Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 53
Capítulo 53: Mais decisões


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto e rápido, porém de coração. Boa leitura!



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A reação de Kurt foi melhor do que Blaine esperava. O professor simplesmente ficou calado ao ver aquela cena no seu apartamento. Olhava do cachorro para Blaine. De Blaine para o cachorro. Não demorou muito para Zyon perceber o mais novo chegado, meio desconfiado, ele cumprimentou o outro cachorro com alguns latidos, um cheiro aqui e ali. Já que o namorado não tinha perguntado nada, Blaine achou melhor explicar toda a situação. Contou desde início, de como o cachorro sentou nos seus pés até quando o policial chamou sua atenção. Kurt piscou algumas vezes enquanto ouvia, seu olhar caiu para o cachorro sentado ao lado do moreno.

— Podemos ficar com ele? — Blaine perguntou, sorridente.

—Não é ele. — Kurt cruzou os braços, aproximando-se do cachorro. — É ela.

— É uma fêmea? — Blaine franziu a testa, abaixando-se na frente do cachorro. Ele afagou a cabeça marrom e recebeu uma lambida na sua mão. Ele tinha reparado nas cores nos pelos, no quanto o corpo estava magro, mas não reparou que era ela e não ele. — Como eu não percebi isso?

— Eu acho que você estava preocupado demais com o estado dela. — Kurt disse. Blaine suspirou e levantou, olhando para o namorado. — Você sabe o quanto eu adoro esse seu lado. Blaine Anderson, o grande protetor de animais. Temos Zyon e Simon por sua causa, eles são a nossa família. Não acha muito arriscado simplesmente pegar um cachorro de rua e trazer para casa? Ela poderia ter avançado sobre Zyon ou Simon, ou vice-versa.

— Mas ela não fez, viu? Simon nem mesmo se importou, muito menos Zyon. — Blaine olhou para os dois animais. — Eles estão até se cheirando.

Kurt riu. Era verdade, talvez Zyon estivesse jogando uma cantada para a pobre vira lata. Quem sabia num mundo distante.

— Ela tem pelo menos nome?

— Não. Não tinha nenhuma coleira com ela. — Blaine respondeu. — Você acha que ela tem dono?

— Talvez, o Central Park é um lugar grande para se perder do seu dono. — Kurt deu de ombros. — Bem, eu tenho uma ideia. Aproveitando que você vai começar a vender seus quadros, leve sempre ela, talvez encontre o dono.

— E se não encontrar?

Kurt viu esperança nos olhos castanhos. Ele sabia muito bem no que aquilo acabaria.

— Podemos levá-la para um abrigo. — O sorriso nos lábios de Blaine fraquejou. — Ou talvez possamos pensar sobre ficar com ela.

O sorriso de Blaine poderia iluminar a cidade de Nova York toda, se possível. Kurt revirou os olhos, voltando sua atenção para a cozinha. Em algumas horas alguns convidados chegariam e nada estava pronto. Blaine arrumou um canto na casa, um pote de água e outro de ração. Simon estava perdido pelo grande apartamento, Zyon interagia alegremente com mais nova integrante da família, bem, quase isso. Viu que tudo estava como nos conformes e foi tomar seu banho.

Enquanto ensaboava seu corpo, ficou pensando em alguns nomes para a cadela. Ele tinha certeza que acabariam ficando com a pequena. Terminou seu banho e enxugou seu corpo. Ele pegou a primeira roupa confortável que viu pela frente e vestiu. Blaine arrumou a mesa enquanto era a vez de Kurt tomar banho. Minutos depois, a campainha tocou, Blaine parou para atender a porta.

— Vocês vieram!

— Claro que viemos, trouxemos vinho. — Cooper disse, levantando a garrafa. Ele entrou no apartamento, segurando a mão de Ellen. — Eu sei que Kurt gosta de vinho, então, achei uma boa ideia.

— Na verdade, ele está tentando se mostrar com um vinho caro. — Ellen zombou.

— Também. — Cooper piscou.

— Como você está querido? — Pam perguntou ao filho mais novo.

— Bem, eu acho. — Blaine sorriu, sentindo a mão quente da mulher acariciando seu rosto. Ele sorriu e fechou a porta quando todos entraram. — Kurt ainda está se arrumando.

— Imagino que esteja uma correria por causa dos livros. — Cooper sentou-se no sofá. — Soube que está fazendo sucesso, o que você está achando disso?

— Eu? — Blaine franziu o cenho. — É bom para a carreira de Kurt.

— É, claro, Blaine. Mas como fica você?

— Cooper. — Ellen tentou repreender o namorado.

— Estamos bem, Coop. Não entendo aonde você quer chegar. — Blaine cruzou os braços, incomodado. Ele nunca entenderia a implicância de Cooper, mesmo depois de tanto tempo.

— Eu e Blaine fomos numa sessão falar justamente sobre isso. Tudo ocorreu bem, não precisa se preocupar. Eu sei cuidar muito bem do meu relacionamento com seu irmão, Cooper.

