Depois que colocou Eva no chão David se sentou no sofá, estava cansado e doido por um banho, e jogou a cabeça para trás e deu um longo suspiro enquanto seus olhos estavam fechados.

– Ai... paz ! – disse ele.

Eva então deu um sorriso, correu e pulou em seu colo.

– Uei – disse ele desprevenido – e de repente... Eva – ele sorriu.

– Já pensou pensou em como vai ser o nosso cartão de natal ? – perguntou ela sorrindo.

– Mas ainda estamos no meio do ano Evy – ele respondeu a abraçando.

– Nunca é tarde para começar a planejar.

– Não goste de planejar as coisas, prefiro ver o que o futuro tem a me oferecer.

– Disse o doutor certinho – ela debocha.

– Não quero pensar no futuro, agora tenho você ou seja posso enfrentar qualquer coisa, até um cartão de natal.

– Não gosta de cartões de natal David ?

– Não é bem isso é que, sempre tirei foto para o cartão do orfanato e não é o melhor jeito de comemorar o natal.

– Sei, lembranças tristes, não é ? – ela perguntou levantando a sobrancelha.

– Mais ou menos, depois das fotos nós sempre cantávamos em frente a uma panificadora na esperança de ganhar alguns pães. Aquele seria a nossa ceia.

– Ai amor que coisa triste. – disse Eva beijando seu marido – não vai acontecer novamente, sabe por que ?

– Porque eu já sou crescido, e tenho um trabalho que me paga o suficiente para comprar os meus próprios pães ? – ele pergunta fechando o olho direito.

– Não, porque sou super desafinada – ela faz ele rir.

– Amo o seu sorriso sabia ? – ela disse – ele me querer sempre ter a alma branca.

– Ter a alma branca ? Evy já chega de livros que contam a vida após a morte.

– Não seu bobo – ela ri – me faz sentir leve, sem preocupações ou medo.

Ele então não se aguenta e a beija, e em como toda lua-de-mel o casal intensificou o beijo, ela tirou a camiseta dele, ele então a arrumou no sofá. Eles se amaram por um longo período, até já não aguentarem mais, David acabou se deitando no sofá e colocando sua mulher sobre seu peito. Eva brincava de fazer círculos no braço dele quando percebeu os arranhões. Ela então faz careta.

– Davis...

– O que eu fiz ? – ele pergunta.

– Como é ? – ela não entende.

– É que quando o pessoal está com raiva de mim me chama de Davis, com “s” no lugar do “d”, o que eu fiz ?

– Achei que era um apelido carinhoso – ela levanta a cabeça.

– Emma não estava carinhosa quando me arremessou o secador.

– E por que ela fez isso ? – ela perguntou recolocando a cabeça sobre o peito dele.

– Eu coloquei talco dentro do secador, dai quando ela saiu do banho e foi secar o cabelo veio aquele jato de talco – ele ri muito – foi a melhor pegadinha que eu fiz com ela.

– Você é uma peste David – Eva ri – vive aprontando nem parece que tem um filho.

– Como sabe que eu vivo aprontando – ele caçoa.

– Eu conversei bastante com o Mike sobre você, quando ele estava no hospital. Sério David, colocar pó de mico na farda do Alex ? Não vai poder reclamar caso o Troy faça algo parecido.

– Foi legal, ele entrou no chuveiro de roupa e tudo – David não parava de rir – Mas o que foi ?

– Não é que... aina dó ?

– O que ?

– Estes arranhões. Eles ainda doem ?

– Só quando eu tomei banho e passei o sabonete sobre eles, ardeu um pouco.

– Desculpa amor, é que fiquei com ciúmes, não pensei na possibilidade da Aurora ser mesmo a sua amiga.

– Tudo bem amor, se eu lhe apresenta-se a ela, iria estragar a surpresa.

– É mas valeu a pela quase ser fatiado com as minhas unhas ?

– Lógico, olha o resultado, estou casado e com a mulher que amor sobre o meu peito. – ele faz cafuné nela.

– Da próxima vez vou tentar não pegar tão pesado.

– Próxima vez ? Não obrigado deixarei você a par de todas as minhas amizades com outras mulheres.

– Outras ? Plural ? Tem mais Davis ? – disse Eva o tom de voz um pouco mais fino que o normal.

– Davis... ai senhor, agora eu corro ou espero uns 10 segundos ? – ele a faz sorrir.

