Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 32
Capítulo 32: Encontro Duplo


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo mais longo pra variar a demora. Queria agradecer os comentários e avisar que respondo minutos depois antes de atualizar a fic. Caso eu responda antes e não atualize, podem me amatar mesmo. Mas vai ser assim agora. Estava em dúvida se atualizava hoje, porque meu notebook anda travando direto e pelo número de comentários. Eu sei que é chato pedir essas coisas... Mas eu sei o bastante de pessoas lendo pra poucas comentarem. Eu não vou parar de escrever caso diminua a cada capítulo, mas se tem algum autor que lê, sabe do que estou falando. Os comentários são de maneira certa o incentivo para escrever... A última coisa que quero é ficar chateada algo assim.

Antes de qualquer coisa, desculpem qualquer erro de ortografia ou gramática. Dei uma rápida revisada no capítulo e não prestei muita atenção nos erros. Boa leitura...



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— Eu preciso cortar meu cabelo.

Blaine desviou o olhar de suas telas e franziu a testa ao ver Sam olhando para um pequeno espelho em suas mãos. O loiro tentava ajeitar nervosamente a cabeleira loira, seus cabelos estavam quase encostando os ombros e talvez tivesse pontas duplas. Era uma versão feminina perfeita de Quinn. Ambos gays. Loiros e bonitos. E ambos eram seus amigos. Perfeito!

— Gosto dele assim. — Blaine deu de ombros. — Combina com você.

— Sim, combina com meu estilo surfista na Florida. Aqui é diferente! Sou visto como um cara largado... Será que Oliver gosta dele assim? Eu sei que quando nós nos conhecemos meu cabelo já estava assim, só queria surpreender ele...

— Oliver? O ajudante de Sebastian?

— Assistente. — Sam sorriu, abaixando o espelho e olhando Blaine. — Vamos ao nosso segundo encontro, tomara que Burt fique bem dessa vez.

— Por que ele não ficaria?

Uma lâmpada pareceu se acender sobre a cabeleira loira.

— Blaine! — Sam sorriu assustadoramente para o moreno, que tentou sorrir, mas acabou saindo uma careta. — Você vai me ajudar!

— Eu? — Blaine apontou para si.

— Claro! Eu te ajudei com Kurt, quer dizer, eu disse algumas coisas que te ajudaram, não foi? — Blaine assentiu lentamente. — Então! Por favor, cara, me ajuda nessa... Eu não sei o que vestir para nosso encontro, a maioria dos meus encontros com Kurt foi um desastre, eu não quero estragar essa chance com Oliver.

— Claro que ajudo, somos amigos. — Blaine disse. Ele nem teve tempo de reagir ao sentir os braços fortes de Sam lhe abraçando, fortemente, esmagadoramente. Acho que ele sentiu algumas articulações estalarem. — Ai...

— Obrigado, irmão. — Sam murmurou.

— Sem problemas. — Blaine riu, dando tapinhas nas costas do loiro.

— Você não sabe o quanto estou feliz. — Sam exclamou. Blaine sufocou uma risada, a felicidade de Sam era óbvia, começando pelo sorriso que mal cabia no rosto e os olhos brilhantes. — Meu encontro é à noite, mas você sabe, sempre é bom adiantar as coisas. Que tal começarmos com a roupa?

— Claro, eu posso te emprestar algumas...

— Eu não certeza se elas vão caber. — Sam franziu a testa.

— Verdade. — Blaine estapeou-se mentalmente. Em seguida, ele sorriu. — Eu posso emprestar algumas gravadas ou essas coisas...

— Boa! Eu amo suas gravatas de borboleta, mas não tenho coragem de usar. Sempre achei lindas quando Kurt usava... — Sam calou-se, com os olhos arregalados e as bochechas coradas. — É...

Silêncio.

— Nada de gravatas...

— Acho melhor não. — Blaine concordou.

— Podemos tentar outro tipo de, sabe aquelas lisas, mesmo que não seja um casamento... Eu queria ficar formal. — Sam disse. — Eu tenho gravatas de cowboy!

— Que legal!

