Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 36
Capítulo 36: Última chamada


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!

Este é um pouco pequeno, mais dos os anteriores. Acho que é o primeiro capítulo que não divido com partes. Respondi os comentários, tudo bonitinho e tal! Agradeço seus comentários, que me deixam com mais vontade de escrever capítulos maravilhosos para vocês... Enfim, qualquer erro, desculpa! Reli tudo numa pressa para postar. Estava pensando em recomendar uma música para cada capítulo, não sei se vocês vão gostar das escolhas, mas vou começar no próximo. Espero que gostem do capítulo e boa leitura!



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Kurt suspirou e olhou para o relógio de pulso. Fazia horas e ele esperava alguma resposta de Cooper. Alguma coisa que dissesse que estava tudo bem. O pequeno encontro com o moreno no dia anterior tinha o feito ficar mais nervoso. Olhar nos olhos de Walter lhe dava raiva. Aquele homem... Ugh, ele pagaria por tudo aquilo. Sam continuava ao seu lado, o loiro estava mais relaxado ao saber que nada havia acontecido entre eles na noite passada. Chegaram a rir da situação, mas logo o pensamento de preocupação voltou. Quinn tinha passado no apartamento para saber alguma notícia e logo foi trabalhar, diferente de Kurt, que continuava sentado no sofá. Esperando. Havia dormido naquele sofá duro com apenas uma manta lhe cobrindo. Esperando algum sinal de vida, mas nada.

Ele respirou fundo e bebericou o café, que Quinn tinha feito antes de ir. Na TV passava qualquer desenho infantil educativo enquanto ele esperava passar o tempo. A cada minuto ficava difícil sentar ali e esperar. Sam o segurou em vários momentos quando ele tentou ir atrás de Blaine, no apartamento de Cooper ou qualquer lugar que seu baixinho estivesse.

— Eu vou lá. — Kurt disse de súbito, saltando do sofá. — Eu preciso ver como está. Eu preciso vê-lo!

Seu corpo e sua mente estavam completamente decididos. Ele não iria perdê-lo tão fácil, não sem lutar com todas suas forças restantes. Estava se aproximando da porta, pegando na maçaneta quando ao mesmo tempo a companhia tocou. Abriu com tanta força que pareceu surpreender Cooper do outro lado. Ao ver ele ali, quase fez Kurt vacilar com toda sua determinação.

— Como ele está? Onde ele está? — Kurt não deu tempo para que ele pensasse. Ele precisava de informações. — Ele está bem? Cooper, fale alguma coisa!

O irmão de Blaine abriu a boca, mas a fechou e ficou tenso. Foi nesse momento que Kurt soube que algo de muito ruim havia acontecido e toda sua força esvaziou tão rapidamente quanto havia se reerguido. Ele segurou o ombro de Kurt delicadamente e o trouxe para dentro do apartamento. Sam que estava na cozinha lavando a louça, franziu a testa ao ver a presença de Cooper ali.

— Cooper?

— Eu não devia estar aqui, mas isso tudo não pode acontecer sem que você saiba. — Cooper disse em um tom profissional. — As coisas não foram bem lá em casa. Blaine está trancafiado no quarto e sem nenhum meio de comunicação.

— Ele está bem? Aquele... Digo, seu pai, não fez mal a ele não é? — A preocupação estava o enlouquecendo.

— Fisicamente não. — Cooper respondeu tomando cuidado com cada palavra, porém respirou fundo cansado e passou a mão no cabelo com se já não soubesse mais o que fazer. — Não há uma melhor forma de contar isso. Apenas... Meu pai ordenou que nos mudássemos, vamos partir hoje e se depender dele para nunca mais voltar.

Viajar? As palavras iam adentrando a cabeça de Kurt ao mesmo tempo em que seu corpo parecia ficar tão pesado que suas pernas não mais aguentavam. Ele sentou no sofá sem sentir mais o chão abaixo dos seus pés.

— Para onde? — Foi a única pergunta que ele fez.

— Inglaterra. Vamos passar em Ohio antes para ajeitar nossas coisas... Meu pai está providenciando para que ele estude em Oxford e uma transferência de escritório para mim, já que fui cúmplice ele não me quer por perto. — Cooper explicou, vacilando pela primeira vez em sua voz. — Ele vai monitorar nossa comunicação por um ano até estar confiante de que não estamos mais relacionados a você.

— Isso é ridículo! Ele não pode fazer isso! — Sam exclamou indignado. — Blaine e você são maiores de idade!

— Não necessariamente maiores... Ele é o promotor da cidade, tem influência em lugares que eu mesmo não imagino. — Cooper explicou e fez uma pausa antes de continuar. — Blaine parecia disposto a qualquer coisa para ficar... Mas meu pai fez ameaças a vocês. Blaine foi posto em uma posição muito delicada e sem saídas. Kurt, ele está sendo forçado e aceitando apenas por um amor absoluto a você.

