Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 27
Capítulo 27: Completo


Notas iniciais do capítulo

Atualização rápida, hein?

Valeu pelos comentários, gente, realmente tento responder todas. Esses dias apareceu uma fanfic aqui no Nyah parecida com a minha, não denunciei e tal, porque tive um pequeno ataque de riso ao ver. Enfim, não esperava atualizar justamente hoje, porque tive uma crise de enxaqueca esses dias e acabei indo parar no hospital, mas estou de volta, pronta para escrever mais. Boa leitura e aproveitem!



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O sentimento de Kurt ao chegar a Lima não foi um dos melhores. Não era nostálgico. Claro, ele havia nascido e vivido ali, mas não era um lugar que havia o aceitado. Uma cidade quase sumida do mapa e com aqueles conservadores preconceituosos. A primeira coisa que Kurt fez ao por os pés na cidade foi entrar num táxi e ir até o hospital principal de Lima. Ao chegar, ele encontrou Finn, que lhe recebeu com um abraço esmagador. Finn e enfermeiras tentaram conter a preocupação de Kurt. O Hummel mais velho havia tido um ataque cardíaco e não era a primeira vez, mas dessa vez Kurt não estava para ajudar o pai. Josh ajudou a levá-lo ao hospital e ligou para Carole, que quase desmaiou ao saber da notícia. Nada havia sido fácil para ninguém naquele momento.

Havia se passado alguns dias desde acontecimento. Burt era monitorado a todo instante. Dr. Marcus, responsável pelo caso de Burt, disse que não havia data e nem hora para sua volta. E todos esses dias, Kurt estava lá. Dormindo no sofá pequeno dentro do quarto e aguentando aquela comida horrível de hospital. Pelo menos o café era bom. Finn ou Carole traziam roupas e comida, sem que os enfermeiros vissem. Ambos tentavam convencer Kurt de descansar, mas ninguém tiraria o professor dali enquanto não houvesse uma notícia boa. Todos da universidade foram avisados sobre o afastamento do professor por problemas na família. As faltas de Blaine eram tão comuns que ninguém ligou, mas ainda eram suspeitas.

Os passos tranquilos escoaram pelo corredor do hospital, Kurt limpou as lágrimas que escorriam no seu rosto. Sentiu o banco que estava sentado abaixando um pouco e uma mão pousar na sua coxa, massageando seu joelho. Kurt ergueu o rosto e encontrou os olhos claros de Sam, que sorriu minimamente. As bolsas escuras debaixo dos olhos, a vermelhidão e inchado denunciavam seu choro e sua falta de descanso.

— Você precisa descansar, Kurt. — Sam disse, limpando as lágrimas no rosto pálido com o polegar. — Vamos, eu te levo pra casa.

— Não, Sam, eu preciso ficar com o meu pai. — Kurt respondeu, entre suspiros.

— Finn e Carole chegaram, eles vieram para que você pudesse descansar. — Sam insistiu, pegando a mão de Kurt.

— Não, Sam! — Kurt explodiu, empurrando a mão do loiro. Pessoas que acompanhavam jogaram olhares de reprovação a Kurt, que imediatamente desculpou-se. Ele suspirou e voltou sua atenção para Sam. — Eu não vou sair daqui enquanto meu pai estiver naquela maldita sala.

— Ok, sendo assim, eu vou ficar com você. — Sam afirmou, cruzando os braços sobre o peito.

— Não, você tem que descansar e voltar para Nova York. Você tinha um encontro, oh, ainda tem aquele tal de Oliver. — Kurt disse, revirando os olhos.

— Ciúmes? — Sam provocou, arqueando a sobrancelha.

— Cala a boca. — Kurt resmungou.

Sam cutucou as costelas de Kurt, que bufou e esboçou um pequeno sorriso no rosto.

— Não vai perguntar do seu baixinho?

— Oh meu Deus, ainda tem Blaine! — Kurt gemeu, enterrando o rosto das mãos. — Esses dias temos nos falado tão pouco.

— Acho engraçado ele fazer questão de vir, apesar de ter parecido totalmente conturbado no avião, sorte que Quinn estava lá com ele. Fiquei surpresa, porque, cara, é a Quinn. — Sam riu sem graça, coçando a cabeça. — Quando saí da sua casa, Blaine cismava em querer te ver, mas Quinn o mandou comer um pouco antes de pensar em vir para cá.

