Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 3
Capítulo 3: Culpe a chuva


Notas iniciais do capítulo

Pelo título, parece que vamos ter uma boa chuvinha do capítulo. Obrigado pelos comentários, ainda não estou respondendo, mas em breve quando conseguir, vou ter o prazer de responder vocês. Boa leitura!



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Kurt vivia em um apartamento de seis andares que estava espremido entre outros prédios e apartamentos. Seu apartamento tem a vista para um parque e um campo de beisebol, o que significava que os sons de crianças rindo são abundantes, logo ele se fundia com o barulho da estação de metrô. Ele desceu a ladeira de sua rua, passando pelo supermercado, com o cheiro de legumes podres está no ar. Outros vinte passos o levava para o quiosque onde ele comprou uma garrafa de água, até que ele chegasse ao seu prédio. Ele simplesmente não podia esperar para chegar em casa, ele esqueceu de beber água antes de sair da na universidade.

Ele passou rapidamente pela recepção, evitando encontrar Chuck ou sua mãe. Kurt optou por subir as escadas, ele subia dois degraus de cada vez, até ficar está ofegante. Talvez ele devesse começar a correr pelo parque, porque ele estava ficando um pouco fora de forma. Kurt suspirou, antes de chegar a porta do apartamento, 404.

A secretária eletrônica anunciou que ele tinha duas mensagens, uma de seu pai e outra de Finn, pedindo desculpas por não ter o visitado enquanto estava em Nova York, e se ele não estivesse chateado, ele gostaria de encontrar-se para jantar qualquer dia. Kurt desabou contra seu sofá com um suspiro. Desastradamente ele pegou o celular dele, discando para o número de Quinn.

— Ei Quinn, sou eu Kurt. Eu não posso sair com vocês hoje á noite. Esqueci que tenho algumas coisas para corrigir. Talvez na próxima semana ou algo assim, ok? Desculpe por isso. Diga oi a Ariel por mim. Tchau!

Ele terminou a chamada antes que Quinn conseguisse falar alguma palavra, deixando seu celular ao seu lado no sofá. Hoje à noite, ele tentaria, mais uma vez, escrever coisas sobre Sam, seu ex-namorado, para tentar ficar livre por sentir essas coisas por Blaine, um aluno. Kurt olhou para a máquina de escrever em sua frente, que Sam comprou-lhe no seu vigésimo terceiro aniversário.

Ele lembrou o quanto amou aquele garoto e riu.

Kurt costumava ser apaixonado antes. Por um garoto chamado Sam, que tinha cabelos e olhos claros que falava um milhão de coisas ao mesmo tempo. Eles eram amigos antes de amantes, a melhor maneira de começar um relacionamento, e provavelmente, a pior maneira de terminar um. Ambos eram tímidos e quietos. Ambos optaravam por ficar em casa e jogar palavras cruzadas ou ler. Kurt achava que Sam era a fonte de seu infinito amor por palavras, para o qual ele é grato.

Seria supor que eles eram perfeitos, um para o outro, e isso podia ter sido verdade, era meia verdade. Mas isso foi antes de Kurt começar a se apaixonar por um garoto que não existia.

Isso foi o que disse Sam, com a suavidade e rouquidão que a sua voz permitia. Kurt estava se apaixonando novamente e, desta vez, não foi por Sam. Kurt não sabia o que ele estava falando, mas ele permitiu que o loiro escapasse dos seus braços e deixasse seu apartamento sem ter de chamar o nome dele.

Durante três semanas, Kurt pensou sobre o que Sam queria dizer. Que ele gostava, quer dizer, se apaixonou por um garoto que nem sabia se existia? O que faz com que pareça que, do ponto de vista externo, para estar num relacionamento, feliz e apaixonado, precisa de uma pessoa ao lado?

Assim, Kurt sentou na cadeira bamba na frente sua máquina de escrever, se permitindo consumir a paisagem cinza do céu de Nova York. A suave brisa batia nele, e isso é o suficiente para enchê-lo de força para começar a escrever. Ele bateu com os dedos sobre as teclas de prata alinhadas, desgastante para tanto seu corpo e sua mente.