— Eu posso te emprestar qualquer dia, se quiser.

— Eu adoraria! — Blaine sorriu, voltando a atenção para suas telas. Sam notou a diferença de humor do amigo e olhou para as telas. — Meu pai tinha várias gravatas, ele costumava guardá-las em sete chaves. Nunca consegui achar, mas adoraria usar uma. Ou duas... Ou apenas vê-las.

— Você gostava do seu pai?

— Apenas quando ele realmente era pai. — Blaine deu de ombros, dando uma pincelada na tela. Ele suspirou e olhou para Sam. — Ele nunca foi um pai que demonstrou sentimentos, apenas mandava e desmandava em casa e no trabalho. Minha mãe é totalmente diferente... E-ela é carinhosa e protetora. Mas quando estava perto do papai... Ela virava outra. Outra pessoa. Não minha mãe.

Percebendo que Sam não iria falar, ele continuou.

— Quando ela se tornava totalmente submissa ao meu pai, sobrando apenas Cooper para me proteger. Cooper era o melhor... Ele me protegia mesmo que papai nunca levantou a mão para nós — Blaine riu levemente, coçando a nuca. — Na verdade, ele nunca sujaria as mãos numa aberração como eu.

— Ei! Você não é uma aberração...

— Eu sei. — Blaine sorriu e Sam franziu a testa, entre um sorriso e uma careta. — Kurt me diz isso praticamente todos os dias. É exatamente por isso que eu não sou... Uma aberração... Ou qualquer coisa do tipo. Eu sou apenas... Diferente? Kurt disse que é bom ser diferente.

— É verdade, você é um ótimo cara. — Sam sorriu, afagando levemente as costas de Blaine. — A única aberração aqui é esse meu cabelo.

Blaine gargalhou e empurrou Sam para longe. O loiro jogou uma piscadela para o moreno, sentando no sofá da sala de estar.

— O que é isso? — Sam apontou para a tela.

— Ah, nada, apenas tive vontade de pintar. — Blaine deu de ombros. Olhou para a tela e jogou seu pincel dentro de um copo com água. — Kurt gosta quando pinto.

Pintada na tela estava uma girafa, a lembrança do passeio no lógico ainda era clara. As cores na tela não eram comuns de uma girafa... Era uma mistura de laranja com verde piscina, as pintas da girafa eram coloridas... Tinham o formato de diamantes... A mistura de cores explodia na tela, as destacando bastante. Blaine teve toda a paciência para pincelar corretamente.

— Certeza que ele gosta quando você pinta. — Sam ergueu as sobrancelhas, soltando uma gargalhada em seguida.

— Quê...?

— Nada. — Sam riu sozinho. — Que horas Quinn e Kurt vão chegar?

— Uh... Eu não sei — Blaine franziu a testa, olhando diretamente para o relógio de parede. — Eles disseram que não demorariam muito, o mercado nem é tão longe.

— Eu vou para meu quarto, você fica bem aqui sozinho?

Blaine bufou e Sam sorriu levemente.

Minutos depois o chuveiro foi ligado. Se Blaine achava que ele tinha exagerado na arrumação do seu primeiro encontro com Kurt, ele riu sozinho por causa de Sam. O barulho da porta destrancando chamou sua atenção. Logo a porta foi aberta, Quinn e Kurt entraram no apartamento com sacolas de compras. Kurt sorriu levemente para o namorado enquanto Quinn passava diretamente para a cozinha com os olhos no celular.

— Aconteceu alguma coisa? — Blaine ajudou Kurt com as compras. O professor negou e o moreno arqueou a sobrancelha. — Estou falando da Quinn.

— Ela está estranha, não trocamos uma palavra durante a vinda. — Kurt respondeu baixinho, roubando um olhar pra cozinha. — Tentei conversar com ela sobre você-sabe-quem.

— E?

— Ela negou, disse estar sozinha e que nós devíamos parar de perguntar essas coisas. Ela está chateada, devíamos respeitar isso...

— Não, devíamos ajudar. — Blaine insistiu. — Ela é nossa amiga.

