Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 39
Capítulo 39: Oportunidade


Notas iniciais do capítulo

Atualização!

Como foi o Dia dos Namorados de vocês e a Sexta-feira 13? Passaram totalmente apagados por causa da abertura da Copa, hehe. Mais um capítulo novo! Já estou de férias, assim terei um tempinho maior pra escrever... Quero agradecer os comentários, poucos, mas ainda assim fazem total diferença na minha escrita. Tenham uma boa leitura!

Antes de tudo, a música tocada é Everything, do Lifehouse.



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— Gato maldito! Hummel maldito!

Kurt estava gargalhando sem parar, com as bochechas rosadas e a respiração ofegante.

— Há pelos laranja por todo meu apartamento! — Quinn gritou, batendo uma almofada contra o sofá o que suposto devia ser os pelos. — Eu odeio vocês!

— Eu sinto muito, Quinn... Não queríamos causar isso tudo. — Blaine choramingou.

Deus, ele estava quase chorando.

— Querido, você não precisa. — Kurt disse entre risos.

— Cale a boca, Hummel! Se pedidos de desculpas é tudo o que vocês têm, deixe Blaine fazer isso direito. — Quinn rosnou, apontando em direção do professor. — Eu não quero esse gato maldito no meu apartamento!

— Ele se chama Simon. — Blaine corrigiu.

— Devia se chamar Satanás. — Quinn gritou, jogando a almofada em direção de Kurt, que riu ainda mais. — Idiota!

— Oh meu Deus, eu não consigo parar de rir...

— Kurt. — Blaine murmurou.

— Pequeno, eu te amo tanto, ainda mais por me proporcionar esse momento. — Kurt sorriu com lágrimas nos olhos. — Obrigado!

—E-eu também te amo, mas...

—Ugh, eu odeio vocês! — Quinn repetiu.

A loira pegou mais uma almofada jogando em direção de Kurt, que revidou com a mesma almofada. Blaine olhava entre os dois com medo, ele abriu a boca para falar, mas foi acertado por uma almofada. Olhou em direção de Quinn, que sorria maliciosamente. Kurt franziu o cenho e crispou os lábios. Havia mexido com a pessoa errada, Fabray. Ela nem mesmo viu quando Kurt pegou a almofada, apenas sentiu o baque contra seu rosto. O grito raivoso da loira acabou assustando Blaine. E o que era apenas uma brincadeira entre amigos, acabou virando uma guerra.

Em algum momento uma almofada acertou um vaso de flores, que caiu e quebrou no chão. Parecia um campo de guerra, ambos estavam atrás dos dois sofás opostos da sala. Blaine estava sentado no chão, vendo almofadas voarem de cada lado, em algum momento ele viu um chinelo e uma gravatinha verde voar.

A porta do apartamento foi aberta e uma voz fez presença.

— Que porra está acontecendo aqui?

Blaine engoliu em seco enquanto Kurt e Quinn se encaravam com sangue nos olhos. Céus, eles pareciam que cometeriam um assassinato a qualquer minuto. Os olhos castanhos encontraram os de Sam e Oliver. O loiro segurava duas caixas de pizzas nas mãos e o rapaz mais novo trazia algumas bebidas numa sacola.

— Gente, que furacão passou por aqui? — Oliver perguntou.

— Furacão Hummel Fabray. — Sam respondeu. — Tudo bem com você, Blaine?

O moreno apenas assentiu com os olhos ainda arregalados.

— O que deu em vocês dois? — Sam olhou para Kurt e Quinn.

— Ele trouxe esse gato maldito propositalmente pra cá. — Quinn acusou. No mesmo momento Simon apareceu miando e pulando sobre o sofá. — Falando na peste! Olha ele!

— Simon! — Sam exclamou animado. — Ele parece bonito com essa gravatinha... Espera, cadê a gravata que dei?

— Oh meu Deus, você não, Sam... — Quinn gemeu, derrotada.

