Agora que Ruby estava fora de perigo e Emma estava de volta, Eva pode descansar, voltar para o trabalho e atender seus pacientes, mesmo todos dizendo que ele fez a escolha errada ao sair da diretoria do hospital, ela se sentiu muito bem. E com o tempo que lhe sobrou pode ir visitar um amigo.

– Boa tarde, Bobby – Eva sorri enquanto caminha até o novo amigo – como se sente hoje ? – ele beija a testa do senhor.

– Como sempre, e você ?

– Estou bem, obrigada – Eva abre a cortina – O que acha de um jogo de damas ?

– Não, obrigado.

– Você precisa fazer alguma coisa... já sei, espere aqui – Eva deixa o senhor sozinho no quarto.

– O que essa menina vai fazer ? – ele pensa alto, 5 minutos depois Eva volta.

– Tudo bem, Kira, conheça o senhor Nakashima, Senhor Nakashima, esta é Kira.

– Olá – disse Kira.

– Como vai ? – Bobby pergunta.

– Kira, queria escutar algumas histórias, então achei alguém que possa fazer isso.

– Quantos anos o senhor tem ? – perguntou Kira.

– 70 anos, e você ?

– Eu tenho 7 anos. Sabe boas histórias ?

– Claro.

– Ótimo, conte para nós – Eva se ajeita na poltrona com Kira nos braços – Adoraríamos escutar.

O senhor contou metade de sua vida no campo, Kira acabou dormindo no colo de Eva.

– Dormiu – disse Eva.

– Esses remédios são fortes. Como isso aconteceu ?

– O pai, jogou um vidro de álcool nela e tacou fogo porque a mãe não quis voltar.

– Ele devia morrer.

– Está preso, aguarda julgamento.

– E a mãe ?

– Está na reabilitação, ficou depressiva.

– Tão linda – disse Bobby, Eva arruma o cabelo da menina.

– Obrigada, Bobby, ela estava com problemas para dormir. Sonha com o pai batendo na mãe toda vez que cai no sono.

– Crianças não deviam passar por esses tipos de problemas, são anjos em formação.

– Também acho. Mais uma vez obrigada Bobby.

– Não, obrigado você, Regina.

– Pelo o que ?

– Essas ultimas semanas, você trouxe de volta a vontade de sorrir novamente, estou leve – ele já estava grogue por conta dos medicamentos – Obrigado, Regina. Obrigado mesmo. Agora eu já estou pronto... – e dormiu.

– Durma bem, Bobby.

A médica precisou levar a menina de volta para o quarto e voltar ao trabalho. Logo deu a hora de ir embora, Eva já estava morta de cansaço, afinal, atendeu muitos pacientes e cobriu dois internos que precisavam descansar. Ela chegou em casa tomou um banho, jantou com David e Troy e foi para a cama, no meio da madrugada acordou para ir ao banheiro.

– Maldito chá, Jack você me paga – logo depois voltou para a cama, onde David a puxou mais para si. Depositou um beijo em seu ombro.

– Dá pra ficar quieta – ele resmunga.

– Culpe Jack, pelo chá para limpar as toxinas.

– Depois eu falo com ela, agora dorme.

– Não sabia que você dorme sem camiseta – ela aperta um músculo do braço dele – tá malhando ?

– Sempre foi assim.

– Ok – ela ri e volta a dormir.

5 minutos depois o bip de Eva toca.

– Ah não ! – ela reclama e sai da cama, olha para o bip – tenho que correr.

Eva se arruma rápido e corre para o hospital, passa pela recepção, Tony já a esperava com a prancheta em mãos.

– O que aconteceu ?

– Está tendo uma parada cardíaca.

– Vamos ! – Eva chama o elevador mas demora demais – Ah, esquece ! – ela vai pelas escadas – Saiam da frente, saiam da frente !

Eva chega no quarto, os enfermeiros já estavam, tirando os equipamentos.

– O que aconteceu ?

– Ele morreu – respondeu Bervely.

– Não ! Não ! – Eva corre até Bobby e começa a fazer massagem cardíaca – – Vamos, Bobby, reaja, por nossa amizade, você não pode ir, não assim ! – ela não parou.

– Não há nada que possa ser feito, afaste-se – disse Chris.

– Não !

– Eva ! Sai ! – Chris foi obrigado a puxar a moça – Saia daqui. – ele a leva para fora da sala.

– Chris, por favor, ele ainda pode voltar, você sabe disso.