— Ele não tem culpa disso.

— Ninguém tem.

— Eu tenho.

Sam franziu a testa e encarou o amigo, que desviou o olhar.

— O que você está dizendo? — Ele indagou.

— Eu tenho culpa, meu pai está assim por minha causa... Merda, se eu estivesse aqui para ele, talvez nada disso tivesse acontecido! Eu dei costas para o meu próprio pai, Sam, meu próprio pai! E-eu... — Kurt desatou em lágrimas, trazendo a atenção de algumas pessoas no corredor hospitalar para si. — Meu pai não merece isso... Ele... Ele é o melhor pai do mundo e tudo isso que está acontecendo é culpa minha.

— Não fala isso, Kurt. — Sam disse, incrédulo. Ele buscou o olhar de Kurt, mas este estava escondendo o rosto das mãos. — Olhe para mim, Kurt!

— É tudo culpa minha! — Kurt murmurou.

Sam escorregou para fora do banco e se agachou na frente do professor. Ele retirou delicadamente cada mão do rosto de Kurt enquanto respiração dele voltava ao normal.

— Kurt, olhe para mim, por favor! — Sam pediu. Ele segurou o rosto de Kurt com as duas mãos e encontrou os olhos azuis, vermelhos e inchados. — Fique calmo, tudo vai ficar bem! Burt vai levantar daquela cama e me estapear como ele sempre faz ao se lembrar daquele dia que fomos pegos no seu quarto, lembra?

Um riso trêmulo escapou dos lábios do professor e Sam sorriu, trazendo o rosto para perto do seu e depositando um beijo na sua testa.

— Tudo vai ficar bem. Você vai poder contar sobre seu contrato com a editora. Burt vai sair pulando daquela maca de alegria, ele também vai conhecer Blaine, mesmo que ele hesite o começo... Mas, bem, é o Burt, sempre sabemos que ele vai aceitar suas escolhas com os braços abertos.

— Mas ainda é culpa minha, porque...

— Cala a boca, Hummel, estou falando. Seu pai não te deu educação? — Sam brincou e Kurt revirou os olhos. — Nada disso é culpa sua, Deus sabe o que faz.

— Sem essa, por favor, Mercedes 2.0. — Kurt gemeu.

— Ok, sem essa! — Sam riu, levantando as mãos em rendição. — Então, tem algo a me falar?

— Que nada disso é culpa minha...? — Sam crispou os lábios e arqueou a sobrancelha. Deus, eles passavam tempo de mais com Quinn Fabray. — Ugh, nada é culpa minha, Deus sabe o que faz.

Sam levantou-se e pigarreou. Não gostando nem um pouco do tom de zombaria.

— Nada disso é culpa minha. Eu estou errado e retiro minhas palavras. — Kurt suspirou.

— É, não foi tão difícil quanto pensava. — Sam zombou, ganhando um soco no braço de Kurt. — Ei!

— Deixa de drama e vamos encontrar os outros no refeitório, preciso de um café. — Kurt mandou.

— Sim, senhor... Está treinando para seus mordomos e empregadas do futuro?

— Cala a boca.

Sam revirou os olhos com um sorriso nos grandes lábios.

— Anda, Evans, talvez eu pense em te contratar para ser meu motorista.

***

À noite, o som alto da TV acabou acordando Quinn. Ela enterrou seu rosto contra o travesseiro e gemeu. Mas nem numa cidade tão calma quanto Lima era não teria sossego? Quinn levantou-se da cama e se enrolou numa manta quente. Ela saiu do quarto de hóspedes e seguiu o som. Céus, o barulho ficava cada vez mais alto quando se aproximava. Quinn desceu as escadas com todo cuidado para não cair por causa da escuridão, ela chegou à sala de estar dos Hummel e enfrentou a cena na sua frente. Blaine estava sentado no sofá com o controle remoto na mão, mudando os canais rapidamente com os olhos arregalados.

— Não dorme, criatura?

O moreno quase caiu do sofá de susto, olhando em direção de Quinn com os olhos mais arregalados que antes. A loira suspirou e sentou na poltrona, sob o olhar atento de Blaine.

