Mais alguns dias se passaram, Eva e Davi já estavam a caminho do consultório onde a morena iria fazer o seu primeiro ultrassom. David dirigia com uma mão, e segurava a mão de Eva com a outra. Ele deposita um beijo no rosto da mulher enquanto esperava o sinal abrir.

– Nervoso ? – perguntou Eva com um sorriso.

– Não, nem um pouco, e você ?

– Um pouco... saber que estou carregando uma vida dentro de mim tem me deixado acordada ultimamente.

– É... eu também tenho tido problemas com o sono.

– Por que ? – Eva pergunta simples.

– Deixa pra la... vamos falar do nome do bebê.

– David, pela ultima vez, se for menina não vai se chamar Marian.

– Por que não ? É um nome lindo !

– Eu tenho um certo histórico com pessoas com esse nome, e depois.... eu não gosto muito.

– Okay – ele resmunga – Que nome você quer por ?

– Ingrid – ela responde arrumando a barra da saia.

– Ta de sacanagem, né ?

– Ué, qual é o problema ?

– Nenhum – David faz bico e volta a olhar para a rua – Se você quer colocar o nome de uma de minhas ex-namoradas na nossa filha, vai fundo.

Eva lança um olhar fulminante em David, a morena arruma o sinto de segurança, solta a mão de David e olha pela janela.

– Eva... amor é brincadeira... Eva... qual é.

– Só dirija. – ela nem olhou para a cara do marido.

– Amor... amor...Regina... – ele passa a mão no rosto de Eva.

– Para, David.

– Foi brincadeira. Eu nunca tive uma namorada com esse nome, eu só não quero que coloque Ingrid.

– Tá... sei.

– Eva pelo amor de deus, não vamos brigar por causa disso.

O resto do caminho Eva permaneceu em silêncio, David já não aguentava mais essa fase hormonal de sua esposa. Por fim eles chegam no consultório onde Eva fez os teste de fertilidade. A morena se informa na recepção, a moça pede para que ela aguarde alguns minutos até se chamada. David se senta primeiro em uma das cadeiras, Eva pula duas cadeiras de David e se senta um pouco afastada do marido. Não demorou muito para Regina ser chamada.

– Senhora Nolan Zambrano – a médica a chama.

– Eu – Eva dá um pulo da cadeira com bolsa e tudo e apressa o passo. David vai logo atrás, ela ainda está com raiva então dá uma esbarrada de proposito no marido.

– Por favor, deite-se aqui – a moça prepara o material.

Eva se ajeita na maca, a médica levanta a camiseta de Regina.

– Bom, você vai...

– Sentir, um negocio gelado na minha barriga, é o gel... eu já sei, podemos ir para o que interessa ? – Ela estava muito ansiosa.

– Ok – a médica olha para David que estava atrás dela – vamos lá.

Ela passa o gel, arruma a maquina e se senta no banquinho. Ela brinca com o aparelho sobre a barriga de Eva, o equipamento não era de boa qualidade, David já começava a se perguntar porque deixou que sua mulher escolhesse aquela mesma clinica depois de tanto trabalho que a mesma deu a eles. Já Eva estava preocupada, não havia nenhum sinal do bebê.

– Aha ! – a médica comemora – achei... escutem.

Eles precisaram fazer muito silêncio para poder escutar alguma coisa. E de repente...

– Isso, isso é o que eu acho que é ? – perguntou Eva já com o sorriso se formando.

– Sim, são as batidas do coração do seu bebê – disse Tiffany.

David leva a mão mechada a boca, seus olhos brilham tanto que pareciam as águas do rio yang-tsé. Um sorriso se escondia atrás da mão.

– Vem papai, venha escutar as batidas – Tiffany

David se aproximou com cuidado, não sabia se Regina ainda estava brava com ele, mas assim que chegou na maca, ela segurou sua mão. E lhe lançou o seu melhor sorriso. Ele era um misto de surpresa, medo, felicidade e preocupação.

