O Emissário Do Equilíbrio escrita por LordRyuuken


Capítulo 4
Conversas e confusões


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é dedicado a Pedro Henrique Costa, um colega meu que, mesmo sem querer, me ajudou bastante a escrever o capítulo de hoje, além de adorar o personagem de um dos pontos de vista apresentados hoje.

A votação pelo ship da fic continua. A parcial atualmente se encontra com:

Percy x Ártemis 7 votos
Percy x Héstia 5 votos

Repescagem:

Percy x Thalia 4 votos
Percy x Athena 1 voto
Percy x Rachel 1 voto


Estou levando em consideração tanto os votos postados aqui nos reviews quanto os informados diretamente a mim por colegas meus que acompanham a história, então não estranhem o número atual não bater com o de votos (e não, não estou contando dois reviews da mesma pessoas em capítulos consecutivos como dois votos). No próximo capítulo, a votação se encerra, ou seja, indiquem para os amigos e façam eles votarem em seu casal favorito!

Boa leitura!



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P.O.V. Archer (Zöe)

Como eu bem havia imaginado, a noite havia sido bastante longa. Encontrava-me agora em um outro plano dimensional, a morada de nosso mestre, por assim dizer. O dia lá fora já estava amanhecendo, mas, apesar disto, não havia pregado o olho por um segundo sequer. Admito que dentre a reação de todos os titãs ao saber da situação atual em que nos encontrávamos, a de meu pai foi, de longe, a mais cômica (talvez exatamente por nossa ligação sanguínea, unida a meu desafeto para com ele). Deitada confortavelmente em um sofá no meio de uma das várias salas do imenso palácio de Lorde Caos, ficava a analisar despreocupadamente a coloração alva do teto, tentando esvaziar minha mente e pregar o olho de alguma forma, coisa que, apesar do cansaço, se provava bastante difícil há alguns dias. Felizmente, após alguns minutos de uma espera que parecia interminável, minhas pálpebras pesaram até que pudesse me lançar aos braços de Morfeu.

[ . . . ]

Acordei algumas horas depois de me lançar ao sofá, espreguiçando-me confortavelmente no suave acolchoamento do móvel. Mesmo sendo uma ex-caçadora, admito que havia tomado para mim alguns hábitos um pouco deselegantes, como em uma tentativa de libertar-me um pouco da clausura de preceitos, costumes e idéias as quais fui submetida por tanto tempo. O mesmo ocorreria um dia com Lady Ártemis e as outras caçadoras, acreditava, mesmo que não em mesma proporção.

Mesmo com um pouco de preguiça de me levantar, tomei a coragem necessária e deixei o conforto de meu leito para encaminhar-me até a cozinha, onde poderia preparar meu desjejum. De fato, todos nós sete servos do criador havíamos sido presenteados com uma imortalidade parcial semelhante a das caçadoras, mesmo que diferisse a elas em alguns pontos e se assemelhasse mais aos verdadeiros deuses aos outros.

Não éramos limitados as restrições usuais de um humano comum, como comer, dormir ou até mesmo ingerir água. Mesmo assim, suprir tais vontades, por assim dizer, nos era bastante benéfico em momentos de dificuldade, acelerando nossa regeneração e muitas vezes impedindo nossa morte. Realizar tais necessidades fisiológicas nos era, na verdade, apenas um costume mantido no cotidiano. Também não éramos presos pelas leis antigas que acometiam as verdadeiras divindades, de modo a podermos vagar por qualquer local e desafiar a qualquer um sem maiores preocupações. De certo modo, era o limite entre o território mortal e o divino, um presente magnífico que o criador da existência para com os sete caminhos do guerreiro em seus representantes: Saber, Archer, Lancer, Caster, Rider, Assassin e Berserker.

Estando já de pé, encaminhei-me para a cozinha para eu mesma preparar meu alimento matinal, mas acabei sendo impedida por um som vindo de um jardim um pouco afastado de onde me encontrava. Por minha manifestação de combate, possuía habilidades muito semelhantes as que tinha enquanto caçadora, mas ampliadas a um nível extremamente superior a antes. Era capaz de escutar até mesmo o som oco da colisão de um lápis com o solo e identificar, através deste, qual o tipo de solo e o tipo da madeira usada na fabricação do lápis. É difícil de explicar, mas é como se fosse um tipo de sexto sentido especial, conectado a uma ampliação dos cinco outros.

