O Emissário Do Equilíbrio escrita por LordRyuuken


Capítulo 10
Reflexões e um desafio


Notas iniciais do capítulo

Eu sei. O que eu fiz foi uma sacanagem. Errei, e errei feio, foi mal. Estava com muitos planos e idéias na cabeça, e sem um roteiro formado de como e onde estes seriam encaixados na história, então fiz uma pausa nas postagens para me programar. Infelizmente, a pausa virou férias, que se transformou em uma demissão. =P

Quando já estava com tudo pronto, foi a dificuldade de voltar a escrever que me acometeu. Normalmente, escrevo um capítulo da fic em duas horas, no máximo três. Para formular este, levei alguns dias, mas já estou quase terminando o próximo, estou voltando a forma. kkk'

Para compensar meu erro, farei o seguinte: no exato momento em que a história tiver 20 reviews no capítulo mais recente, irei postar um novo capítulo. Do contrário, tentarei postar o mais rápido possível, e sim, agora pretendo cumprir o prazo máximo que lhes prometi: três dias, no máximo!

E bola pra frente, pois "O Emissário do Equilíbrio" está de volta! Antes que eu me esqueça: capítulo dedicado ao "Filho do Mar". Obrigado pela recomendação(ainda que há dez mil anos atrás, como diria Raul).



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P.O.V. Percy


Eu poderia imaginar muitas coisas daquele teste, mas, certamente, não passou em momento nenhum por minha mente o que acabou por ocorrer. Pelo visto, Annabeth, logo ela, havia conseguido superar não apenas o primeiro teste de forma que eu mesmo julgava ser impossível para qualquer um deles, mas contornou a dificuldade monstruosa que eu havia imposto ao tortuoso caminho que ela escolhera utilizando o que, aos olhos de todos, era o objetivo do segundo teste. Suspirando pesadamente, caminhei até ela e a tomei em meu colo. Certamente não nutria mais nenhum sentimento de carinho ou afeição para com ela que pudesse vir a retomar nossos laços românticos, mas ela havia me surpreendido realmente. De certo modo, poderia dizer que não nutria mais um ódio real por ela, mas tampouco a amava. Quanto a este tipo de assunto, tudo o que ela teria era minha indiferença.

Escaneando o local com o olhar, pude ver do sorriso de alguns campistas ao ver que eu havia sido, de certa forma, superado ao boquiabrir de meus companheiros, que estavam tão surpresos com o ocorrido quanto eu. Dando de ombros, me aproximei de um filho de Apolo e coloquei minha ex em seu colo, pedindo para que ele a levasse até a enfermaria em um sussurro. Feito o pedido, o rapaz deixou o local, seguindo minhas instruções enquanto eu, sem mais o que fazer naquele momento, virei-me na direção dos demais desafiados e fiz um movimento com a mão, fazendo as paredes se desfazerem em pó, que foi levado pelo vento. Mais uma vez, a surpresa nos olhos de todos era nítida, mas, sinceramente, aquilo não me era importante agora. Pigarreando para que retomassem a atenção ao mundo real, comentei, sem muita emoção:

— De mil e setecentos campistas, duzentos e quinze foram capazes de superar o primeiro teste. Fase um encerrada. — imediatamente os protestos começaram, obviamente, por parte dos fracassados.

Entre o burburinho dos reprovados escutei diversas perguntas, muitas delas idiotas e desnecessárias de receber qualquer atenção. Entretanto, houve uma a qual não pude me esquivar:

— Por que fazer este teste idiota? Você não poderia simplesmente ensinar a nós todos, sem fazer distinções ou ter preconceitos de ensinar apenas aos mais fortes? — revirei os olhos enquanto ele continuava a falar, sendo que, ao final da segunda pergunta, ele mesmo continuou a falar em um discurso longo e irritante, que não irei narrar por, sinceramente, não haver sequer escutado. Aquele era o típico caso de garoto que seria um excelente político, por saber manipular a multidão com o que falava, mas não conseguia formar duas palavras que não expressassem ideologias idiotas. Provavelmente ele falou sobre bullying, preconceito, distinção de pessoas pelo poder... Aquele discurso de igualitarismo era simplesmente irritante a meus ouvidos, de modo a, em um ponto de sua fala, eu haver simplesmente entrecortado o que dizia:

— Você acha mesmo que, se eu pudesse ensinar a todos assim, tão facilmente, eu não o faria? Para início de conversa, o que eu medi neste primeiro teste não foi força e, se você foi incapaz de notar isto, não foi a toa que reprovou no exame. — parei por um momento para tomar fôlego e acalmar minha mente, antes de continuar — As pessoas e os seres são diferentes uns dos outros. Se todos fôssemos iguais, nenhum humano teria de se submeter a vontade dos deuses ou fazer qualquer coisa em nome deles. Se você está aqui, é por ordem deles e só isso já prova que existe uma hierarquia nas coisas. Quem deseja ascender nesta, precisa provar seu valor. Não estou aqui para fazer caridade a ninguém, muito pelo contrário. Se estamos aqui dispostos a lhes ajudar, é por desejar algo em troca. Além disto, esse seu discurso hipócrita só está sendo feito por você ter falhado no teste. Não estou vendo nenhum dos aprovados resmungando no meu ouvido e, certamente, se você tivesse passado, também estaria calado.

Sabia muito bem que as palavras duras que havia escolhido viriam com uma consequência, mas não imaginava que esta seria tão ensurdecedora. Diversos campistas começaram a protestar contra minha decisão, concordando com o que o rapaz havia dito. O próprio líder da pequena revolta dos presentes também mostrou sua face, retrucando de forma enérgica.

— Mentira! Eu faria isto independente de ter passado ou não! Estou falando do que é justo!

Um pequeno sorriso ferino surgiu em minha face ao ouvir o que ele havia dito. Testar a veracidade do que ele havia dito era mais do que fácil.

— Muito bem então. Se é isso o que você está me dizendo, creio que eu deva acreditar em você. Ainda assim, como um adianto, posso lhe assegurar que a falha no segundo teste não trará consequências tão pouco sensíveis. Aqueles que foram capazes de superar meu primeiro teste estarão, neste segundo, arriscando suas próprias vidas. Se você quiser se juntar a nós, fique a vontade, mas eu lhe garanto, se você não conseguiu superar meu primeiro desafio, a falha no segundo é certa. — meus olhos se fechavam enquanto um suspiro escapava mais uma vez de meus lábios, um hábito que há muito havia adquirido, como em um exercício de visualização que fazia toda minha raiva ou preocupação se esvair como se estivesse sendo lançada através de meu sopro.

Eu era claramente capaz de vislumbrar as engrenagens embaixo da cabeça daquele garoto maquinando, com a mente dele tentando processar o que eu havia dito. Era evidente o fato de ele desgostar da possibilidade de morrer, ninguém no mundo pode afirmar que a morte é um de seus objetivos (ou, ao menos, nenhuma pessoa mentalmente sã). Apesar disto, ele já havia mordido minha isca e nem mesmo havia percebido isto. Enquanto pensava se faria o teste ou não, ele provou meu ponto: apenas aqueles que não teriam a oportunidade de fazer o segundo teste protestariam para participar dele. Enquanto se preocupava com a possibilidade de sua própria morte, não se deu conta que acabou por abandonar os próprios companheiros, colocando por detrás seu próprio ponto de vista. Apesar disto, eu o compreendia. Não havia motivo para os que tiveram sucesso em enfrentar o desconhecido para retornarem a uma posição de risco, enfrentando-me pelo bem dos demais. No fim das contas, eram todos egoístas. Por todos, incluo até mesmo a mim.

Há muito, eu era uma pessoa diferente. Um herói diferente, se é que em algum momento eu realmente pude responder por esta alcunha. Fora o tipo de pessoa que não se importava em sacrificar o mundo, se pudesse salvar a um amigo. A lealdade era meu defeito fatal, conforme me fora dito há tanto tempo. Não sei se por minha felicidade ou infortúnio, mas eu não era mais assim. Ou melhor dizendo, até o era, mas minha lealdade já não era mais exatamente a mesma. Obviamente, se estivesse dentro de minhas capacidades, eu iria tentar ao máximo manter a todas as pessoas por quem luto em segurança, mas não era mais tão ingênuo ao ponto de garantir que ninguém iria morrer. Nesta guerra contra Tehom, independentemente do que acontecer, eu deveria seguir em frente. Mancharia minhas mãos de sangue, se fosse preciso, e o faria cada vez mais. Esta seria a única forma de honrar àqueles que já caíram em batalha. Talvez pensar assim fosse um tanto quanto egoísta e até mesmo mentiroso, mas era uma máscara que eu precisava utilizar durante a noite, para poder fechar meus olhos em paz.

