Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 56
Capítulo 56: Luau


Notas iniciais do capítulo

*rashguard: um camisa atlética feita de spandex e nylon ou poliéste.



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Sam caminhou calmamente ao longo da praia e viu Blaine pelo canto do olho. Blaine estava obviamente tendo problemas arrastando uma grande prancha de lado e gemendo baixinho, mas tentando ser discreto sobre isso. Sam parou por um segundo e pegou a cauda da prancha quando Blaine passou.

Ele enfiou debaixo de um braço com sua prancha debaixo da outra.

— Eu posso fazer isso sozinho! — Blaine protestou, tentando andar mais rápido para chegar perto de Sam.

— Eu tenho certeza que pode.

— Por que eu tenho que ter uma prancha gigantesca? — Blaine lamentou. — Eu quero uma pequena como a sua.

— Quanto melhor você fica menor sua prancha vai ficar.

Blaine tentava acompanhar o amigo na caminhada, mas o loiro parecia com pressa. Sam balançou a cabeça e parou de andar até Blaine se endireitar novamente.

— Por que você não decorou a sua com adesivos? — Blaine perguntou.

A prancha de Sam era branca. Tinha três barbatanas, cera na plataforma, e uma ampla faixa azul que vai de cima ao lado direito. Havia um pequeno design de "E" preto perto do nariz.

— Eu gosto dela assim.

— O que é "E"?

— Encantador. — Sam piscou e Blaine revirou os olhos, empurrando o amigo no ombro. — É apenas Evans.

Eles caminharam em silêncio até Sam pedir para parar. Eles foram um pouco mais longe do cais onde Sam geralmente surfa. A ruptura externa era plana, mas a turbulência era forte e consistente, perfeita para um iniciante.

Sam alinhou suas pranchas na areia enquanto Blaine tirou sua camiseta, revelando seu abdômen. Sam jogou a ele uma rashguard* azul.

— Por que eu não posso usar uma roupa de mergulho?

— Claro, se você quiser uma insolação. A Flórida é quente demais para isso.

Blaine cantarolou e examinou o artigo de vestuário. Gostava de azul, ele pensou antes de vestir pela cabeça.

— Você realmente não precisa usar para uma prancha de espuma, porque eles são suaves, mas já que é a primeira vez, seria muito fácil do que fazer sem camisa. Você não precisa de cera, então, nós estamos ignorando esse passo.

Sam puxou a camiseta sobre a cabeça, ficando apenas em um short-bermuda. Os olhos de Blaine estavam sobre o amigo, mas tratou de desviar o olhar. Sam exibia o seu tonificado abdômen. Era fácil dizer por que Kurt já tinha se sentido atraído facilmente pelo loiro.

— Ok Blaine, está é uma prancha de surf. — Sam agachou-se ao lado de sua prancha e olhou para cima para se certificar que Blaine estava prestando atenção. — O meu é um shortboard, o seu é um foamie. Ela tem um nariz, uma cauda, uma viga no meio, barbatanas, e os lados são chamados de trilhos. A coleira serve para quando você cair ou se desenrolar da prancha não cair inconsciente, ok?

Blaine assentiu com inteligência.

— E as barbatanas são removíveis ou de vidro.

— Stevie?

— Ele me ensinou esta manhã.

Sam não estava surpreso. Steven gostava de partilhar tudo, sorrisos, pranchas de surf, conhecimento, comida.

— Agora, para praticar como emergir, você precisa estar na prancha, dedos do pé na cauda. — Sam viu Blaine entrar em posição. — Mover os braços como se estivesse remando. — Sam demonstrou ainda agachado na sua própria prancha. — E, em seguida, pegar os trilhos, flexionar em uma posição, trazendo uma perna para cima, de modo que você está de joelhos, e depois se levantar se você se sentir equilibrado o suficiente.

Blaine remou os braços, murmurando para si mesmo e franzindo a testa em concentração.

— Então...  Flexionar para a posição, e então... — Blaine parou e olhou para Sam.

— Uma perna para cima na frente de você, como se estivesse em uma estocada.

