Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 44
Capítulo 44: Nosso amor


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, gente! Pretendo não repetir esse deslize, mas talvez seria a primeira vez que tive bloqueio criativo com essa fic. Obrigado pelos comentários e favoritos. Vou responder a todos assim que der, como sempre faço. Dedico esse capítulo a alguém, não preciso citar nomes, porque ela sabe que é pra ela. Espero que gostem e boa leitura!



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Blaine cruzou os braços com os olhos estreitos, ao seu lado estava Sam com as mãos nos quadris. Ambos olhavam orgulhosos para a grande árvore de Natal do apartamento, as esferas coloridas e as luzes brilhantes, a grande estrela estava reluzente no topo. Zyon destruía algumas esferas que conseguiu pegar. Simon tinha os olhos fixos e atentos no pisca-pisca. Ele parecia hipnotizado ou apenas intrigado. Todos estavam na sala de estar, exceto Kurt, este estava numa reunião com Marley e parte da equipe da Editora.

— Eu ainda não acredito que vocês esqueceram a data certa pra montar a árvore. — Santana disse, sentada no sofá.

Sim, eles haviam esquecido.

Estavam tão ocupados com suas coisas que se esqueceram de enfeitar o apartamento. Foi Brittany que percebeu o pequeno ou grande problema. Blaine e Sam rodaram New York toda atrás de alguma árvore, a luta maior foi para trazer o pinheiro para o apartamento. Aquele seria o primeiro Natal de Blaine em Nova York, também seria o primeiro Natal do moreno ao lado de Kurt, seu namorado. A ceia dos Anderson era vazia, apenas Blaine e seus pais, Cooper sempre arranjava uma festa para ir, mas sempre estava ao lado do irmão mais novo no final da noite. Tudo tinha que ser perfeito para aquele primeiro Natal de Blaine e sua nova vida.

— Se não fosse minha Britt aqui, talvez nem comemorássemos o Natal. — Santana continuou. — Não é uma surpresa para dois cabeças ocas iguais vocês... A árvore ficou bonitinha.

— Você podia ter ajudado. — Sam resmungou.

— Eu queria sabe, mas esse sofá novo é tão confortável. — Santana sorriu, piscando para Sam. — Kurt fez uma boa escolha, apesar dos animais.

Blaine riu, olhando para Simon e Zyon. Um destruía mais uma esfera, outro brincava com o fio do pisca-pisca.

— Eu gostei do Zyon, é um nome legal. — Brittany comentou, do outro lado do sofá. A loira estava deitada com os pés descansados sobre o colo da latina. — Ele e Duck poderiam ser grandes amigos.

— Ugh — Santana gemeu. — Aquele pato...

— Pato? — Sam franziu a testa. — Vamos comer pato na ceia?

Provavelmente Kurt adoraria a ideia.

— Não, Duck é o pato de Brittany. — Santana respondeu.

— Nosso pato, San.

— Que seja. — Santana deu de ombros. — Não podemos assar o pato.

— Espera, onde esse pato está? — Sam perguntou, ainda confuso.

— No apartamento, pensei que soubesse.

— Não... E-eu não passei a noite do apartamento, estava com Oliver. — Santana arqueou a sobrancelha enquanto via o loiro tentando disfarçar o rubor nas bochechas. — Como eu vou saber que tem um pato no meu apartamento? Era por isso que a mão de Kurt estava enfaixada? Patos têm dentes?

— Não sei, sim, não.

— Patos não têm dentes? — Sam perguntou mais para si. — Eu pensei que tivessem.

— Podíamos tentar abrir a boca de Duck e ver...

— Não! — Blaine e Santana gritaram. A latina logo continuou. — Não queremos mais ninguém sangrando.

— Vocês acham que Oliver vai ficar bem? Quer dizer, ele vai passar mais tarde no apartamento.

— Ele vai ficar bem, não se preocupe. — Santana deu de ombros. — Enquanto Duck estiver com a barriga cheia, talvez ele fique de boa.

Sam suspirou em alívio e voltou sua atenção para árvore de Natal. Ele não queria que Oliver fosse atacado por algum pato assassino mordedor de mãos, mas ele estava aliviado. Blaine tentava pegar as poucas esferas inteiras que sobraram, mas Zyon pensava diferente.

Brittany tinha os olhos estreitos em algum ponto fixo, pensativa.

— San?

— Huh, querida?

— Eu me esqueci de alimentar Duck.

— Puta merda...