De um modo ou de outro, modifiquei minha rota por haver escutado aquele som já conhecido. Após alguns minutos de lenta caminhada, cheguei a um belíssimo jardim de flores próximo a um lago. Sentado em uma pedra e recostado em uma árvore, aproveitando a agradável sombra que ela lhe fornecia, estava Berserker, utilizando uma espécie de aparato para afiar a lâmina de sua espada. Muitos provavelmente se assustariam em vê-lo de armadura, mesmo no estado em que atualmente se encontrava, relaxando. Felizmente, eu sabia o motivo de ele estar assim. Ainda estava tentando retomar o controle sobre si mesmo e, nestas situações, a armadura servia a seu propósito com total perfeição: retrair e controlar os poderes do homem.

Sim, ao contrário do que a lógica geral dizia, a armadura de Berserker não era uma proteção para ele mesmo, mas para as outras pessoas. As escritas rúnicas contidas em si eram capazes de absorver o excesso da natureza maligna no poder divino emanado pelo homem, ajudando ele a manter o equilíbrio das forças dentro de si e, com isso, sua sanidade. Além disto, a própria armadura em si continha em si todo o peso do céu, o fardo que Atlas estivera encarregado a carregar eternamente. Esta era apenas outra medida tomada para, no caso de o pior acontecer, parte dos movimentos do mais poderoso e instável de nós sete poder ser controlado. Aproximando-me do homem, questionei a ele, com um sorriso de escárnio na face:

— Você sabe muito bem que não precisa manter esse elmo na cabeça. Por quanto tempo pretende esconder sua cara feia do mundo, Berserker? — inquiri, observando a viseira rubra na armadura dele brilhar de forma estranha, como se tivesse entendido aquilo como uma afronta. Tanto eu quanto ele sabíamos muito bem que não era o caso, mas, de um modo ou de outro, ele resolveu seguir meu conselho, parando de passar a estrutura multimetálica na lâmina de sua arma e virando para mim.

— Apenas um costume que tomei para mim. Enquanto estou com este elmo colocado, sou um guerreiro de verdade. Sem remorso, sem exitação e sem descontroles extremos. — falou ele, retirando o topo de sua armadura e colocando ao lado de si. Seu cabelo alvo como a neve foi imediatamente revelado, em um corte curto e tipicamente masculino, com exceção de uma pequena parte de suas mechas, que pareciam não haver sido cortadas de propósito, criando uma espécie de rabo de cavalo que ia até a metade de suas costas. Após tanto tempo, finalmente podia ver seus olhos, que normalmente se escondiam atrás da gélida proteção daquele cristal rubro por onde observava o mudo usualmente.

— Você fica bem melhor sem ele. — sublinhei, em uma tentativa fraca de fazê-lo se animar um pouco. De alguma estranha forma funcionou, pois ele desenhou de imediato um sorriso em sua face, começando a rir. Não tinha nenhum interesse amoroso nele e nem ele em mim, de forma a conseguirmos nos dar, de certa forma, bastante bem. Os poucos anos de convivência haviam feito com que nos transformássemos quase que em irmãos.

— Isto soaria muito melhor se não viesse de uma pessoa que desprezava os homens até muito pouco tempo atrás. — lembrou ele, fazendo-me também começar a gargalhar com as lembranças de algumas “discussões” que tivemos sobre o assunto..

— Ah vai, você gosta. — falei, tentando retomar o ritmo de minha respiração e tendo uma notável dificuldade nisto. Infelizmente, parecia que mesmo minhas brincadeiras com ele tinham seu efeito cada vez mais reduzido, já que, mesmo permanecendo a sorrir de forma fraca, o homem voltasse suas orbes virentes novamente para sua arma, retornando ao trabalho que estava a realizar antes, de afiá-la. Irritada, comentei com ele — Nunca entendi sua obsessão em ficar afiando esta espada o tempo inteiro, provavelmente virou a noite e a manhã inteiras aí, sentado ao lado do lago com esta arma. Você sabe muito bem que ela jamais vai perder seu fio, então por que?

