Na madrugada seguinte, Eva acordou mas David já não estava ao seu lado.

– Estranho, ele sempre acorda depois de mim – Eva sussurra e se levanta.

David estava no quintal, se exercitando. Eva ainda estava de camisola, a manhã era fria mas David parecia não se importar, estava sem camiseta e apenas de shorts folgado. Eva sabia porque David estava tão concentrado em seus exercícios. Ela então vai até o quintal.

– Descansar – disse ela de braços cruzados.

– David olha para cima e vê Eva – Bom dia – disse ele.

– O dia só vai começar daqui a 2 horas – ela caminha até o marido.

– Já vai para o trabalho ? – David se levanta e dá um leve beijo nela.

– Agora não – Eva percebeu o jeito de David – Vem, vamos entrar – ela pega na mão dele.

Os dois entram em casa, David vai até o banheiro, precisava tomar banho e tirar o suor do corpo, mas também queria evitar de olhar diretamente nos olhos de Eva, aquela mentira estava o corroendo por dentro. Esperava que a água lavasse não somente o suor como também aquele peso de suas costas. Já Eva estava pensando em como o marido estava sofrendo com o fato de não poder ter filhos. Aquele era um assunto muito delicado, Eva queria que David colocasse tudo para fora e David queria guardar aquele segredo sobre sete palmos.

Neste mesmo dia, só que um pouco mais tarde. Madeleine ainda estava conversando com Jack sobre seu pai.

– Pela milésima vez, eu não quero conhecer ele, não precisa ficar com medo – disse Jack.

– Não estou com medo – disse Madeleine pelo telefone.

– Então porque você fica falando tanto dele ?

– Jack eu vou para NY, você vai ficar sozinha aqui em Miami, quero te deixar a par da situação, conheço seu pai, ele não vai descansar até colocar você contra mim – ela dizia enquanto colocava as roupas na mala.

– Você mostrou alguma foto minha ? – Jack toma seu café.

– Não.

– Então não tem como ele saber quem sou eu.

– Mas ele escutou a entrevista. Ele provavelmente vai atrás de você na rádio.

– Como é o nome dele...Samuel ?

– Pablo – disse Madeleine.

– Ok, vou avisar na recepção que não quero receber, visitas, telefonemas, recados ou presentes de um homem chamado Pablo. Pode ficar tranquila, mãe. Vá para NY com calma, não vou dar ouvidos para esse cara.

– Te amo, Jacqueline.

– Também te amo, mamãe.

Madeleine desligou o celular com uma insegurança, podem chama-la de egoísta, mas, ela não queria que sua filha chegasse a respirar no mesmo ambiente que seu ex-namorado. Só de pensar nisso a mulher já sentia arrepios.

E os dias se passaram, Eva já não aguentava ficar naquela sala dia e noite. A morena teve sua atenção tirada de outro relatório que estava fazendo e voltada para uma enfermeira.

– Dra. Zambrano – ela chama a Dra.

– Diga ?

– Preciso que venha até a emergência.

– O que aconteceu ? – Eva se levanta e caminha até a enfermeira.

– Seu filho, está com febre.

Eva então apertou o passo até chegar na emergência. Troy estava sentado na maca, Eva chegou até o filho e o abraçou.

– Oi amor.

– Mamãe, minha cabeça tá doendo – disse Troy.

– Deita aqui – Eva deitou o filho – Enfermeira me arrume um estetoscópio.

– Aqui está. Dra – ela entre o aparelho dela.

Depois de meia hora, David chega no hospital, Eva estava na porta.

– Oi, o que ele tem ?

– Virose.

– Vou leva-lo para casa – disse David.

– Espera – ela segura o braço dele.

– O que foi ?

– Te vejo mais tarde – não era bem isso o que Eva queria dizer mas...

David balançou a cabeça, deu um beijo na testa de Eva e pegou o filho.

– Tchau amor – Eva beija Troy.

– Vem comigo mamãe, vem pra casa comigo ! – o menino pediu.

– Eu não posso, mamãe tem que trabalhar, depois eu ligo para ver se você está bem.

– Tá bom – o menino não brigou por muito tempo, deitou sua cabeça no ombro do pai e fechou os olhos.

David jogou um olhar de decepção para Eva, a médica abaixou a cabeça. O casal não estava bem, e Eva sabia o porque, um, por não conseguirem um bebê e dois, o trabalho de Zambrano estava muito puxado. Depois de voltar para o escritório, e terminar mais um relatório ela ligou para o marido.

– Oi, como ele tá ?

– Dormindo, dei o remédio que você receitou.

– E a febre ?

– Passou – ele só respondia o que era perguntado.

– Ok, David. Eu volto a ligar mais tarde.

– Tá...tchau.

– Tchau.

– Eva ! – ele a chama antes dela desligar o celular.

– Oi ?

– Eu te amo, desculpe não estar muito no ritmo, mas...

– Eu sei, não dá pra ser feliz todos os segundos do dia. Eu também te amo.

Eva desliga o celular, e olha para o papel de parede de seu celular. Era David e Troy.

– Já chega. – Regina larga o celular.

“Carta ao Sr. Thomas Fox.”

Eva pediu a demissão de seu cargo como diretora do hospital, e em sua carta pediu seu antigo cargo de volta.

– Chega de só trabalhar agora eu quero um bebê – disse ela ao enviar a carta.

Ela pega o casaco e sai do escritório, passa pela recepção, pega o carro e volta para casa. Abre a porta e vê David lendo.

– Oi o que está fazendo em casa tão... – Eva não deixa ele terminar.

– Não me importa o que dizem os exames, vamos tentar outra vez – ela volta o beijar.