Por muito estes pensamentos me preocuparam, fazendo-me pensar se não estava me vertendo ao lado das trevas para mudar tanto assim, mas, no fim das contas, foi Lorde Caos que me abriu os olhos. Eu não gostava das trevas dentro de mim, nem um pouco. Apesar disto, precisava reconhecer sua existência para poder enfrentá-la, e foi o que eu fiz. Se meus combates, sejam os internos ou as lutas que travei contra deuses e monstros por toda minha vida teriam algum sentido no fim de minha jornada, eu não sabia.

Percebendo que minha cabeça já estava divagando demais, não pude conter uma risada. Eu estava, literalmente, pensando demais. Se tivesse feito isto anos atrás, minha mente provavelmente haveria se rompido. Foram as mudanças dentro de mim que me permitiram virar o que era hoje. Virando as costas para os presentes e deixando-os reclamar com seu próprio amigo, que já não mais tinha nenhum argumento para me atacar, mudei o assunto do tópico de minha mente enquanto sacava minha Vortigern recém materializada, cortando o ar para abrir passagem para minha morada.

“Foram as mudanças dentro de mim que me permitiram virar o que era hoje.” Isto era verdade, sem sombra de dúvidas. Apesar disto, seriam tais mudanças necessariamente algo bom? Tanta coisa já havia acontecido que nem mesmo eu mais sabia o que era certo ou o que era errado. Nem mesmo Lorde Caos o sabia com total certeza, segundo havia me dito. Era um fato que eu havia aprendido a lidar muito melhor com meus impulsos, conseguindo controlar e coordenar minhas ações com perfeição. Todavia, no fim das contas, qual havia sido o preço desta mudança? Não seria toda esta “ordem” algo ruim?

Enquanto balançava minha arma no ar despreocupadamente, brandindo-a de modo gentil, como se apenas desejasse ouvir o som do ar sendo cortado por meus movimentos enquanto pensava, continuei a matutar. Recordava-me muito bem das palavras de Lorde Caos, e, provavelmente, todos no acampamento também o faziam. O símbolo do criador era a luz, a personificação da liberdade. Entretanto, desde que conhecera a divindade a qual agora servia, ao invés de aumentar e intensificar meu lado indomado, eu acabei por conhecer a lei.

Criara clausuras para meu corpo e mente na esperança de, com isto, conseguir controlar melhor minha natureza e ao que eu era. Irônico, para quem até o momento sempre afirmou que “era como o mar, indomável”. Talvez este pensamento tenha mudado por conta do desafeto que agora possuía, gerado pelas ações de meu pai. Ser um filho do mar, desde que havia sido expulso do acampamento, não era tanta coisa assim.

De fato, quem sabe meus pensamentos estavam corretos? Meus palpites poderiam muito bem ser verdadeiros, ou assim eu esperava. Ou melhor dizendo, implorava ao destino que fosse. A outra possibilidade simplesmente me era temerosa demais para se pensar. Não poderia ser por causa daquilo, de forma alguma. A mera aparição de tal idéia em meus pensamentos fazia com que o sangue em minhas veias bombeasse mais forte, o coração batendo a mil e a aura que usualmente continha em mim começando a ser exalada. Sabia que, se continuasse me atormentando, não suportaria por muito tempo.

Conhecendo meus limites melhor do que em outrora, fui capaz de me segurar e novamente relaxar, se é que isto era possível. Não sei exatamente quantos minutos se passavam no relógio, mas, em meio a estes, permanecia apenas com os olhos cerrados, como se estivesse dormindo. Minha espada, por incrível que pareça, ainda pendia de minha mão destra, como se estivesse unida a esta por alguma força mágica e ancestral.


[ . . . ]


Passou-se um minuto, uma hora ou um dia inteiro? Eu não sabia exatamente, já que, desde que obtivera a imortalidade temporal, o transcorrer das cadeias de Chronos me eram um pouco confusas. Haviam momentos em que um segundo parecia demorar uma hora, e dias que se passavam em minutos. Sei que muitos mortais tem essa sensação, ou ao menos dizem tê-la, eu mesmo usei essa expressão várias vezes, mas é preciso estar no meu lugar para entender a diferença. Ao contrário dos mortais, ao dizer que um segundo parecia demorar uma hora, eu me referia a isto literalmente!

