O Emissário Do Equilíbrio escrita por LordRyuuken


Capítulo 3
Um combate a se enfrentar


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todos os que leram e comentaram no capítulo passado, fiz um esforço para postar ainda hoje por vocês, então, mesmo que eu não fique aqui a citar o nome de vocês em todos os capítulos que posto, sintam-se homenageados, este é para vocês.

Quanto a votação para os ships, temos, atualmente, como parcial:

Percy x Ártemis - 4 votos
Percy x Héstia - 3 votos


Repescagem (outros ships que não os "finalistas", mas que se alcançarem o pedido de cinco pessoas diferentes podem entrar na disputa):

Percy x Thalia - 2 votos
Percy x Athena - 1 voto



Bom capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/383843/chapter/3

P.O.V. Archer

Uma vez que Lady Ártemis caiu no chão desfalecida, após arregalar os olhos por eu ter revelado minha verdadeira identidade, aproximei-me da deusa e de minhas antigas companheiras de caça. Sim, um dia já respondi como a tenente da deusa da caça, a segunda em comando no exército da deusa que acabara de vencer. Exatamente. Um dia, já respondi pela alcunha de Zöe Nightshade.

Tendo finalizado minha parte da missão, por assim dizer, precisava estabelecer contato para com nossos aliados. Levando uma de minhas mãos a têmpora, concentrei-me ao máximo, tentando estabelecer uma conexão com um conhecido. Não demorou nem mesmo cinco segundos até eu poder escutar uma voz já esperada:

— Archer, é você? O que deseja? — questionou Caster, surpreso com minha conexão mental, feita no meio de uma tarefa, coisa que não acontecia usualmente em nossos trabalhos. Sem emitir uma palavra sequer, respondi a ele.

— Sim, sou eu Caster. Estou com Ártemis e algumas caçadoras desmaiadas aqui e preciso que você realize a transferência delas. — informei, pedindo a ele um favor. Sim, apesar de tudo, havia superado meu rancor para com os homens, apesar de continuar com a opinião de que não sou dependente deles para ser feliz. Lembrando-me do que aconteceu na luta, acrescentei — Ah, e você vai gostar de saber que seus inventos funcionaram com perfeição. Até mesmo Ártemis pôde ser derrotada pelo uso de suas flechas kínima. Este efeito mágico da aljava diversa realmente foi uma ótima idéia. Basta vergar o cordão do arco e solicitar mentalmente um dos doze tipos de flecha que você criou junto ao Rider para poder atirá-la. Realmente brilhante...

— Oh! Receber um elogio desses vindo de você é algo raro. Fico feliz que meu invento tenha lhe ajudado, mas não se esqueça que, por mais poderosa que seja a arma, ela precisa de um portador que saiba usá-la. O crédito também é seu. — mesmo sem vê-lo diretamente, sabia que o homem estava sorrindo, como costumava fazer em momentos assim. Ele sabia ser uma pessoa agradável quando queria, apesar de muitas vezes não o fazê-lo, permanecendo sozinho com seus estudos e análises. Antes que pudesse falar qualquer coisa, ele continuou  — Quanto a Ártemis e suas meninas, me forneça sua posição atual, irei realizar a transferência. Mando elas para onde, o Olimpo?

— Sim, por favor. — respondi — Estou no Jardim das Hespérides, ao lado da árvore da imortalidade. Somam-se quatro alvos no total: Lady Ártemis, Thalia, Phoebe e Diana. — entoei, escutando um estrondo de colisão metálica no alto da montanha onde me encontrava. Sabia muito bem do que aquilo se tratava, então me despedi de Caster pensando no quão desagradável era falar das Hespérides como um grupo e excluindo a mim mesma dele, dizendo — Preciso ir. Parece que após libertar meu pai, ele atacou Berserker. Isso não vai dar em nada de bom...

