Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 48
Capítulo 48: Sem pressa


Notas iniciais do capítulo

Aqui estamos novamente! Escrevi esse capítulo em poucas horas, gostei e resolvi postar. Na verdade, já estava devendo uma atualização para vocês. Pode ser um capítulo pequeno, mas sim, é importante para história. Espero que gostem, boa leitura.



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Kurt vinha observando o namorado a semana toda. Os primeiros dias do ano haviam sido maravilhosos, Blaine parecia mais feliz do que nunca com tudo que estava acontecendo. As consultas com Joseph estavam sendo cada vez mais produtivas, Blaine estava a cada dia mais confortável com a presença de outras pessoas. Havia ganhado novos clientes na floricultura e conhecidos nos abrigos de animais que participava em Nova York. Aquele não parecia nem um pouco o Blaine que Kurt conheceu no seu primeiro dia de aula em NYU. Era outra pessoa... O sorriso dificilmente saia do rosto do moreno. A cada dia Kurt estava sendo pressionado por Pam. A mulher queria poder conversar com o filho sobre sua mudança, mas Kurt não tinha conseguido conversar com o namorado. Tempo não faltava... Ele apenas estava hesitante sobre como seria reação do outro. Ao ver Blaine tão feliz, ele não queria que tudo voltasse ao que era antes. Mas ao mesmo tempo se sentia ruim ao esconder aquilo de Blaine.

Blaine estava atrás do balcão de madeira, cuidando da papelada do carregamento que chegaria, quando a porta e abriu e o som distinto de saltos chegou mais perto. Ele olhou para cima, pronto para dar seu melhor cumprimento, mas o seu sorriso radiante vacilou, sendo substituído por uma careta intrigada. Sua mãe, em seu traje de negócios, estava diante de seus olhos.

— Mãe, o que você está fazendo aqui? — Blaine agarrou o balcão e olhou para ela, com o olhar mais duro que tinha. — Eu estou trabalhado e sinceramente não tenho nada a dizer.

Ele olhou para sua planilha e pegou o lápis, batendo-o contra a bancada tentando ignorar seus olhos tristes.

— Eu sei que não posso pedir que me perdoe pelo que fiz e pelo que não fiz, mas... Como eu disse a Kurt, eu quero o melhor para você. — Pam tentou dar um passo a frente para pegar a mão de seu filho, mas ele deu um passo para trás e franziu a testa em confusão.

— V-você falou com Kurt sobre isso? Quem você pensa que é para falar com Kurt em vez de vir direto para mim? Você acha que ele vai falar algumas palavras reconfortantes e então eu vou correr de volta para aquele lugar que você chama de lar? Não mesmo... Não quando você me deixou para estar ao lado do seu marido. Onde você estava quando eu lutava a favor do meu amor? — Blaine levantou a voz e olhou para ela com lágrimas não derramadas nos olhos. — E-eu não tinha escolha, mãe, e agora você está consumida pela culpa, você quer que eu coloque um sorriso no meu rosto e volte para casa? Não me diga isso. Se houvesse um prêmio para a Mãe do Ano, você ganharia com certeza.

— Isso não é justo, Blaine. O que eu deveria fazer? Seu pai providenciou ficar longe de você e Cooper. Você supostamente havia desistido da universidade, dormido com seu professor e você sabia que isso era contra tudo que ensinamos por anos! — Pam protestou fracamente. — Eu não poderia dar o mesmo estilo de vida que ele nos deu.

— Então eu sou punido por ter conhecido alguém que me ama, mas ele torra nosso dinheiro com bebidas e jogos, enquanto você espera em casa? Isso é o que devo acreditar? Isso que você me ensinou?

— Eu não moro mais com ele, Blaine. — Pam sussurrou.

— Eu não sou um animal de estimação que vai te fazer companhia, mãe. E-eu não confio em você, nem encontrei forças para perdoá-la. — Blaine olhou para o balcão de trabalho e tentou não quebrar em lágrimas.

— Eu não estou pedindo para você voltar para a casa porque estou solitária, Devon. Eu quero que volte para mim porque eu percebi o grande erro que eu fiz, quando te deixei ir. Quero entender seus sentimentos. Quero consertar meus erros. — Pam não deu um passo mais perto, sabendo que ele precisava de espaço. — Eu sinto muito, Devon. Lamento por te deixar e eu provavelmente nunca serei capaz de merecer o seu perdão, mas se você pudesse me deixar tentar...

— Eu preciso pensar sobre isso e agora, eu não posso.

Blaine virou-se e entrou no estoque, fechando a porta com um baque surdo.

Kurt estava na sala dos professores quando recebeu uma ligação de Ryder, contando o comportamento estranho de Blaine. Ele contou não saber qual havia sido o motivo da mudança de humor do amigo, mas queria que Kurt soubesse. Aquilo foi o suficiente para preocupar o professor. Ele tentou ligar várias vezes para o celular do mais novo, mas acabava parando na caixa postal. Ele tratou de alertar Sam sobre o moreno e o loiro ficou esperto caso Blaine aparecesse no antigo apartamento.