Depois de mais algumas aulas teóricas, Blaine cumpriu os movimentos pelo menos vinte vezes sobre o olhar de aprovação de Sam. Quando eles entraram na água, uma vez que Blaine percebeu que ele poderia controlar sua velocidade e sua direção, ele começou a remar ao lado de Sam. Ele ficou ainda mais entusiasmado, rolando fora de sua prancha após montá-la e nadar o mais rápido que podia para a água alta. Ele tentou aparecer várias vezes, e Sam aplaudindo sempre que ele conseguiu pegar uma onda nos joelhos.

Sam ficou apenas flutuando ao redor e observando, deixando as pequenas ondas quebrarem contra a parte de trás de suas pernas.

Depois de quase uma hora na água, Blaine levantou-se em sua prancha. Ele congelou toda vez que fez isso, com medo de cair e cerrou os punhos e gritou em voz alta, esperando que Sam estivesse assistindo. Depois de várias tentativas falhas, Blaine conseguiu certo equilíbrio em cima da prancha. Um sorriso em seu rosto era a prova disso.

Ambos voltaram para a loja e guardaram suas pranchas. Como a casa não era tão distante e a kombi estava sendo usada, eles voltaram a pé. Blaine não parava de tagarelar sobre como tinha sido a aula e dizia o quanto mal podia esperar para a próxima. Sam apenas ria da empolgação do moreno. A caminhada demorou no máximo 15 minutos, porque Blaine parou quando viu uma sorveteria no caminho e comprou uma casquinha de duas bolas, chocolate e morango.

Kurt viu quando o namorado e amigo atravessaram a porta da entrada. Ele percebeu que o namorado parecia agitado. A camisa que Blaine usava estava presa em torno de sua barriga e seus olhos estavam vermelhos da água salgada. Seu riso era alto e infeccioso.

— O que é tão engraçado? — Kurt perguntou, sentando no grande sofá.

— Kurt, foi tudo tão incrível! Eu consegui ficar em pé sobre a prancha na minha primeira aula de surf! — Blaine tinha um grande sorriso nos lábios. Seus braços estavam no ar e seu cabelo estava penteado para trás. — Eu mal posso esperar para amanhã.

— Foi incrível. — Sam concordou.

— O que foi tão incrível?

Todos se viraram em direção da porta e arregalaram os olhos com o que viam. Não era possível! Ninguém menos do que Quinn Fabray estava ali. A sobrancelha arqueada, as mãos na cintura e o sorriso brilhante preenchendo seu rosto. O cabelo antes curto em Nova York, agora estava um pouco abaixo dos ombros. Vestia um lindo vestido floral e ao lado dos seus pés algumas bagagens.

— Quinn? — Disseram em uníssono.

Ela assentiu e ergueu os braços para seus amigos.

Blaine imediatamente correu em direção a loira, que gargalhou alto quando sentiu os braços fortes do moreno lhe rodopiando em meio de um abraço. Era impossível evitar aquele sorriso no rosto de ambos. Depois de quase ficar tonta, Quinn firmou os pés no chão e olhou para Blaine. Ela não tinha ideia de quanta era sua saudade do moreno até encontrá-lo. Ela nem sabia quando seus olhos começaram a lacrimejar. Sam foi o próximo, que puxou a amiga em um apertado abraço de urso e encheu seu rosto de beijos, fazendo-a rir mais um pouco. Por último e não menos importante, Kurt abraçou a amiga de forma mais calma. Oh, ele tinha tanta coisa pra contar.

Apesar de quererem explicações pela presença de Quinn, naquele momento, eles só queriam matar a saudade da amiga.

Quando todos já estavam mais calmos, Blaine e Sam foram tomar banho, em banheiros separados, claro. Kurt estava sentado ao lado da amiga na sala de estar e ele não parecia acreditar que ela realmente estava ali. O silêncio entre os dois não era estranho, era confortante. Porém, Kurt não estava se aguentando quieto, ele estava curioso.

— Eu não quero parecer rude, mas eu não entendo. — Kurt riu nervoso. — Como você veio parar aqui?

— Eu senti a falta de vocês. — Quinn sorriu antes de suspirar. O olhar da loira caiu sobre suas mãos que estavam entrelaçadas com as de Kurt. — Aconteceu tanta coisa em pouco tempo. É tudo tão diferente no Reino Unido. Claro que lecionar em Oxford e ter algumas aulas é extraordinário, mas... Eu sinto falta disso. — Ela ergueu a cabeça para olhar ao redor. — Dessa bagunça, desses sorrisos e risadas. Eu não cheguei faz dez minutos e já me sinto muito mais feliz do que ter passado meses naquele lugar.