— Ele não pode me atingir! Eu não fiz nada de errado! — Dessa vez Kurt gritava inconformado.

— Pode não ter feito, mas ele arranjará provas para isso. Meu pai infelizmente é um homem perante a lei... Mas também sabe muito bem como moldá-la ao seu prazer. Kurt, ele ameaçou o inferno não só para você, mas para seus amigos.

— Ele que ouse encostar um dedo nos meus amigos! — Kurt gritou, erguendo o corpo em súbita raiva.

Ele literalmente surtou. Tentou sair de casa, mas o seguraram, então começou a bater em todos e a gritar, talvez tenha mordido o braço de Sam quando este tentou lhe imobilizar. Ele não podia perdê-lo. Ele não podia ir embora. Só depois de meia hora, ele estava sentado novamente no sofá, bebendo água com as mãos e corpo trêmulos.

— Quando ele vai partir? — Perguntou em um fio de voz.

— Daqui... — Cooper olhou para o relógio. — Meia hora, eu dei uma desculpa para poder vim te avisar.

— Leve-me até o aeroporto. — Kurt pediu. Não, ele implorou. — Eu preciso apenas vê-lo... E-eu... Eu não posso deixá-lo ir assim! Por favor, Cooper, eu entendi a situação, mas...

— Eu levarei. — Cooper cortou-o decidido. — Precisamos ir rápido. Meu pai não poderá fazer muita coisa contra, afinal ele já estará praticamente embarcando. Vamos, Kurt!

— Eu vou junto! — Sam exclamou.

A viagem ao aeroporto foi silenciosa. Quando eles chegaram, Cooper estacionou o carro de qualquer jeito, saíram rapidamente e correram aeroporto adentro. Passaram direto pela ala de check-in e foram barrados pela sala de espera. Kurt engoliu em seco e olhou para seu relógio, cinco minutos apenas. Olhou para Cooper que falava com o guarda e aproveitou a distração do segurança para passar sorrateiramente por trás dele e invadiu o local. Desceu quase correndo sem esperar para ver se foi bem discreto ou não, apenas precisava desesperadamente encontrar com Blaine. Chegou onde Cooper disse que seria a sala dele, diferente das outras por ser primeira classe.

Ele estava sentado de ombros baixos, encarando ao chão e com aparência terrível apesar de usar roupas impecáveis. Um jeans azul com um suéter preto. Kurt? Nem ao menos se lembrou de olhar-se no espelho, mas trajava uma calça social surrada e uma camisa também social branca, além de seus tênis velhos. Estava um trapo. Ele olhou rapidamente ao redor em busca daquela figura assustadora que ele chamava de pai, mas não estava ali.

— Blaine! — Kurt gritou sem conter-se mais.

O moreno ergueu o seu torso e girou o corpo em sua direção. Quando o viu seus olhos marejaram e em questão de segundos levantou-se e correu na direção do namorado. Blaine jogou-se nos braços de Kurt e apertou-o com uma força que até o professor desconhecia. Mas não se importou, ele estava abraçando de forma igual, como se assim pudessem ser um só e viver para sempre desse modo. Kurt inspirou fundo tragando aquele perfume delicado que era natural de seu corpo, podia sentir os ombros dele movendo-se indicando um choro forte.

— Eu não posso fazer nada, desculpa! Eu não consegui escapar. — Ele murmurava quase sem voz, mesmo que Kurt não entendesse pelo quão desesperado dele estava. — E-eu não...

— Blaine, olhe para mim. — Kurt segurou seu rosto e quase desabou ao fitar aqueles olhos que tanto o encantava. — Preste atenção! Não temos tempo nem forças para isso. Eu vou sair daqui com ou sem você! Eu vou te procurar, te caçar, até te encontrar. Eu vou dar um jeito, um ano, dois.

— Por favor, não me deixa! Eu não vou te esquecer, eu te amo pra sempre! Por favor, não me deixa. — Blaine implorava.

— Eu sempre vou ser seu. Eu te amo, meu baixinho.

— Eu te amo!

Eles se beijaram. Como se fosse o último beijo dado ali, no meio de tantas pessoas. Não se importavam. Era um beijo forte, um encontro de lábios que já sentiam um sabor de saudades na boca. Lágrimas eram misturadas a uma emoção tão forte e ao mesmo tempo dolorosa.

— Blaine. — Uma voz mais fria soou atrás deles, era Walter.

