Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 52
Capítulo 52: Novo


Notas iniciais do capítulo

Demorou? Deixei vocês na mão por quase dois meses, perdão mesmo, gente. Tive um bloqueio criativo do sete peles com essa fanfic, aos poucos vou voltando. É um capítulo pequeno, mas já prometo que o próximo será maior. Temos Joseph e mais um membro nesse capítulo. Boa leitura!



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— Mudança é difícil para você, Blaine. — Joseph disse, cruzando as mãos olhando para os dois homens sentados em frente a ele.

Kurt ficou em silêncio e esperou por mais uma explicação. Blaine torceu os tentáculos de Henry ao redor de seus dedos.

— É difícil para qualquer pessoa com Asperger. Na verdade, é uma das características principais. Você gosta de segurança, basicamente. Você sabe, a mentalidade de que você está confortável onde está, por que iria mudar isso?

Blaine piscou. Ele olhou para Kurt, e depois de volta para Joseph.

— Mas... Nós não estamos confortáveis. Está tudo muito agitado. — Ele disse sem rodeios.

Kurt assentiu com a cabeça em concordância. A rotina era confortável, mas, em seguida, os dias e noites ficaram corridos.

— Talvez não tão literalmente. Você é confortável, porque você sabe o que esperar todos os dias. — Joseph sorriu.

Oh sim. Trabalhar era como um jogo de roleta russa para Kurt. Então era estar com Blaine. Passeando com seu cachorro. Alimentando o gato. Definitivamente fez uma vida agitada.

— Agora que vocês têm planos, é uma espécie de medo do desconhecido. — Joseph explicou, batendo os dedos sobre a mesa para Blaine olhar para ele. — Você não sabe o que está vindo, então você pode se preparar. Você não sabe como vai reagir, e você não sabe como as coisas vão sair. E isso te deixa ansioso. Isso se constrói.

Joseph ergueu as sobrancelhas como se estivesse perguntando se Blaine concordava. Blaine abriu a boca, e depois a fechou e acenou com a cabeça ligeiramente.

Kurt os observou. Falou quando ninguém disse nada.

— Então... Nós devemos... — Kurt afastou-se para olhar Joseph e Blaine em seu lugar. — Você-você quer ir mais devagar?

Os olhos de Blaine se arregalaram. Ele parecia um pouco em pânico.

— Mais devagar o que?

Kurt olhou para o cordão com anel no pescoço de Blaine e mordeu o lábio. Ele realmente não sabia o que ele estava sugerindo. Esta foi uma conversa extremamente vaga.

— Eu não acho que é uma boa ideia. — Joseph interrompeu.

Graças a Deus. Kurt desviou os olhos do cordão e focou no anel em vez disso. Ele podia sentir os olhos de Blaine.

— Quero dizer, se abrandar as coisas em geral seria torná-lo mais confortável, por todos os meios, vá em frente. Mas nós não queremos fazê-lo até o ponto onde você está regredindo dentro de si mesmo. Não tendo nenhuma chance, não seguindo todas as oportunidades, não conhecendo novas pessoas. Não quero que você vá para trás, Blaine.

Kurt ouviu um suspiro na sua direita e se virou para encontrar Blaine ainda olhando para ele.

— Eu não-eu não preciso ir mais devagar com você, Kurt. — Blaine sussurrou. Muito calmamente. Kurt inclinou-se sobre o apoio de braço para ouvir corretamente.

Ele procurou o rosto de Blaine com cuidado, procurando por quaisquer sinais de que Blaine não estava dizendo toda a verdade. Tudo o que ele viu foram honestos olhos castanhos. Olhos brilhantes. Blaine não podia mentir.

— O que você precisa, pequeno? — Kurt perguntou, igualmente em silêncio. Ele tomou gentilmente o polvo do colo de Blaine para que seu namorado se concentrasse.

— E-eu... — Blaine sacudiu os cabelos. Se ele fizesse isso mais vezes hoje iria acabar virando um afro permanente. Ele provavelmente adoraria. Kurt sorriu para a bagunça. Joseph estava sorrindo para eles também.

Blaine ficou em silêncio. Kurt chegou sob os braços e cutucou nas costelas.