Ambas olharam para Sam que gargalhava ao ver Blaine e Zyon lutando pelas esferas vermelhas. Talvez Oliver tivesse sorte ao encontrar Duck com bom humor.

***

— A data de lançamento está ótima para você?

Aquela era mais uma das reuniões na Editora Little, Brown e Company. Marley estava ao seu lado, com um pequeno sorriso nos lábios. O livro havia sido revisado e a capa estava finalizada. Todo o clima sombrio na capa era a melhor parte. Sombras de Priestly e o nome de Kurt Hummel tinham destaque. Tudo estava certo, só faltava a aceitação final. Kurt leu e releu todos os capítulos em suas mãos sob os olhares curiosos e atentos dos editores. Ali, em suas mãos, estava o caminho de coisas melhores, ou até mesmo ruins, ele não sabia. Apenas o futuro diria. Ele ergueu o rosto e suspirou.

— Deus, isso é tão...

Ele passou as mãos pelos cabelos, soltando mais um suspiro. Voltando sua atenção para os outros que esperavam ansiosamente.

— A data está ótima! — Kurt riu entre um sorriso. — Eu concordo com tudo. Eu amei ver que continua tão original quanto antes, assim como amei a capa.

— Sim, e os agradecimentos estão logo aqui como você pediu. — Marley abriu o livro em determinada página. Kurt reprimiu outro riso ao tocar sobre as letras com a ponta dos dedos. A sensação era maravilhosa. — Achamos que você queira mudar alguma coisa.

— Não, está perfeito! Está tudo perfeito!

A reunião acabou em um aperto de mãos e vários sorrisos. O lançamento do livro seria em breve, Marley prometia manter contato enquanto os últimos detalhes estavam sendo resolvidos. A Editora fazia questão de apresentar Kurt como um dos mais novos escritores. Todas as suas fichas estavam em Kurt. Estavam pondo muita responsabilidade em alguém tão novo na área, mas eles sabiam que teriam um belo feedback.

Ao sair da reunião, Kurt parecia um pouco mais aliviado. Ele abriu os primeiros botões da camisa social, deixando aparecer um pouco seu peito. Contava os segundos para chegar ao apartamento e poder contar tudo para Blaine. Provavelmente o moreno ficava mais animado do que ele.

Andava tranquilamente pela calçada, tentando não esbarrar em alguém, quando seu celular começou a tocar. Ele pegou o celular do bolso da calça, hesitou em atender ao ver o número desconhecido.

— Alô?

Olá, este é o número de Kurt... Kurt Hummel?

Kurt franziu o cenho ao ouvir o tom de voz feminina meio hesitante.

— Sim, sou eu. Posso ajudar em alguma coisa?

Sim, mas eu não quero que essa conversa seja feita por telefone.

— Quem é?

Alguém que quer sua ajuda e também vai te ajudar. Você poderia me encontrar em algum lugar agora? Por favor.

— Claro.

Não era todo dia que aquilo acontecia com Kurt, receber a ligação de uma estranha pedindo sua ajuda e dizendo que também lhe ajudaria de algum jeito. Ele anotou as informações do local que encontraria a desconhecida. Era numa cafeteria perto, mas não muito movimentada. Ele costumava conhecer todas as cafeterias e padarias da cidade, porque Blaine saia lhe arrastando para dentro delas. Não demorou muito para ele chegar finalmente no lugar. Aquilo estava começando a deixá-lo nervoso de algum jeito. Abriu a porta da cafeteria quase deserta, havia apenas um casal de idosos e uma mulher sentada de costas perto das janelas.

Kurt aproximou-se da mesa onde estava a mulher e ficou na sua frente. Os cabelos cacheados num coque frouxo e os olhos castanhos eram absurdamente familiares, havia olheiras sob os olhos. Por um momento ele congelou ao olhar fixamente naqueles olhos. A mulher parecia estar desconfortável, suas mãos estavam sobre a mesa e seus dedos não paravam. Uma xícara de café preto estava sobre a mesa e uma fatia de bolo intocável.

— Você quem me ligou?

— Sim.

Um silêncio constrangedor tomou conta do lugar. Ambos não sabiam o que fazer principalmente Kurt. Ele esperava alguma explicação para tudo aquilo.

— Então...

— Sente-se, por favor.

Kurt puxou uma cadeira para sentar e pôs sua bolsa sobre seu colo. Sua atenção ainda era sobre a mulher misteriosa.

— Desculpe, eu acho não a conheço. Sou Kurt, prazer.

— Prazer em conhecê-lo, Kurt. E-eu...

