Depois de Hook sair do quarto ele vai a procura de Eva que estava no refeitório do hospital.

– Hãm... Dra Zambrano ? A senhorita queria falar comigo ? – ele fala segurando a caixa onde suas coisas estavam.

– Sim, sente-se – ela puxa uma cadeira para ele.

– Qual é o assunto ?

– Espere só um minuto sim ? – ela pede educadamente.

– Tudo bem. – ele fica sem graça.

Eva manda uma mensagem para Jack.

– “Onde você está ? Era pra tá aqui a meia hora atrás, eu vou te matar !”

– “Desculpe, fiquei presa no transito, mas já estou na entrada do hospital, agora só falta o carinha deixar eu entrar ¬¬”

– “Diga para ele que você é amiga da chefe do trauma”

– “Abuso de poder... quem diria você, filha de um soldado da marinha...já to chegando”

– “Cala a boca”

– Desculpe, mas tem alguma coisa de errado envolvendo o meu nome ? – Hook interrompe Eva e Jack.

– Não, apenas espere só mais alguns minu... ai, ela já chegou. – disse Eva acenando para Jack que vinha correndo.

– Ai... desculpa a demora, problemas de transito – disse Jack toda ofegante.

– E então o que vocês duas querem com a minha pessoa – Hook fala sorridente.

– Jack você fala – Eva empurra para a amiga.

– Por que eu ?

– Porque foi você que teve a ideia, anda logo, a hora do almoço já está acabando. – ela olha para o relógio.

– Pode falar gata – ele olha para Jack que dá um sorrisinho se lado.

– É, então... – ela limpa a garganta – eu estava pensando... é que você, eu – ela não sabe se explicar direito e Eva já estava sem paciência.

– Ai da licença Jack, olha, é o seguinte, eu e ela queremos que você vá morar junto com a gente, eu sei que isso parece loucura pois nós três mal nos conhecemos, mas eu e ela conversamos direito e ela me contou sobre você e seus amigos e a sua situação de moradia, e então decidimos perguntar se você por obsequio não queria morar junto conosco ? – Eva resume tudo deixando Hook e Jack de boca aberta – o que foi ?

– Ah, isso tudo é muito legal, muito bonitinho da parte de vocês duas, mas não vai rolar.

– E por que não ? – Jack pergunta.

– Como você podem ter certeza de que eu não sou um bandido que assaltou um banco ? – ele cruza os braços e levanta a sobrancelha.

– Eu te disse que ele não ia aceitar...espera assaltante ? Jack eu falei isso pra você – Eva fala.

– Não dê ouvidos a ela, ela precisa dormir, olha eu sei que pode parecer estranho nós pedimos a você para morar com a gente assim de supetão mas, pensa bem, nós três morando junto, sera uma maravilha.

– Eu nem sei o seu nome completo – ele fala.

– Ah é Jackline montes Campbell.

– Montes ? – ele pergunta.

– Sim, minha mãe era mexicana.

– Ah.

– E é montEs, com enfase no E – ela explica.

– Tudo bem, e você ? – ele pergunta para Eva.

– Prazer, Eva Regina Zambrano, era para ter o Mill's também só que ia ficar muito grande.

– Ah... espera Mill's ? – ele pergunta.

– Isso mesmo por que ? – ela questiona.

– A sua mãe não é a Cora Mill's a autora do best-seller “A thought and two hearts”

– Eu chamo ela de mãe – Eva ri.

– Nossa, eu só um grande fã da sua mãe, esse livro é incrível.

– Por que ninguém é meu fã assim ? – Jack pergunta fazendo beicinho.

– Ah eu sou sua fã Jack – Eva fala.

– E então, vai morar comigo ou não ? Eu posso te levar para conhecer a Cora pessoalmente – Eva fala.

– Olha proposta tentadora para um fã, mas não é assim que funciona, eu não posso me mudar agora, e se de repente nada disso der certo, e depois vocês duas tem uma vida, e eu não quero atrapalhar – ele explica.

– A qual é Anthony, por favor, to te pedindo, e depois seria um ótimo jeito de você aceitar as minhas desculpas por ter te atropelado.

– É e depois você precisa de cuidados médicos, ainda é muito recente esse acidente mesmo você se recuperando rapidamente precisa de alguém para trocar os curativos e você não vai ficar vindo aqui no hospital todo santo dia e você morando comigo eu posso fazer isso – Eva responde.