— E-Eu amo onde estamos agora. Eu não quero ir mais devagar. — Blaine disse, sentando-se reto e olhando tanto nos olhos de Kurt quantos os olhos de Joseph. — Eu estou indo... Bem. Realmente bem. Eu só tenho uma espécie de... Tudo é realmente diferente e tem tanta...

Blaine franziu o rosto.

— Novidade. — Joseph disse simplesmente.

— Como sabemos, quer dizer, essas mudanças não vão causar mais ataques de pânicos em Blaine? — Kurt perguntou cuidadosamente.

Blaine suspirou e estendeu a mão para arrancar Henry fora do colo de Kurt. Kurt agarrou suavemente seu pulso e puxou sua mão para beijá-lo.

— De modo nenhum. — Joseph respondeu com confiança. — Blaine, deve se preparar para o que vai acontecer dia após dia, verifique se você sabe o que esperar, eu acho que vai ficar bem. Sem surpresas, certo?

Blaine assentiu com a cabeça em concordância. Joseph virou-se para enfrentar Kurt.

— Kurt, você tem que ter certeza que ele está cercado por coisas familiares. Você. Os animais.

— Nós temos minha mãe agora, também. — Blaine acrescentou calmamente, saltando Henry em seus joelhos.

Joseph sorriu para Kurt como se soubesse exatamente o que ele estava passando. Não. Ninguém sabia. A menos que eles vivessem naquele apartamento. Provavelmente seria um trauma. Já bastava Kurt de traumatizado.

***

Blaine terminou com os arranjos e suspirou. Ele olhou todas aquelas lindas flores ao seu redor. Daria uma bela pintura em um dos seus quadros em branco. Sentiu a presença de algumas pessoas atrás de si e se virou com um grande sorriso nos lábios. Ele sentiria falta daquele ambiente tão animado e cheiroso. Sabia que poderia sempre visitar o lugar, mas seria diferente.

De repente, olhou para todos aqueles que lhe acolheram. Desde o primeiro ataque de pânico ao natal com as crianças. Ryder tinha um olhar simpático, mas um sorriso fraco. Kitty tentava disfarçar os olhos lacrimejados, dizendo que não era nada. Unique também estava lá, segurando um lenço nas mãos. Ninguém havia morrido. Blaine estava surpreso por tudo aquilo.

— Então é isso?

Blaine carregou a caixa com seus pertences do balcão e sorriu para os amigos.

— Acho que peguei tudo. — Blaine sorriu, olhando os itens na caixa de papelão. — Não sei como a bola de tênis do Zyon veio parar, mas obrigar por achar, Kitty.

— Você vai voltar, não é? — Kitty perguntou, fazendo Blaine erguer as sobrancelhas. Ele sempre soube que a loira era um pouco sentimental. — Quero dizer, sempre vou precisar de ajuda com algumas caixas. Ryder não dá conta das coisas.

— Ei!

— Ele dá muito bem conta das coisas. — Unique comentou.

Blaine franziu o rosto com o comentário e Kitty fez uma careta. Ryder corou levemente enquanto ouvia a risada da namorada.

— Que seja. Você tem certeza do que está fazendo? — Ryder perguntou.

— Sim. Eu amo o que faço aqui, trabalhar com vocês, cuidar das flores e atender as pessoas. Ajudou bastante na minha comunicação. — Blaine disse, suspirando. Ele lembrou a última sessão com Dr. Martin. — Acho que preciso de algo novo. Um desafio. Estive pensando em vender alguns quadros para ajudar Kurt já que ficarei desempregado.

— Sabe que ficaremos felizes em ajudar vocês. — Ryder sorriu. — Não vai esquecer os amigos quando ficar famoso, hein.

— Jamais.

Antes de voltar para casa, Blaine decidiu caminhar um pouco pelo Central Park. Como ele amava aquele lugar! Era uma pena não ter Zyon naquele momento. Quem sabe no final de semana. Blaine segurava a caixa de papelão com mais algumas compras do mercado. Tinha recebido uma ligação de Kurt, eles teriam convidados para jantar e tinham que mandar bem na comida. Ele checou o horário no relógio de pulso e resolveu sentar num banco, observando o tranquilo lugar. Era um dos seus lugares favoritos para estar, não importando a situação.