Enfim, parando com minhas divagações (que já estão ficando bastante chatas e, certamente, já o fizeram fechar esta obra; se não fizeram, parabéns pela paciência), enquanto o tempo me enganava quanto a seu transcorrer, uma luz rubro-carmim foi emitida de um abajur próximo a mim. Parando para melhor notar a luz emitida, percebi a forma de um arco nas ondas luminosas: era um sinal de que Archer precisava falar comigo, o único método que eles tinham para comunicar-se comigo quando me encontrava dentro da dimensão de Vortigern. Nem mesmo Lorde Caos podia entrar neste plano dimensional com facilidade. Na verdade, por ser quem é, talvez ele seja àquele que tem mais dificuldade para isto — pensei.

Erguendo-me mais uma vez de meu leito, cortei por dentre o espaço mais uma vez, gerando uma fenda dimensional que me levasse até junto de minha companheira. Eu não possuía grandes habilidades com o rastreio de energias divinas (ao menos, não sem usar poderes que eu preferia evitar), mas a aura de Zöe era bem peculiar. Surgindo bem a seu lado, arqueei a sobrancelha ao notar que estávamos sozinhos. Pensei, em primeiro momento, que havia sido chamado por algum contato que os deuses haviam feito, algum pedido idiota ou algo do tipo. Não estando ali, provavelmente, não tinha nada a ver com eles. Infelizmente, me enganara mais uma vez (mesmo que estivesse melhor no raciocínio, minhas deduções finais ainda estavam tão ruins quanto antes, talvez eu seja mesmo um cabeça-de-alga).

— Berserker — falou ela, fitando-me com certo receio.

Normalmente, ela não possuía tais cordialidades comigo, de modo a se acabou por começar seu discurso desta forma, boa coisa não ser. Talvez estivéssemos sozinhos como uma precaução desta para eu não matar ninguém (e quem diria, desta vez acertei em cheio!). Meneando a cabeça para que ela continuasse a falar, escutei em seguida o prosseguimento de suas palavras:

— Temos… bem… um pedido dos deuses. — minha cara se fechou mais ainda ao ouvir estas palavras, enquanto ela, percebendo meu já aparente desagrado, continuou, ainda com cautela no que dizia — Eles ordenaram que fizéssemos demonstrações de nossas habilidades, para incentivar os campistas a passarem nos testes, fazendo assim com que mais pessoas sejam aprovadas e nosso contingente de batalha aumente.

A idéia em si não era ruim, mas o contexto dela não me era nem de longe satisfatório, de modo a minha resposta ser, basicamente:

— Eles ordenaram? Será que ainda acham que estão falando com quem éramos antes? Aquele Drama Queen está precisando de outra surra, por acaso? — falei, tentando suprimir meus instintos agressivos.

Já me conhecendo muito bem, e, principalmente, estando familiarizada com os melhores métodos para me acalmar, Archer pousou sua mão sobre meu ombro e comentou, tranquila, porém divertida:

— Não seja um estraga-prazeres, vai. Você sabe que, no fundo, não é uma idéia ruim. Podemos colocar Noah contra Hunter e eu e Luke contra você. Quem sabe, após darmos uma demonstração de parte de nosso verdadeiro potencial, não ganhemos um pouco de respeito?

Ao escutar suas palavras, uma idéia surgiu em minha mente, acompanhada de um sorriso nefário que demonstrava com clareza a natureza daquilo que me havia brilhado como uma via para responder sem grandes confrontos ao pedido dos deuses e, ao mesmo tempo, me divertir:

— Fale com os deuses que aceitamos as lutas-treino. Entretanto, estas não deverão ocorrer da forma que você falou. As duplas entre você, Saber, Lancer e Assassin podem ser decididas na configuração que você achar melhor, mas eu? Meu adversário, se eles quiserem que haja algum movimento nesta prática por nossa parte, será um olimpiano. Eles mesmos podem escolher. Vejamos se alguém dentre eles é nobre o suficiente para escolher apanhar para mim — constatei, com um pequeno sorriso pousado na face.

