Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 5
Capítulo 5: Um velho amigo


Notas iniciais do capítulo

Epa mais um! Obrigado pelos comentários anteriores e nesse capítulo não vamos ter muito de Klaine, mas espero que gostem, vamos desenvolver mais a fic nesse capítulo. Boa leitura!



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O parque que Sam estava se referindo é no parque do bairro ao lado, o primeiro local onde eles tiveram um encontro. Kurt enfiou as mãos na calça e caminhou tão rápido quanto pode, sem forçar suas panturrilhas. Ele evitou qualquer outro pedestre, com a esperança de chegar ao parque antes de Sam para que ele pudesse preparar-se para o ataque de sentimentos que iria assombrá-lo quando ele encarasse o rosto do garoto mais uma vez.

Ele se refugiou em um banco do parque com a vista para a lagoa escura. Kurt observava os gansos migrarem, espirrando suas asas contra a água de uma forma que transmitesse frustração a ele. Kurt não teve que esperar muito, logo Sam apareceu ao lado dele com um pequeno sorriso e um saco de papel com pães de queijos cheddar, o favorito de Kurt.

— Ei! — Sam cumprimentou, pousando levemente os lábios contra mandíbula definida de Kurt. — Faz tempo que não te vejo!

— Sim, — Kurt sorriu, devolvendo o pequeno gesto com os seus próprios lábios. — Eu senti sua falta.

O olhar que Sam enviou para Kurt era triste e ele mordeu o lábio.

— Eu sinto muito por isso, de verdade, Kurt. Você sabe que eu ainda te amo, mas...

— Não, eu entendo. — Kurt riu com um tom amargo. — Eu também te amo, mas, aparentemente, não da maneira que você precisa... É só uma porcaria, porque você praticamente me ensinou a amar, e eu não posso mesmo fazer o certo para você.

— Kurt... — Sam disse, seus dedos massageando em torno do braço do professor. — Pare de se culpar, ok? Pessoas desmoronam.

— Não quando eles são tão apaixonados que é nojento, como diz Santana. — Kurt murmurou, saboreando a sensação dos dedos esfregando contra sua pele.

— Lembrei que... — O tom de Sam caiu. — Santana e Brittany ligaram, elas disseram que estarão visitando neste fim de semana e... Elas não sabem que nós terminamos.

— É por isso que você pediu para me encontrar? — Kurt perguntou, arqueando a sobrancelha, divertido. — Por que você está com medo do que Santana e Brittany vão dizer quando souberem que nós terminamos?

— Você ficaria com medo também! — Sam gemeu com uma carranca falsa. — Ela nunca mudou por causa da sua personalidade, e ela também sabe dizer coisas quando ela quer...

— Santana vai ficar com raiva, mas é Brittany que temos que se preocupar. — Kurt disse, lembrando-se da latina lhe dando os melhores conselhos quando se trata de relacionamentos. — Ela é a única que me convenceu a deixar de ser fraco e me declarar por você.

— Você devia me amar muito, então. — Sam sorriu, apertando a bochecha de Kurt.

— É, eu ainda faço.

— Kurt... — Sam disse quando Kurt suspirou.

— Eu sei, eu sei! — Kurt gritou, mas sem um tom irritado em sua voz. Ele não era mais irritado, deixou de ser assim há dois dias. — Eu sei, Sam! Nós nos apaixonamos, eu entendo. Isso não faz sentindo mais. Parece que... Eu falhei com você.

O professor suspirou e escorou seu rosto contra a jaqueta do loiro. Sam entendeu e se aproximou mais contra o castanho de olhos azuis, colocando seu rosto em sua palma.

— Você não falhou com ninguém, Kurt!

— E-eu... Tem alguém? — Kurt perguntou, olhando para os olhos claros de Sam. — Eu-eu preciso saber.

