Songs Of The Heart escrita por mandani, souasoof, mandiproost


Capítulo 7
My Sacrifice


Notas iniciais do capítulo

Baseado na música "My Sacrifice" do Creed.
ItaHina escrito por mandiproost.
Leiam as notas finais e boa leitura.



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Hello my friend we meet again
It's been a while where should we begin
Feels like forever
A perfect love that you gave to me
Oh I remember.


Olá meu amigo, nos encontramos novamente
Pouco tempo se passou, por onde devemos começar?
Parece que foi eterno
Dentro do meu coração a memória
Do amor perfeito que você me deu
Oh, eu me lembro.







Seu amor por Hinata era inexplicável. Enquanto sentado na cama do hospital, frio, inseguro, sombrio, tentava colocar em palavras o sentia pela amada. Fazia um bom tempo que não a via. Durante todo esse tempo, sentiu-se só, mesmo com a presença de sua família e de seus amigos. Era como se ela tivesse ido embora e levado juntamente um pedaço de seu coração, de sua alma, de seu ser.







Eles eram jovens quando se conheceram. Ele tinha por volta de seus vinte e quatro anos e ela apenas dezenove. Viveram uma paixão inesquecível, daquelas de cinema, por um ano e sete meses. Tudo era perfeito. Ele havia encontrado sua metade e pretendia passar o resto da vida com ela. Ele amava, absolutamente, tudo em Hinata. Seus cabelos lisos escuros, seus olhos claros sempre risonhos, seu sorriso que o iluminava e seu corpo pequeno e sedutor, que o aqueceu em tantas noites frias de inverno. Sua personalidade? Era totalmente contrária a dele. Ele sempre foi muito sério, reservado e até mesmo meio tímido. Ela sempre muito brincalhona, tentava ver o lado bom da vida, e não se importava com a opinião dos outros. Para ele, ela possuía muitos defeitos, mas todas as suas qualidades se sobressaiam e faziam com que ele se apaixonasse por ela, novamente, todos os dias. Era um amor que ele nunca havia vivido e se julgava novo demais pra viver. Novo demais... Quem diria que agora, com trinta e cinco anos ele se julgaria velho demais. Velho demais. Tarde demais.

Em sua tentativa frustrada de se despedir da amada através de uma carta, acabou molhando o papel e desistindo da atitude. Ela merecia um último encontro. Ele merecia vê-la novamente.

Itachi ligou para Hinata. A voz da mulher, ao se lembrar do homem que havia feito seus dias mais felizes, tornou-se vazia. Ela se perguntava como ele teria coragem de ligá-la depois de tudo o que aconteceu. A dor em seu coração era de tamanha proporção que a própria mulher desconhecia. Ouviu aquelas palavras atentamente.

– Hinata, por favor. Eu não estou pedindo mais uma chance. Eu não estou pedindo que volte para mim, como nas últimas vezes. Só quero te ver. Nunca tive a chance de me despedir de você. Acho que ambos precisamos de um último encontro. – dizia Itachi com as palavras carregadas de um sentimento que Hinata não conseguia identificar. Era saudade? Arrependimento? Tristeza? Talvez todos os anteriores. Ele estava lhe implorando um último encontro? Mas, o que ele queria dizer com “último encontro”? Será que depois disso ele a deixaria em paz para seguir com sua vida? Talvez ela precisasse vê-lo novamente. Talvez ela precisasse cortar qualquer tipo de sentimento em relação com ele.




– Não. Você precisa superar, assim como eu, Itachi. Eu deixei bem claro, da última vez, que não era pra você me ligar. – inconscientemente, a moça começou a aumentar o volume de sua voz e percebeu que havia lágrimas se formando em seus olhos. - Deixei bem claro que você deveria me esquecer, assim como eu te esqueci. Deixe-me em paz!

O telefone foi abruptamente desligado. Ambos, sem ter conhecimento, se afogavam em lágrimas. Como algo tão poderoso como o amor, podia machucar tanto uma pessoa? Num momento, estavam felizes, de mãos dadas passeando pelo parque no final de uma tarde de outono. Noutro, estavam gritando e se ferindo com palavras que nunca deveriam ter sido ditas. Viveram altos e baixos, assim como todo casal. Era normal, não era?

Seria possível que ele não veria a única pessoa que fazia seu mundo girar, antes de partir? Como doía meu Deus. O que assombrava Itachi não era a morte. Morrer era algo como nascer. Natural. O que fazia Itachi sofrer era não ter vivido sua vida plenamente. Era ter deixado escapar a única esperança de construir uma família. Sofria por tê-la magoado. Tinha medo de partir sem ao menos ver seu rosto mais uma vez.

Não. Não iria deixar esse medo, essa doença, esse sofrimento impedi-lo. Iria atrás de Hinata, nem que fosse a última coisa que fizesse. Talvez fosse a última coisa que fizesse.

Hinata ficou abalada com a ligação de Itachi. Porque, depois de três anos sem dar notícias, ele havia ligado? Ela acreditava que, depois de tanto tempo, havia se esquecido dele. Ela esperava por isso. Acreditava também, que a ferida que ele havia aberto em seu coração estava fechada. Engano seu. Ao ouvir aquela voz, percebeu que aquela ferida nunca se fecharia. Que, infelizmente, ele estava marcado para sempre nela.

Porque ciúmes? Era um sentimento tão poderoso quanto o amor. Um sentimento que havia tomado conta de Itachi.

