“We never spoke a word
But every thought she had I heard
From across de room
If we were standing face to face
I couldn’t find the words to say
Give me one more move”

“Nós nunca trocamos uma palavra
Mas todo pensamento que ela tinha eu ouvia
Do outro lado do salão
Se estivéssemos cara a cara
Eu não saberia o que dizer
Me de mais uma chance”

– É só que... – começou Naruto, mas foi interrompido pela mulher no outro lado da linha.

– É só que nada, Naruto! – exclamou notavelmente irritada – É o meu casamento e você precisa ir! Não venha com essas criancices pro meu lado. E outra, você é um dos padrinhos, é seu dever estar ao lado do noivo no altar. – O loiro não podia ver, mas Ino andava de um lado para o outro nesse momento.

E depois dessa fala, um silencio se instalou no telefone. Naruto realmente seria um dos padrinhos, mas ao contrario de seus amigos que teriam o mesmo papel, ele não teria acompanhante. Todos os outros iriam com suas respectivas namoradas e noivas.

– Naruto! – ouviu um grito esganiçado e foi tirado de seus devaneios.

– Tudo bem, tudo bem... – disse com a voz rendida – Eu vou.

– Ah! – exclamou Ino como se tivesse acabado de vencer uma longa batalha – Agora se me dá licença, eu tenho que me arrumar pro meu casamento.

E assim ela desligou o telefone.

– Não sei porque teve de ligar pra Ino... – resmungou enquanto se olhava no espelho.

– Essa era a única forma de te convencer a ir, meu filho. – disse calmamente a ruiva de cabelos longos enquanto caminhava para ajustar a gravata de seu filho.

Naruto apenas bufou e desviou o olhar para o lado enquanto esperava sua mãe acabar de arrumar sua gravata.

– Pelo menos eu vou poder comer de graça...

Esperava um tapa de sua mãe, mas tudo que ouviu foi uma risada divertida.

– Só você mesmo, Naruto. – disse entre risos – Saímos em meia hora, ok?

E antes que ele pudesse responder, Kushina saiu do quarto.

Ele se jogou na cama, pouco se importando se amassaria seu terno, e colocou os fones em seu ouvido, usando aquele curto período de tempo para relaxar antes de ter que passar por aquilo que ele considerava tortura.

– -

“A cerimônia foi linda!”, “Parabéns!”, “Espero que vocês sejam muito felizes!” eram comentários que o loiro ouvia enquanto esperava na fila para cumprimentar o mais novo casal. Tinha as mãos no bolso da calça social preta e olhava para frente totalmente indiferente.

Finalmente era a vez dele. Ele poderia acabar com isso tudo logo e começar a beber.

– Parabéns, Ino! – disse dando um apertado abraço na belíssima noiva. A mesma apenas o retribuiu com o maior sorriso que poderia esboçar. – Parabéns, cara! – apertou lhe a mão e seguiu o abraçando. – Espero que saiba no que está se metendo, Sai. A Ino não é fácil não. – e ambos riram.

Naruto saiu do meio do salão, onde se encontravam os noivos, e seguiu para sua mesa. Bufou insatisfeito ao ver que tinha sido colocado na mesa junto com todos seus amigos... e suas namoradas.

Caminhou até a mesa apenas para deixar seu celular e em seguida foi em direção ao bar do local. Por sorte, as bebidas mais fortes já estavam sendo servidas.

– Uma cerveja, por favor. – decidiu começar com algo mais leve.

E no segundo seguinte, um anuncio foi feito em alto e bom som.

– Gostaria, por favor, que toda a atenção se voltasse ao centro do salão, onde os noivos farão sua primeira dança. – uma rouca voz soou por todos os cantos.

Todos os presentes, exceto Naruto, pararam e prestaram atenção nos noivos, que dançavam alegremente pelo salão. E nas musicas seguintes o comportamento do loiro continuou o mesmo: o olhar vidrado em seu copo.

Finalmente, lá pela quinta ou sexta música, o garoto resolveu voltar a mesa para, pelo menos, fingir ser sociável. Porém, não conseguiu se mexer ao ver ao longe uma bela garota que nunca havia visto antes.

Seus pés pararam de se mexer involuntariamente, seu coração acelerou rapidamente e, por um minuto, sua respiração falhou. A fascinação tomou conta de todo o corpo do loiro, que colocou uma mão no bolso e se permitiu analisar, sem prudência alguma, a bela mulher que via a uma pequena distancia.

