– Você não pode deixar ela.

– Você acha justo fazer a Eva passar por todo esse tormento por minha causa ?

– Você não entende não é ? pensei que depois de tanto tempo junto com a Eva você a conheceria, mas estava enganada – disse Ruby rodando o copo.

– Não entendi...

– Ela não vai deixar você, ela me ligou chorando na noite em que você disse que tinha se alistado, a Eva não é de amar as pessoas fácil como foi com você, David, ela é do tipo que espera uma vida inteira se for preciso para achar o amor, e agora que ela achou, você acha que ela vai deixar você ir embora ? Você diz que vai ser melhor para ela, mas tem certeza disso ? Porque eu conheço a minha irmã, o melhor para ela é ficar com você, mesmo que seja na zona de perigo, ela encara de frente, e não tem ninguém que consegue a fazer mudar de ideia.

David se remexe na cadeira, a expressão não é das melhores, ele também não quer deixar Eva, mas tem medo de ver a mulher sofrer.

– O que eu faço ? Me de uma solução, por favor me ajude.

Ruby segura nas mão do cunhado e com o seu melhor sorriso e olhar lhe dá a única resposta certa.

– Só não a abandone. Tudo vai se acertar.

Enquanto isso Belle estava no apartamento de Eva, ela e Hook tiveram a ideia de levar alguns pertences de Jack para ela poder se sentir em casa, já que passaria mais tempo no hospital. Eles pegam alguns portas retratos, e uma pequena caixa de som, Belle se lembra do iphod de Jack que estava na gaveta, Hook remexe no closet e encontra uma antiga caixa onde estavam algumas coisas da moça de quando ela era apenas um bebê, ele também achou uma antiga foto de Rosa.

– Hook ? Está pronto ? Podemos ir ?

– Sim, só me ajude aqui com essa caixa – ele retira algumas coisas de lá e colocam dentro de uma sacola.

– Vamos ?

– Sim.

Enquanto isso Eva coloca Alice no berço, a menina demorou a pegar no sono, mas a dra não saiu de lá enquanto a pequena não fechasse os olhinhos. Depois ela foi preencher o prontuario da menina pediu para a enfermeira ficar de olho na menina e foi até o refeitório onde encontrou Ruby conversando com David, assim que o homem viu a moça a expressão dele muda, ele troca rápidas palavras com Ruby.

– Ela tá vindo o que eu faço ? – ele sussurra.

– Diga a verdade, ela vai entender, não esconda nada.

– Não sei se consigo fazer isso.

– Claro que consegue !

Eva chega até a mesa.

– Oi Evy. – Ruby a cumprimenta.

– Oi Rub's. Veio ver a Jack ?

– Sim, a mãe também.

– Eu não a vi.

– Acho que ela já deve estar no quarto.

– A Madeleine também está lá.

– Vish...

– Por favor Ruby, não vá brigar.

– Dessa vez não, deixa eu ir logo antes que ela se peguem na frente da Jack. Tchau, Tchau David.

– Tchau Ruby – disse David com meio sorriso.

Eva assiste a irmã sair do refeitório e volta o olhar para David, ela puxa a cadeira e se senta de frente para ele. O sorriso de David some e a mulher tem uma expressão seria.

– Agora podemos falar – ela tomou a palavra – Então você quer terminar é isso ?

– Sim.

Eva balança a cabeça positivamente e com um sorriso sarcástico ela olha para ele.

– Por que ?

– Estou fazendo isso para te proteger.

– Do que ?

– Eu não posso te dizer, mas é para o seu bem.

– Você tem outra ? É isso ?

– Não, eu não poderia e nem conseguiria te trair é que, isso pode te machucar.

– Eu não entendo, passamos por tantas coisas juntos e e por outras para ficar juntos, agora você quer terminar ? O que aconteceu ?

– Foi uma coisa que eu fiz antes de nós começarmos a namorar.

– É tão grave assim ?

– Pode abalar você se você ficar comigo.

– Pode acontecer um terremoto, eu não vou largar você.

– Eva...

– Eva nada, você sabe o quantos lutamos para poder ficar juntos, eu não vou deixar você ir por uma coisa que aconteceu antes mesmo de nós dois namorarmos. Fala o que, talvez nós podemos passar por isso juntos.

– Esse é o problema, eu não quero você do meu lado quando eu estiver passando por isso tudo, eu te amo demais para fazer isso com você.