Depois de mais ou menos um ano namorando, Itachi começou a demonstrar um ciúme doentio pela amada. Aonde ela ia? Com quem ela ia? Por quê? Porque ele não podia ir junto? “Não, você não vai ao shopping com suas amigas! Isso é errado, você é minha namorada, tem que passar todo o tempo comigo!” Ela se lembrava das palavras duras e raivosas de Itachi. Não dava mais pra continuar. O amor que sentia por ele não era maior que o amor que sentia por si própria. Estava sofrendo ao lado dele, então seria melhor sofrer sem ele. Ela o deixou depois de alguns meses.

Passaram alguns anos sem se comunicar, mas Itachi sempre voltava a procurá-la, em busca de uma nova chance, em busca de um recomeço. Dizia que a amava muito e prometia que não seria ciumento nem controlador. Ela, com o coração apertado e cheio do amor que sentia por ele, acabava voltando. Foram flashes rápidos de bons momentos e perfeição, seguidos por ela batendo a porta alegando que nunca mais voltaria. Mentira. Os dois mentiam para si mesmos. Itachi não iria mudar e não seria a última vez que ela voltaria para os braços do amado. E ela sabia disso.

Os pensamentos de Hinata foram interrompidos por batias fortes e constantes na porta. Ela levantou-se do chão, onde havia se sentado e ficado por horas, esquecendo-se de viver, e caminhou até o espelho. Numa tentativa de disfarçar o rosto inchado e vermelho, soltou os cabelos negros e caminhou até a porta.

– Já vou, já vou. – disse apressadamente ao ouvir o incessante barulho.

Por um momento congelou. Não acreditava no que via. Itachi estava a sua porta. Sua aparência estava péssima. Ele havia chorado. Mas não era só isso. Sua pele estava pálida. Seus cabelos, que antes costumavam ser negros e cumpridos, estavam raspados. Sua boca apresentava uma cor levemente roxa. E ele estava incrivelmente magro.

– O que? O que você está fazendo aqui? Será que não entende que eu nunca mais quero ver você? Eu já disse: deixa-me em paz. – gritou ela, sem conseguir controlar suas emoções. Tentou fechar a porta. Itachi, mesmo que fraco, conseguiu segurar sua mão, impedindo que a porta fosse fechada.

– Só me ouça. Dê-me dez minutos apenas. Eu prometo que depois disso vou embora. – disso o homem com olhar triste e suplicante.

– Entre. Apenas dez minutos. – suspirou Hinata derrotada, dando passagem para que o homem pudesse entrar.

– Eu... Eu não sei por onde começar. – disse Itachi, meio sem jeito e pela primeira vez, com vergonha de si mesmo. – Eu pensei em fazer uma carta, mas achei que era melhor te ver.

Após uma breve pausa, Itachi respirou fundo e disse tudo, absolutamente tudo, que existia em seu coração.

– Finalmente nos encontramos. Parece que fez tanto tempo, certo? Nós nos conhecemos há mais ou menos onze anos. – começou, meio sem jeito, tentando quebrar o clima pesado que pairava sob a sala. – Eu sinto como se nosso amor fosse eterno. Minhas lembranças contém o amor perfeito que você me deu. Eu sei que eu estraguei tudo com meu ciúme. Eu sei que não mereço você. Mas só queria dizer que quando estou contigo, eu me sinto livre. Sinto-me livre para viver, para amar, para me arriscar. Sinto-me despreocupado. Despreocupado com o futuro, com o passado, com consequências. E, principalmente, quando estou contigo, eu acredito. Eu tenho fé. Eu tenho esperança de que tudo pode dar certo. Acredito que eu posso mudar, acredito que podemos ficar juntos para sempre. Acredito que podemos esquecer, como se pudéssemos voar por cima de tudo e de todos, vivendo apenas nosso amor. – Itachi parou para respirar fundo, limpar as lágrimas que já escorriam sem permissão pelo seu rosto. - A vida dá voltas rapidamente. Nós vivemos altos e baixos. Mas eu quero paz. Eu quero que você tenha essa paz, por isso vou à busca de Deus. Perdoe-me por tudo o que eu fiz. Eu sempre te amei. E nunca, nunca vou deixar de te amar. Só gostaria de poder dizer “olá” novamente. Só me arrependo de não ter dado certo. Mas esse é, definitivamente, um adeus. Obrigada por ter proporcionado a mim, uma vida com amor, uma vida, mesmo que curta, com você.




When you are with me
I'm free
I'm careless
I believe
Above all the others we'll fly
This brings tears to my eyes
My sacrifice.


Quando você está comigo
Me sinto livre
Despreocupado
Eu creio
Que por cima de todos iremos voar
E isso traz lágrimas aos meus olhos
Meu sacrifício.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





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Notas finais do capítulo

Olá querido(a)! Aqui é a mandiproost (: A oneshot da vez foi puro drama, não é mesmo? Haha. Na verdade, eu escrevi essas oneshot como original (eu tinha uma fic de oneshot, mas acabei deletando, porque não gostei do resultado), mas acabei adaptando para ItaHina. Não é plágio, plis eu nunca faria nada do tipo! Espero que você tenha gostado *-*
Fique a vontade para pedir músicas ou casais! Nós faremos o possível para atender o seu pedido (:
Por favor, deixe seu comentário/review para me deixar muito feliz!! Sua opinião é muito importante! Prometo que a minha próxima oneshot vai ser mais feliz, haha. Espero que continue acompanhando (:
Xoxo



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