Ela era, sem duvida, a mulher mais bonita que ele já tinha visto. Ela tinha fios negros azulados presos em um alto coque um pouco bagunçado, com sua franja solta e algumas mechas caídas sobre as laterais do rosto. E que belo rosto! Era bem branca, tinha os lábios rosados pouco destacados e, no maravilhoso olho perolado, um lápis preto que destacava ainda mais a beleza deles.

Por estar em pé, conversando com alguns rapazes, ele pode ver seu deslumbrante vestido. Era um longo azul marinho escuro que possuía um decote princesa, que valorizava seus seios sem ser vulgar, com uma única alça que passava pelo pescoço. Logo abaixo do busto passava uma fina faixa preta, quase imperceptível, que se fechava nas costas, caindo dali a parte de trás do vestido, deixando daquela parte pra cima aberto. Da faixa para baixo, o vestido de seda caia mais solto, deixando evidente a lisa barriga que a garota possuía e demarcava, graciosamente, as belas curvas que a morena tinha. Ela usava um salto preto aberto na frente, combinando com suas unhas, também negras.

Naruto foi a loucura com aquela imagem. Sem perceber, apertou os lábios e suspirou longamente. Ficou observando-a por longos minutos e arrepiou-se quando os olhos dela se encontraram com os seus. Por um segundo prendeu a respiração.

– É uma belíssima mulher... – disse um homem parando ao seu lado.

– O-Oi?! – o loiro perguntou virando a cabeça em direção a voz, porém sem tirar os olhos da morena.

– A moça que está olhando, é muito bonita.

Naruto resolveu olha-lo e sorriu ao ver seu padrinho ao seu lado.

– Por que não vai conversar com ela? – perguntou Jiraiya.

– Por que? – perguntou em deboche, desviando rapidamente o olhar para a garota. – Eu estou observando-a há alguns minutos e já a vi dispensando quatro caras diferentes.

– E daí? Isso não quer dizer que vá acontecer o mesmo com você.

– Mas, como as chances são grandes, eu prefiro ficar aqui, só observando.

– Ah moleque, você ainda tem muito que aprender. Deixe-me contar uma história sobre a garota dos meus sonhos, que eu deixei escapar porque era um medroso, igual a você. Ela era a mais bela garota de todas, sem contar seus enormes seios...

E a partir dali, Naruto não escutou mais nada. Ela havia o encarado mais uma vez, e dessa vez deu lhe um sorriso discreto, porém perceptível. Logo abaixou a cabeça, provavelmente corada, puxou o vestido um pouco para cima e sentou-se com os braços em cima da perna cruzada. O Uzumaki arrepiou-se mais uma vez e passou a mão que estava fora do bolso na nuca, apertando-a de nervoso.

– ... E assim ela foi embora e eu perdi o amor da minha vida.

Essa foi a frase que ouviu quando saiu do transe. Olhou para o padrinho e sorriu, concordando com a cabeça e fingindo que havia ouvido a história.

– Então, o que você vai fazer?

– A-Acho que vou convida-la para dançar...

Jiraiya gargalhou orgulhoso. Deu seu típico sorriso malicioso para seu afilhado e antes do loiro ir em direção a mesa que a morena se encontrava, lhe desejou boa sorte.

Naruto foi caminhando apreensivo até a garota e no meio do caminho fez questão de arrumar seu terno e sua blusa social branca, que já não tinha mais uma gravata em volta e tinha os dois primeiros botões abertos.

Quanto mais perto chegava, mais descompassada sua respiração ficava. Ela era ainda mais bela de perto, por Kami, ele não achava que aquilo era possível. Ele chegou e parou a frente dela, atraindo sua atenção.

– Quer dançar comigo? – perguntou de uma vez antes que começasse a falar demais e lhe estendeu a mão.

A morena apenas desviou os olhos para a mão estendida e depois de volta para a imensidão azul que era os olhos do loiro. Deu um pequeno sorriso de canto ao vê-lo nervoso daquela forma.

– Pensei que nunca fosse perguntar. – disse quase num sussurro e segurou na mão dele, levantando-se logo em seguida.

Caminharam até o centro do salão, onde estava instalada a pista de dança e, para sorte de Naruto, a musica que tocava era lenta e pedia uma dança com os corpos mais colados.

A principio, ele ficou sem jeito de colocar de cara suas mãos naquela fina cintura, mas ela logo o envolveu pelo pescoço com os braços, forçando-o a fazer algo em retorno.