Virando para mim mais uma vez e deixando que sua arma sumisse junto ao aparato que supostamente melhorava seu fio (mesmo que isto fosse impossível), Berserker falou:

— O que estou moldando aqui não é a lâmina de minha espada. Como você sabe, os símbolos de poder entre nós sete são obrigatoriamente diferentes, não é mesmo? Lorde Caos deve ter lhe explicado isto. — concordei com a cabeça, confirmando que já havia escutado tais palavras de nosso mestre, permitindo que ele continuasse sua explicação — Da mesma forma que você possui seu arco, Saber tem a espada dele, Lancer sua lança e assim vai. Pois bem. Este é o símbolo de meu poder. — disse ele, novamente invocando a espada e me fazendo ficar mais confusa do que antes.

Como era de se esperar, Berserker compreendeu que eu não havia entendido o que ele disse, pois se as armas precisavam ser diferentes, como ele e Saber poderiam ter ambos uma espada? Esboçando um sorriso amarelado, ele completou:

— Exatamente. Quando você compreender o motivo de eu possuir esta Theoi Vortigern como símbolo de símbolo de minha autoridade, saberá a razão de muitas coisas em minha vida. — falou ele, encerrando o assunto e se levantando, enquanto novamente colocava o elmo que tanto parecia lhe apetecer — Bem, já vou indo. Parece que milorde deseja algo de mim.

[ . . . ]

P.O.V. Jason

Após mais uma missão bem sucedida, retornava com meus companheiros para o acampamento. Havíamos recebido há cerca de um mês ordens do Olimpo para ir caçar alguns monstros e recuperar deles o símbolo do poder de Deméter, que havia sido entregue a eles há uns dois dias atrás, resolvendo o extremo problema na agricultura que nossa nação estava passando. Os preços de tudo quanto é tipo de alimento subiram absurdamente, até mesmo das carnes, já que estas dependiam da pastagem para poder se desenvolver. O mercado internacional em si estava em crise, mas, por sorte, conseguimos resolver o problema há tempo, recebendo as raríssimas congratulações de nossos parentes divinos.

Uma vez entregue nossa “remessa”, havíamos parado para curtir um pouco a cidade de Nova York, já que havíamos recebido permissão para tal e ninguém ali era de ferro. Com mais de dois mil dólares nas mãos de cada um, a festa foi grande, mas infelizmente durou por pouco tempo.

Dentro de nosso novo meio de transporte terrestre feito por Leo e seus companheiros de chalé — uma espécie de van aparentemente comum com espaço ampliado dentro de si ao ponto de mais se assemelhar a um verdadeiro mega-ônibus de luxo com três andares — estava deitado confortavelmente em uma cama de casal com minha namorada Piper com a cabeça recostada delicadamente sobre meu ombro. Sim, havíamos finalmente resolvido nossa situação. As coisas ficaram meio difíceis entre nós devido a situação a qual Juno (ou Hera, tanto faz) nos havia submetido ao me tomar as memórias e toda a situação com Reyna, além de o rolo que tive com uma filha de Ceres não ter ajudado em nada (mas isto é outra história). De uma forma ou de outra, estávamos finalmente unidos em uma relação feliz e estável, que estava prestes a completar os nove meses de duração.

Pensando na surpresa que havia pedido a alguns colegas para preparar para Piper enquanto estávamos fora em missão, acariciei seus cabelos distraidamente, acariciando sua face gentilmente no processo. Era simplesmente linda, atraente demais. Como poderia sê-lo de tal forma a não pensar quase nunca nisto? Mesmo ela sendo uma filha da deusa do amor, não entrava em minha cabeça o fato de isto ser razão o suficiente para explicar o quão era encantadora minha namorada.

Sorrindo de forma abobada, pronunciei de forma silenciosa por algumas vezes as palavras “minha namorada”, como se fossem um mantra. Como era bom finalmente poder chamá-la assim sem nenhum peso na mente, sem nenhuma preocupação sobre algo tolo que poderia nos separar... Estando imerso em meus próprios devaneios de amor, talvez por estar próximo e fitando a uma das filhas da deusa, fui surpreendido pelos sons nada contidos de gemidos, vindos do quarto ao lado. Um pouco nervoso pelo susto, esmurrei a parede sem me lembrar da pequena em meus braços, bradando com certa raiva:

— Será que os animais podem ficar cinco minutos sem estar no cio ou ao menos serem um pouco mais silenciosos? Vocês não são os únicos nesta porcaria de ônibus-van, ou seja o que for.