— Eu acho que ele não gostou da gravata. — Blaine murmurou, pegando o gato no seu colo e afagando levemente a cabeça laranja.

— O gato não é gay igual os donos. — Quinn provocou.

— Calada, Fabray. — Kurt cortou a loira. — Simon apenas não tem bom gosto.

— Ele tem sim. — Blaine defendeu. — Apenas... Não gostou da gravata, apertava o pescoço dele.

— Mas eu comprei especialmente para hoje. — Sam parecia decepcionado. Oliver sorriu tristemente e afagou as costas do namorado. — Tudo bem, eu não quero que ele morra enforcado.

— Sam! — Kurt gritou quando Blaine arregalou os olhos, Deus, ele voltaria a choramingar novamente. — Ninguém vai morrer aqui hoje... A não ser Quinn.

— Kurt! — Sam gritou dessa vez.

Kurt e Quinn se encararam com os olhos estreitos, ficando um na frente do outro.

— Você é um homem morto, Hummel. — Quinn sussurrou.

— Não antes de você. — Kurt sorriu.

— Gente! Não vamos falar sobre morte, muito menos perto de Blaine. — Oliver exclamou, aproximando-se dos dois e pondo sua mão em cada ombro. Sorrindo gentilmente para os dois professores. — Certo?

— Sem esse papinho chato, Harry Potter. — Quinn disse, empurrando a mão do garoto. — Vamos comer logo essas pizzas.

— Será sua última refeição, querida.

— Deus, vocês parecem crianças!

Blaine suspirou e continuou afagando os pelos laranja de Simon, o gato acompanhava todo aquele bate boca despreocupadamente. Nem fazendo ideia que era por sua causa. Ele estava apenas animado pelo cheiro gostoso das pizzas. E Blaine também.

***

Toda a confusão tinha se acalmado, Quinn e Kurt continuavam se encarando seriamente, mas não passava disso. Pelo menos não havia mais almofadas e chinelos voando pelo apartamento. Quinn já havia limpado o vaso de flores quebrado e Kurt arrumou as almofadas nos seus lugares. As caixas das pizzas estavam abertas sobre a mesinha em frente à TV com poucas fatias, havia cervejas e latinhas de refrigerante espalhadas. Blaine ainda estava sentado no chão, mas Simon tinha escapado do seu colo para explorar o restante do apartamento de Quinn.

— Cadê o gato maldito? — Quinn perguntou, sentando-se no sofá.

— Quinn... — Sam suspirou, olhando para a loira. — Ele deve estar por perto.

Quinn estreitou os olhos e olhou ao redor do apartamento. Sem sinal de vida de Simon.

— Aliás, eu gostei do nome Simon. — Oliver sorriu.

— Eu também. — Blaine concordou. — Combina com o outro Simon.

— Outro Simon? — Oliver franziu a testa.

— Sim, da Hora de Aventura. — Blaine respondeu e Oliver parecia mais confuso. — Você sabe... A aventura vai começar, todos juntos vamos visitar, o mundo de Jake e seu amigo Finn...

— Oh, eu acho que vi alguma coisa no Tumblr sobre eles.

— O que é Tumblr? — Blaine perguntou.

Oliver parecia estar assustado, ele correu em direção a sua mochila e tirou seu notebook de dentro. Voltou para a sala e sentou ao lado de Blaine e abriu o notebook, dando espaço para Blaine olhar a tela.

— Eu vou lhe mostrar. — Oliver disse, animado.

Kurt sentou-se incomodado no seu lugar e bebericou sua cerveja.

— Como vocês acharam esse gato mal... — Sam repreendeu Quinn com o olhar. — Malhado.

— Eu estava passando em frente desse pet shop perto da floricultura e uma mulher me deu um panfleto dizendo quando eu poderia adotar um bichinho. Então eu fui correndo...

— Como uma gazela. — Quinn riu.