– Se você me ama então deixa eu te ajudar – ela segura na mão dele – podemos passar por isso juntos !

Ele acaricia a mão dela, ele a olha nos olhos e vê as lagrimas se formando, e o sorriso dela, ela estava disposta a passar por tudo que é coisa ruim desde que estivesse ao seu lado.

– Diga, você mesmo diz que devemos repartir as risadas e lagrimas, por favor vamos reparti-las, por favor – uma lagrima cai do olho dela.

Ele respira fundo, formula como vai fazer para comunica-la sobre o exercito.

– Não vai ser fácil Evy – ele diz.

– Não tem graça se não for difícil, lembra não importa o que aconteça eu sempre venho por você, sempre ! – ela rapidamente diz.

– O exercito me convocou, terei que comparecer na base – ele diz com o olhar triste – é por isso que você não pode ficar comigo. Eu não quero você perto de mim.

Ela balança a cabeça negativamente enquanto ele fala.

– Isso não é um bom futuro, você não merece isso, você merece a felicidade, você não tem nada a ganhar ao meu lado, por favor desista de nós, mesmo eu te amando terei que desistir.

Ela continua balançando a cabeça.

– Nem o Estados Unidos, vai fazer eu desistir de você, eu não desisti quando você estava na mesa de cirurgia, não desisti de você na terapia e não desistir de você no atentado, eu não vou deixar que alguns tanques de guerra me separe de você, você vai para o exercito, vai servir e quando voltar você vai estar na calçada de frente para a nossa casa, você vai parar diante da nossa porta e verá o Troy correndo em sua direção para o abraçar, logo depois você vai ver um pequeno vulto correndo para você de braços abertos, você vai agachar e esperar até que ele ou ela te alcance, você vai dar o abraço mais apertado que conseguir, eu parecerei na porta e correrei para você, terá que ter muita força no braço para poder me segurar. Teremos três filhos, Troy, mais um menino e uma menina, você vai ensinar eles a como fazer um vulcão, e levará os meninos no jogo de basquete, brincará de casinha com a nossa filha e será um ótimo pai. Eu não vou desistir de você, você sabe, eu sempre estarei aqui. – ela fala enquanto as lagrimas caem.

– E eu sempre virei por você – ele sorri.

– Viu ! Temos uma vida perfeita pela frente, não tem como você dizer que eu não tenho um futuro ao seu lado, eu não terei futuro sem você.

David se debruça na mesa para beijar Eva.

Enquanto isso Hook e Belle estavam passando pela recepção e indo em direção ao quarto de Jack. Belle bate na porta e entra.

– Hey !! – ela coloca a cabeça para dentro do quarto.

– Belle ! – Disse Jack.

– E.... Hook ! Tchanã – disse o rapaz com um lindo sorriso.

– Hook... gato.. gostoso, t...

– E !! Parou no gostoso, não vamos baixar o nível aqui – disse Ruby segurando a mão da amiga.

– Olha trouxemos algumas coisas, para decorar seu novo e temporário quarto – disse Hook tirando um porta-retratos – vamos deixar o ambiente agradável.

– Olha, eu peguei uma caixinha de som e seu iphod, ele está totalmente carregado, sei que deve ser um saco ficar aqui sem nada para fazer – disse Belle – e o Hook achou isso aqui – ela a entrega a foto de sua mãe.

– Mãe... – ela respira aliviada – Queria poder sentir você pelo menos mais uma vez – ela diz em voz alta.

– Olha eu trouxe uma coisa que talvez possa te deixar bem perto disso – Hook tira da sacola e dá para Jack.

– Obrigada Hook – ela fica muito feliz.

– Que bonitinho – disse Ruby.

– Minha mãe fez para mim – ela aperta.

Enquanto isso no banheiro...

– Cora eu não quero brigar – disse Madeleine.

– Eu não vim brigar, só me escuta. Você diz ser mãe da Eva certo. Mas tem uma pequena falha nisso tudo.

– E qual é ?

– Eu pesquisei todos os papeis de adoção da Eva, ela veio de Cuba, mas isso não era preciso nem pesquisar, porque eu fui em Cuba adotar ela, achei outra coisa, você disse que a sua filha tinha algumas semanas de vida certo ? A Eva foi entregue a adoção quando iria completar 1 ano.

– Isso não faz sentido Cora.