— Não, querido. — Sam sussurrou contra sua têmpora. — Não havia ninguém na época, e não há ninguém agora. Se houvesse, eu lhe diria. Eu estava começando a sentir a distância entre nós e percebi como você estava feliz, mas descontentemente. Que algo estava faltando, você entende? — Kurt não respondeu e por isso Sam continuou. — Havia uma cratera em seu peito, um buraco, e eu era muito pequeno para preencher. Ainda está lá, na verdade.

— Como você me conhece tão bem? — Kurt pediu francamente. — Como você pode falar comigo sobre estar apaixonado por outra pessoa e aceitar isso sem estar com ciúmes ou com raiva ou possessivo?

— Qual é o sentido de continuar uma guerra que ganhei, mas uma batalha que eu perdi?

Kurt suspirou e apoiou na testa de Sam, que começou a atar seus dedos contra os fios castanhos do seu cabelo. Eles sentaram em silêncio, permitindo que a familiaridade entre dois amigos. O desejo de ser amado e de amar alguém pelo homem em seus braços, estava sendo substituído para uma amizade.

— Você parece cansado, o que você tem feito?

— Ando meio ocupado. — Kurt respondeu. Não é totalmente uma mentira. — Eu não estou tendo tontura mais.

— Você deveria descansar. — Sam disse, bicando o canto dos lábios de Kurt. — Vamos, eu vou levá-lo para casa.

Kurt não disse nada, mas ele permitiu que Sam liderasse o caminho para seu próprio apartamento. Naquele momento, ele sentiu uma enorme sensação de gratidão pelo homem que segurava sua mão com tanta delicadeza e cuidado. Kurt não podia reclamar, mas ainda achava que o amava.

Ele o amava e sentia muito que não fosse a pessoa certa para Sam. Ele se apaixonou por um garoto que não existe.

Sam deixou Kurt no elevador com outro beijo e um abraço prolongado. O professor entrou no apartamento, percebeu a secretária eletrônica piscando, mas deixa isso pra lá. A única coisa que ele queria naquele momento era o aconchego de sua cama.

***

Cooper procurava as chaves do seu apartamento no bolso da calça, ele achou e abriu a porta do apartamento. Ele esperava encontrar o apartamento uma bagunça, porque seu irmão mais novo sempre foi um pouco imperativo. Mas encontrou o oposto, o apartamento estava limpo e tudo está no seu lugar. O silêncio tomava conta do apartamento, aquilo deixou Cooper preocupado. Ele rezou para não achar Blaine sangrando dentro da banheira novamente, chegava lhe dar calafrios.

Esse fato aconteceu antes dos irmãos Anderson chegarem em Nova York. Foi numa noite quando Cooper estava arrumando tudo no seu antigo emprego para se mudar com seu irmão. Cooper chegou em casa totalmente feliz, cheio de novidades e quando entrou no quarto de Blaine para lhe contar com detalhes, ele não estava presente, aquilo lhe deixou preocupado imediatamente. Ele procurou o pequeno irmão em todos os lugares, até que chegar ao banheiro, Cooper sentiu sua vida parar por um momento. Ele viu Blaine dentro da banheira cheia de água com os pulsos cortando, havia sangue por toda a cerâmica, deixando o Anderson mais velho desesperado. A única coisa que deixou Cooper aliviado naquela noite foi quando Blaine finalmente acordou.

Não era a primeira vez, mas Cooper esperava ser a última.

Cooper chegou rapidamente na porta do quarto de Blaine, que estava aberta. Ele suspirou ao encontrar seu irmão sentado na sua cama com seus pijamas de seda, lendo algum livro. Blaine parecia confuso com o estado do irmão, fechando o livro para encarar Cooper.

— Tudo bem, Coop? — Blaine perguntou.

—E-eu achei... — Cooper suspirou e sorriu, aproximando-se de Blaine. — Claro que eu estou bem, apenas estranhei o silêncio.

— Pois é...

— Por que você não está ouvindo música e dançando por todos os cantos? — Cooper riu, mas logo ficou sério quando Blaine não respondeu. — Aconteceu algo na universidade?