— Você sabe que se quiser voltar tenho certeza que NYU te aceitaria, você é uma ótima professora. — Kurt piscou, fazendo-a sorrir levemente. — Nós também sentimos sua falta, piorou quando Sam decidiu voltar para cá.

— Eu sei, também seria mais fácil para mim e Beth. — Kurt arqueou a sobrancelha e Quinn corou levemente. Ela ainda tinha esse pequeno fato escondido. — Shelby foi paciente sobre a minha proposta e deixou que eu a visse algumas vezes. Eu tenho tido algumas chamadas pelo Skype com Beth, ela é tão linda e esperta.

— Linda como você e esperta como Noah, tenho certeza. — Kurt revirou os olhos.

— Sim. — Quinn riu. — Shelby ainda mora em Ohio, mas eu soube que algumas vezes ela vem visitar...

— Rachel?

— Sim, então ela acaba trazendo Beth, porque Beth ama Rachel e Rachel ama Beth. — Quinn suspirou, desviando o olhar curioso de Kurt de si.

— Alguma coisa sempre vai conectar você e Rachel, isso é tão irônico.

— O que dizer, Beth se encanta fácil pelas pessoas, tenho certeza que ela adoraria conhecer todos vocês.

Kurt assentiu lentamente, percebendo como a amiga mudou de assunto rápido.

— Me conte mais sobre Oxford...

— Kurt! — Sam apareceu. — Eu disse que não era para fazer perguntas sem a gente. Para de ser curioso!

— Foi inevitável. — Kurt piscou para Quinn, que sorriu em agradecimento.

— Então, Quinn, como soube que estávamos aqui? — Blaine perguntou, sentando-se ao lado do namorado.

— Sim! Isso é incrível! Como?

— Calma, meninos. — Quinn tentou não rir da animação dos seus amigos. Blaine e Sam nem mesmo piscavam para não perder nenhuma informação. — Eu soube através de Santana e Britt, elas disseram que Valerie é muito bebê para uma viagem longa de avião e Santana sugeriu que eu viesse. Como eu estou de folga por alguns dias, porque não? E aqui estou!

— Temos que agradecer a Santana.

— Santana deve estar pirando sem seus amassos com a Britt. — Todos gargalharam. — Tomara que Valerie a torne uma pessoa mais doce.

— Nada é impossível, tipo olha, Quinn está aqui.

— Isso tudo é demais, só faltou as garotas para completar. — Sam suspirou.

— Tenho certeza que elas amariam estar aqui com a gente, aliás, Brittany ama praia. — Kurt concordou.

— Acho que Duck também iria amar.

Kurt gemeu de desgosto.

— Quem é Duck?

— O pato maldito.

— Kurt! — Blaine repreendeu o castanho. — O pato de Brittany.

— Brittany tem um pato?

A conversa não parecia ter fim, Quinn tentava processar todas aquelas informações. Ela estava tão feliz pela iniciativa de Blaine ao vender seus quadros. Elogiou o livro de Kurt e mal podia esperar pela continuação da trilogia. Ela também ficou surpresa ao saber que Pam estava indo bem morando em Nova York. Ela sentiu uma pontada de tristeza ao ver que tinha perdido tanta coisa, mas ver seus melhores amigos felizes era o suficiente para fazê-la feliz. Também contou sobre algumas coisas que tinha acontecido no Reino Unido, disse que havia conhecido alguém, mas por enquanto não era nada sério, logo um sorriso malicioso apareceu no rosto de Sam e de Kurt, bem, Blaine só estava feliz pela amiga. Ela não entrou muito em detalhes, mas parecia satisfeita com o novo lugar.

Algumas horas depois, já estava a noite quando Sam teve uma ideia. Ele correu rapidamente para sala de estar onde estavam Blaine e Quinn discutindo sobre os canais na TV. Já tinha voltado tudo ao normal. O loiro percebeu que Kurt estava na cozinha preparando o jantar, totalmente distraído. Ele chamou a atenção dos amigos e disse seu brilhante plano.

Um sorriso cheio de malícia apareceu nos lábios de Quinn. A expressão no rosto de Blaine era de alguém animado.

— Kurt.

