Olhos De Vidro escrita por Jane Viesseli


Capítulo 30
BÔNUS: A Visão de Alice




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"Não faço mais parte dessa família", foram as palavras de Embry, as palavras que carregavam um grande significado para a matilha e para ele próprio, e que desencadearam em Alice a visão mais linda que poderia ter sobre sua nova melhor amiga.

Sim! Elas eram melhores amigas... Não que Andy soubesse disso, mas a vampira não se importava com esse detalhe, afinal, as coisas sempre tinham de ser do jeito dela. Mas não eram realmente as vontades de Alice que predominavam naquele momento, era o seu dom, o que o futuro reservava ao ex-lobo e sua companheira.

As imagens atravessavam os olhos da vampira como se ela as visse em tempo real e, com a mesma rapidez com que passavam, Edward as interceptava, estando mais uma vez ciente do que a irmã adotiva vira e um passo a frente dos demais. O rosto da imortal de cabelos espetados se transforma num misto de alegria e contemplação, pois ela podia ver Embry – pela primeira vez numa visão – e Andy, no que julgou serem 5 anos no futuro.

O casal permanecia na varanda de sua própria casa, Embry carregava uma barba rala no rosto que o deixava ainda mais másculo e adulto, na mão direita segurava a inseparável bengala e, na esquerda, o anel dourado que simbolizava o seu amor pela humana. Andy estava ao seu lado, ainda mais bonita e madura que na atualidade, e o ouvia falar algo realmente engraçado, pois logo começara a rir.

Um grito choroso e agudo corta o ar, retirando-os de seu momento a sós. Andy caminha para o interior da casa sozinha, caminhando com facilidade como se conhecesse aquela residência desde a infância. Ela adentra um quartinho com paredes lilases e móveis de carvalho, aproxima-se do berço e pousa a mão esquerda lentamente sobre o colchão infantil, deslizando-a até o meio e tocando o minúsculo e feminino corpo que se debatia com a presença da mãe.

Ela era a criança humana mais linda que Alice já tinha visto – levando em consideração que já vira muitas. Parecia um pequeno anjo, com pele clara e cabelos cor de fogo como os da mãe, mas de olhos escuros e intensos como os do pai.

A visão da vampira estremece por alguns momentos, saltando para o que julgou serem dois anos depois. Agora somente Embry estava na varanda da casa, encostado em uma das pilastras de madeira, admirando as duas ruivas que o tornaram o homem mais feliz da face da terra.

Neste novo fragmento do futuro, Andy estava ajoelhada no chão de terra, com as mãos em forma de conchas e cheia de pedras. A sua frente estava a pequena criança de bochechas fofinhas, que tentava inutilmente atirar as pequenas pedras à distância, mas só conseguindo lançá-las centímetros à frente dos próprios pés.

― Faya, está na hora de tomar banho! – comenta Andy com voz calma, fazendo a criança balançar a cabeça em recusa e continuar a atirar pedras.

― Venha, princesa, antes que o tio Paul chegue para morder seu bumbum – diz Embry da varanda.

Faya corre desajeitadamente em direção a casa antes que o padrinho lobo arrancasse seu bumbum, e foi aí que Alice se deu conta: o pequeno anjo tinha uma visão perfeita.

Depois que tomou consciência de tal fato, a visão da vampira deu outro salto, para ainda mais longe no futuro do casal. Agora ela os via ainda mais maduros, sentados numa sala pequena e aconchegante, um ao lado do outro:

― Esse moleque não sai da minha casa – retruca o quileute franzindo a testa. – Já não basta ter uma casa e uma família para cuidar? Tenho que dar conta de um lobo esfomeado? Minha resposta é não, ele não vai jantar aqui de novo.

― Mãe, me ajuda! – suplica a jovem, que de tão bela fez os olhos de Alice arregalarem.

― Não seja rude com o garoto, Embry. – Ri. – Ele é um bom menino.

― Não me importo de nossa filha ter um namorado, mas porque justo o filho do Paul? Já não basta aquele lobo velho ser o padrinho dela, agora tenho que ter um Lahote dentro da minha família? Ele é mais novo do que ela e olhe só isso, puxou o pai em todos os sentidos, ele não sai da minha casa assim como Paul não saía da casa do Billy.

― Mentiroso, você morre de ciúmes por ela estar namorando, não consegue me enganar. E ele é apenas três meses mais novo do que ela, e, até onde eu sei, os quileutes ficam enormes quando os genes se manifestam... Tenho certeza que parece bem mais velho agora.

― Preferia quando eles eram só amigos – retruca cruzando os braços.

― Pode chamá-lo para jantar, Faya, Aaron será sempre bem-vindo em nossa casa... E, querido – continua Andy, tocando seu ombro direito e acariciando a cicatriz que um dia Hector lhe fizera –, Jacob pediu para que você narrasse uma das lendas da reserva no próximo encontro em volta da fogueira.

― Qual delas? – pergunta ele, já imaginando qual seria a resposta.

― Aquela do lobo torturado, que não se negou ao sofrimento pelo bem de seu imprinting.

― Ah, eu adoro essa história... A sua história... Aaron disse que faria o mesmo, se fosse eu a ser capturada por vampiros – pronuncia Faya.

― Espero que ele nunca precise fazer isso – deseja o Embry com sinceridade, pois somente ele tinha dimensão do que era passar por aquilo tudo.

Faya se aproxima dos pais, dando-lhes um beijo estalado na testa, e corre em direção à porta, provavelmente para a casa dos Lahote. Seus cabelos grandes e alaranjados balançavam com seu ritmo acelerado, e seu corpo já não era o de uma criança, mas o de uma bela jovem de 18 anos.

Faya... Aquela que é formosa... Realmente o nome dizia muito sobre ela e, mesmo que Andy nunca tenha a visto com os olhos, viu-a com o coração e lhe deu o nome perfeito.

A família era pequena, mas, ainda assim, feliz. Era tudo o que Embry queria e tudo o que Andy desejava, isso estava estampado em seus rostos e era lido com facilidade pelos vampiros que assistiam a cena do futuro... Em nenhum momento Embry parecia se arrepender de sua decisão, nem tampouco sentir saudades de ser um lobo, pois tudo o que ele queria estava bem ao seu lado.

Tudo se tornou escuro quando Alice fechou os olhos. E quando tornou a abri-los, estava novamente na floresta, em La Push, com Paul a discordar da decisão de Embry e a tentar convencê-lo a voltar atrás, mas já era tarde... Embry já estava fora do bando e seria feliz até o fim de seus dias!


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Notas finais do capítulo

Aqui está o capitulo bônus, pois vocês merecem :)
É curto, mas espero que tenham gostado...
Agora sim dou por encerrada a fanfic Olhos de Vidro. Obrigada a todos que acompanharam e espero tê-los agradado com o enredo. Recomendem aos amigos, rs.
Beijos mil, e até uma próxima fanfic!
Jane Viesseli