— De fato... Ah sim, Zöe? — concordou ele, chamando minha atenção pelo nome, o que significava que o assunto era, de certo modo, sério. Parando para escutá-lo, ouvi o pedido deste — Não deixe que Berserker se exceda. Não queremos ter que explicar a Lorde Caos o motivo de um dos titãs que libertamos para nos ajudar estar morto, não é mesmo? — falou o homem, com a certeza na voz de que se realmente o combate chegasse a estes extremos, de que seria nosso companheiro que levaria a vitória consigo. Eu mesma não discordava disto, mas, de uma forma ou de outra era estranho ouvir tal confirmação vinda de forma tão natural por parte dele, que sempre foi acostumado a verificar inúmeras vezes todos os fatores possíveis e imagináveis (talvez pela dor que teve ao experimentar as coisas sem analisar antes tudo o que poderia).

— Milorde não precisa se preocupar com coisas pequenas assim. Eu disse a ele que daria meu jeito com Berserker e darei. Obrigada, Caster. — disse, vendo a transferência começar, fazendo os corpos desfalecidos de minhas antigas aliadas sumirem no ar, reaparecendo no Olimpo. Agora precisava verificar a situação de Berserker, antes que fosse tarde demais.

[ . . . ]

P.O.V. Ártemis

Ao abrir meus olhos, vi que me encontrava na sala do conselho, no Olimpo. Fiquei um pouco aliviada ao saber que o que havia acabado de ver até acordar tinham sido apenas artimanhas de minha mente, ou assim pensava, até olhar para os outros tronos e ver treze rostos me olhando intrigados. As caçadoras estavam junto a meus pés, acordando em muxoxos de desagrado e exclamações de dor.

Sentir meu corpo ligeiramente dolorido (já que a cura divina exigia minha vontade ou ímpeto involuntário para fazê-lo) e notar a presença de minhas guerreiras ali junto a mim foi o que me fez cair a ficha. Realmente fora verídico o que tomara como sonho. Como podia ser? Zöe havia sido transformada em uma estrela no céu, era impossível que retornasse a terra e ainda mais poderosa do que eu. Enquanto pensava nas probabilidades de possíveis explicações ao acontecido, a voz de meu tio Hades, com certa impaciência, se fez soar.

— Pergunte logo a garota, Zeus! — disse ele em seu tom amoroso e completamente acalentador — Ela aparece aqui do nada desmaiada e ainda trás a nossa presença três de suas caçadoras consigo, isso precisa de uma explicação.

Meu pai parecia tão surpreso quanto seus irmãos, já que mesmo que Poseidon não tivesse se exaltado tanto quanto Hades, também demonstrasse esta estranhez nitidamente na face. Ao ver que finalmente poderia falar sem ser interrompido, proferiu:

— Conte o que houve. — sim. Não recebera nenhum tipo de carinho ou preocupação por parte do deus do céu, apenas palavras frias, ditas em tom de comando. Ele estava ali como o rei dos deuses e era a este que naquele momento estava me reportando. Sendo assim, clareei minha voz em um pigarro e comecei a contar.

— Bem, nem mesmo eu acredito no que vi, então se vocês também não acreditarem nisto, irei compreender. — iniciei, fazendo com que alguns rostos no local já se revirassem melhor para escutar com atenção o que iria dizer — Como Lord Zeus havia me ordenado, após terminar a última tarefa na lista da caçada, me encaminhei para São Francisco junto com as caçadoras para verificar o estado do Monte Otris e do titã Atlas...

— Sabemos disso, irmãzinha. Estávamos aqui quando papai disse isso, pode ir direto ao assunto? — disse Apolo, fazendo-me trincar os dentes de raiva. Antes que pudesse lhe responder a altura com o máximo de veneno na voz que poderia empregar, escutei meu pai interromper a situação novamente para mediar a paz, ainda que de forma forçada.

— Cale-se, Apolo. Deixe que sua irmã fale. — proferiu o soberano dos céus com certo desgosto na voz por ter que, mais uma vez, interferir em nossas pequenas batalhas constantes para um bom andamento da reunião — Pronto. Você não mais será interrompida, a menos que seja necessário. Continue, o que aconteceu ao chegar lá?