— Contar para Blaine. — Sam revirou os olhos para a amiga. Ela estava impossível hoje. — Ryder gostou da ideia e todos nós fomos à Pet Shop, até mesmo Kitty.

— Quem é Kitty? — Quinn perguntou.

— A loirinha que trabalha com Blaine. — Sam disse. — Ela tinha seu número... Como?

— Eu não sei, muitas garotas tem meu número. — Quinn deu uma piscadela. — Mas eu nunca fiquei com essa tal de Kitty, eu lembro caso tivesse. Lembro o nome de todas.

— Lembra? Como é o nome da garota das quintas-feiras? — Kurt provocou.

— Boa, Hummel, boa. — Quinn revirou os olhos. — Continue.

— Fomos como voluntários! Ryder acabou adotando um poodle e disse que Unique iria amar. Kitty não levou nenhum, mas os cães pareciam gostar dela... Eu, bem, não podia, não é o meu apartamento. — Sam deu de ombros, tristemente. — Blaine foi direto ao Simon. Foi amor à primeira vista!

— Ele é adorável. — Blaine corou.

— Eu fico orgulhoso que você foi voluntário de algo tão importante para os animais. — Kurt sorriu, beijando a bochecha corada de Blaine. Quinn observou os amigos com um pequeno sorriso nos lábios.

— Então foi você que levou Blaine até Simon, Sam? — Quinn perguntou.

— Digamos que sim. — Sam sorriu.

— Muito obrigada. — Quinn zombou.

— Eu sinto muito por Simon, Quinn. — Blaine murmurou. — E-eu não queria, mas Kurt insistiu...

— Eu? — Kurt sentiu-se traído.

— Não precisa pedir desculpas, B. — Quinn interrompeu o casal, sorrindo tristemente. — Estou farta delas, eu só não queria que meu apartamento virasse uma zona. E-eu... Só ando estressada demais.

Kurt estreitou os olhos em direção a loira, que bebia sua cerveja tranquilamente. Algo de estranho havia acontecido com Quinn. Ele sabia disso. Não precisava ser um gênio, bastava ter aquele grau de amizade que ele podia saber quando a amiga estava bem ou não. Havia este olhar perdido nas feições de Quinn, seus dedos estavam inquietos e, bem... Ela estava sendo irônica nesses dias, como se quisesse descontar seu medo, raiva, dúvida em algo ou alguém. Lembrava bastante a Quinn que Kurt conheceu nos corredores do McKinley, a líder das Cheerios que mandava e desmanda nos estudantes e na escola, mas era totalmente uma bagunça por dentro. Por causa do Glee Club e após a gravidez, tudo mudou. Kurt passou a ser o primeiro contato da lista de discagem da loira. Assim como para ele. Ambos sempre estariam ali para o outro.

O celular de Quinn começou a tocar tirando Kurt de seu devaneio. A loira levantou do sofá e procurou atender a ligação longe dos amigos. Sam olhou de soslaio para a amiga enquanto comia sua pizza. Blaine e Oliver estavam tão entretidos com o notebook que nem perceberam a ausência da loira.

— Você também percebeu?

Kurt piscou os olhos lentamente e olhou para Sam.

— Percebi o que?

— Quinn...

— Sim. — Kurt suspirou.

— Talvez seja apenas sobre aquela mulher misteriosa.

— Talvez não. — Kurt deu um gole da cerveja, recebendo um olhar confuso de Sam. — Eu a vi saindo da reitoria, até ai tudo bem, mas ela parecia tão nervosa quando percebeu a minha presença.

— Você acha que descobriram sobre aquela aluna que ela tinha um caso?

— Não, faz tanto tempo, e eles já sabiam de qualquer forma, apenas não fizeram nada. — Kurt deu de ombros. — Minha preocupação que ela esteja passando por um momento ruim e não tenha contado pra gente.

— Quem?

Ambos pularam ao ouvir a voz da amiga perto. Quinn sorriu torto para os dois amigos assustados.