– Isso não é justo ! Não consigo ficar com raiva de você, mesmo quando merece.

– É o meu charme – disse ele, então ela o beliscou. – Ai, isso dói !

E assim o casal ficou até pegarem no sono, pela madrugada Eva acordou e viu como a segurava pela cintura, era como se ele não quisesse soltar a mulher por nada, e aquilo lhe passou uma sensação tão boa de segurança, ela olhou para o rosto do marido, onde passou o dedo indicar sobre os lábios de David, contornou fazendo questão de depositar um beijo logo depois, ela se aconchegou ainda mais nos braços dele e acabou voltando a dormir. Pela manhã David acordou e se levantou de forma que não acordasse a amada, ela a colocou confortavelmente no sofá. Pegou uma muda de roupa, e foi a procura do banheiro, ele achou mas teve que se ensaboar com um pouco do shampoo de Eva pois não tinha sabonete. Ele terminou o seu banho e foi procurar alguma coisa para fazer o café da manha para ele e Eva, mas os armários estavam completamente vazios. Então ele teve que ir até o armazém mais próximo, deixou um bilhete para Eva caso acordasse.

– Bom dia, queria comprar alguns mantimentos – ele disse educadamente para a moça do caixa.

– Claro, do que precisa ?

– Ovos, leite, pão, macarrão, essas coisas para casa.

– Ok. os ovos estão na banca, ali fora, o leite está ali na geladeira, macarrão nós vendemos por quilo, suponho que queria suco também ?

– Sim, Suco, e frutas ?

– Temos, maça, banana, amoras e morangos, acabam de serem trazidas.

– Vou levar um pouco de cada, aproposito, você tem absorventes ?

– S-sim – a mocinha fica vermelha com a pergunta de David.

– Não é para mim é para a minha esposa – ele tenta explicar mas complica mais ainda – bom você deve saber afinal é mulher também não... a menos que você ainda não tenha... – Ele se enrola todo deixando a moça mais constrangida – entenda, você vai passar por isso...

– Senhor essa sessão fica na segunda fileira. – disse a moça coçando o topo da cabeça enquanto tenda disfarçar as epidermes vermelhas.

– Obrigado – ele se vira e vai direto para a sessão, procura mas só acha do mais fraco, então grita – não o dá potencia máxima ?

A caixa se encolhe de tanta vergonha, a essa altura Eva já havia acordado, se arrumado, lido o bilhete e ido até o armazém, sim ela escutou quando seu marido perguntou se não tinha do absorvente de maior potencia.

– Então tá, vou levar deste mesmo, ela se vira – ele resmunga baixinho.

– David o que está fazendo ? – disse Eva ao chegar por trás do marido.

– Evy, oi estava aqui perguntando se tinha um absorvente melhor.

– É eu escutei, aliás, o armazém todo escutou – ela disse entre os dentes.

– O que foi ?

– O que foi ? O que foi ? – ela perguntou incrédula – você só faltou pegar um megafone para anunciar o meu fluxo menstrual.

– Qual o problema ? Toda mulher passa por esse período até a menopausa.

– Então tá, eu não venho mais aqui até a minha menopausa – disse ela pegando o absorvente da mão dele e indo para o caixa – onde aprendeu tanto sobre esse assunto ?

– Eu li uma revista, como era mesmo o nome ? – ele coloca a mão no queixo – Ah é, Mulher precavida – ele respondeu com toda a naturalidade do mundo.

Eva aperta a mão em seu rosto e funga, a moça do caixa já havia separado as mercadorias de David. Ela escutou a conversa do casal.

– Onde conseguiu esse tipo de revista ? – ela perguntou abismada.

– Com Belle, ela e eu folhamos muitas revistas até achar o casamento perfeito. Sabe que nessa revista também tinha uma entrevista com aquela atriz... Jéssica Alba, o nome da entrevista era “Corpo feminino, o templo mais precioso de todos” foi interessante saber, sabia que nas cenas picantes de Sin city, ela se embriagava, para se soltar, ela não gosta de mostrar o corpo, eu não sabia mas o pai dela é Mexicano – ele fez beicinho – igual a você.

– David, sou Cubana.

– Mas é latina como ele.

– Senhor nós temos revistas aqui também caso queria levar alguma – disse a moça quebrando o silencio.