— Obrigada. — agradeci, para tentar amenizar um pouco seu humor instável antes que ele explodisse com o que eu iria contar. Logo, continuei a contar o que houve — Levantei acampamento junto a minhas caçadoras próximo a montanha onde se refez a morada dos titãs em nossa guerra contra eles, mas descobrimos que, felizmente, o estado do Monte Otris estava tão deplorável que os escombros estavam a tampar praticamente todas as entradas, exceto a do Jardim das Hespérides.

— Ótimo. Sem titãs por um bom tempo. — Interrompeu novamente Apolo, recebendo um daqueles olhares de meu pai, capazes de inbutir medo em qualquer mortal ou imortal, fazendo meu irmão se calar de novo e eu poder novamente falar.

— Bem, como para chegar ao topo do monte precisávamos passar por Ládon, escolhi apenas três caçadoras para vir comigo, já que esta é uma tarefa um tanto quanto... complicada para ser feita com um grande número de pessoas. Principalmente sendo estas minhas caçadoras cansadas após tantas missões consecutivas, com os nervos a flor da pele. — expliquei, continuando rapidamente a falar antes que alguém pedisse que fosse direto ao assunto novamente (mesmo que acreditasse que ninguém ali seria doido de me interromper de novo depois do que aconteceu com meu irmão irritante) — Continuando o trajeto apenas com Thalia, Phoebe e Diana, fomos até o local onde se encontrava o dragão guardião da árvore da imortalidade, onde as coisas começaram a ficar estranhas. — parei por um momento para respirar, não que precisasse disso, mas para tomar o brio necessário para contar a verdade sobre o ocorrido para os demais, coisa que fiz em seguida — Pois bem, ao chegar lá, encontrei um homem e uma mulher, ambos ocultos por suas vestes. O homem utilizava uma armadura completamente negra, sem abertura alguma e a mulher tinha a face e o corpo recobertos por um manto prateado com capuz, que me impossibilitava de ver qualquer detalhe físico relevante quanto a reconhecê-los. O homem de armadura chamou a mulher de Archer, dizendo que eles tinham suas ordens e que precisavam sair dali logo. A mulher respondeu que libertar Atlas era uma péssima idéia e que não traria nada de bom para eles. Ao escutar eles falarem sobre libertar o titã, imediatamente minhas caçadoras se prepararam para atirar, mas eu as impedi, precisava ouvir mais sobre os planos deles antes de fazer qualquer coisa. O guerreiro de armadura virou para sua parceira e perguntou a ela se ela achava que ele gostava disto, afirmando que não, mas que precisava cumprir suas ordens. E que não havia aceitado aquela incumbência por nada. — falei, parando um pouco para me recordar exatamente do que havia acontecido dali em diante.

Até o momento, nenhum dos outros olimpianos havia se manifestado, exceto meu irmão idiota que cismou de me interromper por duas vezes. Felizmente, parecia que ele mesmo havia se interessado pelo que havia dito e finalmente fechara a boca, permitindo que eu continuasse a explicar.

[ . . . ]

Após contar todo o ocorrido a eles, notei feições extremamente preocupadas  no rosto de meus familiares, que pareciam entender finalmente a complexidade do ocorrido. Mas ainda faltava a parte mais importante e difícil da história, algo que nem mesmo minhas caçadoras tiveram tempo de escutar. Antes que meu pai pudesse dar por encerrado meu relato e continuar com a reunião, falei:

— E tem mais uma coisa... — todos imediatamente se viraram para mim, enquanto Hades questionou, novamente com toda a “doçura” de sua voz.

— Mais? O que mais você pode nos contar de “boas notícias”? Que Tífon se libertou de sua clausura e que está vindo atacar o Olimpo? — falou, com armagura e desgosto, como se fosse culpa minha a presença dos dois obstáculos ali, por assim dizer.

— Nem brinque com isso, Hades. Meus campos de plantação já sofreram o suficiente na última visitinha daquela besta. — falou Deméter, preocupada com suas plantações de cereais como sempre.