— Quem é você?

— Pam. E-eu... E-eu sou mãe do Blaine.

— Mãe do Blaine?

Ele estava em choque. Aquela era a mãe de Blaine, a mesma que não fez nada para evitar a série de acontecimentos ruins na vida do seu próprio filho porque estava submissa ao marido e a família perfeita. Kurt levantou-se abruptamente quase derrubando sua cadeira, assustando a mulher.

— Não, por favor, fique!

— Pra que? — Kurt gritou.

Poucas pessoas que estavam presentes levaram o belo susto. O proprietário da cafeteria repreendeu Kurt com o olhar, pronto para expulsá-lo do local. Rapidamente, ele pediu desculpas e sentou novamente com os olhos fixos na outra.

— Eu posso explicar...

— O que diabos alguém como você quer comigo? — Kurt disse, entre os dentes. — Walter mandou você para tentar convencer Blaine a voltar? Saiba que ele está enganado. Blaine nunca esteve tão bem na sua vida. Ele tem a mim e aos nossos amigos. Tem nosso apoio, nosso amor... Está recebendo tudo que vocês, a família dele, não deram.

A mulher parecia surpresa. Talvez nunca tivesse visto alguém defender Blaine com tanto gosto. Nem mesmo Cooper. Ela parecia um peixe fora d’água, abrindo e fechando a boca diversas vezes.

— E a senhora! Onde estava na hora que seu filho mais precisou de você? Se escondendo em casa enquanto seu marido fazia ameaças a mim? A senhora não tem vergonha de me procurar depois disso tudo?

— Eu apenas quero saber sobre meu filho...

— Perda de tempo. Blaine não quer notícia de nenhum de vocês.

— Não foi isso que Cooper disse pra mim. Ele disse que você me compreenderia quando conversássemos e Blaine também quer.

— Compreenderia que a senhora deixou seu filho em um momento desses?

— Não é isso...

— Não? Então o que é? Faça-me entender.

— Eu não tive coragem de ser contra Walter. Prometi ser fiel a ele e concordar com todas as suas decisões. Ele mudou bastante duramente nossa vida juntos. Cansei de seguir todas as suas ordens.

— Ele sabe que você está aqui? — Kurt perguntou. Pam gaguejou alguma resposta, mas ele a interrompeu. — Então, a senhora deveria estar bebendo com as outras mulheres com famílias perfeitas e contar de como maravilhosa é a vida do seu filho em Nova York. Blaine não precisa de vocês na vida dele. Não mais.

— Não! Como ousa falar desse jeito comigo?!

— Como ousa vir me pedir ajuda depois de tudo? — Kurt ergueu a voz sobre a mulher.

— Algum problema por aqui?

Kurt negou com a cabeça ainda encarando a mulher na sua frente. Pôs a alça da bolsa no seu ombro, saindo o mais rápido para fora daquele lugar. Ouviu os chamados através de si, mas ignorou. Ele sabia que estava fazendo a melhor decisão para Blaine.

***

— Vocês viram Kurt? — Blaine perguntou.

Todos negaram e voltaram a atenção para suas coisas. A floricultura levaria tudo que tinha sido arrecadado para as crianças e ajudaria na ceia do Natal. Eles estavam escritos como voluntários e foram recebidos com sorrisos e abraços calorosos. Alguns estavam lendo histórias para as crianças, como Unique e Kitty. Outros participavam das brincadeiras. O restante ficou para distribuir a ceia. Faltava apenas Kurt e Oliver, mas nenhum dava sinal de vida.

Blaine olhou para a tela do celular esperando alguma mensagem de Kurt, mas nada. Ele havia sumido. E aquilo deixava o moreno preocupado. Ao sentir uma mão no seu ombro, Blaine virou-se rapidamente na esperança que fosse o namorado.

— Calma, irmão! — Sam riu. — Sou eu.

— Recebeu notícias de Kurt?

— Não, não faz nem cinco minutos que te respondi isso. — Sam bufou. — Mantenha a calma, Kurt está apenas um pouco atrasado.

— Meia hora atrasado. — Blaine corrigiu.

— Ok, Blaine isso está ficando chato...

Blaine estreitou os olhos para o amigo, que revirava os olhos.

— E Oliver? Está atrasado faz horas.

— E-ele não está atrasado. — Sam vacilou. — Ele está trabalhando!

— Tenho certeza que é com Sebastian.

— Sim, ele trabalha para Sebastian. Temos uma parceria.

— Oh, claro, uma parceria.