– Tem vogue ? – ele perguntou e Eva revirou os olhos.

– Só a do mês passado – disse a moça.

– Vou levar mesmo assim.

– Ok, e a senhora ? Quer que eu acrescente mais alguma coisa ?

– Não, acho que meu marido pegou o suficiente para duas mulheres.

– Ok, então somando tudo deu $ 65, 00 – ela disse abrindo a caixa registradora.

– Toma aqui – David deu o dinheiro e pegou os pacotes.

Os dois voltaram para a casa, David preparou o café enquanto Eva organizava as coisas do casal no quarto principal.

– Amor ! Tá pronto – gritou David.

– Já estou descendo.. – ela chegou na cozinha, pode ver o esforço que o marido fez apenas para fazer ovos mexidos torrados, os pães cortados em fatias desiguais e o suco sem açúcar ou gelo. Mas no meio dos pratos tinha um pequeno copo com água e uma flor laranja.

– Tá-dá ! – ele apontou para a mesa com as duas mãos.

– Ficou... divino – ela sorriu.

– Vem, vamos tomar o nosso primeiro café da manhã como marido e mulher – ele segura na mão dela.

Eva se sentou, ele deu um garfo para a moça experimentar os ovos mexidos. Ela deu a primeira garfada, queria cuspir mas não queria magoar David que a olhava com um brilho tão lindo em seu olhar.

– Tá uma delicia...

– Ah cuidado porque eu quebrei os ovos e sem querer eu deixei um pedaço da cascar cair...

– Ela mastigou a casca do ovo – Crocante – disse ela depois de engolir.

– Prova o suco. – ele coloca o suco no copo.

– Ah eu vou provar mesmo... deve estar uma coisa de louco – ela dá o primeiro gole – “Ai senhor, por favor não faça que eu tenha um refluxo, por favor, não aqui, não na frente dele, o coitado se esforçou demais para isto” – Hum.

– Come o pão.

– Mais ? Já estou satisfeita amor.

– Por favor. – ele fez beicinho – eu coloquei um ingrediente surpresa nele.

– Ah, você e suas surpresas... amo todas elas – ela morde o pão – quando ela começa a mastiga-lo conseguiu descobrir o ingrediente secreto – Canela – disse ela com um sorriso.

– É... gostou ?

– Amei, como sabia que eu gosto de canela ? – “ODEIO CANELA !”

– Não sabia – ele dá uma pausa – já estou descobrindo coisas do nosso casamento – ele disse todo feliz.

– É – ela concorda sorridente – E você não vai comer ?

– Ah não, fiquei tão feliz que perdi a fome.

– Tá bom... vem comigo – disse ela se levantando da mesa.

– Onde vamos ?

– Segredo, digamos que este é o meu o meu ingrediente secreto – ela dá uma piscada para ele.

Eva leva David até o estabulo.

– Vamos cavalgar ? – perguntou ele apreensivo.

– Não, os cavalos do meu pais não ficam aqui, não tem ninguém para cavalgar com eles nesta época do ano, então meu pai meio de “doa” os cavalos para uma escola de deficientes mentais.

– AH – ele responde com tranquilidade – mas então o que viemos fazer aqui ?

– Vem – ela estende a mão e ele a segura.

Eva então pula num monte feito de feno e “escala” até o telhado.

– Vem, Kip – ela o chamou.

– Claro, deixa eu só... – ele tenta fazer o mesmo mas acaba afundando no feno. – não sou tão leve, já saquei – ele coça a testa – como vou ir até lá ? – ele olha ao redor e vê um cano que vai até o buraco onde Eva está – tipo aranha ? Sério mesmo ? “Tão” tá né – ele se agarra e tenta escalar, acaba derrapando algumas vezes mas conseguiu chegar até o buraco, depois usou a força de seus braços para terminar o trajeto e chegar até Eva – Eva... Ai !

– Cuidado amor, é apertado aqui, tem que rastejar.

– Ok – “ Que exercício do exercito” – to chegando – ele se rasteja até a amada. – Pronto... ai cansei.

– Deixa de ser molenga.

– Mas diz ai, por que estamos aqui ?

– Olha – ela aponta para uma fresta que tinha – dá pra ver o céu, e hoje vai ter lua cheia, isso aqui vai estar lindo de noite. Posso contar um segredo ?

