The Past Comes Today escrita por Kurogetsu


Capítulo 7
Epílogo




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Já se passou um ano desde aquele dia, eu voltei as minhas atividades como psicólogo, fiquei surpreso que nenhum dos pacientes procurou outro e até entenderam quando me desculpei e expliquei parte da história. Todos ficaram surpresos ao ver a verdadeira cor do meu olho direito, afinal deixei de usar a lente. Voltei também depois de tanto tempo a praticar Taekwondo nos fins de semana. Lucchi deixou a casa dos pais dois meses depois daquilo e moramos juntos desde então. – Achei que teríamos uma convivência estranha depois de dez anos, mas está correndo tudo bem – Nos últimos três meses ele ficou concentrado num trabalho que não contou nem pra mim.

– Taka-saan! – dizia Lucchi entrando todo animado pela porta.

– Hey Lucchi, que houve? – dizia logo depois de lhe dar um beijo na testa como sempre fazia.

– O-Olha! – dizia ele animado e ao mesmo tempo levemente corado me mostrando um mangá encadernado. – Meu primeiro volume de Phamtom Moon foi encadernado e será lançado a partir da próxima semana!

– Me deixa ver isso. – dizia já pegando o mangá da mão dele e sai andando pela sala. – Então era esse o segredo que você estava guardando...

– Hey! Me devolve, tenho que guardar ele muito bem! – dizia ele ao mesmo tempo tentando, inutilmente, pegar o mangá da minha mão.

Ele me encurralou na parede com suas tentativas inúteis de pegar o mangá, que por maldade deixei numa altura que ele não alcançava e enquanto o via me encurralando não resisti a beija-lo. No mesmo momento em que meus lábios tocaram os dele senti seu corpo relaxar e percebi que ele havia desistido de seu objetivo inicial. Segurei-o pela cintura com a mão livre puxando-o mais pra perto; agora pude sentir toda a extensão do seu corpo junto ao meu. Depois de alguns minutos me afastei pra olha-lo e percebi que estava corado.

– Parabéns Chizuru – dizia sorrindo pra ele.

– O-obrigado. – dizia desviando o olhar.

– Agora isso merece uma comemoração! – dizia num tom de voz mais animado – Vamos beber!

– Beber?! Mais ainda está de dia e você tem que voltar pro trabalho seu vagabundo!

– Hoje é um dia especial, você finalmente publicou o mangá pelo qual batalhou tanto.

– T-ta! Só dessa vez, mas tem que parar de faltar o trabalho por coisas bestas. E aonde vamos?

– Ao Mushroom, Vic-san deve estar com saudades e agora sou cliente VIP.

– Tudo bem, vamos!

Descemos e fomos a pé mesmo para o Mushroom, agora morávamos a dois quarteirões do bar. No caminho liguei para Agatha, expliquei a situação e pedi pra que ela remarcasse os pacientes daquele dia. Lucchi foi me contando sobre todo o trabalho que teve pra aceitarem a ideia do mangá até chegarmos ao Mushroom, onde fomos recebidos pelo próprio Vic-san, que como sempre usava suas roupas chamativas e tinha aquele sorriso enorme. Bebemos até a noite, Vic-san se juntou a nós, rimos, cantamos, jogamos conversa fora. Milagrosamente chegamos “bem” em casa e mesmo que eu tivesse carregado o Lucchi nas costas até lá e vendo-o ocupar quase todo o espaço da cama quando o coloquei ali eu me sentia feliz, como nunca me senti antes. Então sorri vendo aquele rosto adormecido e incrivelmente inocente. Disse “boa noite” e lhe beijei a testa pouco antes de adormecer, pensando na sorte que tive do destino ter me dado outra chance de estar ao seu lado.


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