Blaine parou o beijo e olhou para Kurt de forma intensa dizendo-o de todas as formas que o amava. O pai aproximou-se e o agarrou pelo braço, praticamente o arrastando para dentro do corredor que levava ao avião. Logo Sam apareceu do meu lado, seguido de Cooper. Kurt apenas ficou ali, observando seu coração ser cruelmente arrancado de meu peito e sendo levado sangrento para bem longe. A dor? Era inexplicável. Seu mundo havia rachado de uma forma dolorosa que a única explicação era que ele respirava apenas por ser um ato involuntário.

Em outra extremidade, Blaine sentava trêmulo na poltrona do avião ao lado de Walter, logo na fileira detrás estava Cooper. Seu pai mexia despreocupadamente no celular. O moreno respirou fundo e limpou as lágrimas caídas, ele fechou os olhos. Ouvindo toda a movimentação dos outros passageiros querendo achar seus assentos, guardando suas bagagens, conversando aleatoriamente. Ao abrir os olhos, foi como um choque, Blaine desprendeu o cinto de segurança e levantou, procurando pela sua bagagem.

— Senhor, permaneça no seu lugar, por favor. — Pediu a comissária.

— Blaine, volte aqui. — Walter gritou.

— Não... Eu não posso.  — Blaine disse tranquilamente. Cooper levantou ajudando o irmão com a bagagem. — Eu não posso deixar Kurt.

— Tem certeza, B?

— E-eu... Preciso ficar com Kurt.

— Vocês dois! Chega dessa palhaçada, Blaine! Senta nessa poltrona agora antes que eu me arrependa. — Walter disse num tom sério e severo. — É isto ou sofrerá as consequências.

— Eu não me importo! Eu nunca tive uma chance. — Blaine suspirou, olhando diretamente para Walter. — Um pai não estaria fazendo isso com o filho, fazendo-o escolher entre seu verdadeiro amor e uma vida longe dessa pessoa. Eu amo Kurt, entenda, eu nunca vou esquecer... Ele é o meu homem.

— Não diga...

— Cala a boca! — Blaine gritou. Assustando tanto a si mesmo quanto o pai e o restante das pessoas no avião. — Entende uma coisa, eu sou gay! Gay! Ele é o meu homem! Quem eu realmente quero ficar, entende? É ao lado dele que vou construir minha vida, sem ou com sua benção, sem ou com seu dinheiro ou apoio. Eu espero que um dia entenda o amor que sinto por aquele cara como Cooper entendeu. E-eu... E-eu te amo, pai... Mas não me faça escolher isso.

— Não farei. — Walter murmurou. — Você teve sua chance. Corra e viva sua vida nojenta ao lado daquele homem, mas não venha atrás de mim. Eu não tenho um filho gay, uma aberração que o mundo criou.

— Pai...

— Se quer tanto viver com este homem, não perca seu tempo aqui, está atrasando meu voo e dessas pessoas, vou estar em Londres e bem longe desse desastre. — Walter disse, ajeitando-se na poltrona.

Blaine assentiu lentamente e fez seu caminho em direção a saída.

— Eu não consigo acreditar, de todas as coisas que o senhor fez, essa foi a pior. — Cooper cuspiu as palavras contra o pai. — Quando o senhor vai perceber que somos crescido? Blaine não é mais aquele menininho que corria para as minhas asas quando o senhor gritava. Ele cresceu. Eu não preciso do senhor, eu preciso do meu irmão, a minha verdadeira família.

— Você pode ter a nossa verdadeira família...

— Sem Blaine? Acredito que não. — Cooper zombou. Ele olhou para todos que acompanhavam aquela cena entre pai e filho, sorrindo gentilmente. — Desculpa qualquer coisa, não queria atrasar o voo e nem fazer esse tumulto. Já estou de saída!

— Coop... Cuide dele...

Cooper ficou surpreso, mas apenas assentiu. Ele pegou sua mala e fez seu caminho para fora. Alguns passageiros começaram a reclamar e fofocar sobre o acontecimento.

— Tudo bem, senhor? — Perguntou a comissária.

— Estou. — Walter suspirou e massageou as têmporas. — Apenas perdi meus filhos.


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Notas finais do capítulo

Surpresa!

O que acharam? Digamos que nunca foi uma opção minha levar Blaine para longe do Kurt, ainda mais depois de tudo que eles conseguiram juntos. Que vai das conquistas do Blaine ao contrato do livro do Kurt. Nunca pensei no Walter como um inimigo, só era mais uma barreira que os dois tinham que passar por cima ou simplesmente quebrar. Como essa 2° parte foca mais no Blaine, ainda teremos mais aparições dos seus pais, estou querendo incluir sua mãe dessa vez. Enfim, ainda não tenho nada para falar sobre o próximo capítulo. É, ainda não foi escrito. Mas vou mudar isso em breve... Comentários? Até mais...