— O que você está tentando dizer?

— Eu não estou tentando dizer nada!

— Ei! O que é isso? — Santana interrompeu os dois.

Ambos se calaram, evitando o olhar de Santana. A latina estava incrédula ao ver os dois discutindo no meio de tantas crianças.

— Vocês estão doidos ou querem ser expulsos? Estamos em um lugar que devíamos ficar felizes pelas crianças e pelo o que conquistamos para elas. Mas não, vocês estão discutindo aqui iguais dois bocós por causa de seus namorados, por favor!

— Isso foi tão Quinn. — Sam murmurou, trocando um olhar com Blaine, que assentiu.

— Cala a boca...

— Valerie vai fazer bem para você, Santana. — Sam comentou.

— Para vocês dois também, agora vamos ajudar Ryder. — Santana puxou os dois pelos braços. Blaine e Sam bufaram, seguindo a latina. — Enquanto o restante fica entretendo as crianças, vamos terminar de arrumar a mesa da ceia e por os presentes debaixo da árvore.

— Os presentes ainda não chegaram...

— Quem ficou com os presentes?

— Kurt.

— Cadê o Hummel?

— Aqui!

Kurt segurava várias sacolas grandes com os presentes e Blaine se apressou para ajudar, dando um rápido beijo na bochecha do namorado. O professor sorriu para a doçura do moreno. Ele cumprimentou a todos e foi direto ajudar com a ceia. Sentiu o olhar penetrante de Blaine na sua nuca até entrar na cozinha, mas ignorou. Não sabia se contava o acontecido ou deixava passar. Queria conversar com Cooper primeiro, sabia que ele estava metido naquilo também. Aliás, seu nome foi citado na conversa. Eles teriam uma longa conversa.

— Você está bem?

Kurt piscou e encarou Santana, que olhava preocupada.

— S-sim, eu estou...

— Você está mentindo ou pegou a gagueira de Blaine? — Santana brincou.

— Não estou mentindo, Santana. — Kurt revirou os olhos. — Estou bem.

— Sei... Mas você sabe que as batatas e cenouras não vão se cortar sozinhas.

Kurt franziu os olhos e olhou para si mesmo segurando uma faca, sem ter feito nada. Ele suspirou e pegou uma tábua mais próxima. Ele sabia que podia confiar em Santana para qualquer coisa, mas não era a mesma coisa que ter Quinn ao seu lado. Sentia falta da amiga de algum jeito.

— Está tudo bem.

— Mesmo? — Santana insistiu.

— Sim. — Kurt deu um sorriso forçado. — Onde está Britt?

— Ajudando algumas crianças que não sabem ler ainda. — Santana suspirou. — Ela vai ser uma ótima mãe para Valerie.

— Vai mesmo e você também.

— Eu não sei...

— Uma ótima mãe do seu jeito, ajudando Britt a criar a pequena de vocês. Blaine e Sam serão os tios babões daquela gracinha, ela vai ser muito mimada pelos dois...

— Deus, vai sim. — Ambos riram.

— Já imaginou como Blaine vai entupir ela de biscoitos? Ou como Sam vai fazer uma prancha personalizada pra ela?

Santana gargalhou, mas era verdade. Ela sabia que poderia contar com aqueles bocós.

— Vai ficar tudo bem, San. — Kurt disse, abraçando a latina de lado.

— Gente! Aconteceu uma coisa horrível! — Sam entrou gritando na cozinha.

— Oh meu Deus, Brittany...

— Não! É o Oliver!

— Espera, o que aconteceu?

— O pato atacou Oliver no nosso apartamento!

— Duck?

— Sim! Santana você disse que ele estaria de boa...

— Hm, eu disse que talvez.

— O que aconteceu? — Blaine apareceu junto com Brittany, preocupado.

— Duck atacou Oliver.

— Duck está bem?

— Oliver está bem?

— Onde está Oliver?

— Ele ainda está preso com o pato no apartamento. Precisamos ajudá-lo, ele disse que estava no banheiro. — Sam respondeu.

— Que drama, gente. — Santana revirou os olhos. — Não é como se o pato fosse matar Oliver, apenas alguns arranhões.

— Patos têm garras?

— Santana!

— Vocês entenderam.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comenta aí.

Sobre esse capítulo, não tinha a intenção de por a mãe de Blaine assim tão de primeira, mas eu gosto do bom e velho drama. Ao poucos algumas personagens vão voltar. No próximo capítulo teremos algo mais Klaine. Até o próximo capítulo, valeu, falou.