Eva, ele se foi.

Eva se solta de Chris e corre para a frente do hospital. Ela liga para David, o marido chegou lá o mais rápido que pode.

– Evy – ele corre até ela, Eva trona a chorar.

– Ele morreu, David, o Bobby morreu – ele a abraça.

– Eu sinto muito.

– E nem foi o câncer... se eu tivesse ficado no hospital, ele não teria morrido.

– Não, não foi sua culpa, não comece a se culpar. Quer ir para casa, você não tem plantão... Troy está dormindo no carro.

Eva aceita, o caminho para casa foi um silêncio, David colocou Troy na cama novamente, e foi até a cozinha beber água. Ao voltar viu uma cena que quebrou ao seu coração. Eva estava sentada na ponta da cama, com a cabeça baixa e mexendo em seus dedos.

– Evy... – ele se senta perto dela – Ele já era um senhor de idade.

– Eu sei, só que é difícil dizer adeus.

– Entendo, mas não foi culpa sua.

Eva chorou muito naquela madrugada, David precisou ter paciência com ela. Na manhã seguinte ela foi para o trabalho, certa de que não ia chorar, mas acabou se trancando no banheiro depois de passar pela ala de Bobby.

– Dra. Zambrano ? – uma enfermeira a chama.

– Sim ?

– Eu tenho uma coisa aqui, acho que é da senhora.

– O que é ?

A enfermeira procura o objeto em seus bolsos até o encontrar.

– Aqui está. Achamos isso nas coisas do senhor Nakashima.

Era um colar com a foto de Bobby e outra de Eva, ela retira a sua foto, e atrás da foto estava as inicias B.F'S.

– Achei que iria querer ficar com ele.

– Obrigada.

Eva foi ao enterro de Bobby, David esteve lá para dar apoio para a mulher. Dias depois Eva acorda com febre, vomitando e praguejando o maldito sushi que comeu na quarta feira.

– Preciso trabalhar.

– Desse jeito ?

– Eu tomo um remédio qualquer.

– Evy... já faz uma semana... você está bem mesmo ?

– Sim, estou... e vou, Bobby era o meu amigo, mas esse é o meu trabalho.

– Então está bem, qualquer coisa me liga, vou levar o Troy no planetário hoje. Manda beijo para Emma.

– Ok.

Eva chegou no trabalho e vomitou no lixo da recepção.

– Bom dia, Dra. Zambrano – disse Logan.

– Bom dia. Vou pro vestiário, de algum dos internos quiserem falar comigo é só manda-los para lá.

– Ok.

Enquanto Eva colocava seu café da manha para fora, Phillip colocava seus sentimentos para fora. Ele encontrou Belle no planetário, a moça acompanhava David e Troy.

– David ?

– Phillip, como vai ? Faz tempo que não te vejo.

– Estou trabalhando muito.

– Sempre com uma câmera na mão.

– Nunca se sabe quando vai encontrar uma bela paisagem.

– Pois é – David fica meio constrangido, pois Belle chega com Troy.

– Olá – disse Phillip.

– Oi. – Belle responde ríspida.

– Papai, vamos olhar daquele outro lado ?

– Vamos – ele pega na mão do filho e começa andar, Belle tenta acompanhar, mas Phillip segura seu braço.

– Podemos conversar ?

– O que você quer ?

– Falar com você.

– Diga.

– Bem... aqui ?

– É, aqui !

– Como quer que eu diga o que tenho que dizer aqui ?

– Não é tão difícil, apenas diga.

– Ok, quer ir tomar um café ?

– Como é ?

– Ah você quer com mais clareza ? Ok, quero ter um encontro com você, quero que você me conheça e mais do que isso, quero te conhecer, te acho bonita, encantadora, e tem o sorriso mais lindo que já vi, e se eu for mais sincero você vai chamar a policia para mim.

– E por que eu iria chamar a policia para você ?

– Porque quero te beijar, e sei que não gosta de mim. Então chamaria a policia. Mas por outro lado, seria bem provável que você gostaria do meu beijo.

– Nem pense em me..

Phillip acabou beijando Belle, que o empurra. Mas logo depois o puxa para beijar. Logo depois do beijo terminar, Phillip tira uma foto to teto.

– O que está fazendo ?

– Tirando uma foto de um dos momentos mais perfeitos. O café ainda está de pé ?

– Quando ?

– Podemos ir agora.

– Essas mulheres da família Zambrano são tão complicadas – disse David rindo.