— Hei! — falou um Leo indignado do primeiro andar (me encontrava no último) — Porcaria não! Colocamos nosso sangue e suor para fazer isso e você vem esculhambar?

Retornando ao silêncio em respeito a Leo, escutei algumas risadinhas vindas do quarto ao lado, satisfeitas com a resposta do garoto. Sabia muito bem o motivo de sua resposta haver sido daquela forma: obviamente, ele não gostava que criticassem uma obra dele, ainda mais sendo filho de quem era. E nem era minha pretensão, já que nosso “veículo” salvou nossa vida. Era apenas o fato de ele, assim como eu, já estar no limite com o rapaz com o qual eu estava a ralhar naquele momento. Na verdade, todos estávamos.

Ethan era um bom semideus, com habilidades razoáveis com a espada e seus poderes obtidas através de meses de treino, mas se considerava bom demais para ser um mero mortal. Queria mandar em tudo e todos, como se fôssemos apenas a corte de um único rei, quando, na verdade, ele era inferior a grande parte dos sete da profecia. Tudo bem, dentre os nossos, éramos praticamente a elite, mas mesmo assim, se ele desejava reinar em algum devaneio louco de sua mente, não poderia se comparar com nossos companheiros mais fracos, não é mesmo? Além disto, o comportamento de Poseidon e os seres de seu reino, além de uma boa parte dos campistas mimando o rapaz apenas faziam seu fanatismo para consigo próprio ser ainda maior, o que fazia as pessoas conscientes naquele local se afastarem cada vez mais dele e, em consequência, de Annabeth.

Com a saída de Perseus Jackson do acampamento, ela chorou muito e se arrependeu amargamente do que dissera. Na verdade, descobrimos até mesmo que, de alguma forma, ela havia tomado um elixir com magia do amor de Afrodite, fazendo com que a cena na praia acontecesse. Certamente ela havia feito tudo aquilo, de trair o próprio namorado, mas não pretendera prejudicá-lo em momento algum. Era apenas uma questão de necessidade física que ela possuía e, imerso no intenso sentimento que nutria para com ela, o antigo herói do Olimpo não notou seu desejo, fazendo com que este fosse saciado por outro. Eu compreendia a lógica disto, mas não concordava com sua forma de pensar de forma alguma.

Entretanto, com o passar do tempo, ela conseguiu se olvidar facilmente do antigo namorado e imergir em um novo relacionamento, agora de verdade, com seu antigo amante. Infelizmente, tal conexão se estabeleceu de forma tão profunda entre eles que a dependência dela para com ele se tornou imensa, de modo a ela quase esfaquear um de seus irmão quando este “ousou” sugerir que os chalés de Atena e Poseidon ficassem em diferentes lados em uma das disputas de nossa versão reformulada do Caça a Bandeira. Cheguei até a perguntar a minha futura sogra (sim, eu já a chamava assim em pensamento, apesar de saber do gosto dela por tragédias românticas) se era possível que o elixir tivesse passado a ter um efeito perene, mas, segundo ela, não era o caso. Pois é, agora vocês entendem meu drama.

Além do fato de a relação deles ser baseada (ao menos, no que partia dele) no lado físico sobre qualquer outra coisa, de modo a estes gemidos terem sido praticamente a trilha sonora de nossa missão inteira, ao menos duas horas por noite e as vezes até mesmo durante o dia, o mero convívio com os dois havia se tornado algo desgastante, ao ponto de evitarmos o contato com eles em todas as esferas possíveis. Até mesmo na hora de reportarmos o acontecido, Ethan contou uma mentira aqui e outra acolá para engrandecer um pouco a si mesmo (aumentando ainda mais o ego de seu pai com o “filho favorito”), mas nenhum de nós se deu ao trabalho de contradizê-lo. Medo? Certamente que não, apenas não desejávamos entrar em uma discussão inútil com um louco que tratava os ludibriares que contava como verdade para si próprio, vivendo seus devaneios e os defendendo como se fossem reais.

Minha vontade era levantar da cama e dar uma lição naquele desgraçado para colocá-lo em seu lugar, mas ao mover meu corpo na pretensão de fazê-lo, fui parado por uma conhecida mão em meu rosto. Tocando minha face, Piper virou meu rosto para ela, dizendo de forma doce:

— Esqueça aqueles dois. Lidar com eles não vai ser nada além de uma perda de tempo. — escutando suas palavras, como um jovem enfeitiçado pelo encanto de sua oratória (que talvez eu realmente fosse, ainda que por artes nem um pouco relacionadas ao charme de sua ascendência), parei imediatamente, puxando seu corpo para próximo do meu e tomando seus lábios em um beijo ardente.