Kurt virou-se para encontrar os três, um ao lado do outro. Ele franziu a testa e estreitou os olhos, desconfiado. Eles estavam aprontando alguma.

— Não precisa terminar o jantar. — Sam disse, cruzando os braços.

— Por que não?

— Não vamos ficar em casa pelas próximas horas.

— A noite é uma criança, babe.

Três contra um, isso não era justo, Kurt só conseguiu gemer. Ele sabia muito bem o que aquilo significava.

***

A noite continuava quente, as ondas se quebravam formando espumas brancas no mar negro, a lua minguante iluminava junto com as estrelas que brilhavam no céu. Algumas rochas espalhadas pela areia tornavam o ambiente mais acolhedor. Alguns amigos de Sam o chamaram e o mesmo acabou arrastando seus amigos com a ideia brilhante. O luau não era do tipo clichê, fogueira, violão e todos cantando. Eles tinham alugado um quiosque, a música estava alta e a bebida liberada.

— Podíamos fazer isso com frequência. Tô adorando isso daqui. — Sam disse com uma garrafa de cerveja nas mãos.

— Podemos, mesmo sem chantagem emocional. — Kurt respondeu e era verdade. Ele não tinha resistido aos olhos pidões de Blaine, mas seus amigos adoravam festas do tipo, mesmo que não houvesse motivo aparente.

— Sem essa, você costumava gostar dessas festas. — Sam revirou os olhos. Ele e Kurt estavam no quiosque perto de onde acontecia o luau na praia ou sabe lá o que estava se tornando aquilo. Eles estavam comprando algumas garrafas de água, porque ninguém tinha lembrado isso e Kurt não queria beber naquela noite. — Blaine está se divertindo bastante.

— Animado demais para meu gosto. — Kurt estreitou os olhos. — Cadê a Quinn?

— Ali. — Sam apontou para a loira.

Kurt seguiu com o olhar o lugar apontado e achou Quinn, que estava praticando engolindo uma morena usando um biquíni minúsculo. Ele revirou os olhos, mas sabia que era um modo de distração para a amiga. Ele também viu Blaine conversando com algumas pessoas, uma delas até mesmo ofereceu um copo de bebida para o moreno, que olhava desconfiado. Por um momento Kurt pensou que Blaine fosse recusar a bebida, mas ele aceitou. Ele simplesmente tinha aceitado algo de algum desconhecido! Kurt queria correr em direção do namorado e chutar aquele copo na mão de Blaine, mesmo que fosse machucá-lo.

Sam também acompanhava toda a situação do amigo, mas estava surpreso de um jeito bom. A verdade era que ele queria que seu amigo se soltasse mais e sentia que Kurt evitava tudo como uma proteção.

— Eu preciso cuidar disso. — Kurt tentou ir atrás do moreno, mas sentiu a mão de Sam segurando seu antebraço. Ele olhou para o loiro e arqueou sobrancelha. — O que é isso?

— Deixa ele se divertir...

— Sam, isso não é sobre diversão, pode ter alguma coisa ali dentro. — Kurt puxou seu braço para longe do outro. — Eu não vou me perdoar se algo acontecer com Blaine.

— Tarde demais. — Sam engoliu em seco.

Kurt estreitou os olhos e virou em direção ao namorado, mesmo que estivesse longe conseguia ver, e lá estava Blaine bebendo seja lá o que tinha dentro daquele copo. Podia ter um tipo de droga? Sim. Mas Kurt não tinha como evitar mais, porque Blaine tinha virado o copo em apenas um gole e depois fez uma longa careta.

— Merda.

Sam foi deixado para trás enquanto via Kurt andar apressadamente em direção ao namorado. O loiro riu baixinho e seguiu o outro. Quando ambos alçaram Blaine, ele já estava com outro copo na mão e o bebia. Kurt pensou que fosse desmaiar naquele momento.

— O que significa isso, Blaine?

Blaine franziu a testa, olhando para o namorado.

— Huh, uma bebida?

— Por que você está bebendo isso? Eu disse que ia comprar algo pra gente beber...

— Tem bebida aqui! Não precisa gastar dinheiro, tem bebida o suficiente, não tem problema, estamos entre amigos. — Blaine deu de ombros, bebericando sua bebida.

— Que amigos, Blaine? — Kurt quase rangeu os dentes.

— Oliver e...