— Do que vocês estão cochichando? — Quinn perguntou, cruzando os braços.

Até mesmo Blaine e Oliver desviaram o olhar do notebook para eles, por curiosidade.

—S-sobre... É... Adotar outro animal. — Sam gaguejou.

— Ah, não. — Quinn gemeu.

— Dessa vez será um cachorro. — Kurt piscou para a loira.

Quinn revirou os olhos e sentou no sofá. Kurt riu levemente e olhou em direção do namorado, que o olhava com seus grandes olhos castanhos e brilhantes.

— É sério sobre o... Cachorro?

Merda.

— É... Agora não, temos Simon e ele é o suficiente para nosso apartamento. — Kurt deu um sorriso amarelo. — Quando nos mudarmos para um apartamento maior e mais confortável, pensarei em ter mais animais.

— Podemos nomeá-lo Buzz...

— Podemos por qualquer nome nele, Blaine.

— Então adota um jumento e põe o nome dele de Hummel. — Quinn zombou, levando uma almofadada de Kurt. Sam que estava no meio dos amigos, tentou se esquivar das tapas e beliscões.

— Eu acho que um jumento não caberia no nosso apartamento. — Blaine disse inocentemente. — Talvez no nosso novo apartamento, mas no velho não.

— Vocês já escolheram pra onde vão se mudar? — Oliver perguntou.

— Não, eu vou começa a procurar alguns corretores semana que vem. Queremos algo simples e grande.

— Sim, para os animais. — Blaine complementou. — E meu estúdio e um escritório para Kurt e suas papeladas.

Kurt revirou os olhos com um sorriso abobado no rosto.

— Tenho alguns contatos aqui de Nova York, poderia ajudar vocês. — Oliver sugeriu, sorridente.

— Isso é ótimo! Vocês poderiam passar mais tempo juntos. — Sam disse, enquanto Kurt negou com a cabeça, murmurando “não” baixinho. — Ou algo assim.

— Santana e Brittany já estão online! — Blaine exclamou, pegando o notebook do colo de Oliver e pondo no seu.

— Já quero noticias da pequena! — Kurt disse, levantando-se do sofá para sentar ao lado do namorado. — Aceite a chamada de vídeo, Blaine.

— Ok...

Blaine aceitou o convite e não demorou muito para os rostos aparecerem na tela. Santana carregava um pequeno sorriso no rosto enquanto Brittany parecia, um pouco, entediada. Era estranho, pois era sempre o contrário. A latina estava sentada afagando os cabelos da loira deitada com a cabeça no seu colo. Ambas totalmente confortáveis. Um grande sorriso apareceu nos lábios de Blaine ao ver as amigas.

— Meninas! Que saudades! — Blaine abraçou a tela do notebook fazendo todos rirem. — Como vão as coisas? Novidades? Estamos com saudades.

— Estamos ótimas, Blaine. — Santana respondeu. Ela suspirou ao olhar de soslaio para Brittany no seu colo. — Britt está tendo algumas dores, mas está tudo bem, faz parte de gravidez.

— Oh, vocês já foram ao médico ou algo assim? — Blaine perguntou, preocupado.

— Sim, nossa pequena está ótima, apenas dando um pouco de trabalho pra mamãe aqui. — Santana sorriu para Brittany. Ela voltou a atenção para a tela do notebook. — E vocês? Sam e Quinn estão aí?

— Sim! — Sam gritou para a latina ouvir. Quinn apenas cantarolou em resposta. — Oliver também está aqui! Sentimos saudades, San.

— Também sentimos, boca de truta e Fagbay. — Santana revirou os olhos.

— Poderíamos visitar eles em Nova York... — Brittany sugeriu pela primeira vez.

— Não podemos, Britt. — Santana interrompeu a loira. — Poderia ser arriscar viajar de avião com você assim.

— Mas... Brittany já veio antes e foi para Ohio também. — Blaine tentou argumentar.

