentamente e de forma delicada do jeito que só ela sabia fazer. Desceu as mãos pelo cabelo, que estava preso em um coque um pouco frouxo, e as pousou em sua nuca, massageando de leve aquele local. Não pode evitar o baixo gemido que subiu a garganta, ato que passou despercebido por poucos que estavam naquele local. Abriu os olhos e encarou o relógio só para ter certeza de que aquilo não era um sonho.

Finalmente, depois de duas semanas trabalhando até tarde da noite, ela conseguiria sair do trabalho no horário correto. Tinha meia hora para preencher uma única papelada, trabalho que demoraria menos de dez minutos. Estralou os dedos e começou o que tinha pendente.

Porém, seu tempo de satisfação durou por apenas poucos minutos.

– Hinata... – disse seu chefe saindo de sua sala com um bolo de papéis na mão – Vejo que não está tão atolada quanto eu. Será que poderia conferir esses registros para mim? É urgente. – Colocou a papelada em cima da mesa e a encarou com olhos pidões. A morena apenas conseguiu balbuciar algumas coisas antes de confirmar com a cabeça. – Obrigado. Você é a melhor.

E na mesma rapidez que chegou, ele saiu e voltou para sua sala.

Hinata respirou fundo e soltou o ar pesadamente. Passou as mãos no rosto, em desespero, ao ver o tamanho da pilha a sua frente. Somente aceitou o pedido de seu chefe, pois, ultimamente, ele tem trabalhado tanto quanto ela. Seria egoísta de sua parte se recusar a ajuda-lo somente para dormir mais cedo.

Pouco a pouco seus colegas de trabalho começaram a ir embora, algo que ela preferiu ignorar para evitar um possível estresse. Quando deu por si, já passava das nove da noite e ela estava terminando a ultima folha dos registros deixados em sua mesa mais cedo.

Ao terminar, entrou na sala de seu chefe, que já estava vazia, e deixou os papéis em cima de sua mesa. Ao sair de lá trancou a porta por precaução, sabia a importância daqueles documentos para empresa.

Voltou até sua mesa e arrumou suas coisas, jogando a bolsa por cima do ombro e carregando nas mãos apenas seu celular.

Caminhou pelo longo corredor em direção ao elevador e tudo que conseguia ouvir era o barulho que seus saltos faziam ao se encontrar com o brilhante piso daquele local. Olhou o horário no celular em sua mão.

– Nove e quarenta...

Suspirou baixo e guardou o celular de volta na bolsa. Olhou ao seu redor e não viu ninguém. Provavelmente estava sozinha.

Parou em frente ao elevador e apertou o botão, chamando-o. Ele estava no térreo e demoraria um considerável tempo para chegar ao vigésimo sétimo andar, o ultimo daquele prédio. Aproveitou o tempo para descansar os pés cansados, apoiando-se uma vez em cada perna. Também soltou o longo cabelo preto azulado, que caiu perfeitamente liso um pouco abaixo da cintura.

Não demorou a entrar no elevador assim que ele chegou, e rapidamente apertou o botão para garagem. Fechou os olhos e apoiou-se em uma das paredes do elevador apenas para ser despertada pelo barulho chato que eles fazem toda vez que alguém impede que a porta seja fechada.

– Pensei que já tivesse ido embora. – e a voz rouca e grossa ecoou pelo local.

– S-Senhor Uchiha... – disse em baixo tom de surpresa – Pensei que estivesse sozinha aqui.

– Por favor, me chame de Sasuke. – disse em um tom um pouco mais descontraído. – Poderia apertar o térreo para mim?

E ela apenas assentiu com a cabeça, apertando o botão e vendo a porta a sua frente se fechando.

– Então, o que ainda está fazendo aqui? São quase dez horas da noite. – disse fazendo com que ela o encarasse – Abusei de seu trabalho mais uma vez?

– O senhor tem feito muito isso, ultimamente.

– Jura? – disse fingindo surpresa – Creio que não tenha percebido.

Nesse instante, o olhar da morena mudou de sério para irônico, negando lentamente com a cabeça.

– Sei... – abaixou a cabeça e sussurrou para si mesma, porém alto o suficiente para que ele escutasse. – Às vezes penso que está me fazendo trabalhar até altas horas de propósito.

– O que quer dizer com isso? – disse com o olhar interrogativo.

Ela deu uma curta risada nasal e balançou a cabeça em negativa novamente. Virou os olhos em deboche antes de encara-lo de volta.

– Só porque aconteceu uma vez, não quer dizer que vá acontecer de novo.

– Não tenho ideia do que esteja falando. – falou divertido deixando sua mala no chão.

– Tem certeza que não?