— Sebastian, prazer.

Kurt arqueou a sobrancelha para o moreno que se intrometeu na conversa. Então aquele era Sebastian de quem Sam tanto resmungava. Sebastian tinha um sorriso cínico nos lábios e olhava brevemente para Blaine, que continuava bebendo. O escritor percebeu que Sam tinha ficado tenso diante a presença de Sebastian. Ele nem sabia que Sebastian estaria ali, então seu olhar caiu sobre Oliver e ele entendeu. Oliver apenas bebia sua bebida ignorando tudo que acontecia ao seu redor.

Quinn? Já devia ter sido engolida.

Blaine assistia toda aquela batalha intensa de olhos e o grande sorriso malicioso no rosto de Sebastian. Ele desconfiava bastante de Sebastian, mas ele tinha sido legal em oferecer aquela bebida e puxar uma conversa enquanto esperava Kurt voltar.

— Eu sei muito bem quem é você. — Kurt olhava intensamente para aqueles olhos claros. Ele queria socar aquele rosto apenas para tirar o sorriso estúpido que ele tinha sobre o seu namorado.

— Sam deve falar muito bem de mim, certo? — Sebastian riu, piscando para o loiro.

— Você nem imagina o quanto.

— Ok, chega, Sebastian é melhor você ir embora. — Oliver interrompeu os dois.

— Ir embora? Acabei de chegar e estou conhecendo seus amigos, algum problema? — Sebastian olhou desafiadoramente em direção de Oliver, que suspirou e deu as costas.

Naquela altura do campeonato, Kurt já tinha agarrado Blaine para bem longe dali. Ele não queria arranjar confusão e estragar o resto da sua noite, talvez um pouco de álcool ajudasse aquela tensão. Ele tomou o copo da mão de Blaine e deu uma longa golada. O líquido azul era horrível e saiu rasgando pela sua garganta.

— Eu pensei que você não fosse beber.

— Mudei de ideia. — Kurt deu de ombros, sentando-se sobre a areia fofa.

— Isso é tão incrível! Uma festa na praia, Sam disse que vai trazer bebidas.

Kurt ergueu o olhar para encarar o namorado, ele não sabia dizer se o moreno já estava alterado ou não. Blaine lhe olhava totalmente incrédulo com os braços levantados, ele parecia tão animado e parecia que a qualquer momento explodiria de tanta animação.

— Você não deveria ter aceitado bebida do Sebastian...

— Eu estou bem! — Blaine sorriu abertamente.

O moreno aproximou-se e pôs uma mão sobre o pescoço do outro, puxando-o para perto de si. Antes que Kurt pudesse revidar, ele foi cortado por um beijo quente e necessitado que o fez esquecer tudo que ele iria dizer. As mãos fortes de Kurt mudaram para os lados de Blaine e agarraram o material da sua camiseta para segurá-lo mais perto. Aquilo fez que Blaine caísse de joelhos sobre a areia, em frente a Kurt. Kurt puxou o lábio de Blaine entre os dentes e mordeu suavemente. Blaine afastou-se o suficiente para deixar sua testa descansar contra a dele Kurt. Ele amava esses pequenos momentos.

— Eu amo você. — Kurt sussurrou.

— Eu sei. — Blaine suspirou, com um sorriso nos lábios. — Eu também amo você.

Quando Sam apareceu sozinho com algumas garrafas de tequila, Kurt sabia que aquilo não acabaria nada bem. Viu como Blaine parecia animado em aprender a como beber tequila, Sam demonstrava com o sal e o limão. Foda-se, foi isso que se passou na cabeça de Kurt, ele só esperava que o seu namorado fosse forte.

A primeira vez Blaine fez uma careta e nas outras vezes também, mas ele já estava mais resistente. Kurt observava tudo no seu lugar, sentado. Uma música eletrônica e agitada tocava ao redor, Blaine dançava um pouco distante. Kurt não iria mentir, mas ele estava gostando do jeito que o corpo do seu namorado se mexia. Ele olhou ao redor, queria saber se alguém também estava olhando, mas não. Ele voltou a atenção para o moreno e arregalou os olhos.

Blaine estava tirando sua camisa.

Sam estava totalmente incentivando aquilo.