— O que faz essa hora aqui? — Quinn perguntou e Blaine deu de ombros. Ele voltou sua atenção para a TV, que mostrava um comercial sobre equipamentos de elíptica. — Nada? Nem mesmo tentou ver os programas de pornô?

Blaine engasgou-se com a própria saliva, fazendo Quinn gargalhar exageradamente.

— E-eu... Não dá... Precisa de senha. — Blaine disse, timidamente.

— Oh Deus, seu pervertido! — Quinn gargalhou ainda mais, deixando Blaine parecendo um tomate. — Espera ai, você realmente iria tentar assistir nesse volume? Os vizinhos iriam pensar que estaríamos matando alguém aqui.

— E-eu não quis... E-eu estava...

— Curioso, eu sei. — Quinn riu. — Vai dizer que tentaria uma posição desses pornôs para testar com Kurt?

Blaine rapidamente desviou o olhar de Quinn, voltando a trocar rapidamente os canais de TV.

— Tão transparente! — Quinn disse, caindo na gargalhada novamente. — Oh... Meu... Deus...

— Pare com isso! — Blaine bufou, cruzando os braços sobre o peito. — Na internet diz que isso é normal. Aliás, quando você e seu namorado já tem uma intimidade, é bom experimentar coisas novas.

— Então você pensou em ver pornô? Não seria mais fácil comprar uma daquelas revistinhas do Kama Sutra? — Quinn provocou, sorridente.

— Eu não sei... Ao vivo parecer ser mais fácil do que nas revistas, aqueles bonequinhos complicam um pouco. — Blaine murmurou. — Eu não sei de Kurt aceitaria...

— Fica tranquilo, Bilbo, acho que Kurt adoraria essa ideia. — Quinn disse, fazendo que Blaine a encarasse. — Digamos que, eu e Kurt somos grandes amigos.

— Grandes amigos? — Blaine franziu a testa.

Talvez fosse um nível de amizade, pensou Blaine.

— Sim, uma lésbica e um gay às vezes desvendam algumas curiosidades juntos. É meio comum. — Quinn deu de ombros.

— Comum?

— Para alguns talvez sim.

— Então, pode acontecer com a gente?

— NÃO! — Quinn exclamou, fazendo uma careta. — Deus, não!

— Ohh... Desculpa.

Blaine voltou sua atenção para TV, onde novamente passava o comercial de equipamentos. Ele bufou e jogou o controle sobre mesinha de centro, ganhando um olhar curioso de Quinn. A verdade era que, ele sentia uma saudade imensa de Kurt. Suas visitas ao hospital eram rápidas, Kurt não o queria naquele lugar, ele sempre o mandava comer e ficar em casa. Blaine não queria isso. Ele queria ficar ao lado do seu namorado. Ele merecia estar ali mais do que Sam. Tudo bem, o loiro tinha seu direito como amigo da família e de Kurt. Mas... Blaine também queria fazer parte da vida de Kurt. Ele não queria ser apenas visto como o namoradinho problemático do professor Hummel.

Quinn percebeu que o moreno estava perdido em seus pensamentos. Vinha todos esses dias o observando, ela via cada expressão de dor quando Kurt mandava-o ir para casa, ela via seu olhar perdido enquanto eles voltavam do hospital. Soltando um suspiro, ela então perguntou:

— Blaine, você quer conversar sobre isso?

Ele enfrentou o olhar preocupado da loira e suspirou. Quinn estendeu a mão e pegou o controle sobre a mesinha de centro, pondo a TV em mudo.

— Por que Kurt não me quer no hospital com ele?

Quinn ergueu as sobrancelhas, surpresa. Ela não esperava justamente essa pergunta tendo tantas.

— Bem, você sabe, ele não te quer naquele lugar tão... Cheio de doenças?

— Sim, ele me falou isso, mas eu quero a verdade. Eu tenho essa síndrome, mas não sou tão burro, eu sou inteligente.

— Há muitas razões do Kurt não te querer com ele no hospital. Ele não quer que você o veja daquele jeito, sofrendo a cada minuto, pois sabemos o quanto ele se culpa por tudo. Tenho certeza que ele é a fortaleza desse relacionamento, não é? — Blaine abaixou a cabeça, dando apenas razão para Quinn. — Ele tem esses momentos, onde ele se fecha e prefere assim. Ele não deixa ninguém entrar. Sua preferência é sofrer sozinho.