Dançavam como fossem um casal de namorados no baile de formatura. Ela o olhava intensamente nos olhos e ele esforçava-se para manter o mesmo nível de olhar.

– Não vai ao menos me dizer seu nome?

– Desculpe-me! – pediu sem jeito – Sou Uzumaki Naruto. Muito prazer.

– Prazer. Hyuuga Hinata.

Hinata esboçava um pequeno sorriso em seus lábios e Naruto, pela primeira vez na sua vida, não sabia o que fazer, o que falar e como agir. Estava, visivelmente, nervoso.

– E-Então... – disse tentando quebrar o silencio entre os dois – Como conhece os noivos?

– Sou amiga de Ino desde que somos pequenas. – disse simpática, sempre com um singelo sorriso no rosto.

– Conheço Ino a um tempão também... Como nunca te vi antes?

– Eu moro em outra cidade e raramente vinha para cá. – comentou divertida – Mas agora, com certeza você me verá mais freqüentemente. – e ele a questionou com o olhar – Acabei de mudar para terminar o ultimo ano da faculdade e se tudo der certo, espero ficar aqui por muito mais tempo.

– Que legal. – disse e deu um de seus típicos sorrisos abertos, algo que fascinou a morena. – Você cursa o que?

– Relações internacionais. E você, faz faculdade?

– Sim! Estou no ultimo ano de engenharia mecânica, graças a Deus. – disse cômico – Nem acredito que vou conseguir terminar em cinco anos!

A Hyuuga riu do comentário. Sabia que engenharia era uma faculdade muito mais puxada do que a sua e sabia o quão grande era o mérito de conseguir se formar no tempo certo.

– Parabéns! É uma conquista e tanto! – disse também cômica.

– Obrigado, obrigado. – disse de forma brincalhona, arrancando mais risadas da morena – Poderia dizer que me esforcei para que isso acontecesse, mas ai estaria mentindo. Eu não tenho a mínima idéia de como consegui isso. – riu e foi acompanhado por ela.

E assim passaram as próximas sete musicas, conversando banalidades apenas para se conhecerem.

Ah, como Naruto estava gostando de conversar com ela. Tão animada, doce e simpática. Ria dos comentários bobos dele a toda hora e em nenhum momento desgrudou de seu pescoço. Ela sentia-se da mesma forma. Ele era tão simpático e alegre que era impossível ficar sem rir. Não ria apenas por cortesia, realmente o achava divertido. E o jeito que ele a segurava pela cintura... Não tinha como não gostar daquelas mãos firmes colocadas possessivamente em seu corpo.

Só pararam pois Hinata comentou que estava morrendo de sede. Juntos, eles foram até o bar e pediram duas bebidas, continuando a conversa por ali.

Porém, após um tempo, as pessoas começaram a ser afetadas pelas bebidas e, conseqüentemente, o barulho no ambiente ficou mais alto. E essa era a desculpa que Naruto precisava para levar Hinata para um lugar mais reservado. Por sorte, aquele salão era extenso e rodeado por uma belíssima natureza, iluminada por luzes fracas e enfeitada com bancos de madeira.

– O que você acha de irmos conversar em um lugar mais quieto? – ele perguntou com a boca colada na orelha da morena devido à alta musica e colocou sua mão gelada na parte aberta do vestido.

Ela arrepiou-se com o contato e engoliu seco ao ouvir tal pergunta.

– Claro. – ela disse em alto tom bem perto do rosto dele.

Ele segurou fortemente a delicada mão da garota e começou a guia-la para fora. Ela sorriu com o ato e com a mão que estava livre puxou o vestido para cima, evitando pisar no mesmo.

– Bem melhor. – comentou ao sair do salão e lançou a ela mais um de seus típicos sorrisos, vendo-a responder o comentário com um sorriso.

Nesse momento, seus passos já não eram apresados que nem antes, fazendo com que Hinata soltasse o vestido e deixasse as mãos soltas ao lado do corpo. Já Naruto andava com as mãos nos bolsos, despreocupado e totalmente à vontade.

– Posso te perguntar uma coisa? – perguntou ela, abaixando a cabeça para encara-lo logo em seguida.

– Claro...

– Por que demorou tanto para me convidar para dançar e ficou apenas me olhando de longe? – e sorriu provocativa ao ver a reação assustada do garoto.

– Sinceramente? – disse enquanto soltava o ar pesadamente – Eu tava com medo de você recusar.

– E por que achou isso? – seu tom era divertido agora.

– Porque eu vi você recusando uns cinco garotos em menos de três minutos.