– E depois parece que você não tem para onde ir, ou fica com duas estranhas que querem te acolher super bem ou vai morar na rua – Jack fala com uma sutileza.

Um momento de tensão paira sobre a mesa, Hook está tenso por só ter essa única saída, Jack tá tensa pela resposta que vai ser dita e Eva tá tensa porque se Hook não aceitar, vai ter que ficar escutando o choro de Jack.

– Tudo bem, eu aceito.

– Isso !! – Jack comemora.

– Aeee !! – Eva o abraça devagar.

– Mas ! Com uma condição !

– E qual é ? – Eva pergunta,

– Quando eu estiver bom e achar um emprego eu comece a pagar contas e ajudar a pagar o aluguel. Mas enquanto isso, você vão trabalhar e eu cuido da casa, e sem menos, ou é isso ou nada feito. O que acham ?

– Pra mim parece justo – Eva responde. – e você Jack o que acha ?

– Tudo bem, então vamos logo, eu preciso te levar para casa e instar você no novo quarto. – ela se levanta.

– Tudo bem – ele pega a caixa – ai !

– Eu deixa que eu levo isso, tem mais alguma coisa ? Ou é só isso mesmo ?

– Tem mais,mas está na casa do meu amigo.

– Não em problema, eu e você vamos até lá pegar o resto, Tchau Eva. Você vai pra casa hoje ?

– Sim, hoje graças a deus não tem plantão. Tchau Anthony.

– Tchau, te vejo em casa, gata – ele a beija na bochecha, e sai com Jack rumo ao carro da mesma.

Eva termina o seu almoço e volta a trabalhar. A médica vai para o quarto de David.

– Sr. Nolan ? O senhor tem que... – Eva para na porta e observa David olhar pela a janela, ele estava chorando.

Eva encosta a cabeça na porta e da um grande suspiro.

– “já estou cansada de me sentir assim, eu disse que quando o tratamento terminar eu vou sair da vida dele, mas por que eu sinto que tenho que ficar ? Por que eu sinto essa força estranha praticamente dizendo, Fica, você e ele precisam de ajuda e a única ajuda que poderão encontrar será a ajuda um do outro”.

– Sr. Nolan está na hora da hidroterapia, eu preciso que o senhor se arrume, eu já volta para te pegar – Eva corta os seus pensamentos.

– Tudo bem, eu só estava pensado...

– O que ? Eu posso saber ?

– Sim, eu estava pensando, faz tempo que eu não saio para sentir o vento batendo no meu corpo, ver o por do sol.

– Desculpe Sr. Nolan, mas eu não tenho autorização do hospital para tirar qualquer paciente doo quarto sem que isso seja extremamente necessário – ela fala com a prancheta na mão.

– Tudo bem, mas seria legal – ele limpa uma lagrima – então, vou me preparar para a terapia.

– Espera ! – ela fala fechando a porta.

– O que foi ?

– Olha eu vou fazer uma coisa mas você vai ter que ficar de boca fechada.

– O que vai fazer ?

– Confia em mim pelo menos desta vez ?

– Tudo bem.

– Vem ! – ela o chama, mas antes deles saírem do quarto ela olha no corredor para ver se tem alguém passando, tudo certo então Eva leva David para o saguão do hospital.

Ela passa por dois enfermeiros, e pega um jaleco branco.

– Tome use isto.

– Onde está me levando ?

– Venha não seja medroso. – Ela segura na mão dele.

– “O que é isso que estou sentindo ? Ela só segurou a minha mão, e por que estou suando frio ? Acho que deve ser fraqueza”

– Vem já estamos quase chegando, agora falta pegar o elevador. – ela passa o cartão magnético no elevador, sorte que não tinha ninguém.

– Dra. A onde estamos indo ? – ele pergunta já dentro do elevador.

– Calma, já estamos chegando.

O elevador, para e Eva apoia David em seus ombros, pois já estava sentindo dores. Ela olha para o relógio de pulso.

– 17:43 já estamos quase na hora, vem – ela o leva para uma porta.

– Onde é que você está me levando.

– Você já vai ver, para de perguntar mais que coisa.

Ela abre a porta e leva David, até o outro lado. Eva levou o homem para o heliporto do hospital.

– 17:50, é o sol já está caindo. Bem na hora.

– Mas... mas... – David não sabe o que dizer.

– Você disse que queria sentir o vento bater no seu corpo certo ? Aqui estamos. Alias, me dá aqui esse jaleco, deixa o vento passar pelo seu corpo.

– Mas por que ?