— Era diferente Blaine, queríamos ir, de verdade, mas teremos que esperar o bebê nascer. — Santana explicou. Brittany sorriu tristemente, sentando-se e afagando sua barriga saliente, estava maior que da última vez. — Tenho certeza que nossa pequena Valerie adorará conhecer os tios.

— Uau...

—Valerie? — Kurt arqueou as sobrancelhas e Santana deu de ombros.

Blaine olhava para a barriga de Brittany na tela. Parecia que a loira tinha engolido uma melancia. Estava enorme!

— Vocês sabem, amamos a música... Fez parte dos nossos melhores momentos no Glee Club, onde dançávamos e cantávamos sem medo algum de sermos julgadas. — Santana sorriu docemente para a loira, que retribuiu. — Queríamos um nome especial, Valerie se encaixou perfeitamente.

— Não poderiam ter escolhido melhor! — Kurt sentiu-se orgulhoso.

— Sua barriga... Está grande, Britt. — Blaine franziu a testa. — Mais do que antes.

—V-você me acha gorda, B?

— O quê?

Os olhos de Blaine se arregalaram rapidamente com a pergunta. Claro que ele não achava isso. Brittany estava assim por causa do bebê e não gorda. Santana suspirou e olhou para os amigos em um silencioso pedido de ajuda, fazia semanas que aquela pergunta atormentava a cabeça da loira. Quase todos os dias Brittany a perguntava ou começava a chorar. Isso só deixava Santana mais preocupado com a melhor amiga e esposa.

— Claro que não, Britt... Você... — Blaine olhou para Kurt procurando alguma ajuda, mas o professor tinha os olhos grudados na tela. — Você está linda! Não gorda, você não está gorda... V-você está carregando a pequena Valerie por isso está assim, quer dizer, é uma coisa linda! Você está tendo um bebê e é um gesto tão maravilhosamente humano!

Brittany assentiu entre lágrimas.

— Isso é lindo! A coisa mais linda que alguém poderia fazer! — Blaine sorriu, tentando incentivar a amiga. — Ela vai ficar agradecida por isso. Valerie irá adorar vocês duas, principalmente Santana, que mesmo não sendo sua mãe de sangue, será sua mãe de coração, certo? E eu serei seu tio de coração... Assim como Kurt, Sam e Quinn, quer dizer... Quinn será tia, mas ela também vai fazer parte da vida de Valerie. Todos nós vamos!

Kurt deixou o nome de o namorado escapar de seus lábios. Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto do professor. Todos prestavam atenção nas palavras de Blaine, enxugando as lágrimas ou tentando contê-las.

— Basta esperar e Valerie fará parte dessa grande bagunça de família que somos. — Blaine terminou.

— Somos uma família? — Brittany perguntou, enxugando as lágrimas na manga da camisa.

— Sim, Britt. — Blaine assentiu. — Vocês todos são minha família.

— Você também é nossa família. — Santana revirou os olhos, contendo suas próprias lágrimas. — Chega de choradeira, eu posso ouvir Fabray fungando daqui.

— Vá se ferrar, Santana.

— Eu também te amo, queridinha.

— Vá se...

— Cadê o Simon?

— Quem?

— Nosso gato. — Blaine respondeu.

— Vocês agora tem um gato?

— Um gato? — Os olhos azuis de Brittany brilharam.

— Sim! — Blaine exclamou, animado.

— Oh meu Deus... — Quinn gemeu.

Blaine engatou uma conversa sobre animais com Brittany, a loira contou tudo que sabia sobre eles e Blaine retribuiu. Kurt observava o namorado com um sorriso tranquilo nos lábios. Ele adorava esse Blaine tagarela que tropeçava nas palavras e quase não terminava as frases pela animação. Aquele que passava horas falando sobre animas e seus desenhos animados favoritos. Kurt levantou do seu lugar para pegar uma garrafa de cerveja, Blaine continuou a conversar com Brittany pelo Skype e Santana parecia estar dormindo, talvez ela estivesse brincando. No fundo a latina estava agradecida por Blaine distrair a loira com uma conversa boba daquelas.