[ . . . ]

Cerca de meia hora depois daquele acontecido desagradável, já éramos capazes de vislumbrar pela janela o já conhecida “Colina Meio-Sangue”, nome que permaneceu mesmo após a mudança do nome do acampamento grego ao abrigar as crias de ambas as facetas grega e romana dos deuses em um só lugar. Já estava de mala pronta, na frente da porta de correr de nossa “van”, até que o veículo parou. Notei que haviam várias pessoas aglomeradas aguardando nossa chegada, provavelmente para uma recepção calorosa. Não que eu fosse algum tipo de convencido, mas ter seu esforço reconhecido era bastante agradável, no fim das contas. Entretanto, quando o ronco do motor finalmente cessou, fui empurrado para o lado por um Ethan que já saía apressadamente do veículo, dizendo, em tom baixo:

— Abra espaço para o herói passar. — saindo do veículo seguido por sua namorada, ele ergueu ambos os braços como em sinal de comemoração, dando início a gritos de contentamento por uma onda de pessoas que havia vindo nos congratular pela missão bem-sucedida. Entretanto, antes mesmo que pudéssemos nos manifestar, fomos interrompidos pela presença das últimas pessoas que esperava que aparecessem ali.

Completamente do nada, aparecendo em um clarão que quase me cegou, estavam os quatorze olimpianos com feições nada agradáveis na face. Meu pai parecia irritado, como sempre. Poseidon e Hades estavam pensativos, como se algo estivesse passando pela cabeça deles e suas mentes vagando por um imenso vazio, mesmo que o primeiro tenha disparado um sinal de aprovação para seu rebento, o que seria nos próximos dias mais uma razão para um incremento na alienação do rapaz (que maravilha, só que não). Hera, Deméter, Héstia, Ártemis, Hermes e Atena pareciam preocupados com alguma coisa, apesar de as feições da deusa da lua indicarem um pouco o transtorno pensativo de seus tios (e meus também, afinal). Hefesto, Dionísio e Afrodite pareciam estar em suas formas normais de espírito, mas estava nítido para qualquer ser pensante ali (obviamente, não estou incluindo Ethan nesta lista) que mesmo eles estavam um pouco incomodados com o acontecido desconhecido a nós. Evidentemente, o fato era recente, já que tudo parecia muito bem em nossa visita dias atrás. Ainda assim, questionava-me sobre o que poderia fazer todos eles — até mesmo o deus dos mortos — virem ao acampamento. Coisa boa não era, certeza.

— Como vocês já devem imaginar, não viemos aqui para nenhuma comemoração. — iniciou meu progenitor, falando o óbvio. Ele não viria para uma festa de semideuses como aquela nem mesmo se tivesse jurado sob o Estige — Temos uma situação grave em nossas mãos e precisamos resolvê-la o mais rápido o possível. Estaremos montando os melhores dentre vocês em alguns grupos para uma tarefa de vital importância para o Olimpo.

Imediatamente, franzi meu cenho estranhando o que meu pai dissera. De fato, alguma coisa muito grave havia acontecido. Tentei ignorar o inflar de peito do filho de Poseidon ao meu lado ao escutar o termo “os melhores dentre vocês”, mas não consegui. Felizmente, também nada fiz. Antes que meu pai pudesse falar qualquer outra coisa sobre o que havia acontecido e qual seria a tal tarefa de importância tão elevada, pudemos escutar uma voz ressoar no ar, junto a um clarão muito mais poderoso do que o emitido pelo aparecimento de todo o panteão olimpiano em conjunto.

— Acho que isto não será necessário.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, pessoal, obrigado pela leitura. Estou fazendo o possível para postar todo dia e com o máximo de qualidade que consigo (espero que seja o suficiente). Se gostaram, por favor, comentem. Não sejam leitores fantasmas, afinal, são vocês leitores que nos fazem querer escrever mais e mais. Se realmente gostaram, indiquem aos amigos, adicionem aos favoritos e, se possível, recomendem. Até a próxima!