— Não, quer dizer, tivemos um trabalho interessante com o professor Hummel — Blaine disse tranquilamente. Cooper revirou os olhos com a menção do professor de Literatura. — Fomos pegos de surpresa, era... Era um trabalho em 10 minutos, sobre algo que nós mesmos encolheríamos.

— Qual é a desse cara? — Cooper questionou, franzindo a testa.

— Que cara?

— Esse Sr. Hummel, ele parece uma mosca, toda hora em cima de você. — Cooper resmungou, sentando ao lado de Blaine na cama. — Blaine, ele fez alguma coisa para você?

—O-o quê? Claro que não! — Blaine exclamou com uma risada nervosa e os olhos arregalados. Cooper estreitou os olhos quando o seu irmão levantou da cama e começou a andar, nervoso. — Sr. Hummel é bom para mim, como é com todos, ele é um ótimo professor!

— Eu não quero você na casa daquele cara novamente. — Cooper avisou e Blaine engoliu em seco, pegando sua mochila e tirando seu caderno de lá. — Blaine, olhe para mim!

Meio hesitante, o moreno virou e encarou o irmão mais velho.

— Eu não quero você metido com esse professor! — Cooper disse seriamente. Quando Blaine não respondeu, Cooper continuou. — Qualquer problema com ele, me diga, ouviu? Não quero segredos com ele, ele pode ser bom para você e os outros, mas ainda não me convenceu.

—Vo-você poderia dar uma chance para ele. — Blaine disse, sorrindo e Cooper revirou os olhos. — Cooper, você não é um doce de pessoa com ele.

— Oh, não sou? Devo me desculpar com ele sobre isso? — Cooper gargalhou alto.

— Cooper, por favor...

— Chega desse assunto. Vou fazer o jantar, teremos macarronada de novo!

Blaine franziu o nariz e fez uma careta, fazia exatamente duas semanas que eles comiam macarronada. Ele nem lembra a última vez que comeu algo saudável, talvez quando ainda morava com seus pais. Ele suspirou e abriu seu caderno, uma folha caiu e ele agachou para pegá-la, um sorriso apareceu em seus lábios quando ele reconheceu o desenho. Era o desenho que tinha feito de Kurt numa de suas aulas.

A lembrança de estar no apartamento de Kurt fez o coração de Blaine saltitar. Eles quase se beijaram se não fosse por Cooper, maldito seja. Ele nunca tinha se sentido assim, ainda mais por um homem. Talvez aquilo fosse perigoso, mas Blaine daria de tudo para que aquilo acontecesse novamente. Os dois novamente juntos naquele apartamento, na escuridão, Blaine estaria no céu!

— Blaine, me ajude aqui! — Cooper gritou da cozinha, assustando Blaine que guardou rapidamente o desenho dentro do caderno novamente.

Ele rapidamente caminhou até a cozinha onde estava Cooper com um avental ridículo. Cooper apontou para bacia com legumes e verduras.

— Obrigado, irmãozinho! — Cooper agradeceu quando Blaine começou a cortar os legumes primeiro. — Talvez tenha sobremesa, que tal sorvete?

Blaine deu de ombros e continuou o seu trabalho. Eles fizeram o jantar em silencio, apenas com o barulho de panelas e talheres. Mesmo que negasse, Blaine estava pensando em Kurt e ali, cada legume ou verdura cortada era Sam, por ter feito aquele homem maravilhoso sofrer.

— Tem alguém que você esteja interessado na universidade? — Cooper perguntou, pegando Blaine de surpresa.

— Não...

—Nem mesmo aquela garota, Tina, não é?

— Ela é apenas uma amiga.

— Começa assim, não é? Você mesmo diz isso.

Blaine não respondeu, olhou para Cooper que sorria abertamente. É, tudo começava com uma bonita amizade.


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Notas finais do capítulo

Fiz vocês gostarem de Kum?
Comentários e críticas são bem-vindas, até mais.