— Antes de desmaiar com o golpe da tal Archer, pude finalmente vislumbrar sua face, pois ela retirou o capuz, dizendo que não precisava me preocupar, pois ela continuava tão leal as causas olimpianas quanto fora um dia a mim... — falei, fazendo com que todos começassem a estranhar o que havia dito, até mesmo minhas meninas — E, estando ela sem capuz, realmente pude reconhecê-la. A tal Archer era... Zöe.

No momento em que pronunciei o nome dela, meu pai se levantou furioso de seu trono, segurando sua arma divina e fazendo com que o cheiro de ozônio fosse sentido por todos no local. Irritado, bradou sem pensar no que dizia:

— Eu sabia que não deveríamos confiar naquela filha de Atlas! Deveríamos ter feito com ela o mesmo que fizemos com Calipso, trancando-a em alguma ilha distante para que jamais pudesse ser vista! — disse ele, sem nem mesmo perceber as coisas mais simples a se considerar depois de minhas palavras. Felizmente, Athena interviu, controlando o humor de nosso pai como costumava fazer, com suas observações racionais e lógicas. As caçadoras queriam se pronunciar, mas o senso de autopreservação delas falou mais alto, fazendo-as esperar o fim da reunião para fazerem suas perguntas para mim.

— Espere, meu pai. Zöe não ficou ao lado dos titãs na guerra, não havia como ela receber a mesma punição de Calipso. Além disto, serviu fielmente a sua patrono por mais de dois mil anos, recebendo congratulações de heroína ao finalmente ser liberada do serviço. Mesmo agora, após lutar com Ártemis, alega ser tão fiel ao Olimpo quanto fora a ela. Se tudo o que escutamos for verdade, podemos concluir duas coisas disto — disse ela, continuando rapidamente ao falar depois de receber um olhar indignado meu por sequer pensar em dizer que eu havia mentido sobre algo tão sério perante o conselho — Primeiro: ela continua fiel ao olimpo de alguma forma, se estiver dizendo a verdade.

— O que obviamente não está. — falou Dionísio, em um muxoxo sem animação alguma.

— Que seja. — continuou a deusa da sabedoria — Segundo: ela não mais é fiel a Ártemis, por ter dito que é tão fiel ao olimpo quanto um dia havia sido a ela. — pronunciou, sublinhando com a voz o termo um dia e continuando logo a falar antes que pudesse ser novamente interrompida — Terceiro: alguma entidade muito poderosa removeu ela de seu descanso eterno e fez dela sua subordinada. Os motivos desse ser nos são ocultos, mas se eles conseguiram se esconder de nós até o momento, não creio que realizar uma procura as cegas seja mais efetivo. — encerrou.

— E o que você sugere que façamos, Athena? Esperemos sentados que eles libertem todos os titãs? — falou novamente Poseidon, sendo fuzilado com o olhar por sua rival. Antes mesmo que ela pudesse lhe responder com toda a gentileza que lhe cabia ao falar com o senhor dos mares, Hades interviu, mais pálido do que jamais o vira antes.

— Na verdade... Acho que eles já fizeram isto. — falou o senhor dos mortos, fazendo com que todos quase saltássemos os olhos das órbitas de susto, tamanha fora a surpresa do que fora dito. — Lembra-se que vim aqui falar com você sobre um assunto urgente antes da chegada de Ártemis, irmão? Pois é, era exatamente o que tinha a falar contigo. De algum modo, todos os titãs sumiram de suas clausuras no Tártaro, como se estivessem completamente regenerados e com seus poderes no ápice, o que sabemos ser impossível. Ou ao menos seria... — iniciou ele, fazendo-me predizer suas próximas palavras e dizê-las antes dele.

— Se estivessem sozinhos. — completei, fazendo com que ele concordasse com a cabeça.

— Então, o que faremos? A situação é muito pior do que imaginávamos. Por mais que não possamos ficar procurando as cegas, precisamos fazer alguma coisa! — falou Deméter, dando a brecha que Athena necessitava para falar a todos o que pretendia.

— Nossa melhor opção no momento é guardar nossas forças. Vamos enviar um grupo de semideuses em missão para encontrar o inimigo e, se encontrarmos pistas sobre seu paradeiro, enviamos um ataque contra eles. O inimigo está organizado e tem algum tipo de objetivo em mente. Uma vez que descubramos onde estão, poderemos esmagá-los. — falou Athena, recebendo murmuros de apoio da maior parte dos presentes.