— Justamente, meu amor, ela é nossa amiga, mas não deve nenhuma satisfação sobre isso, não vamos forçar a barra. — Kurt disse, tranquilamente. Ele caminhou em direção a cozinha e deixou as compras sobre o balcão. — Acho melhor deixar as coisas rolarem.

***

O dia havia sido puxado para Kurt. Principalmente pelo começo de exames finais, tanto para o aluno quanto para o professor. Ele não reclamava dos seus alunos. Mas estava ansioso para o livro que estava vindo... Ele havia esperando tanto por esse momento. Talvez conseguisse esperar mais um pouco. Recebia telefonemas de Marley lhe informando como estava sendo o procedimento. Ela estava sendo um doce de pessoa, e Kurt só podia agradecer por isso. Ele ficaria mais aliviado quando o livro estivesse publicado, assim ele teria dinheiro. Dinheiro de verdade e não seu salário como professor. Não menosprezando o trabalho, claro. Ele daria tudo do bom e do melhor para Blaine. Até mesmo um apartamento maior, um carro que não fosse o de Ariel. Um apartamento que coubesse todos seus amigos. Um cantinho especialmente para Blaine pintar. Um escritório para si e seus papéis. Um lugar só deles.

Ele podia esperar tudo isso, teria um momento certo. Como todos os outros.

Kurt suspirou com um sorriso no rosto. Ele terminou de enxugar seu corpo e pôs uma roupa leve para ficar em casa. Já estava anoitecendo, ele precisava fazer o jantar e logo depois descansar em paz. Saindo do quarto, ele franziu a testa ao ouvir a barulheira vinda da sala de estar.

— Até que enfim! — Sam exclamou, apenas enrolado numa toalha. Quinn estava andando freneticamente ao redor da sala enquanto Blaine digitava furiosamente em seu notebook. — Você tem que me ajudar! Você e Blaine, na verdade. Eu preciso encontrar uma roupa legal para sair com Oliver!

— Cale a boca, Evans! Preste atenção no que faz, Anderson!

— Eu estou, Quinn!

— Não, não está! Você tem que apagar isso, tirar isso do ar! Rápido!

— Não me pressione... Eu estou tentando meu melhor aqui, mas você está gritando!

— O que está acontecendo aqui? — Kurt perguntou, cautelosamente.

Quinn virou seu corpo em direção ao amigo, com os olhos arregalados.

— Ashley! Ashley aconteceu na minha vida!

— A loirinha sem graça?

— Sim. Não fale assim dela... Ugh. — Ela gritou. — Nós tivemos essa noite de tirar o fôlego. O ato sexual foi beirando a perfeição, e Deus sabe o quanto eu estava precisando desses orgasmos... Mas de qualquer jeito! Adivinha o que eu descobri! — Quinn começou a rir histericamente.

Ok, já estava ficando assustador isso.

— Ela escreveu uma história erótica sobre nós. — Quinn respondeu com um sorriso, antes que Kurt pudesse falar, ele foi cortado. — Agora eu estou tentando denunciar seu blog antes que isso chegue em Lima! Aos meus pais! A qualquer pessoa conhecida!

Kurt tinha o queixo caído olhando para uma Quinn descabelada. Ele ouvia levemente a risada de Sam em algum lugar entre as almofadas do sofá enquanto Blaine choramingava.

— E você não sabe o pior. Oh, não! — Quinn continuou rindo dessa maneira assustadora. — A gênio achou que mudando as primeiras letras do meu nome seria perfeitamente seguro para minha integridade pessoal. Lucy Kim. Quem diabos ainda me chama de Lucy? — Ela gritou. — E agora... Agora eu estou recebendo muitas mensagens indiscretas no Facebook, solicitações de amizade e e-mails inapropriados!

Quando Quinn desabou ao lado de Blaine no sofá, ele soube que era o fim. Kurt massageou as têmporas e suspirou. Céus, que espécie da confusão era essa.

— Ok... Você já tentou convencer a Ashley de apagar? — Kurt perguntou delicadamente.