— Mas, o Sam está com ele! — Blaine tentou argumentar.

— Blaine, você sabe a diferente entre você e Sam? A amizade entre os dois é maior do que seu namoro com Kurt. Não estou querendo esfregar isso na sua cara, mas é a verdade. Uma hora ou outra Kurt vai deixar você entrar totalmente na vida dele. Basta esperar, ok? Do mesmo jeito que você tem suas crises pela Asperger, Kurt tem a dele.

— Eu sei. — Blaine suspirou.

— Olha, sei o quanto triste você fica quando Kurt não compartilha essas coisas, mas às vezes também insista um pouco. Na hora certa ele vai ceder. Tenha calma, amanhã cedo iremos ir ao hospital e tentarei conversar com Kurt, ou até mesmo você.

Blaine sorriu, seus olhos brilharam com menção da visita ao hospital. Quinn revirou os olhos e levantou da poltrona, deixando Blaine confuso.

— Vem cá, eu preciso de um abraço. — Quinn disse, revirando os olhos. Ela abriu os braços e Blaine imediatamente a abraçou, fazendo-a cambalear um pouco. — Vai com calma, Bilbo.

— Desculpa. — Blaine corou levemente.

— Ok, agora desgruda. — Quinn brincou, dando uma tapinha no braço de Blaine. — Temos que dormir e chegar a tempo da visita.

— Sim! Amanhã vamos para uma aventura! — Blaine exclamou, sorrindo.

Quinn riu quando Blaine saiu subindo as escadas numa alegria só. Ela pegou o controle da TV, ainda mudo, e desligou. Amanhã eles tinham uma aventura.

***

Na manhã seguinte todos estavam no refeitório, Sam estendeu um copo de café para Kurt, que acenou em agradecimento. Blaine e Quinn estavam a caminho do hospital, Kurt estava ciente disso. Mesmo de tantas vezes falando para o moreno não vir, ele insistia. Kurt ergueu seu olhar encontrando Finn conversando baixinho com Sam, enquanto Carole olhava para um ponto na mesa. Havia se passado mais um dia e nenhuma noticia de Burt. Ele sabia que Carole havia chorado, seus olhos sem brilho algum lhe denunciavam descaradamente. Os olhares preocupados que Finn jogava para a mãe também eram óbvios. Kurt suspirou e tomou um gole do seu café.

Sam tocou levemente seu braço e apontou para trás. Kurt franziu a testa e olhou pra trás, sorrindo ao ver Quinn num lindo vestido de verão e Blaine ao seu lado, com sua gravata borboleta amarela. Céus, aquele sorriso curaria o câncer. E também havia o pote de biscoitos.

— Bom dia, gente. — Quinn sorriu, puxando uma cadeira e sentando. — Alguma novidade boa?

— Não, tudo na mesma. — Finn respondeu, olhando mortalmente para Quinn. A Fabray não recuou, apenas revirou os olhos. — Com licença, preciso fazer uma ligação.

— O que aconteceu? — Blaine franziu a testa.

— Parece que ele e Rachel brigaram ontem, só o ouvi acusando ela de alguma coisa. — Sam disse, fazendo uma careta.

— Mesmo? — Quinn sorriu.

— Quinn. — Kurt a repreendeu.

A loira levantou as mãos em rendição, deixando escapar uma risada maldosa.

— Bom, eu trouxe biscoitos, eu soube que a comida daqui é horrível, então. — Blaine disse, abrindo a tampa do pote. — Tem para todos!

— Oh meu Deus, eu nem lembro o gosto de comida boa. — Sam gemeu, pegando vários biscoitos e mordendo cada um. — Isso é uma criação dos Deuses!

—Ew, Sam. — Kurt riu, empurrando o amigo. — Cadê seus modos?

— Ficaram em... Não tenho, eu acho. — Sam jogou uma piscadela e voltou a devorar seus biscoitos. Todos olharam preocupados, Carole empurrou uma garrafa d’água caso ele se entalasse.  — Então, como estão as coisas entre vocês dois?

— Blaine é legal, menos quando ele tenta te convencer a assistir Ursinho Pooh. — Quinn sorriu, apertando a bochecha corada de Blaine. — Tivemos uma conversa importante ontem.