— E não é melhor descobrir primeiro qual é o objetivo deles e se realmente são nossos inimigos antes de tomar uma atitude desta? — falou Héstia, chamando a atenção de todos. Ela raramente expressava sua opinião desde a decisão do conselho quanto a Perseus Jackson, três anos atrás, de modo a ela finalmente se mostrar disposta a falar refletir ou que ela finalmente havia superado o ocorrido ou que a situação era tão alarmante que nem mesmo ela poderia ficar quieta.

— Eles libertaram os titãs, Héstia. É óbvio que são inimigos! — rugiu o rei dos deuses, fazendo com que novamente sentíssemos o nada agradável aroma de sua impaciência.

— Inimigos ou não, é certo que precisamos dar um jeito na situação o mais rápido possível. Contatem o acampamento e digam a Quíron e Lupa sobre a missão. O que devemos discutir agora é outra coisa. — iniciou Athena, enquanto pequenos relâmpagos eram gerados do raio-mestre de meu pai, ao passo que ele completou.

— Sim. Se Zöe é a tal de Archer... Quem é Berserker?

[ . . . ]

P.O.V. Archer (Zöe)

Ao passo em que terminei minha conversa com Caster, iniciei uma marcha em passos rápidos até o alto da montanha, escutando sons metálicos cada vez mais altos e constantes por parte do local onde provavelmente se encontravam Berserker e meu pai. Esperava que meu progenitor não fizesse nenhuma besteira, pois, mesmo sendo imortal, demoraria um bom tempo para ele se recuperar caso fizesse meu aliado lutar realmente a sério. Chegando finalmente na área onde os sons se originaram, encontrei exatamente o que imaginava.

Ao fundo, segurando “o céu”, se encontrava um estranho autômato de aproximadamente seis metros de altura, uma das obras de Caster. Teoricamente, apenas seres vivos poderiam fazer tal façanha, impossível para até a melhor das máquinas, mas as habilidades de Caster sempre me haviam sido incompreensíveis.

Em frente a mim, estavam meu pai, brandindo sua lança em um golpe direto e feroz contra um Berserker imóvel, envolto por uma fina névoa negra. O guerreiro de armadura parecia completamente a mercê do ataque do titã, mas eu sabia muito bem que isto não era verdade. No último momento, quando seria acertado pela arma, Berserker moveu seu corpo para o lado, saltando para cima da cima da imensa lança de meu pai, que ao ver que seu inimigo pretendia utilizar sua arma como um caminho até si, inteligentemente o lançou para o ar com força, pronto para acertá-lo enquanto caía.

Atlas não tinha o título de General dos titãs a toa, era um excelente combatente e um magnífico estrategista, podendo bolar estratégias capazes de vencer praticamente qualquer um. Mas não a Berserker. Enquanto era lançado ao ar, pude ouvir a voz de Berserker gritar, excitada:

— Primum clauditis, viginti sentio! — arregalei os olhos ao ouvir aquilo, era uma péssima notícia. Após dizer tais palavras, a névoa negra que cobria seu corpo tornou-se muito mais densa do que era antes, exalando um terrível poder e fazendo novamente perder o controle, tamanha era sua sede por sangue.

Mesmo para Lorde Caos, parar Berserker era uma tarefa difícil. Em nosso caso, por falta de poder, no caso de nosso patrono, pela dificuldade de fazê-lo sem machucar a um de seus protegidos. De um modo ou de outro, tudo o que podia fazer agora era observar e, se necessário fosse, tentar intervir.

Enquanto caía do céu em altíssima velocidade, a espada na mão de Berserker brilhou nos mesmos tons de sua lâmina enquanto o homem cortava o ar furiosamente, gerando a partir de seu poder um emanar energético na forma de uma lâmina, que foi projetada da arma na direção do titã. Surpreso, este girou sua lança para defender o ataque que era tão grande quanto seu próprio corpo, sendo arrastado para trás pelo ataque que possuía a mesma cor da aura do guerreiro furioso, mas conseguindo defendê-lo.