Talvez estivesse sendo um pouco arrogante ao pensar que eles não teriam a mínima chance contra mim, cometendo o mesmo erro que eles faziam nas raras ocasiões que apareciam no palco principal, como minha luta de esgrima com Ares. Porém, era indubitável que, na maior parte dos aspectos, a diferença entre mim e os moradores da habitação divina era maior do que a entre o céu e a terra. Isto não se devia exatamente a uma fraqueza deles, mas a um orgulho venenoso que possuíam, que normalmente acometia com facilidade àqueles no poder. Estavam acomodados, sentados em seus troninhos de ouro, com ambrosia e néctar a mão, apenas observando o mundo, trabalhando aqui ou acolá e, obviamente, tendo mais filhos do que um coelho. Enquanto permanecessem desta forma, eu não teria o que temer.

Ao virar-me para o local onde antes estivera Archer, agora não havia mais ninguém. Mais uma vez, as coisas pareciam sumir da minha vista antes que eu pudesse me concentrar no que me rodeava. Era como se minha hiperatividade se concentrasse toda em meus pensamentos, gerando um turbilhão de idéias e constatações. De certo que noventa e nove porcento delas são de cara, no mínimo, desprezíveis, mas, foi desta forma que obtivera algumas de minhas melhores técnicas. Enquanto os demais comemoravam ou lamuriavam seus resultados em meu teste, estava na hora, mais uma vez, de treinar um pouco e afiar mais uma vez a lâmina de minha espada.


[ . . . ]


Ao cair da noite, terminei meu treinamento, realizado com uma série de magias e divinações de proteção em área para guardar o que estava a praticar. Estava prestes a ir até o refeitório, já que, segundo um dos pedidos de milorde, quando ainda estava para ser apresentado a meus já conhecidos “novos” companheiros, precisava unir-me aos demais campistas em ao menos uma refeição por dia.

Ao passo em que me aproximava dos presentes, observava suas faces virando para mim, tentando me analisar de alguma forma, como se eu fosse um estranho. Vindo deles, anos atrás, me seria um insulto. Atualmente me era um prazer. Evidentemente, nem todos poderiam ser ditos como culpados de todo o infortúnio que havia se passado comigo, muito pelo contrário. Mesmo assim, era uma forma de distinção, um símbolo — como a modificação em meu penteado — que eu não era mais o mesmo. Tivesse ou não suas consequências nestas mudanças, não poderia dizer que estava descontente com o fato de não mais ter que abaixar a cabeça a tudo e a todos.

Enquanto voltava minha atenção para os campistas presentes, mal pude notar a aproximação de meus próprios companheiros. Luke pousava um pequeno sorriso na face, enquanto Zöe parecia preocupada com meu desafio (como sempre, ela conseguia ir de um estado de total desprezo a uma preocupação intensa para com os outros, vai entender). Noah não parecia emitir nenhuma reação ou demonstrar emoção, mas, já a conhecendo razoavelmente bem, conseguia realizar precisas leituras por dentre aquela máscara de gelo. Ela estava entediada, e logo não estaria mais, sendo grata por isto. Como eu sabia? Um palpite, talvez. Entretanto, um que veio a se provar verídico, visto o fato de sua oratória o confirmar logo em seguida, com sua doce voz sopranil ressonando suavemente conforme suas palavras:

— Os deuses aceitaram seu desafio. As lutas deverão acontecer na arena, às duas horas da tarde. Esta será preparada por Hefesto para um evento desse porte, que será transmitido por toda a TV dele. Primeiro será a luta entre Saber e Archer. Depois, entraremos em cena eu e o pervertido do Assassin. Por fim, você irá lutar. A deusa Ártemis concordou em lhe combater.


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Notas finais do capítulo

Quanto a Annabeth, que gerou vários comentários nos reviews, é necessário que ela passe, que continue a se desenvolver. Ela tem seu papel na história, só não será ao lado de nosso Berserker, então, por favor, aguentem.

Também sei que este capítulo foi mais sobre reflexões e pensamentos em geral do que ação em si, mas, no futuro, vocês irão entender a importância de momentos como este para a história. Obviamente, não pretendo ficar de enrolação e deixar as lutas de lado. Para o próximo capítulo, como vocês já devem ter notado pela deixa ao final: ação, mais ação e um pouco mais de ação!

Por fim, apesar de não achar que deveria colocar isto, devido a meu sumiço, me despeço com o habitual:

Se gostaram, por favor, comentem. Se realmente gostaram, indiquem aos amigos, adicionem aos favoritos e, se possível, recomendem. Até a próxima!