Hinata apenas riu, lembrando-se que os garotos que Naruto pensava que ela tinha dispensado eram, na verdade, seus primos.

– Isso não justifica o jeito como continuava me olhando.

Ele abriu a boca varias vezes para falar algo, mas não conseguia pensar em nada que não soasse ridículo. Riu dos próprios pensamentos.

– Se eu te falar o porquê disso, com certeza, você vai achar que estou te passando uma cantada barata. – disse cômico.

– Tente. – respondeu no mesmo tom, arqueando uma sobrancelha.

E novamente ele abriu a boca diversas vezes, sempre pensando na escolha certas de palavras. Abaixou a cabeça e passou uma das mãos pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais. Riu abafado e olhou de volta para ela.

– Tudo bem... Depois não diga que não te avisei. – deu uma pequena pausa antes de continuar, voltando a colocar a mão no bolso – Eu não sabia o que falar para você, porque você é simplesmente a mulher mais bonita que eu já vi. E-Eu fiquei nervoso. E por isso demorei tanto para ir falar contigo.

Hinata sorriu feliz com o que acabara de ouvir, porém não pode deixar escapar um baixo riso. Logo mordeu o próprio lábio inferior, levando a mente do loiro a pensar coisas nada inocentes a seu respeito.

– Eu disse que ia parecer uma cantada barata. – disse rindo e dando os ombros.

– Realmente... – disse divertida, atraindo o olhar dele de volta – Mas eu gostei.

Continuaram andando e se perderam nos olhos um do outro, ouvindo ao fundo a musica que chegava baixa em seus ouvidos. Quando perceberam estavam no meio de algo que pode se chamar de parquinho. Tinha apenas dois balanços pendurados por correntes em um suporte de madeira e um escorregador, também de madeira.

Hinata caminhou até um dos balanços e deu a volta nele, virando-se de frente para ele e apoiando as mãos nas correntes. Naruto, que até agora observava o que ela iria fazer, foi caminhando até ela lentamente.

– Conte-me alguma coisa sobre você. – ele pediu.

– Como assim? – ela perguntou confusa.

– Não sei! Eu acabei de te contar algo extremamente vergonhoso que pareceu como uma cantada ridícula... Creio que tenho o direito de te pedir que me conte algo sobre você... E de preferência algo que ninguém mais saiba.

Ao terminar de falar, ele já estava na frente dela, do outro lado com o balanço no meio dos dois, ainda com as mãos no bolso.

– Hm... – sussurrou – Tudo bem, acho que é justo. – disse e deu um passo para frente. – Algo que ninguém saiba, certo?

– Certo! – disse animado.

Hinata pensou por um pequeno período de tempo. Queria escolher algo que realmente ninguém soubesse, mas queria algo que fosse mexer com o loiro. Principalmente se fosse com a sanidade dele.

– Tudo bem, eu já sei de algo. E é algo que eu nunca contei a ninguém, pois tenho certeza que todos me taxariam de louca.

– Prometo que não farei isso. – disse fazendo uma reverencia com a cabeça, arrancando mais risadas da morena.

– É sobre o beijo.

E ao ouvir essa palavra, todo o corpo do loiro se arrepiou, fazendo com que ele engolisse seco, algo que não passou despercebido por ela, que sabia que estava indo no ponto certo para provoca-lo.

– Sabe qual é minha parte favorita? – ele apenas negou com a cabeça. – Não é o beijo em si, mas o momento que o precede. – dizendo isso, ela deu mais um passo a frente e deixou sua perna o mais perto que a tabua entre eles permitia. – Aquele momento em que os rostos vão se aproximando devagar, inconscientemente. – enquanto falava ela ia lentamente jogando seu corpo para frente, segurando-se na corrente – É aquele momento totalmente puro e inocente em que as respirações se misturam, - nesse momento, seu nariz estava quase encostado no dele e ela já sussurrava – que você não sabe se a pessoa a sua frente vai te beijar ou não. É um momento de incerteza, mas ao mesmo tempo, de conquista. Um misto de inocência e desejo. É quando o frio na barriga toma conta de todo seu corpo e você se sente totalmente entregue a outra pessoa.

E naquele instante, Naruto já estava fora de si. Hinata estava praticamente roçando seus lábios nos dele e ele sentia exatamente tudo que ela estava descrevendo. Seus olhos já estavam fechados, apenas esperando o contato, quando ele a sentiu se afastar.

– Mas o beijo em si também não é ruim. – ela disse voltando ao seu tom normal e vendo-o abrir os olhos, totalmente desnorteado.