O professor abriu a geladeira de Quinn e retirou uma garrafa de cerveja. Ele pegou o vislumbre de Simon correndo para o quarto da amiga e seguiu o felino. Simon parecia ter se escondido e Kurt bufou. Ele teria que procurar o gato antes que Quinn viesse e o encontrasse e ninguém queria isso. O quarto da Fabray estava uma bagunça, havia algumas roupas jogadas sobre a cama e vários papéis na cabeceira da cama. Kurt sentou-se na cama e pegou os papéis. Ele sabia que era errado fazer aquilo, mas era curioso também.

À medida que lia os papéis Kurt ficava mais intrigado, era algumas cartas escritas a mão. Algo simples, mas não o suficiente para prender a atenção de Kurt. Ele pegou um envelope grosso rasgada e franziu a testa ao retirar um passaporte de dentro. Era o passaporte de Quinn, mas por que estava ali? Era suspeito. Ele continuou a mexer nas coisas da amiga, desistindo quando não achou nada relacionada ao tal passaporte.

Kurt levantou da cama e começou a vasculhar no armário, achando alguns cabides vazios e poucas roupas. Também achou uma caixa preta cheia de papéis e fotos antigas. Numa das fotos havia todo o Club Glee reunido. Ele encontrou alguns documentos do apartamento e mais cartas.

— Kurt?

Kurt saltou da cama e guardou os papéis atrás das costas, virando-se para a voz. Sam estava no batente da porta com a sobrancelha arqueada para o amigo suspeito.

— Aconteceu alguma coisa? — Sam perguntou.

— Estou procurando Simon, mas... — Kurt disse, no mesmo momento Simon apareceu saindo debaixo da cama. — Achei!

— Ótimo, as meninas querem se despedir, mas Blaine quer cantar algo para Valerie. — Sam explicou.

— Já estou indo. — Kurt sorriu.

Ainda desconfiado, Sam saiu do quarto deixando Kurt sozinho novamente.

***

Quando voltou para a sala de estar do apartamento, o olhar de Kurt caiu sobre Quinn, que mexia distraidamente no celular. Balançando a cabeça, ele voltou a atenção para o que importava naquele momento. Blaine queria cantar para Valerie. Talvez as sessões realmente estivessem fazendo bem para ele. Ele sentou ao lado do namorado que estava se preparando. Sam carregava um violão no seu colo, dedilhando levemente as cordas esperando o comando do amigo.

— Qual é a música? — Santana perguntou meio sonolenta.

— Essa música é para Valerie, espero cantar quando ela nascer, eu sei que vou, um dia ela vai entender. Também é para vocês, Santana e Brittany. — Blaine sorriu timidamente. — Na verdade, é para todos que estão vivendo comigo esses momentos alegres e complicados da minha vida.

— Chega de discursos, ninguém quer chorar mais. — Quinn resmungou e Blaine corou.

— Então você chorou Fabgay! — Santana provocou.

— Cale a boca, Santana! — Quinn retrucou.

— Gente! Vamos voltar para Blaine, por favor. — Sam pediu.

As duas se calaram e voltaram a atenção para Blaine, que agradeceu com um leve aceno para Sam. O loiro ajeitou rapidamente o notebook para dar uma boa visão deles para as meninas. Quando Sam começou a dedilhar o violão, Oliver não pode deixar de sorrir. Não foi diferente para Kurt quando Blaine começou a cantar baixinho:

Find me here

And speak to me

I want to feel you

I need to hear you

You are the light

That's leading me to the place

Where I find peace... Again

Blaine fechou completamente atento nas letras da música. Ele nunca imaginou que um dia estaria vivendo um momento desses. Nem que enfrentasse seu pai como fez muito menos que Kurt entrasse na sua vida. Ele tinha feito várias escolhas em tão pouco tempo, mas não se arrependia de nenhuma delas. Na verdade, ele estava muito feliz. Ele abriu os olhos brevemente apenas para olhar Kurt, o observava com uma expressão tranquila no rosto.