— Importante? — Kurt arqueou a sobrancelha, encarando o moreno. — Que conversa é essa?

— Nada do seu interesse. — Quinn respondeu.

—Eita, coisa boa que não é. — Sam resmungou.

— Cala a boca, Evans. — Quinn retrucou.

Algumas conversas ali e aqui distraíram um pouco todos, mas eles ainda estavam cientes do que acontecia. Carole retirou-se da mesa dizendo ir procurar Finn, que estava desaparecido desde então. Quando o pote de biscoitos acabou, Sam e Quinn foram à cantina do hospital comprar alguma coisa, a loira piscou para Blaine ao ver a oportunidade da conversa. Claro que Kurt percebeu, mas não disse nada, apenas riu e bebeu seu último gole de café.

Blaine pegou a mão livre de Kurt e a entrelaçou com a dele. Ele mordeu o lábio e olhou para todos os lados, procurando se alguém os observava, sendo que ninguém via, deu um demorado beijo nos lábios de Kurt, que sorriu entre o beijo.

— Eu senti sua falta. — Blaine sussurrou.

— Eu também, pequeno... — Kurt suspirou. — Tantas coisas acontecendo e...

— Eu entendo, ok? Eu não quero pressionar você, mas... Eu quero ficar aqui. Do seu lado, tanto nos momentos felizes e tristes. — Blaine sorriu, afagando as mãos do namorado. Kurt sorriu com as palavras do moreno e se inclinou pondo um beijo casto naqueles lábios carnudos que tanto amava. — Acho que ninguém está gostando dessa exibição.

Kurt franziu a testa e se virou para onde o namorado olhava. Um casal de idosos os observava, mandando aquele olhar que Kurt teve que aguentar tanto tempo ao lado de Sam, num suspiro, ele voltou a olhar para Blaine.

— Foda-se eles. — Kurt sussurrou, fazendo que Blaine erguesse suas sobrancelhas triangulares. — Eu não me importo se eles gostam ou não, porque eu gosto e tenho certeza que você também.

— Sim. — Blaine riu.

— Então...

Kurt sorriu presunçosamente e chegou mais perto de Blaine, que sorriu. Um pigarro fez que os dois se separassem. Kurt deu de cara com o médico do seu pai, o Dr. Marcus olhava para os dois com um sorriso torto. Rapidamente, Kurt ajeitou a postura e levantou da cadeira.

— Aconteceu alguma coisa de errado? — Kurt perguntou, engolindo em seco.

— Sr. Hummel, permaneça calmo e me acompanhe para o quarto do seu pai. — Dr. Marcus pediu, tranquilamente. — Temos uma notícia, mas preciso que me acompanhe.

Quinn e Sam voltaram para a mesa e olharam interessados na presença do médico, logo Carole chegou e um pingo de esperança atravessou seus olhos. Numa conversa rápida, Carole decidiu que Kurt acompanhasse o médico ao quarto de Burt. Ela aguentaria esperar um pouco mais. Blaine roubou um rápido beijo e Sam levantou seus polegares novamente, talvez aquilo lhe mandasse sorte, assim como na reunião. Kurt não sabia o que esperar pela frente. Ele seguia Dr. Marcus, hesitante, o médico jogava alguns olhares sobre o ombro para ter certeza que o rapaz não havia fugido dali.

Dr. Marcus abriu a porta branca para Kurt, que entrou no quarto onde estava seu pai. Seus olhos pararam sobre seu pai na maca reclinada para cima, então estava lá, Burt acordado. Uma enfermeira conversava calmamente com o Hummel mais velho.

— Pai?

Burt calou-se e olhou em direção a porta, os olhos azuis se encheram de lágrimas e Kurt correu ao encontro do pai.

— Kurt... Meu filho... É você? — Burt perguntou, franzindo a testa.  Ele segurou o rosto de Kurt entre suas mãos e o mais novo assentiu alegremente, feito criança no Natal. — Oh meu Deus, Kurt! É você!

— Sou eu, pai. — Kurt suspirou, abraçando-o.

— Ei, garotão, ainda estou me recuperando dessa batalha. — Burt riu e Kurt desculpou-se, rapidamente. — Você está tão grande.