Ele a olhava ofegante e sentiu-se incomodado ao ver um sorriso vitorioso estampado naquele belo rosto. Tão bela e tão cruel, pensou.

– O que foi? – perguntou divertida e completamente irônica.

Naruto apenas balançou a cabeça em negativa e antes que ela pudesse se pronunciar mais uma vez, ele tirou rapidamente as mãos do bolso e colocou entre a nuca e o pescoço dela, puxando-a para o que ele estava esperando minutos atrás.

Beijou-a de forma possessiva, porém gentil e carinhosa. Ela não negou lhe passagem quando pediu, sabia que tinha o provocado e por isso deixou um sorriso se formar durante o beijo. Ele explorava cada canto daquela boca e ela retribuía a altura, acariciando e brincando com a língua dele a toda chance que tinha.

– Naruto, meu filho, vamos em- - Kushina parou de falar assim que viu a situação em que seu filho se encontrava.

Rapidamente os dois se separaram. Hinata apertou os lábios e colocou uma das mãos sobre a boca, desviando o olhar. Naruto, que estava de costas para mãe, virou-se de frente e a olhou com uma mistura de repreensão e vergonha.

– D-Desculpa por isso... – pediu meio sem jeito e observou a bela garota que seu filho estava tão intimo há minutos atrás. – Mas já passa das três da manhã e eu estou cansada... Estava pensado em irmos embora.

O Uzumaki passou uma mão nos lábios para limpa-los e logo em seguida levou-a para a cabeça, bagunçando os cabelos ainda mais.

– T-Tudo bem... Apenas me de alguns minutos. – arqueou as sobrancelhas e com os próprios olhos fez um sinal para que a mãe desse licença a eles.

– Está bem... Estarei te esperando lá na frente. – e ao dizer isso, saiu rapidamente do local, mas não sem antes esboçar um pequeno sorriso.

Bufou e respirou fundo, repleto de vergonha. Ao fundo, ouviu uma risada abafada e virou-se para Hinata, que tinha um olhar divertido e cobria a boca com a mão.

– Sua mãe é muito bonita.

– Obrigado. – disse, ainda que sem graça.

– Então... Você ainda mora com seus pais? – perguntou torcendo de leve o rosto.

– Não, não... – respondeu divertido ao ver a expressão que ela fazia – Meu pai está viajando essa semana e como minha mãe não gosta de ficar sozinha eu estou ficando com ela esses dias.

Ela respondeu apenas com um som, algo como “onw” ou “anw”. Naruto não soube identificar, mas sabia exatamente o que aquilo significava.

– Eu sei, eu sei... – disse convencido, fazendo com que a morena risse mais uma vez. – Mas, infelizmente, tenho que ir.

– Realmente, é uma pena... – disse dando a volta no balanço, voltando a ficar perto dele e deixando os rostos perto novamente – Agora que as coisas estavam começando a ficar ainda mais interessantes...

– Não me provoque de novo... – a voz rouca do loiro saiu por um fio.

A Hyuuga apenas riu e, em resposta ao comentário de Naruto, ela colocou suas mãos no rosto dele e deu lhe um selinho. Longo o suficiente para ele aproveitar, porém curto o bastante para deixa-lo querendo mais.

Depois disso, ela foi caminhando de volta ao salão e deu apenas um olhar para trás, lançando-lhe um sorriso um tanto quanto provocativo.

– Ei! – Naruto gritou, ganhando a atenção da morena novamente – Pode ao menos me dar o seu numero?

Hinata, mais uma vez, riu e olhou para baixo, balançando a cabeça devagar. Voltou seu olhar a ele, como se estivesse esperando que ele continuasse.

– Você sabe... Caso eu queira conversar com alguém... – disse e ela o repreendeu com o olhar de maneira divertida – Ou caso eu queira te convidar para sair.

Ela cruzou os braços e virou-se completamente, voltando a andar na direção dele. Encarou mais uma vez aqueles belíssimos olhos azuis e sorriu ao ver um brilho de esperança naquele olhar.

– Então... – disse com um sorriso malicioso no rosto – Vai me dar seu numero?!

E ela nem precisou pensar duas vezes antes de responder.

– Claro, por que não?

“Now I’m falling in love
As she’s walking away
And my heart wont tell my mind
to tell my mouth what it should say”

“Agora eu estou me apaixonando
Enquanto ela está partindo
E meu coração não vai contar a minha mente
Para contar a minha boca o que ela deveria dizer”