You are the strength

That keeps me walking

You are the hope

That keeps me trusting

You are the life

To my soul

You are my purpose

You're everything

Quando Blaine abriu os olhos novamente, ele olhou ao redor de todos os seus amigos, incluindo Oliver. Esperava que todos entendessem o significado daquela música, principalmente Kurt. Não era uma simples canção. Era uma forma de agradecimento aos seus amigos, mesmo que fosse pouco. Aqueles que estiveram do seu lado nos momentos mais importantes para ele.

And how can I stand here with you

And not be moved by you?

Would you tell me how could it be any better than this?

Do outro lado, Santana afagava levemente a barriga de Brittany, que tinha a cabeça descansando no ombro da latina. Ambas sorriram levemente com lágrimas nos olhos. Sam sorriu ao ver suas amigas através da tela, emocionadas.

Kurt desviou o olhar rapidamente do namorado para Quinn, a mesma permanecia com uma expressão serena no rosto, sua cabeça estava levemente abaixada.

You calm the storms

And you give me rest

You hold me in your hands

You won't let me fall

You steal my heart

And you take my breath away

Would you take me in?

Take me deeper now?

 

And how can I stand here with you

And not be moved by you?

Would you tell me how could it be any better than this?

A voz de Blaine era calma e baixa. Em nenhum momento ele mudou o tom, mesmo que a canção mudasse de uma hora pra outra. Sam apenas seguia o amigo no ritmo do violão, por um momento Blaine pensou em pedir aulas de violão para o amigo loiro, mas voltou sua atenção a música.

And how can I stand here with you

And not be moved by you?

Would you tell me how could it be any better than this?

 

Cause you're all that I want

You're all I need

You're everything, everything...

Os últimos acordes de violão foram tocados e todos aplaudiram.

Blaine sorriu timidamente e agradeceu a Sam, que apenas sorriu. Brittany limpava as lágrimas que caiam pelas bochechas de Santana com o dedo polegar, ela depositou um beijo doce na têmpora da latina. Kurt sorria adoravelmente com a cena que se desenrolava na sua frente. Realmente, eles eram o seu tudo.

***

— Tudo bem aí?

Quinn virou-se para encontrar Kurt vindo em sua direção. Eles estavam na pequena varanda do apartamento, o restante estava na sala de estar num papo que rendia horas. Santana achou melhor encerrar a chamada de vídeo, talvez porque ela não aguentasse mais chorar na frente das pessoas mesmo que através da tela, talvez porque ela só estivesse com sono, mas as duas opções eram verídicas. Após se despedirem, as meninas prometeram mandar noticias sobre Valerie e a saúde de Brittany.

Já estava tarde, as cervejas haviam acabado e todos tomavam suco, algo mais leve. Blaine aprovou a ideia e Kurt não queria ninguém bêbado naquele apartamento. Dava-lhe dor de cabeça lembrar a última vez que eles beberam.

— E-eu... Estou bem. — Quinn deu de ombros, dando uma leve tragada do seu cigarro. Kurt arqueou a sobrancelha para o antigo vício da amiga.

— Eu achei que você tivesse parado. — Kurt apontou para o cigarro.

— Eu também. — Quinn riu amarga. — Não fumo tanto quanto antes, apenas quando estou nervosa.

Kurt escorou-se na beira da varanda assim como a amiga.

— Você está nervosa?

— Mais ou menos... Quer? — Quinn ofereceu o cigarro.

— Não obrigado, não quero ficar com cheiro de cigarro perto de Blaine. — Kurt respondeu, sorrindo levemente. — Você deveria parar e mascar chiclete ao invés.