– Claro, prometo não contar para o seu marido – disse David com os olhos arregalados.

– É sério – ela dá um tapinha nele e ri.

– Estamos casados Evy. Isso faz parte do casamento tá.

– Posso falar ou não ? – ele arrasta a voz.

– Vinha para cá quando menina, esperava a noitecer para conversar com a lua.

– Sobre o que ?

– Perguntava para ela sobre meus pais biológicos, muitas vezes senti a resposta vim em meu coração quase que na mesma hora de aflição, uma vez lhe perguntei se iria amar uma pessoa tão bem quando mamãe amava papai.

– E o que a lua lhe respondeu.

– Não sei, uma estrela cadente me tirou da concentração.

– … – David não sabia o que perguntar.

– E sabe de uma coisa, naquele dia em que você abriu os olhos pela primeira vez eu pude perceber uma coisa. Não quis acreditar, neguei o quanto pude, mas uma certa noite não conseguia dormir, não consegui tirar você da cabeça, foi onde troquei mensagens com Ruby. E logo depois eu liguei os pontos.

– Que pontos ?

– A estrela cadente, ela era a resposta da lua, os seus olhos carregam o mesmo brilho da estrela.

– E quando foi exatamente que você pediu isso a lua ?

– Eu tinha uns 15 anos.

– Com 15 anos eu estava dando o meu primeiro beijo – ele disse só para por ciúmes nela.

– Não precisava saber disto – ela faz careta.

– Sabe que ela era até bonita, tinha cabelos longos, olhos grandes e bem azuis...

– Davis cala a boca. – disse Eva já irritada.

– É brincadeira amor, meu primeiro beijo, eu tinha oito anos, foi com uma menina do orfanato.

– Quantos anos ela tinha ?

– Se não me enganos, 9 anos. Ela estava com medo pois seria adotada.

– Awn que bonitinho – disse Eva agora mais calma.

– E você quando foi o seu primeiro beijo ?

– Debaixo da arquibancada com Daniel, no fim da escola.

– Nossa lembra até o nome do cidadão.

– E como poderia esquecer ? Ah, ele tinha um sorriso tão lindo, era bom na matemática, me ajudava com os deveres, era encantador.

– Não preciso de tantos detalhes – David aberta os lábios.

Eva ri do marido.

– Por deus, David, estou casada com você, não há ninguém no mundo comparado a você, o Daniel foi a minha primeira experiencia só isso. – dizia Eva rindo.

Um pequeno e incomodativo barulho de rachadura é escutado, David e Eva se olham assustados.

– E agora ? – ela sussurra.

– Não se mexa – ele fala pausadamente.

O barulho é escutado novamente, e o teto se abre de vez, David agarrava Eva protegendo sua cabeça enquanto tinha uma queda livre. Felizmente o casal caiu em outro monte de feno que estava dentro de uma carroça antiga. Os dois se olham.

– Você está bem ? – perguntaram ao mesmo tempo. E logo em seguida começaram a rir.

– Quebramos o seu santuário, Evy – disse David se levantando.

– Tudo bem, está na hora de eu desapegar das coisas antigas. Mas acho que papai vai ficar fulo quando contarmos sobre o telhado quebrado.

– Eu posso concertar, só preciso de madeira, pregos e algumas horas.

– Tá – Eva sai da carroça – como coisa que você sabe sobre carpintaria.

– É sério, eu faço pequenos reparos no quartel.

Enquanto isso na casa dos Zambranos...

Jefferson estava dormindo no sofá da sala com Charlie em seus braços, Belle dormia na cama que era de Eva e Ruby acabou dormindo no sofá da área, a família de Henry estava no pais e sem hotel para ficar, então todos precisaram ficar na mansão o que foi um verdadeiro alvoroço, os filhos de Cora e Henry tiveram que ceder os quartos para o pessoal, pois os quartos de hospedes já haviam acabado. Como Belle não morava mais com os pais o quarto da moça passou a ser o quarto provisório de Z e sua Elsa. Graham não dormiu em casa o que fez o quarto dele ser o quarto de Gold. Ariel dormiu no quarto de Jefferson. Jonathan e Lilian dormiram no quarto que Madeleine estava, Cora e Henry tiveram que voltar a dormirem juntos, para passarem uma boa impressão e sobrar mais um quarto, que no final ficou para Troy. O café da manhã vai ser muito interessante de se ver.