Estava escurecendo, Kurt abriu a porta do apartamento e o encontrou vazio. Ele procurou o moreno por todos os cômodos da casa, mas encontrou apenas Simon deitado sobre a cama do casal. Então a ausência de Zyon o acalmou, ele sabia que o namorado estava com o cachorro. Era algo positivo. Tinha sido um longo dia e Kurt tentou relaxar no banho, pôs uma roupa confortável e sentou no sofá. A qualquer momento Blaine chegaria, ele sabia disso. Pensou em avisar Cooper sobre a demora do moreno, mas não queria preocupar o outro.

A noite havia caído totalmente e começou a preocupar Kurt. Uma hora ele pensava que o moreno chegaria em breve, na outra ele não sabia mais de nada. Quando ouviu o clique na porta, ele saltou do sofá e encontrou o moreno entrando no apartamento. Blaine trajava uma camiseta cinza com uma grande mancha de suor e a calça do seu pijama. Ele mantinha sua expressão séria no rosto, desconectou a guia da coleira de Zyon, que correu para sua tigela de água.

— Onde você estava? Eu fiquei preocupado!

— Não precisava. — Blaine deu de ombros, passou diretamente para a cozinha. Abriu a geladeira e tirou uma garrafinha de água, bebendo-a. — Saí para dar uma caminhada com Zyon.

— Eu tenho todo o direito de ficar preocupado com você. Está escuro, é perigoso. — Kurt alertou. — Eu não sei o que aconteceu, mas algo aconteceu. Eu não quero que você me esconda o que sente.

— Cheguei cedo e saí em seguida, mas como você pode ver, eu estou bem, sem danos.

Ele sabia que estava sendo frio com o outro, mas saber que sua mãe se aproximou dele e ele não tinha dito nada, o fez se sentir desconfortável e de alguma forma traído.

— Eu fiz algo errado? Eu sinto muito se sou protetor demais com você, mas eu me preocupo. — Kurt suspirou, cruzando os braços. — Ryder disse que você estava estranho no trabalho.

— Não é isso, Kurt... Eu não me importo se você é protetor, na verdade, é bastante lisonjeiro saber disso. — Blaine encostou-se ao balcão e olhou para seu namorado, que estava na frente dele. — Minha mãe apareceu hoje... E eu sei que vocês conversaram. Por que você não me disse?

— Blaine... Eu não queria pressioná-lo, sabendo o quanto seus pais são um tema delicado para você. — Kurt deu um passo mais perto de seu namorado, e gentilmente bateu a cabeça contra o ombro dele. — Eu deveria ter falado com você sobre isso, logo que aconteceu, mas estava indo tudo tão perfeito e eu não queria estragar nada.

— Você não iria estragar nada. Eu não quero nenhum segredo entre nós, eu prefiro que você me diga. Estou tão cansado disso...

— Poderíamos ir para o quarto depois que você tomar banho?

Kurt afastou-se para olhar para ele, que assentiu com a cabeça suavemente e pegou a mão dele andando para o banheiro. Kurt entregou uma toalha limpa para o namorado, que foi tomar uma ducha rápida. Minutos depois, Blaine estava vestindo apenas uma calça de um pijama xadrez.

O quarto do casal estava vazio, sem sinal algum dos animais. Blaine tinha sentado na cama, com olhos fechados e ombros caídos. Ele parecia alguém que estava tendo um intervalo de ter que carregar o mundo em seus ombros e aquilo encheu o coração de Kurt com tanta tristeza, sabendo que ele podia ter causado alguma tristeza também.

— Fale comigo... — Kurt montou em seu colo e correu os dedos pelo cabelo curto, acariciando com ternura.

— O que eu devo fazer? Parte de mim gostaria de voltar para ela, sem se preocupar com o que aconteceu. Mas, por outro lado, eu não confio nela... E se ela mudar de ideia? E se ela não concordar mais e me deixar para baixo de novo? E-eu sei como estou lidando com as consultas, ma-mas eu não seria capaz de passar por mais uma decepção como essa. — Blaine suspirou e escondeu o rosto na curva do pescoço do namorado, suspirando profundamente.

— Você não tem que se apressar, só porque ela deu um primeiro passo. Deixe-a entrar em sua nova vida, pouco a pouco, e pela forma como ela agir, você será capaz de dizer se ela está sendo honesta ou ela é apenas a mesma mulher que te deixou. — Kurt segurou seu rosto e apertou seus lábios contra a sua testa. — Você tem um grande coração, Blaine, e você provavelmente já está perdoando-a pelo que ela fez com você, mas isso não significa que você vai ter que esquecer o que ela fez.

— Você está certo... — Blaine balançou a cabeça e colocou os braços em volta de sua cintura, segurando para mantê-lo mais perto. — Eu queria que meus pais fossem mais como os seus...

— Infelizmente nem tudo é possível.

— Obrigado, Kurt. — Blaine sussurrou e beijou a ponta do seu nariz suavemente. — Eu te amo.

— Eu também... Você sabe disso. Pense no que eu disse, sem pressa alguma.


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Notas finais do capítulo

Esperavam que acontecesse isso?

Estamos chegando ao final da segunda parte da fanfic, onde a história é mais focada no Blaine. Teremos mais interações entre mãe e filho a partir desse capítulo. Veremos bastante como Pam vai reagir ao redor da nova vida. Teremos mais uma despedida. Enfim, não esquece de comentar sobre o que gostou ou o que não gostou. Críticas e sugestões são bem-vindas, valeu e falou. :)