Kurt queria impedir aquilo, mas também estava curioso, até onde o seu namorado iria com aquilo. Quando a camisa de Blaine voou em sua direção, ele riu e seus olhos caíram sobre o abdômen bronzeado. Ele mordeu o lábio e riu enquanto Blaine tentava imitar alguns movimentos de Sam. O corpo de Kurt pedia urgentemente por ele. Mas Blaine estava longe, seu corpo se mexia lentamente, dificultando a visão de Kurt sobre seu corpo. Blaine dançava tão entretido com Sam que nem se querer percebia os olhares famintos nele. Sua pele bronzeada pelo sol deixava-o mais atrativo. Seus cabelos estavam tão praianos, cacheados e cheios, Kurt gostava deles assim. Seus pés juntos à areia e seu rosto alegre.

— Ei, vem dançar amor. — Blaine veio correndo até Kurt, ele tentava puxar o outro pelo braço.

— Eu estou bem aqui, B. — Gemeu.

— Vai deixar seu namorado dançar sozinho? — Ele cruzou os braços. Kurt não podia negar, ele adorava Blaine bêbado, ele era engraçado, birrento e Deus, ele tinha que se controlar.

— Tudo bem. — Kurt bufou.

Kurt adorava as brincadeiras do destino, assim que eles voltaram para onde Blaine estava com Sam, mas sem Sam, uma música lenta começou a tocar, não o lento tradicional, uma letra sussurrada, sexy. Blaine sorriu malicioso e puxou o namorado pela cintura, colando seus corpos. Kurt não podia estar mais alterado que o moreno, mas seu corpo correspondia imediatamente os atos de Blaine.

— Já disse que você é lindo? — Blaine soprou e Kurt riu pelo bafo de tequila pura.

— É?

Ele usava uma calça branca rasgada. Uma regata com desenho e só, havia largado a jaqueta uma hora depois de chegar, o calor estava matando qualquer um, vários já foram nadar no mar, se Kurt fosse morreria afogado.

— Você é meu.

— Seu homem? — Blaine sorriu grogue, ele amava quando era chamado assim.

— Uhm. — Kurt sorriu se aproximando, tomou sua nuca num puxão e grudou seus lábios.

Ambos estavam bêbados, excitados por nenhum motivo, suas línguas faziam tudo, menos se encontrar, isso chegava a ser engraçado. Blaine resmungava por Kurt estar fugindo dele, o mais velho adorava provocar o outro. Quando Kurt deixou um gemido escapar, sua língua com um gosto de tequila, limão e energético.

— Vocês estão se comendo num beijo, deixem isso para as quatro paredes. — Sam empurrou os dois, fazendo-os se afastar.

— Sam. — Blaine rosnou.

— Todo mundo está olhando esse show. — Sam revirou os olhos.

— Eu vou pegar uma garrafa de água, você já bebeu demais. — Kurt suspirou, coçando a cabeça. Ele percebeu que o namorado estava cambaleando um pouco. — Sam fica de olho nele.

***

Kurt parou em seu caminho. Ele conhecia aquela voz. Aquela voz embriagada que espetacularmente arruinava com Can't Feel My Face e Where Are U Now, pertencia ao seu namorado. Kurt pegou as garrafas de água e andou em direção dos amigos.

Os olhos de Blaine se iluminaram quando ele viu Kurt.

— Kurtie! Cante comigo! — Ele exclamou, passando por Sam e estendendo a mão.

Kurt tomou sua mão. Principalmente para que Blaine não caísse. Blaine começou a cantar novamente antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.

I can't feel my face when I'm with you, but where are you now that I need you?

Kurt começou a rir. Ele colocou um dedo sobre os lábios de Blaine para fazê-lo parar. Ele era muito alto. Provavelmente, o mais alto que Kurt tinha o ouvido falar.

— Você está misturando as canções, querido. — Kurt disse com uma risada.

Blaine parecia extraordinariamente satisfeito consigo mesmo. Ele inclinou-se para Kurt e envolveu-o em um abraço.

— Eu sei!

Kurt apertou suas costas e olhou sobre o ombro de Blaine para Sam.

— Eu pensei que você estava olhando ele. — Ele sussurrou em tom acusador. Sam pareceu um pouco envergonhado, mas não conseguia parar de rir.

— Ele adorou tequila, cara. E, quero dizer, olha para sua cara! — Sam proclamou, batendo Blaine no topo da cabeça dele com carinho.