Blaine parou de digitar e Quinn olhou para ele sem entender. A loira sorriu depois de um segundo e se dirigiu para fora do apartamento. Cada doido que lhe aparecia. Sam enxugava as lágrimas dos olhos quando Kurt sentou ao lado do loiro.

— Então... Você e Oliver... — Kurt começou.

— O que tem? — Sam perguntou sem rodeios.

— Eu pensei que você não tinha ninguém em vista ainda...

— Ele é... Você sabe.

— Qual é. — Kurt sorriu. — Você quer nossa ajuda ou não?

O loiro revirou os olhos.

— Como foi que aconteceu, afinal?

— Você não sabe? — Sam arqueou a sobrancelha.

— Eu não! Como saberia?

— Se Blaine não te disse, eu não farei.

— Ei! Ainda estou aqui! — Blaine gritou.

Kurt suspirou.

— Você está brincando comigo...

— Pois é. — Sam riu. — Aparentemente ele gostava de Sebastian, o meu sócio. Então, Sebastian tem ciúmes de qualquer cara que Oliver aparece, mesmo assim, Oliver nunca chega ao fim com qualquer cara. Porque ele é totalmente submisso ao chefe. Não sexualmente... Mas aconteceu que Oliver e eu conversamos e estamos levando as coisas aos poucos. Até vimos os prós e contras, sem Sebastian saber, claro.

— Oh meu Deus! — Kurt exclamou. — Eu não posso acreditar! Ele é o seu sócio... Espere, eu não posso acreditar que você não me disse, Blaine!

— O quê? Eu pensei...

— Ele não tem culpa, deixe-o. — Sam cutucou as costelas de Kurt, que bateu na sua mão. — Eu não acho que ele precisa de mais pressão que recebeu minutos atrás.

Kurt abriu a boca para responder a acusação antes de fechá-la novamente.

— Oh, Sammy... Você gosta dele. — Ele afirmou em voz baixa.

— Não mesmo! Ele é um amigo, estou levando isso devagar! — Sam respondeu rápido demais.

— Apenas... Tenha cuidado, ok? — Kurt colocou a mão no ombro do amigo. — Sabemos com o que aconteceu da última vez... Mesmo que eu tenha tido culpa também, eu odiei vê-lo sofrer. Ainda mais por minha causa. Não quero isso de novo para você. Nem eu e nem Blaine queremos.

Antes que o loiro pudesse responder, Quinn estava de volta.

— Ela vai apagar! — Ela disse com um sorriso.

— Isso é ótimo, Quinn. — Kurt sorriu para a loira, que fazia alguma prece aos céus. Ele voltou seu olhar para Sam. — Então... Que tal me falar sobre essa roupa legal?

***

— Você realmente acha que ele vai gostar da nossa presença? — Kurt perguntou hesitante.

— Relaxa! Oliver é tranquilo... Aliás, é o nosso segundo encontro, acho que ele gostaria de conhecer corretamente vocês.

— Mas já nos conhecemos no dia da floricultura...

— Que seja, eu quero dizer, conhecer corretamente.

Blaine bufou e caminhou para dentro do bar. A Toca estava começando a ser seu lugar favorito nos finais de semana, quando Quinn ou Sam o convidava para uma cervejinha, sob o olhar atento de Kurt. Ele acenou para o barman já conhecido e avistou Oliver sentado numa das mesas do bar, bebendo um cosmopolitan. Ele não foi o único a reconhecer Oliver, logo Sam estava sorrindo em direção ao moreno de olhos azuis. Oliver ofereceu um sorriso, mas vacilou. Talvez ele não esperasse aquilo. Definitivamente não.

Oliver levantou da cadeira e puxou Sam para um abraço. Algo estava diferente em Oliver, talvez fosse a camisa mais solta e confortável, ou os cabelos bagunçados. Kurt e Blaine trocaram um olhar, mas nada disseram. Eles se afastaram e Oliver olhou diretamente para Kurt, dando um sorriso amigável.

— Você é Kurt, certo?

— Sim... Kurt Hummel, prazer. — Kurt estendeu a mão e Oliver apertou-a. — Sam tem falado bastante de você, principalmente hoje.