– Olha, eu já to cansada de ver você triste pelos cantos, eu sei a morte da sua mulher é um pouco recente, mas você precisa seguir em frente, eu to mal com isso também, poxa, eu vi ela morrer nas minha mãos e não pude fazer nada, então tudo o que eu puder fazer para ajudar você eu farei e de bom grado...

– Desculpe – David fala do nada.

– O que ?

– Desculpe, eu não deveria ter te culpado da morte da minha esposa.

– Ah não precisa se desculpar...

– Não, eu preciso, você fez o que pode, eu é que não intendi direito, Emma me explicou tudo, eu sinto muito. Me perdoei.

Bateu um vento forte.

– Tudo bem eu te perdoou – disse Eva segurando os seus braços, ela costuma fazer isso como força de se auto proteger – Olhe o por do sol – ela sinaliza com o dedo para o oeste.

– Ele se vira – nossa... isso é lindo...

– É, quando eu to cheia de trabalho, ou triste com alguma coisa eu venho para cá, colocar os pensamentos no lugar.

– Isso tudo é maravilhoso. – David fica encantado.

E outro vento forte...

– Ai ! – ele coloca a mão na perna.

– A perna né ?

– Sim, mas eu não quero descer agora, por favor, vamos ficar mais uns minutos.

– Tudo bem, sente-se aqui – Eva forra o chão com o jaleco – você não pode aparecer com a roupa suja, vão perguntar onde você esteve. – ela ri.

– “Ela é bonita... o por do sol batendo nos olhos castanhos claros dela faz com que casa detalhe do seu rosto fique perfeito, olha esse cabelo batendo no rosto dela...Para David !”

Enquanto os dois ficaram sentados admirando o por do sol, mau sabiam eles que Serena, Chris e Tuck estavam os observando.

– Mas gente... seria possível ? – Chris pergunta.

– Para o amor nada é impossível Chris – Serena rebate.

– Mas ele é um paciente dela, é estranho sei lá – Chris não é muito a favor.

– Você está muito a baixo pra criticar ela, você já namorou uma paciente –Serena ataca.

– Mas olha aquilo, parece que são dois jovens de 17 anos no fim do ensino médio – Chris está com ciumes pois ele já quis ter algo mais com Eva, mas a morena nunca deu bola.

– Para Chris, que coisa feia, até parece que se der certo você vai torcer contra – Serena o critica.

– E você é a favor ?

– Sim, por que não ?

– Ei, vocês dois, querem falar baixo ? Eu quero escutar o que eles estão falando – Tuck se errita com a falação.

Enquanto isso David e Eva.

– Dra, desculpe ser intrometido mas o que aconteceu ai ? Por que você tem essa cicatriz ?

– Ah isso ? Foi quando eu estava na fazendo do meu pai, eu cortei enquanto cavalgava, eu não vi o galho seco da arvore e rasguei.

– Ah...

– E você ? De onde vei essa cicatriz no queixo ?

– Cai, estava no treinamento, tropecei e bati o queixo na pedra.

– Treinamento do que ?

– Ah, sou Capitão do esquadrão anti-bombas.

– Mas vejam só, uma autoridade em minha mãos – ela ri.

– Cuidado, posso te prender – ele retribui.

O Bip de Eva toca, é hora de levar David de volta as pressas, ele precisa do remédio.

– Hora de ir em bora, tá tarde e se descobrirem que você não está na cama,ele me estrangule.

– Então vamos. – ele se apoia nela.

– Ai caramba eles estão vindo !! – Serena sinaliza.

– Vamos, rápido, vem Serena ! – Chris a chama.

– Vai logo Tuck, desce logo vai vai !! – os três descem as escada correndo para não serem vistos por Eva.

Já no quarto de David.

– Pronto, agora se perguntarem você diz que você tinha ido ao banheiro – Eva fala.

– Tudo bem.

– Tchau até amanhã bem cedo, hoje você escapou da hidroterapia, amanhã sem desculpas – ela fala em um tom autoritário e engraçado.

– Pode deixar.

– Tchau Sr. Nolan. – ela aperta a mão dele.

– Espera ! – ele a segura.

– O que foi ?

– Me chama de David. – ele sorri.

– Tudo bem, até amanhã David.

Depois disso Eva fecha a porta e e David fica deitado e pensando nos últimos momentos que acabaram de acontecer. Enquanto isso Eva, encosta a cabeça na porta e respira fundo.

– “Ele é seu paciente, e nada mais que isso !”