Sentado ali, ele lembrou todos os momentos. A primeira vez que esteve ali com Kurt, os piqueniques com Quinn, o beijo de tirar fôlego com Kurt, as conversas com Cooper. Algo nos seus pés fez Blaine sair dos seus devaneios, ele olhou para seus pés e ergueu as sobrancelhas. Era um cachorro. De certa um vira-lata. Ele gostou de como o marrom e preto disputavam lugares nos pelos do animal. Aquele cachorro não tinha tanto pelo como Zyon. Fazia bastante frio e Blaine percebeu que o cachorro tremia um pouco. O que mais intrigava Blaine era o fato do cachorro simplesmente deitar nos seus pés.

— Ei amigão, tudo bem com você? — Blaine perguntou, estendendo a mão para acariciar a cabeça marrom. O cachorro lambeu a mão do moreno. — Você está com fome? Está tão magro.

O cachorro latiu em resposta e Blaine sorriu. Era muita sorte do cachorro naquele mesmo dia Blaine ter comprado a ração de Zyon. Ele abriu o saco da ração e pegou um punhado. Ele ofereceu para o cachorro, que rapidamente avançou sobre sua mão.

—Isso faz cócegas. — Blaine riu, observando o cachorro faminto. — Isso mesmo, coma, amigão.

Mais alguns minutos e um pouco mais de ração, o cachorro estava satisfeito. Deitou novamente nos pés de Blaine enquanto era acariciado pelo moreno. Blaine sorriu levemente ao ver que o cachorro estava totalmente à vontade com ele. Ele olhou seu relógio novamente e logo teria que chegar em casa. Afastou o corpo do cachorro, fazendo que o animal se agitasse, e levantou do banco.

Blaine recolheu suas coisas e começou a caminhar para fora do Central Park. Ele não tinha percebido quem vinha logo atrás. Blaine parou na calçada para esperar o semáforo abrir.

— Senhor, este cachorro é seu? — Um policial perguntou a Blaine.

— Que cachorro? — Blaine franziu a testa e olhou diretamente para onde o policial apontava. Era o cachorro do parque. O cachorro havia lhe seguido fielmente. Talvez ele quisesse mais do que comida. — Oh.

— É seu?

— N-não, quer dizer, eu não sei. — Blaine olhou para o cachorro. Aqueles olhos pidões fez o coração do moreno derreter. Ele sabia que não era uma boa ideia, muito menos imaginava a reação de Kurt. Eles já tinham Simon e Zyon, mas aquilo era diferente. Era um cachorro de rua, poderia estar perdido e atrás do seu dono. O olhar de Blaine foi para o policial e voltou para o cachorro marrom e preto. — Sim.

— Certo. Recomendo que da próxima vez coloque uma coleira nele para não perdê-lo. — O policial disse gentilmente. Blaine assentiu ainda olhando para o cachorro. Ele tinha acabado de dizer que o cachorro era seu, mas, na verdade, não era. — O sinal abriu, senhor.

— Oh, obrigado, boa noite!

Blaine atravessou a rua sendo seguido pelo cachorro. De qualquer forma, ele sentia-se protegido. Os dois ficaram juntos o caminho todo para o apartamento. Estava anoitecendo, Blaine estava aliviado que o cachorro estava com ele e não sozinho no Central Park. Ele ainda não sabia a reação de Kurt, mas estava esperançoso. Seu namorado tinha um coração grande e obviamente entenderia. Assim ele esperava. Talvez Zyon e Simon gostassem de uma nova companhia. Quem sabe mais um novo membro na família.


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Notas finais do capítulo

Já to perdendo a conta de quantos animais tem nessa fanfic, fazer o que. Essa sessão com Joseph foi mais para capítulos futuros, vai acontecer bastante coisa. Preparem-se para o drama! Sei que vocês gostam de um drama, aliás, sempre é bom. Mas por enquanto, estamos nesses capítulos tranquilos. Quero agradecer os comentários, eu acho que alguns puxões de orelhas me tiraram desse bloqueio criativo. Até o próximo capítulo!

Comentários? Valeu e falou. :)



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