– Este, é, o melhor som que já escutei – ele sussurra.

– Vamos descobrir quem é o dono desta batida – disse Tiffany.

A médica precisou que o bebê se movimentasse para poder ter algum resultado. Mas a criança não estava ajudando.

– Assim não vamos ver nada – ela se levanta do banquinho – Eva, você é alérgica a chocolate ?

– Não.

– Ótimo... tome, coma um pedaço – Tiffany deu um pequeno tablete de chocolate para a morena.

– Para que serve isso ? – perguntou Regina.

– O bebê se agita com o gosto do chocolate... mas fique tranquila, é de uma forma boa.

E foi verdade, logo o bebê começou a se movimentar, Tiffany precisou ser rápida.

– Vamos...vamos... bom, não é o sexo... mas... estão vendo essas curvinhas ?

– Sim, o que é isso ? – perguntou Eva.

– É a mão do bebê – ela sorri.

Eva aperta a mão de David enquanto sorri, ela olha de relance e percebe as afeições do marido. Kip parecia sério, não esbouçou nenhuma reação. Apenas continuou lá, parado com os olhos cerrados, encarando a tela do aparelho, ele balança a cabeça algumas vezes para sair do transe. Ele solta a mão de Eva.

– Eu preciso... com licença – ele abre a porta do consultório e simplesmente sai, deixando Eva e Tiffany sozinhas.

Ele vai para o estacionamento, passa a mão no rosto varias vezes, anda de um lado para o outro, respira fundo, bebe um pouco de água do bebedouro publico, tira a blusa de frio, volta a andar de um lado para o outro. E por fim se senda na calçada com os joelhos juntos.

Depois de meia hora, Eva apareceu. Ela se juntou ao marido, se sentou na calçada.

– Amor... – ela chama mas David não responde – Amor, eu não estou brava com você... eu...

– Eu não vou conseguir. Eu não vou conseguir.

– O que ?

– Eva...eu não vou saber ser pai... eu..

– Uou...uou...calma. Como é ?

– Isso não vai dar certo, eu não vou... eu nunca tive um para ter pelo menos um exemplo. Eu vou fracassar... – ele parecia muito preocupado.

– David... calma. Você não vai fracassar. Você vai ser um ótimo pai... temos Troy para provar isso.

– Troy é diferente... ele é esperto, inteligente... amoroso.

– E ele aprendeu isso sozinho ?

– Eu quase não estive presente na vida dele nos últimos tempos, você praticamente criou ele, você e Emma.

– David para ser sincera, nem eu sei se eu vou ser uma boa mãe...

– Não seja boba, você teve sua mãe que sempre esteve por perto... será uma grande mãe.

– É mas... Graham e Jeff... o pai deles morreu quando ambos eram crianças.

– Seu pai esteve lá. Os formou como homens, Jefferson é maravilhoso como pai. E Graham... Elijah nunca estará sozinho. Por que seu pai soube preparar os dois para serem pais.

– David... ninguém nasce sabendo, ok. Vamos ter esse bebê e vamos fazer de tudo para dar a melhor criação para ele... ele e Troy cresceram e se tornaram pessoas de valores morais e étnicos. Porque se algum deles sair da linha estaremos lá para endireita-los.

– Como você pode ter tanta confiança ?

– Eu não tenho... mas se tudo falhar pense que... pais também erram. – ela beija a cabeça dele.

– Estou com medo – ele disse.

– Eu também, eu também estou com medo – ela responde.

Eva abraça o marido. E mais uma parte das diversas se encaixa... o companheirismo no casamento.

– Desculpe ter deixado você sozinha...

– Tudo bem. Eu, Tiffany e o pequeno Ashton, te perdoamos.

– Ashton ? …

– É um menino, David. Estou grávida de um menino – Eva sorri e poe a mão sobre a barriga.