— Oh, prazer, acho bom ser coisas boas. — Oliver sorriu enquanto Sam corava levemente. — Ele também fala bastante de você, acho que é um dos principais assuntos nas nossas conversas... Algo sobre o término de vocês e seu novo namorado.

Kurt arqueou a sobrancelha. Calma lá, garoto...

— Então ele deve falar maravilhas de Blaine. — Kurt sorriu arrogante. Ele pôs a mão nas costas de Blaine, que corou. — Acho que teremos muito a conversar, Oliver.

— Concordo, Kurt.

Merda, pensou Sam. Tudo que ele queria naquele momento era diversão, não uma rivalidade entre Kurt e Oliver. Seu ex-namorado e atual... Não, seu amigo. Eles sentaram a mesa e o garçom veio anotar seus pedidos. Blaine pediu apenas um suco. Kurt e Sam ficaram com cervejas. Bem, Oliver já tinha sua bebida. O silêncio na mesa era totalmente constrangedor, talvez não tivesse sido uma boa idade aquele encontro duplo de última hora.

Kurt tomou um gole da cerveja e limpou a garganta, sorrindo diretamente para Oliver. Claro, o rapaz mais jovem retribuiu. A principal razão de Kurt ter aceitado vir ao tal encontro, era conhecer as intenções de Oliver, antes de começar criticar o rapaz.

— Já tinha vindo aqui antes? — Kurt quebrou o silêncio.

— Sim, na verdade, Sam me trouxe aqui no nosso primeiro encontro. — Oliver sorriu para o loiro. — É muito legal... Principalmente a liberdade para cantar.

— Você canta? — Blaine perguntou, sorridente.

— Deus não, apenas no chuveiro mesmo. — Oliver gargalhou, escondendo o rosto nas mãos.

— Parece de ser modesto, tenho certeza que você arrasa. — Sam provocou, recebendo um grunhido de Oliver. — Podemos fazer um dueto.

Kurt cruzou os braços e sorriu levemente, observando a interação dos dois. Ele nunca viu Sam tão solto. Talvez alguma vez quando eles estavam juntos. Mas Sam estava feliz... Com aquele rapaz. Sabia que quando o loiro beirava a felicidade, ele se entregava literalmente, de corpo e alma. Kurt temia pela inocência que Sam tinha sobre o amor. Ele lembra como Sam ficou no final do relacionamento deles. E odiaria vê-lo assim novamente.

— Dueto? Não obrigado, não quero ofuscar o seu brilho. — Oliver brincou, arrancando risadas de todos.

— Ok, sem duetos.

— Que pena, podíamos fazer uma competição de casais cantores. — Blaine deixou escapar e corou furiosamente. Kurt sorriu, afagando as costas do moreno enquanto Sam e Oliver coravam. — É... Desculpa.

— Talvez Sam queria fazer um dueto com você. — Kurt disse para Blaine.

— Sim, claro, mas eu preciso de um solo antes. — Sam deu de ombros, ainda corado.

— Vai cantar o que? — Oliver arqueou a sobrancelha.

— É segredo.

Mais uma rodada de bebidas chegou e o silêncio voltou. Sendo quebrado novamente por Kurt, que revirou os olhos com o silêncio de Sam.

— Então, você é assistente de Sebastian? Sam não me contou com todos os detalhes como vocês se conheceram.

— Sim, somos amigos e Sebastian me convidou para ser seu assistente. — Oliver riu. — Às vezes me acho mais dono da loja do que Sebastian. Ele é maravilhoso quando realmente quer, você sabe, todos temos esse lado amargo com o tempo.

— Eu sei. De onde se conhecem? — Kurt ajeitou-se na cadeira, totalmente curioso.

— É... Bem, é uma longa história. — Oliver riu sem graça. Estava óbvio o seu desconforto para os olhos de Kurt, mas ele apenas sorriu, incentivando o outro. — Sebastian sempre foi muito amigo do meu irmão, Julian. Eles cursavam Medicina juntos, era o orgulho dos nossos pais, mas... Numa noite de festa, houve um acidente de carro na estrada, Sebastian conseguiu sobreviver... Meu irmão... Ele...