— Não, isso é bem pior... Eu vi no House.

— Você ainda assiste aquilo? — Kurt riu e Quinn revirou os olhos. — Então é isso que você faz nas folgas? Fica deitada no sofá do apartamento enquanto assiste as reprises de Dr. House, que depressivo Fabray.

— Pois é, você descobriu meu grande segredo. — Quinn zombou.

— Não sei se descobri o certo, mas há um grande segredo?

— Não começa com esse papo... Eu pareço ter um segredo? Qual é, Kurt!

— Você anda tão estranha... Quinn, somos amigos, não há segredo entre nós, mesmo que você não me conte sobre sua amante misteriosa. Há algo que queira compartilhar comigo?

— Olha...

— Você sabe que não vou te julgar, você é como uma irmã pra mim. — Kurt sorriu, pondo sua mão sobre a gelada da Fabray. — O que está acontecendo?

—E-eu... — Quinn vacilou. Toda sua armadura defensiva foi destruída. — Daqui a duas semanas estarei me mudando para a Inglaterra, me querem lecionando em Oxford.

— O quê?!

O corpo de Kurt congelou, era algo maior do que ele pediu. Ele olhou com os olhos arregalados para a amiga, de cabeça baixa e com um pequeno sorriso nos lábios. Ele devia estar feliz certo? Céus, ele estava surpreso e... Assustado com a notícia? Ele não sabia explicar.

— Isso é... Meu Deus, Quinn! — Kurt gritou, animado.

— Incrível, não é? — Quinn riu levemente, tragando mais uma vez o cigarro e soprando levemente a fumaça. — Eu não sei, Kurt.

— Como não sabe? É a sua oportunidade, é a Inglaterra! — Kurt sorriu abertamente. — Você sempre quis viajar para lugares assim, novos desafios, britânicas bonitas que caíram aos seus pés, novas paixões! Claro que isso é incrível!

— Mas... E vocês? — Quinn encarou o amigo. — Eu não quero me afastar de vocês, logo agora que tudo se ajeitou. Como Blaine reagiria sobre isso? E se ele voltar a ter crises? E se não for o que eu pensei todos esses anos? Eu estou com medo, Kurt.

— Quinn... Nós te amamos, vamos amar qualquer escolha sua, mas você tem que ir. — Kurt disse, apertando levemente a mão da amiga. — Esqueça sobre nós por um minuto, pense nas coisas que você vai viver se for para Inglaterra.

— Tipo encontrar os pais do Blaine?

— Não, sua idiota, você entendeu. — Kurt revirou os olhos. — Pare de ser negativa, viva um pouco. New York é sempre onde queríamos estar, mas agora, Inglaterra parece tão certa pra você.

— Você acha? — Quinn suspirou.

— Eu tenho certeza. — Kurt sorriu. — Haverá filas e mais filas de britânicas esperando você assim que chegar a Oxford. Eu adoraria que você me mandasse algumas fotos de alguns britânicos

— E Blaine? — Quinn arqueou a sobrancelha.

— Ele adoraria também — Kurt piscou.

— Você é impossível, Hummel... Eu vou sentir sua falta.

— Eu sei, porque eu também vou sentir.

Kurt mordeu o lábio e puxou a amiga para um abraço apertado, a loira rapidamente desabou seu corpo contra o do amigo. É, ele sentiria saudades e esperava que Blaine fosse forte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, critiquem e mandem sugestões.

Em breve daremos um breve tchau para Quinn da fanfic, não vou distanciá-la nem nada, mas ela vai aparecer bem pouco pela distância. Também citei sobre os pais do Blaine nesse meio tempo, teremos mais surpresas por causa dele. No próximos capítulo teremos um pouco de AnderBros (sim, Cooper vai aparecer sabe lá de onde), também vou incluir Kliver (Kurt e Oliver) quero fazer uma amizade daí, vocês aprovam? Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo!

:-)