– Não.

Seu olhar estava tão sedutor que Hinata teve de virar o rosto para não fazer nenhuma besteira. Respirou fundo e tentou se afastar disfarçadamente dele, ato que acabou sendo em vão.

Ele cerrou um pouco os olhos e deu um meio sorriso, afrouxando um pouco a bela gravata azul que usava. Foi se aproximando devagar dela e quando ela percebeu, ele já estava perto demais.

– E se eu tiver fazendo isso... Tem algum problema? – disse de forma sensual, colocando a mão lentamente na lateral do quadril da morena, que se apertou contra a parede ao sentir o toque. – O que foi? Não gosta quando te toco dessa forma? – Tinha estampado em seu rosto o sorriso que fazia diversas mulheres suspirarem.

Hinata, que antes olhava diretamente naqueles olhos negros, agora tinha seus olhos baixos, na mão de seu chefe. Ele se aproximou mais ainda dela e deixou os corpos praticamente colados. Ela mordeu os lábios de forma sedutora e piscou os olhos lentamente, direcionando o olhar de volta ao rosto do Uchiha.

– E o que a sua mulher pensa disso, - disse num sussurro aproximando seus lábios dos dele, porém sem toca-los – senhor Uchiha?

Sasuke arrepiou-se dos pés a cabeça, apertando de leve o tecido da saia que tinha sua mão em cima.

– Minha mulher, - disse num tom ainda mais rouco – não se importará com isso enquanto ela tiver um personal trainer para se divertir.

Hinata riu em deboche e cerrou um pouco os olhos.

– Você não acha que transar com a sua secretária é um pouco clichê?

– Não se ela for assim... – disse bem perto da boca dela, logo em seguida a analisando com os olhos – Como você.

– Que cantada mais ridícula... – disse em um tom divertido.

– Com certeza... Mas funcionou? – sorriu de lado de forma sedutora.

– E quanto às câmeras? – perguntou apontando com os belos olhos prateados as duas câmeras de seguranças presentes ali.

– Isso não foi um problema da ultima vez. – ele disse e logo percebeu os olhos perolados encarando-o intensamente. – Mas se isso te incomoda, posso dar um jeito na filmagem amanhã. Porém, ela ficará em minhas mãos.

Hinata mordeu o lábio inferior e sorriu, balançando a cabeça de um lado pro outro lentamente. Olhou para uma pequena tela, ao seu lado, que mostrava o andar que estavam e alargou o sorriso ao perceber que ainda estavam no décimo andar. Direcionou uma mão a um botão vermelho que se encontrava em baixo dos demais e o apertou, sentindo o elevador parar imediatamente.

Voltou seu olhar a seu chefe e viu que o sorriso dele também tinha se alargado. Sem pensar duas vezes, colocou as mãos no pescoço do moreno e avançou em seus lábios ferozmente. Hinata não tinha culpa alguma naquela história, pois esse era o efeito que todo Uchiha causava nas mulheres. Ela tentou evitar aquilo ao máximo, mas também é humana e acabou se rendendo a tentação.

As mãos de Sasuke passeavam livremente e sem prudência alguma pelo corpo cheio de curvas da morena, enquanto ela apenas arranhava sua nuca e puxava alguns fios de seu cabelo.

Com muita habilidade, Sasuke deslizou suas mãos pelas laterais das coxas da garota, colocando-as em baixo da saia da mesma e puxando lhe a calcinha para baixo. Ao mesmo tempo, Hinata terminava de afrouxar o nó da gravata dele e começava a abrir alguns botões da camisa social branca que ele usava.

Ele cessou o beijo e logo direcionou seus lábios ao pescoço da Hyuuga, lambendo-o, beijando-o e mordendo-o de tal forma que fazia com que ela se arrepiasse cada vez mais e arfasse cada vez mais alto. Ela, por sua vez, terminava de abrir a camisa e passeava as unhas compridas pelo peitoral definido de seu chefe, fazendo com que ele apertasse cada vez mais o corpo dela contra a parede.

Sem enrolar muito, Hinata desceu as mãos para o cós da calça social dele e com muita rapidez abriu o cinto e o zíper, que impediam um contato mais intimo entre os dois. Subiu as mãos para suas costas, enfiando lhe as unhas ao sentir que o moreno apertava seus seios por baixo da blusa. Não conteve um alto gemido que subiu pela garganta e fez com que Sasuke sorrisse satisfeito.

O Uchiha fez questão de intercalar a perna dos dois, somente para apertar seu membro, que ainda estava coberto por sua cueca, contra a coxa da garota e faze-la sentir o quanto ela o excitava.