Todos olharam em direção a Kurt. Ele usava um suéter azul com calça jeans, seu cabelo estava arrumado perfeitamente em um topete. Seu olhar era fixo em Cooper, que tinha um sorriso nos lábios. Ele sabia que o mais velho fazia aquilo apenas para provocar o irmão, mas aquele comportamento ainda deixava Kurt incomodado.

— Cooper está apenas brincando, querido. — Pam olhou para o filho mais velho antes de olhar para Kurt. Ela sorriu e caminhou para abraçar o professor. — Fico feliz que esteja tudo bem.

— Sabemos como nos virar. — Kurt piscou para Blaine, que riu. — Mas como está no apartamento?

— Sabe, é pequeno, mas me faz sentir em casa. Chuck é um rapaz maravilhoso comigo e a mãe dele não é diferente. Estou pensando em trocar o papel de parede se me permitir. — Pam sorriu.

— Claro que pode! O apartamento é seu agora, já disse isso.

— Bem, ainda acho melhor a senhora morar comigo. — Cooper disse.

— Claro que não, não sou obrigada a ser sua empregada. — Pam brincou. Cooper bufou totalmente contrariado. — Não faça essa cara. Você e Ellen precisam de privacidade para suas “coisinhas”, pelo menos do meu apartamento não ouço nada.

Cooper tentou disfarçar que estava envergonhado. Ellen riu, escondendo-se atrás do namorado. Para evitar mais constrangimento para o casal, Kurt resolveu servir o jantar. Uma pequena conversava rolava enquanto todos estavam sentados e servidos. Ouviam-se latidos e miados pelo apartamento, Kurt riu, sua casa estava virando praticamente um zoológico.

— Não consigo entender pra que tantos animais! Walter nunca permitiu animais na nossa casa, pensei que você tinha desistido dessa ideia de ter. — Cooper comentou para o irmão.

— Eu gosto de animais! — Blaine deu de ombros.

— E eu não vejo por que não! Agora temos um apartamento grande e eu amo todos. Teremos quantos caber nesse grande coração do Blaine. — Kurt sorriu, afagando o joelho do namorado sob a mesa. Blaine sorriu sem graça.

— Margot está aqui porque não tem um lar.

— Margot? — Kurt arqueou a sobrancelha.

— Eu achei que ela merecesse um nome adequado, não podemos ficar a chamando de várias coisas. — Blaine tinha um belo sorriso nos lábios. — Ela pareceu gostar.

— Onde você a achou?

— No Central Park enquanto voltava para cá. Ela estava um pouco suja e com fome, mas está melhor agora de banho tomado e barriga cheia.

— Não acha meio perigoso? Ela poderia ter te atacado, ou ter doenças, raiva, essas coisas que cachorro tem. — Cooper fez uma careta.

— Ela é dócil, levarei em um amigo veterinário amanhã.

— Isso é tão fofo. Ela tem dono? — Ellen perguntou.

— Por enquanto, não. — Blaine olhou brevemente para Kurt. — Ficarei indo com ela ao Central Park, caso não encontre, ficaremos com ela.

— Ainda vamos ver se ficaremos. — Kurt corrigiu.

Blaine choramingou, voltando sua atenção para seu prato de comida. Quando todos estavam satisfeitos voltaram para a sala de estar, curtindo o calor que a lareira proporcionava com uma garrafa de vinho. Pam lavou a louça enquanto Blaine secava. Eles se juntaram ao restante na casa, Blaine sentou no braço da poltrona que Kurt estava sentado e Pam juntou-se ao casal no sofá grande. O vinho caro de Cooper já estava acabando e Blaine bebia tranquilamente seu copo de leite. Zyon estava estirado no grande tapete da sala de estar recebendo alguns afagos de Ellen.

Cooper sentou-se confortavelmente no seu lugar, olhando diretamente para Kurt.

— Notícias sobre o Sam?

— Nós nos falamos através do Skype. Soube que o problema na loja dele foi resolvido. — Kurt respondeu, bebericando o vinho. Sabia que a pergunta de Cooper era carregada de falsas intenções.

— Eu e Kurt vamos viajar.

— Pra onde? — Pam perguntou.

— Flórida.

— Não me surpreende. — Cooper zombou.

— Bem, na verdade, estávamos planejando viajar com San e Britt, mas como Valerie nasceu, acho que uma viagem dessas seria cansativa para as meninas. — Blaine disse e Kurt concordou. — Então seremos apenas nós dois.

— E como vai ficar as coisas aqui em New York? O emprego de Blaine? O livro?

Kurt olhou brevemente para o namorado, que estava concentrado em brincar com o líquido esbranquiçado no seu copo.

— Vamos tirar férias, merecemos. De qualquer forma, Marley achou que seria bom divulgar o livro em outros lugares. E Blaine...

— Eu saí da floricultura. — Blaine completou baixinho.