Kurt agarrou os ombros de Blaine e moveu-o gentilmente para olhá-lo de frente. Mesmo que a noite era fácil ver que o rosto de Blaine estava vermelho. Seus olhos estavam vidrados e o sorriso que ele estava usando poderia dividir seu rosto pela metade. Kurt sentiu sua testa.

— Você está quente, B. — Kurt disse, espalmando as bochechas de Blaine.

Blaine tentou piscar. Metade do seu rosto tampado e, em seguida, seu sorriso voltou. Mesmo sóbrio Kurt não esperava nenhum sucesso. Kurt agarrou seus ouvidos.

— Você se sente bem?

Blaine assentiu com a cabeça até que sua cabeça pendeu ao redor. Kurt estreitou os olhos e agarrou as mãos de Blaine. Foi difícil caminhar com Blaine pela areia, mas no meio do caminho Kurt ouviu seu nome ser chamado.

— Hummel! — A voz de Quinn chamou. — O que aconteceu?

Kurt virou-se para encontrá-la com uma morena agarrada na sua cintura. Ele quis revirar os olhos, mas estava preocupado com Blaine.

— Shot! Shot! — Blaine gritou com um aceno alegre. Kurt bufou e Blaine olhou para ele e bateu em seu nariz com prazer.

— Oh meu Deus, ele está bêbado! — Quinn afirmou incrédula. — Ok, alguém tem um celular? Eu preciso de um celular. — Quinn exigiu urgentemente, girando ao redor como se fosse aparecer magicamente na frente dela. — Você tem um celular, Sam? Alguém tem um celular com câmera para gravar. — Ela gritou para todo mundo na praia.

Sam a silenciou e vasculhou os bolsos.

— Eu não estou bêbado. — Blaine defendeu.

Blaine suspirou e balançou os braços em volta. Kurt estava apoiando seu peso no menor. E Blaine era pequeno. Ele não podia fazer isso por muito mais tempo. Blaine estava o levando para baixo. Quinn observava os dois como se fosse um número de circo.

— Você sabia — Blaine deixou escapar no ouvido de Kurt. — Que cabras gos... Huh... Cabras gostam de... Che-che... Cheirar as pessoas?

Kurt estremeceu com a gargalhada de Quinn e deu uma tapinha no rosto de Blaine.

— Eu não sabia.

Blaine assentiu com a cabeça vigorosamente e depois fechou os olhos por um segundo, porque isso parecia doer.

— Então... Molu-molu-molusss.

Quinn riu de novo e Kurt olhou para ela. Ele bateu os lábios de Blaine porque ele parecia estar preso no som do "s".

— Eu acho que... É hora de ir. — Kurt disse, agarrando o braço de Blaine para fazê-lo andar novamente.

— Boa noite, Frodo!

Blaine acenou para Quinn e levantou os dois polegares para Sam. Ele parecia relutante em se mover, então Kurt cutucou na sua bunda. Ele oscilou perigosamente, mas em seguida, deu alguns passos para fora da areia.  Quando eles finalmente chegaram perto da Kombi, Kurt suspirou em alívio. Blaine parecia mais um peso morto ao seu lado. O escritor abriu a porta detrás da Kombi e Blaine rastejou para dentro, deitando-se sobre o sofá de couro e fechando os olhos.

Kurt apenas olhou para ele por um momento, sorrindo para si mesmo e esperando que seu namorado não se sentisse tão horrível pela manhã.


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Notas finais do capítulo

Demorei para atualizar, mas sempre atualizo quando posso. Domingo passado foi meu aniversário, queria ter postado o capítulo, porém ainda não tinha terminado. Gostaram do capítulo? Ficou um pouco grande, mas acho que é justo pela demora das outras vezes. Próximo capitulo: Klaine e Pam. Vai rolar algo que vocês não esperavam, então só esperando para ler e saber.

Gente, eu nunca fui de ficar cobrando comentários, porque de qualquer jeito ou outro eu vou terminar a fanfic, mas os comentários ajudam bastante pra saber o feedback de vocês. Sempre tento responder os comentários, mas a quantidade está diminuindo. Ler os comentários e responder é um jeito de saber de estou fazendo as coisas certas, se estou agradando e etc.

Então é isso... Deixem seus pensamentos nos comentários, valeu e falou. :)



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