– O que não faz sentido é você chegar dizendo que ela é sua filha sem saber direito, o que você tem como prova de que ela é sua filha ?

– Eu...

– Quer saber não interessa, sério de coração, não estou nem ai, a Eva já fez a escolha dela.

– Olha aqui, você se vangloria desse jeito, diz que é humilde e tudo mas não entende a minha dor, sei que não fui nenhum pouco certa de ter soltado essa bomba assim, mas você não tem ideia de como a minha vida tem sido um inferno desde que deixei ela, você não sabe o que é deitar a cabeça no travesseiro e se lembrar ou até mesmo escutar o choro da sua filha, você não sabe como foi sentir aquela facada com a ponta quente perfurando o meu coração ao abandonar a minha filha, você não sabe o que é passar todos os aniversários dela sem saber como ela esta. Você não tem ideia de como é difícil deixar um filho contra a sua vontade, você diz que está sofrendo mas tenho certeza de que isso que você está sentindo não chega nem perto do que eu venho sentindo a 30 anos, você uma vez disse para mim que eu tinha inveja da sua vida. Não ! Não era inveja, eu sempre admirei a sua história de vida, eu nunca faria nada para destruí-la, e eu não estou usando isso como argumento mas eu só queria uma pequena parte de mim, você acha que não dói ver a minha filha sair em fotos de capas de revistas com outra pessoa que ela sempre conheceu por mãe ? Você disse que eu perdi o direito quando eu a deixei, mas você estava lá ? Você presenciou o motivo de eu ter que deixar a Eva ? Não você não estava lá então não me julgue. Eu posso ser tudo o que você pensa que sou, mas eu nunca faria tal coisa sem ter um ótimo motivo, eu nunca deixaria a Eva se eu não tivesse sido forçada. E outra coisa já que estamos conversando, vou falar outra coisa, o Henry não te traiu comigo, eu não sou a amante do seu marido, ele te ama demais para fazer isso.

Cora se encosta na pia do banheiro e Madeleine se senta no vaso sanitário.

Cora mexe no dedo que costumava carregar uma aliança e olha de rabo de olho para Madeleine.

– Qual foi o motivo ? – Cora pergunta.

– De eu ter deixado ela ?

– Sim, você disse que tinha um ótimo motivo, e qual é ?

– Eu tinha 16 anos, o avô dela me jogou para fora de casa com ela, não tinha dinheiro nem para comprar as fraudas dela como poderia a sustentar ?, depois que a entreguei eu me arrependi e resolvi voltar para pega-la mas ela já tinha ido para a adoção. Eu não queria ter feito nada daquilo. Só queria que ela tivesse boas chances de ter um futuro melhor.

– Eu não sei o que dizer agora...

– Eu só quero sair daqui, por favor – Madeleine se levanta e sai do banheiro, ela caminha até o quarto de Jack.

Ao chegar lá, ela vê David, Eva e o resto paparicando a moça.

– Jack eu preciso ir agora – disse ela chegando até a cama.

– Mas já ? Você não ficou muito tempo perto de mim.

– Eu sei, depois eu volto com mais calma, e pelo visto você já tem gente demais para dar atenção – ela olha ao redor.

– Tá bom, mas você vem mesmo ?

– Mas é claro – ela beija a testa da moça – até logo querida.

– Tchau Mady.

Madeleine passa entre Hook e Ruby, quase esbarra em David e por fim chega até a mesa onde deixou a bolsa, ela pega a bolsa mas vê o porta-retrato, na foto estava Jack e Ruby, um pouco mais distante estava a foto da mãe de Jack. Pega a bolsa e sai. Madeleine não estava morando com Eva, ela arrumou um pequeno quarto em um hotel, tudo para ficar perto da filha, ela chega em casa e joga a bolsa na cama, ela se senta na mesma e tira os sapatos, pensa em tudo que disse para Cora, ela tirou um grande peso de suas costas, ela toma um banho e se deita, ainda era 12:00 mas ela não estava no pique de comer ou sair. Enquanto isso Cora finalmente tinha saído do banheiro e voltado para o quarto de Jack, ela é recebida pelos olhares de todos, ela cumprimenta a filha e o genro.

– Onde está a Madeleine ?

– Ela foi embora, disse que tinha coisas para fazer – disse Ruby.

– Algum problema mãe ? – perguntou Eva.

– Não nenhum, como está Jack ?

– Melhor tia, muito melhor.