— Pai...

— Cada vez mais parecido com Elizabeth. — Burt sorriu.

— E o senhor está horrível. — Kurt disse, preocupado com os traços fracos do pai.

— Oh, obrigado. — Burt gargalhou, mas logo começou a tossir. Kurt ficou preocupado e pensou em chamar a enfermeira, mas percebeu que ela havia saído. E Burt também o impediu de qualquer movimento. — Eu quero apenas você aqui.

— Desculpa, pai, eu não quis isso tudo... E...

— Tudo bem, meu filho. — Ambos sorriram. — Agora me conte todas as suas novidades?

Então foi isso. Kurt começou a tagarelar sobre todas as coisas maravilhosas de Nova York. Ele contou sobre seu contrato, então Burt sorriu abertamente e puxou o filho para mais um abraço. Aos poucos Kurt também foi introduzindo Blaine na conversa, contando a verdadeira história do caso entre professor e aluno, ele percebeu a carranca no rosto de Burt e esperou, mas nenhuma bronca veio. Burt perguntou sobre Sam e Kurt explicou tudo, no final ele apenas sorriu e disse:

— Eu preciso conhecer o rapaz que faz meu filho tão feliz.

— Mas...  Está tudo bem para o senhor? — Kurt perguntou.

— Claro, quer dizer, Sam era um grande amigo nosso, mas eu confio no seu taco. — Burt piscou, fazendo que o filho corasse. — Aliás, tanta coisa boa aconteceu depois que você conheceu este rapaz, eu só tenho que o agradecer.

— Na verdade, Blaine está aqui. — Kurt disse, timidamente. — Assim como Sam, ele e Blaine são grandes amigos, como? Eu não sei, mas é maravilhoso. Quinn também veio, ela fez questão.

— Eu sinto tantas saudades dessa garotada na minha casa. — Burt riu.

— O senhor vivia reclamando. — Kurt revirou os olhos.

— Mas eu amava, principalmente quando vocês cantavam pela casa. — Burt sorriu, lembrando-se dos amigos do seu filho dançando ao redor da sua casa. Uma casa que um dia era tão solitário, mas havia ganhado vida com aqueles adolescentes. — Às vezes vocês perdiam o limite ao fazer aquelas festas enquanto estava em Washington.

— Nada supera quando Finn imitou os passos de Elvis e acabou tropeçando no tapete...

—... E esbarrou onde estava o vazo antigo da sua mãe. — Burt completou, balançando a cabeça.

— Nossa! Eu nunca quis tanto matar alguém. — Kurt bufou.

— Você o perdoou.

— Porque éramos uma família.

— Sempre seremos uma família, Kurt. — Burt disse, seriamente. Ele pôs a mão sobre a de Kurt e apertou levemente. — Não importando se o sobrenome é diferente, ou pela cor de pele, ou pelo jeito. Sempre seremos uma família.

Então foi isso e Kurt morreria feliz com aquela conversa, mas antes teria que apresentar pai e namorado. Eles engataram numa conversa sem fim, mas logo Dr. Marcus entrou na sala e interrompeu, dizendo que Burt precisava de descanso. Kurt assentiu e se despediu do quarto, deixando que uma Carole emocionada entrasse e visse seu marido. Ao sair, Kurt foi cercado por Blaine, Quinn e Sam num abraço atrapalhado e apertado, que rendeu uma bronca de uma enfermeira que passava no corredor. Eles pediram desculpas e sorriram cúmplices. Aquela noticia havia sido uma das melhores da sua vida.

Kurt estava completo. Ele tinha o melhor namorado do mundo, ele tinha uma editora para sua saga, ele havia amigos que lhe apoiavam, e o mais importante, ele havia seu pai novamente na sua vida. Ele tinha sua família completa de volta.


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Notas finais do capítulo

Último capítulo desse ano, então... Feliz Natal e um ótimo Ano novo para vocês!
Obrigados aqueles que acompanham a fic desde então, agradeço aos comentários e recomendações! Agora que concluímos essa parte na vida do Kurt, vamos focar no futuro do Blaine, algo que vou bater muito a cabeça, principalmente pela Asperger. Confesso que quis matar Burt, mas, é o Burt.

Espero que realmente tenham gostado, até mais!



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