Horas passam, mas Kurt não se importava. Quando é pressionada a última tecla, ele suspirou. Um respirar de alívio e ansiedade, ele passou os dedos contra a tinta seca em cima da página.

Ele finalmente encontrou a resposta.

***

Kurt afrouxou sua gravata quando entrou na sua sala de aula. Ele havia acordado um pouco tarde, pois havia ficado escrevendo por várias horas e foi dormir quase na hora de acordar. A sala estava uma confusão, alguns alunos estavam sentados nas carteiras, havia uma conversa alta e cheia de energia. Assim que eles perceberam a presença professor, a confusão cessou, aquilo deixou Kurt orgulhoso, pelo menos ele tinha moral aqui em Nova York. Diferente de como foi sua vida em Lima, Ohio... Muito diferente.

— Bom dia! — Kurt cumprimentou e foi saudado pelos seus alunos.

Ele deixou sua bolsa sobre a mesa e sentou na cadeira, começando a arrumar suas coisas sobre a mesa. Ele pegou a pasta preta que continha os trabalhos anteriores, a maioria estava corrigido, outros nem tanto. Seu olhar se ergueu para seus alunos, que agora conversavam baixinho ou faziam outras coisas. Como sempre, o olhar de Kurt parou em Blaine, que estava sentado na terceira fila de carteiras, encostado na cadeira. O moreno mexia o lápis entre os dedos, pensativo.

— Blaine, poderia vir aqui? — Kurt pediu em voz alta.

Alguns alunos começaram a murmurar entre si, olhando diretamente para Blaine. O moreno tinha os olhos arregalados e a boca entre a aberta, ele recebeu uma tapinha nas costas vinda de Tina, incentivando-o.

— Se quiser é claro. — Kurt completou, sorrindo.

Meio atrapalhado, Blaine levantou da cadeira, passando entre as carteiras tranquilamente até chegar à mesa do professor. Kurt sorriu em sua direção, tentando ser o mais gentil que conseguisse.

— Faria um favor para mim? — Kurt perguntou, ainda meio hesitante Blaine assentiu. — Poderia entregar os trabalhos para mim enquanto faço a chamada?

Blaine olhou para a pasta preta na mesa de Kurt e assentiu a pegando com cuidado. O professor agradeceu e pegou a frequência para começar a chamada. Blaine começou a entregar os trabalhos para cada um dali, ele teve que ouvir as reclamações e isso lhe deixou nervoso. Mas quando ele olhou para seu professor e este ofereceu um pequeno sorriso, ele continuou. O último trabalho que ele tinha em mãos era de Tina Cohen-Chang, a menina asiática que sentava atrás dele. Blaine andou até a menina e lhe entregou a folha.

— Obrigado, Blaine! — Tina disse, abrindo um grande sorriso em direção ao moreno, que corou levemente.

Kurt observava tudo de longe e estreitou os olhos para a asiática. Aquilo era novo, ele nunca havia visto Blaine falar com ninguém, mas ele não gostou nem um pouco da ideia de ver os dois conversando. O professor balançou a cabeça e respirou fundo. A pasta preta reapareceu na sua mesa e Blaine estava na sua frente novamente, olhando curiosamente.

— V-você está bem, Sr. Hummel? — Blaine perguntou, preocupado.

— Sim, apenas uma tontura. — Kurt mentiu, sorrindo. — Obrigado, Blaine, pode voltar para o seu lugar.

— De nada. — Blaine sussurrou voltando por seu lugar.

Kurt acompanhou de sua mesa Blaine voltar ao lugar, por um momento ele ficou hipnotizado pelo balançar do quadril do moreno e como apertado era aquele jeans, deixando a bunda de Blaine um pouco...

Oh Deus!

Kurt corou levemente e abaixou a cabeça para a frequência. Tomara que ninguém tivesse percebido ele olhando para a bunda de Blaine, aquilo seria uma grande confusão na universidade.