— Oliver, você não precisa. — Sam murmurou, pondo a mão no joelho do moreno.

— Não, tudo bem, eu preciso acabar com os fantasmas do meu passado. — Oliver sorriu tranquilamente. Sua voz era firme, mas os olhos levemente marejados o entregavam. — Quando soubemos, foi como um castelo de baralho a ser destruído... Todos se quebraram. Principalmente Sebastian. Após a morte de Julian, Sebastian virou outra pessoa, trancou a universidade e virou aquele ser amargo.

— Como surgiu a Subsmythe? — Kurt perguntou.

— Eu estava no meu segundo ano do colégio quando Sebastian teve essa ideia louca de fugir e começar um negócio próprio. Na hora eu aceitei. Aliás, não tinha planos nenhum... Num dia, arrumamos nossas coisas e fomos para L.A. — Oliver disse, tomando um gole da sua bebida. — Conseguimos alguns contatos e então, nasceu a Subsmythe.

— Espera... Quer dizer que você também é dono? — Blaine franziu a testa.

— Sebastian diz que sim, mas eu não, aquela loja é algo que ele construiu sozinho. Eu apenas... Estava lá, apoiando suas decisões.

— Mesmo assim, você ajudou. — Sam sorriu.

— Eu acho que sim. — Oliver deu de ombros. — Chega de falar disso! Kurt, Sam me contou sobre o seu livro, isso é demais!

— Oh, sim! É a melhor sensação do mundo finalmente meu livro estar sendo feito. — Kurt quase gritou, seus olhos brilhavam com apenas a menção. — Olha que é o primeiro livro! Ainda terei mais dois pela frente, é simplesmente incrível...

— Sam fala sobre ele o tempo todo! — Oliver bufou, sorrindo levemente.

— Claro que falo! Eu estava lá quando Kurt virava a noite se questionando sobre a personalidade de cada personagem. — Sam revirou os olhos, ganhando um chute de Kurt por baixo da mesa. Todos riram, exceto o loiro. — Não é à toa que ele parece a personagem principal.

— Isso é mentira! Me inspirei em Santana e Quinn para criar Melinda, a personagem principal da história. — Kurt confessou, soltando uma risada. — Tem o lado misterioso de Quinn e amargo de Santana, talvez tenha mais do que isso delas. Collins não é ninguém em específico. Talvez os aspectos tenham mudado bastante.

— Parece interessante, já tem um nome?

— Sombras de Priestly.

— Oh, chama atenção... — Kurt assentiu, sorridente. — Você não acha que está com muita esperança?

— Hm, como?

— Vamos lá, sejamos realistas. Não estou dizendo que vai dar errado, mas se der?

— Não existe este “se”. Eu sei que vai dar certo, não estou sendo esperançoso ou até mesmo positivo demais.

— Oh...

Oliver sorriu minimamente, desviando o olhar de Kurt e tomando sua bebida. Sam engoliu em seco e bateu palmas levemente, quebrando o clima desconfortável.

— Que cantarmos agora?

— Não estou com vontade, vá você e Blaine...

— Mas...

— Vamos, Sam! — Blaine gritou. Todos olharam em direção ao moreno que já estava falando com o cara responsável pelo karaokê. — Venha logo cantar e depois tem o nosso dueto.

Sam olhou entre Kurt e Oliver antes de caminhar, hesitante, em direção ao amigo.


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Notas finais do capítulo

Um capítulo Klaine, Kum, Blam, Soliver (como vocês deram).

Decidi colocar uma continuação, pretendo atualizar o mais rápido possível. Caso não conseguida, paciência... Tive uma semana tão estranha, de maneira boa, que fiquei um pouco viajada das ideias pra escrever. Até mesmo surgiu uma ideia pra outra fic, mas vou deixar focar em LFP. No próximo capítulo: Blam cantando, mais surpresas pra vocês.

Comentários sempre bem-vindos e até mais! :)