Depois de tirar a blusa e o sutiã dela, Sasuke colocou as mãos nas coxas torneadas da morena e fez com que ela pulasse para seu colo, prensando-na na parede e fazendo com que ela rodeasse sua cintura com as pernas.

Hinata voltou a beija-lo e dessa vez o beijo era ainda mais selvagem que da vez anterior. Desceu a cueca Box do moreno até o meio da coxa e começou a massagear seu membro de forma eficaz, pois após realizar o contato sentiu uma forte mordida no lábio inferior.

Sasuke subiu um pouco mais a saia de Hinata por suas coxas e direcionou sua mão a intimidade da mesma, apenas para confirmar algo do qual já tinha certeza. Logo segurou seu membro e a penetrou com força e velocidade, aumentando o ritmo estocada após estocada.

Minutos depois da penetração, Hinata não conseguia mais manter o beijo devido os constantes gemidos que subiam pela garganta e, por isso, direcionou os lábios ao ouvido do chefe, fazendo questão de gemer seu nome sempre que conseguia.

Ambos começaram a suar e cansar. A temperatura naquele elevador subiu rapidamente e qualquer barulho exterior era abafado tanto pelos gemidos roucos de Sasuke quanto pelos gemidos altos de Hinata. E assim, após pouco tempo, ambos chegaram ao ápice, ela seguida por ele.

– -

Depois de se ajustarem e arrumarem suas roupas, Sasuke puxou o botão que fez com que o elevador voltasse a se movimentar. Pegou sua mala do chão e entregou a bolsa de Hinata, que estava jogada no chão, a ela.

– O que você acha de amanhã fazermos isso na minha sala?

– O que faz você pensar que isso vai acontecer novamente? – ela disse e ele apenas riu, convencido e em tom de deboche.

– Eu posso te afirmar que amanhã você não vai sair mais cedo, seja para trabalhar em frente a mesa ou sobre ela.

Hinata apenas riu da comparação feita por seu chefe. Balançou a cabeça e ao ver que estavam quase no térreo, se aproximou dele e deixou os lábios a centímetros de distancia.

– Como desejar, chefe. – disse sensualmente e roçou seus lábios nos dele.

– Preciso dizer que, de longe, você é minha melhor funcionaria? – e Hinata sentiu o sorriso que se formou no rosto de Sasuke contra seus lábios.

Depois de dito isso, o Uchiha saiu e sem ao menos olhar para trás entrou em um carro que já estava a sua espera, deixando sua secretaria dentro do elevador, ofegante e pensativa.

Sentou-se no macio banco de couro da limusine e sorriu vitorioso. Depois de tanto tempo dando em cima da Hyuuga, ela finalmente tinha se rendido. Não que aquilo nunca tivesse acontecido, muito pelo contrario, era a segunda vez naquela semana que a possuía. A primeira vez tinha envolvido todo o sentimento da conquista, porém, dessa vez, a morena havia entrado em seu jogo, o tirando do sério de uma maneira que nenhuma outra mulher havia conseguido.

Ao chegar em seu carro, Hinata abaixou o corta-sol dele e olhou no espelho que ali tinha. Contornou, com a ponta dos dedos, os lábios inchados e vermelhos que estavam tão claramente destacados em sua pele pálida. Sorriu maliciosamente ao lembrar-se do que havia acontecido minutos atrás.

Hinata tinha certeza de que o que estava fazendo era errado, e muito, mas não tinha culpa de ter um chefe tão atraente que lhe paquerava desde o dia que fora contratada.

Além do mais, tanto ela como ele, precisavam daquele tipo de adrenalina em suas vidas. Ela, para escapar da vidinha chata e conformista que levava. Ele, para escapar do casamento entediante e sem emoção que se via preso.

Não iriam, em nenhum momento se apaixonar. A relação que os dois manteriam seria estritamente carnal. Um jogo de sedução entre dois adultos. Algo do qual ambos estavam cientes. Apenas um caso. Ou pelo menos era isso que eles esperavam que fosse.

Aquilo que teriam, aquele caso secreto e totalmente clichê que estava prestes a começar era necessário para que ambos conseguissem levar suas respectivas vidas. Era algo que salvaria Hinata da solidão e da monotonia e algo manteria em pé o casamento de Sasuke, mesmo que somente por aparência.

Assim como ela, ele sabia que o que faziam era errado. Muito errado. Mas talvez esse fosse o ponto principal de toda história. Afinal, não dizem que tudo que é proibido é muito mais gostoso?

“Love in an elevator
Livin’ it up when I’m going down
Love in an elevator
Lovin’ it up until I hit the ground”

“Amor num elevador
Aproveitando enquanto estou descendo
Amor num elevador
Amando até chegar no térreo”