Quando Kurt terminou de fazer a chamada, ele se levantou e começou a escrever um novo assunto na lousa. Todos os alunos acompanhavam até Quinn aparecer na porta, o que deixou os alunos um pouco animadinhos. O professor revirou os olhos e pediu para a loira entrar, aquilo atraiu totalmente a atenção de Blaine, que acompanhou quando a professora entrou na sala e se aproximou de Kurt. Ele daria de tudo para saber o que acontecia entre os dois. Formariam um belo casal, pensou Blaine, mas logo franziu o nariz com a ideia.

— Você é deprimente, Hummel — Quinn desabafou, alisando a frente do seu vestido enquanto Kurt revirava os olhos e continuava a escrever na lousa. — Como me deixou sozinha naquela?

— Eu estava ocupado, eu te avisei... — Kurt deu de ombros.

— Nem mesmo tive tempo de responder, você desligou na minha cara! — Quinn exclamou, fazendo os alunos se assustarem. Ela sorriu constrangida e pediu desculpas, voltando a olhar para Kurt. — Foi horrível!

— Eu imaginei. — Kurt riu, ganhando uma tapa no braço da amiga. — Ei! A ideia foi sua, não me culpe, queridinha.

— Kurt!

— Sim?

— Não me chame de queridinha. — Quinn disse, bufando.

— Tudo bem, queridinha. — Kurt provocou, sorrindo. — O que aconteceu por lá?

— Sr. Beard acabou bebendo demais e vomitou em cima da Sra. Williams. — Quinn sussurrou e Kurt gargalhou alto. Seus alunos acompanhavam interação dos dois professores, alguns murmuravam coisas maldosas e outros admiravam o casal. — Ariel quase foi assediada por aquele velho babão!

— Imagino que você tenha ficado com ciúmes, hein? — Kurt provocou, erguendo as sobrancelhas sugestivamente.

— Cale a boca!

Os dois riram e logo se arrependeram, pois ainda estavam na sala de aula. Blaine parou de escrever para observar os dois, a proximidade deles deixava o moreno um pouco desconfortável. Ele tinha aula com Quinn e é simplesmente frustrante a quão boa a mulher era. Ele quase bufou quando Quinn passou a mão no braço livre de Kurt.

— Eles formam uma dupla e tanto, não é mesmo? — Blaine saltou da sua cadeira quando ouviu a voz. Ele relaxou ao saber que era apenas Tina, ela sorria abertamente olhando para os professores juntos. — É uma pena que um cara tão bonito como Kurt seja gay.

— Pois é... — Blaine disse, olhando para os dois. Um silêncio constrangedor ficou entre os dois alunos e Tina arqueou a sobrancelha para o moreno. — Quer dizer, e-eles... Formariam um belo casal.

— Eu adoro as aulas da Srta. Fabray tanto quanto as do Sr. Hummel. — Tina comentou e Blaine bufou, voltando a escrever as palavras na lousa para seu caderno. — E você, Blaine?

— Eu, o quê? — Blaine disse, distraidamente.

— Gosta do professor Hummel?

—E-eu... — Blaine engoliu em seco, olhando para a asiática sorridente. — Claro, ele é um bom professor.

Tina deixou por isso e voltou sua atenção para a lousa, voltando a escrever. Blaine agradeceu aos céus por isso e voltou sua atenção para os dois à frente. Percebeu que Quinn sussurrava alguma coisa no ouvido do seu professor, tudo bem, agora aquilo estava ficando estranho.

— Soube que Sam está na cidade. — Quinn sussurrou no ouvido de Kurt com um sorriso nos lábios. — Será que ele vai te procurar?

— Hmm, eu não sei... — Kurt disse, tentando parecer indiferente. Quinn sabia que Kurt continuava gostando de Sam, apesar de tudo. — Por acaso ele levou um pé na bunda de alguém?

— Você sabe que Sam não está com ninguém! — Quinn disse, sentando na cadeira de Kurt. — Ele foi para Austrália a trabalho.

— Como se surfar fosse trabalhar...