O que meu pai não poderia esperar era que seu oponente conseguisse realizar o poderoso ataque que utilizara naquele momento por vezes consecutivas. Sem nenhum padrão de escolha ou estratégia, Berserker continuou a atacar com lâminas de poder puro, que foram aumentando cada vez mais a velocidade e a força. Parecia que ele não iria parar até matar seu oponente, que era exatamente o que não desejávamos. Sempre me surpreendia ao ver como o bondoso Berserker conseguia mudar da água para o vinho quando entrava em combate. O que teria acontecido com ele para mudar tanto assim nestes momentos críticos? Acabei sendo despertada de meu devaneio por um grito de Atlas, que urrou furioso:

— Não sei quem é você, mas com certeza sabe lutar. Mostre-me o que mais você sabe, lutador misterioso! — disse ele, concentrando o poder que lhe dera o título de titã da força em sua lança e atacando com uma velocidade sobrehumana ao combatente de armadura. Ao notar o ataque de seu oponente, Berserker agiu. Sua espada brilhou em um tom ainda dourado, mas um pouco mais fosco do que antes, enquanto em uma velocidade absurda, que ia além do tempo de reação de qualquer humano, mesmo que imortal, desviou do ataque de meu pai e novamente projetou um ataque como os últimos, mas com uma quantia de energia muito superior a todos os demais unidos. Se aquilo acertasse meu pai era morte na certa por, no mínimo, cinquenta anos.

O titã arregalou os olhos ao ver o que Berserker havia feito e, sem tempo de reação, principalmente por estar pasmo por uma coisa que havia notado, nada fez. Felizmente, parecia que milorde estava de olho na situação, pois um vórtice foi formado na frente do titã, sugando o ataque massivo de meu companheiro. Imediatamente aproveitei minha chance para retirar de minhas vestes um aparato que fora desenhado pelo próprio mestre Caos e reproduzido por Caster e Rider, que, supostamente, conseguiria fazer o estado de descontrole de Berserker retrair. Lançando a esfera metálica nele, vi esta  se desdobrar em seis braços metálicos, formando uma estrutura semelhante a uma aranha que, de imediato, agarrou a armadura do guerreiro, fazendo-o ajoelhar-se no chão gritando descontroladamente. Tal ação durou por uns dez segundos, até que ele parecia realmente haver voltado ao normal. Arfava com certa dificuldade, como se estivesse no limite entre o controle de suas próprias ações e a loucura, mas parecia que ficaria bem. Ou ao menos era o que eu esperava, já que o aparato que lançara nele havia sido completamente destruído pelos poderes que tentara suprimir, mesmo que, felizmente, tenha alçado seu objetivo, suprimindo a imensa força do homem.

— Você... — falou meu pai, de olhos arregalados, fitando a espada de Berserker — Esta aura é... o poder da foice de Cronos! Mas como!?

Ao ouvir tais palavras, fechei os olhos, suspirando pesadamente. A noite seria longa, com todas as explicações a serem dadas sobre quem éramos e o que desejávamos. Fora assim por doze vezes, com lutas ocorrendo e todos pasmos pelas habilidades de meu companheiro de combate, conosco tendo que explicar após uma desagradável luta tudo o que tínhamos a fazer antes de levá-los junto a Lorde Caos. Felizmente, este era o último dos titãs que libertávamos, nosso trabalho final nesta leva, por assim dizer. Restava agora levá-lo para junto de nosso mestre para que ele pudesse começar seus planos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura, pessoal. Se gostaram, não esqueçam do review, se possível, com sua opinião sobre o capítulo e o voto da enquete (caso ainda não tenha votado). Se gostaram muito, adicionem aos favoritos e indiquem aos amigos. Como sempre, recomendações também são bem vindas. A votação para o ship principal da fic irá se manter até o momento em que eu postar o capítulo cinco, como dito anteriormente.

Comentem, são vocês que me incentivam a continuar escrevendo mais e mais!