Cooper quase cuspiu o líquido que bebia com os olhos arregalados. Pam tinha os olhos no filho mais novo enquanto Kurt observava tranquilamente aquela cena.

— Você o que?

— Achei melhor assim, quero tentar outras coisas do que ficar atrás de um balcão o dia todo. — Blaine encolheu os ombros.

— Dr. Martin achou que seria uma boa ideia para Blaine se adaptar a outras novidades e não ficar na mesmice. Achamos que ele está pronto para sair da zona de conforto.

— Então no que está pensando, meu filho?

Blaine ergueu a cabeça e encontrou os olhos da mãe. A expressão tranquila e aquela voz calma despertou algo bom.

— Estou pensando em vender meus quadros. Quero que reconheçam meu trabalho. Quem eu realmente sou e o que eu posso fazer.

— Kurt. — Pam voltou seu olhar para Kurt. — Você aprovou isso?

— Com toda certeza, eu quero que Blaine saia dessa área de conforto. Esse muro que ele ergueu ao redor de si desde pequeno. Ele já grandinho o suficiente, você não acha?

— Concordo, querido. Fique tranquilo, filho, vou estar aqui para apoiar você em todas as suas decisões. — Pam estendeu a mão para segurar a de Blaine, apertando levemente. Recebeu um sorriso aguado do filho.

— Obrigada, mãe.

Cooper apenas bebeu mais um gole do seu copo de vinho. Ele estava com ciúmes, era óbvio. Sentia que a cada dia estava mais afastado do irmão mais novo e tudo isso era por causa de Kurt. Kurt tinha pegado seu irmão para si. Podia ser bobo, mas ele sentia falta de cuidar do irmão. Blaine não era uma criança. Nunca foi, mas Cooper sempre o tratou como uma. Tinha ficado surpreso que Blaine estava realmente evoluindo com todas as sessões. Sabia que Kurt estava ajudando bastante, mas queria que fosse ele tendo todo aquele crédito. Dando mais um gole do vinho, ele voltou sua atenção para a conversa.

— Falando na Valerie, como elas estão?

— Depois da nossa viagem para Flórida, queremos visitar as meninas. Prometemos que vamos ajudar e cuidar da Valerie. Elas precisam de um momento apenas delas, sabe.

— Santana está ficando nervosa. — Blaine riu levemente.

— Também queremos conhecer Los Angeles, na verdade, já fui uma vez, mas não tive muito tempo para conhecer a cidade.

— Quero conhecer Las Vegas! Quais as chances de sairmos ricos de lá?

— São poucas, querido, mas tentaremos. — Kurt piscou para o namorado. Ele sabia que encheria o namorado de esperanças, mas queria vê-lo sorrindo daquele jeito. — Pam poderia ir conosco!

— Sim! — Blaine exclamou.

— Oh, não, estou velha demais para tentar apostar alguma coisa. Prefiro tentar conhecer mais Nova York, cada dia que passo estou me surpreendendo com essa cidade. — Pam disse. Ela realmente estava encantada com aquele lugar. Pensou que não gostaria e logo voltaria para sua cidade natal, mas não, aquele lugar estava a cativando. — Estou procurando algum emprego, mas até agora nada.

Se fosse um desenho animado apareceria uma lâmpada acessa sobre a cabeça de Blaine. Porque ele tinha acabado de ter uma grande ideia. Um emprego perfeito para sua mãe. Kurt tentou não rir da expressão no rosto do moreno. Ele quase não conseguia explicar o que tinha acabado de pensar. Ele tropeçou algumas palavras na tentativa, mas Kurt pediu que ele respirasse antes de falar. Blaine respirou fundo e disse:

— Eu sei exatamente onde a senhora pode trabalhar!

Na manhã seguinte, Pam não entendia a animação do filho, mas também não iria contrariar. Amava ver o seu filho feliz. Quando estava se despedindo na noite anterior, Blaine pediu que ela o encontrasse logo pela manhã. Agora ele segurava a mão dela, numa pressa que apenas ele entendia. Ela pedia desculpas das pessoas que esbarrava no meio do caminho. Nem viu quando Blaine empurrou uma porta e a trouxe para dentro de uma loja. O lugar era lindo, todas aquelas flores colorindo o ambiente e deixando-o mais vivo. Nem parecia que fazia parte da movimentada cidade de Nova York. Viu um jovem moreno direcionar um grande sorriso para Blaine, talvez mais um amigo de seu filho.

— Ryder, eu achei alguém perfeita para ficar no meu lugar!


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Notas finais do capítulo

O que acharam sobre a viagens? Pam na floricultura?

Essa terceira parte da fanfic, promete. Já tenho tudo certinho para o desfeche dessa fanfic, realmente espero que todos gostem. Tenham paciência com as atualizações, haverá domingo que sim e domingo que não. Deixe seus pensamentos aqui, comentários e críticas. Valeu, falou!



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