— É o trabalho dele, Kurt. — Quinn defendeu o amigo loiro. —Vocês já tinham terminado antes dele...

— Senhorita Fabray, não tem aula para dar? — Kurt exclamou com os olhos arregalados.

— Oh... — Quinn sorriu, arrancando alguns suspiros de meninos e meninos da sala. — Preciso ajudar a professora Ariel, obrigada por me lembrar.

— Você é nojenta, Fabray. — Kurt ronronou, revirando os olhos.

— Também te amo. — Quinn sussurrou, dando um beijo molhado na bochecha de Kurt. — Boa aula para vocês.

Os alunos sorriram para a professora e ela saiu da sala. Kurt pediu desculpas por Quinn atrapalhar a aula e começou a explicar o novo assunto, tirou algumas dúvidas dos seus alunos e deixou que eles participassem de pequenos debates sobre o assunto.

No final da aula começou a ventar forte, o que preocupou Kurt, pois ele tinha esquecido o guarda-chuva. Ele procurou por Quinn, mas ele acabou descobrindo que a amiga tinha ido embora mais cedo para casa. O professor caminhou em direção a multidão de alunos parados na saída da universidade, observando a chuva chegar. Alguns se atrevem a ir antes que a chuva começasse. Blaine e Tina estavam no meio da multidão, o moreno parecia tão nervoso que Kurt se perguntava quando isso não acontecia. Assim que viu o professor, Tina acenou para Kurt, que sorriu e caminhou na direção dos dois alunos.

— E ai, Tina... Blaine! — Kurt disse gentilmente, sorrindo. — Prontos para essa chuva?

— Oh, claro. — Tina disse antes que Blaine pudesse completar qualquer frase. Kurt chegou a rir do entusiasmo da menina, aquilo era tão Rachel Berry. — Estou esperando um amigo de Juliard vir me buscar.

—Juliard, ele deve ser talentoso pode-se dizer. — Kurt disse e Tina assentiu, orgulhosa. — Então Blaine, Cooper vem lhe buscar hoje?

—N-não, ele têm problemas para resolver... — Blaine disse baixinho, quase Kurt não consegue ouvir. — Vou sozinho hoje.

Eles conversaram um pouco, Tina sempre começava um assunto novo, deixando Blaine para o escanteio. Quando a asiática foi embora, Kurt jurou ter ouvido Blaine suspirar em alívio, mas talvez fosse coisa da sua cabeça. O professor convidou o aluno para andar no campus, antes que começasse a chover. O núcleo da terra tremeu, ou pelo menos é assim que Kurt sentiu quando o trovão ressoou através do céu. Blaine endureceu e passou os braços ao redor do torso enquanto olhava para as enormes nuvens cinzentas em cima.

—Eu... E-eu tenho que ir. — Blaine começou, mas uma gota cai na sua testa, apenas para ser seguido pelo estrondo do barulho da chuva caindo. Kurt ficou lá, suprimindo um risinho pelo rosto atordoado de Blaine.

— Vamos lá. — Kurt gritou sobre o som de outras pessoas reclamando sobre a chuva. — Meu apartamento está por perto, você pode ficar mais até a chuva cessar.

Kurt levou Blaine pela mão e puxou-o para seu apartamento apertado. Ambos suspiram de alívio, rindo um do outro sobre seus estados encharcados enquanto na mente de Kurt, ele agradecia a camisa encharcada que se agarrava, tão deliciosamente, contra as curvas de Blaine. Ele sabia que isso era arriscado para seu trabalho, mas quem se importava?


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Notas finais do capítulo

Kurt danadinho, hein? Não perdeu tempo...
Então, esperavam Sam nessa fic? Acho que em breve teremos ele aparecendo nos capítulos. Vou esclarecer um pouco as coisas, Kurt é professor de Literatura, mas também escreve, como vocês perceberam nesse capítulo. Quinn é professor, também. Sam é surfista e teve que se mudar para Florida após o término com Kurt. Hmm, depois podemos saber mais sobre Blaine e Cooper... Gostaram do capítulo? Espero que sim, comentem aí.