Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 19
Capítulo 19: Novas sensações


Notas iniciais do capítulo

Acho que pode se tornar quase oficinal as atualizações nas sextas. Apesar de ter tido uma dificuldade de escrever esse capítulo, ficou melhor do que eu esperava... Como sempre, quero agradecer os comentários e favoritações de vocês, leitores. Também quero agradecer, especialmente, a Ananda Everett por recomendar a fic, obrigado de coração mesmo! Neste capítulo temos mais de Klaine, a introdução de novos personagens e um velho amigo aparecendo por aí. Boa leitura!



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O sol estava escaldante, a praia de Hollywood Beach havia arrastado famílias e grupos de amigos para a areia e sombra fresca. Crianças brincavam com os montes de areia numa tentativa de fazer um grande castelo de areia com a bandeirinha no topo. Alguns rapazes assobiavam e chamavam a atenção de garotas que desfilavam com suas roupas pecaminosas. Na calçava caminhavam poucas pessoas, os tiozões gorduchos faziam suas corridinhas lentas e senhoras elegantes passeavam com seus cachorros que carregavam diamantes, coisas extravagantes desse tipo.

O vento bagunçava os cabelos loiros, atrapalhando a vista. O loiro parou rapidamente com o seu longboard, puxou uma liga de silicone preta do bolso fundo da bermuda e amarrou habilidosamente os cabelos rebeldes num pequeno rabo de cavalo. Soltando um suspiro, ele ajeitou as alças da mochila nos ombros e pegou o longboard nas mãos. Garotas que passavam piscaram e o elogiaram, ele retribuiu com um pequeno sorriso nos lábios, mesmo que não desse em nada. O celular começou a tocar no bolso de sua bermuda, rapidamente, ele deslizou sua mão dentro e o pegou.

Sua testa franziu em confusão ao não reconhecer o número de chamada, o código era de Nova York. Talvez fosse algum número novo de Kurt ou Quinn ou algum negócio fora de Florida, ele não sabia, mas aceitou a ligação mesmo assim.

— Sam Evans, do Na'viSurf... Qual é?

Sam? — A voz confusa perguntou na outra linha.

— O único. — Sam riu, equilibrando o celular entre sua bochecha e seu ombro. Ele tirou sua mochila das costas e pôs seu longboard sobre a mesma, amarrando-o com os velcros na frente da mochila. — Quem é você mesmo, irmão?

Oh, eu não sou seu irmão, sou Blaine, namorado de Kurt.

— Ohh...

Namorado. Seria egoísmo ficar com ciúmes disso? A respiração do loiro por um momento vacilou e Blaine não deixou de notar isso, ele permaneceu calado até Sam se pronunciar novamente.

— Eu sei quem é você. — Sam disse, tranquilamente. Ele colocou de volta a mochilas nas costas e começou a caminhar pelo calçadão, ajeitando os fones de ouvidos pendurados na gola da sua regata. — O que devo a honra, Blaine?

Como você deve saber, eu e Kurt estamos namorando...

— Sim, eu sei. — Sam o cortou, friamente.

Bem... — Blaine respirou fundo para começar a se explicar. Sam até mesmo parou de andar para ouvir melhor. — Estamos indo devagar no nosso relacionamento, é melhor para nós e assim ninguém sabe que estamos juntos, entendeu? Kurt está sendo perfeito... Ele não está me pressionando sobre... Bem, você sabe... Coisas.

— Sim, sexo. — Sam disse, simples.

Isso! Eu gosto que as coisas estejam assim, mas às vezes eu desejo mais que isso. — Blaine confessou, corando levemente, feliz que Sam não veria aquilo. — Hoje principalmente, porque tínhamos o apartamento para nós dois, Quinn estava fora e Brittany e Santana voltaram para Los Angeles. Agora ele também começou a correr com Quinn no Central Park e seus shorts de ginástica são maravilhosos.

— Eu sei o sentimento, irmão. — Sam riu, balançando a cabeça.

Ele disse que precisaríamos ir para um encontro antes da primeira vez, mas eu não sei muito sobre encontros, eu nunca namorei na vida. — Blaine suspirou.

— O quê? Como você nunca? — Sam perguntou, com os olhos arregalados.

Nunca, Kurt é meu primeiro.

— Isso quer dizer, você é virgem?

Sim.

— Merda, quer dizer, eu estou muito surpreso. — Sam disse, voltando a caminhar. — Você precisa de ajuda para fazer um encontro?

Eu quero dicas de como fazer um encontro perfeito. — Blaine pediu.

— Eu não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, você tentou falar com Quinn?

Não, ela está ocupada com cada garota diferente no seu apartamento. — Blaine franziu a testa. — Você é o ex-namorado de Kurt, pensei que soubesse das coisas que ele gosta.

— Ei! Eu sei das coisas que ele gosta, tudo bem? Mas nosso primeiro encontro foi um desastre. — Sam gemeu ao relembrar.

Por quê? — Blaine questionou.

— Oh meu Deus, foi horrível! A cidade de Lima nunca aceitou a homossexualidade ou qualquer tipo relacionado a isso. Tentei fazer o encontro ficar o mais perfeito que fosse, mas acabei errando em algumas coisas... Nosso primeiro encontro foi numa praça em Lima, tivemos um pequeno piquenique no final da tarde, até ali tudo ocorreu bem. Eu nunca tinha visto Kurt tão feliz quanto aquele dia. Foi justamente nesse dia que nós beijamos pela segunda vez...

Segunda?

— Sim, Burt, pai de Kurt e eu tínhamos uma amizade legal, eu não queria acabar com aquilo e passar dos limites ou pressionar Kurt pelo sexo. O piquenique tinha sido bom, caminhamos toda a praça recebendo alguns olhares críticos, Kurt ignorava e engatava num assunto bobo, eu sentia que ele estava com medo de algo acontecer. Meu erro naquele dia foi segurar a mão dele... Enquanto voltávamos para a casa de Kurt, uma gangue de valentões apareceu...

Não...

— Pois é. — Sam soltou a respiração que nem lembrava ter prendido. Seus passos estavam ficando cada vez mais lento, ele sentia de poderia desabar a qualquer momento. — Por ser mais forte que Kurt, eles foram diretamente pra cima de mim... Eu me lembro dos gritos desesperados de Kurt e o seu choro enquanto estava quase inconsciente. Foi o pior primeiro encontro que tivemos... Kurt ligou para seu pai que veio com Finn e nos levou para o hospital mais rápido possível. Depois disso, Kurt esperou que chegássemos em Nova York para podermos ter aí nosso primeiro encontro oficial.

Como esse foi? — Blaine perguntou, meio hesitante.

— O levei para um restaurante, onde comemos do bom e do melhor. — Sam riu, ajeitando a alça da mochila quase caindo. — Foi uma noite incrível, mas nunca realmente vou apagar tudo que aconteceu em Lima.

Eu sinto muito, Sam. — Blaine disse.

— Não sinta, estamos num mundo comandado por preconceituosos de merda. — Sam respondeu, dando de ombros mesmo que Blaine não visse. — Eu adoraria ver Kurt feliz, mesmo que fosse ao seu lado.

Obrigado, eu acho. — Blaine riu baixinho. — Agora, dicas?

— Kurt é romântico, ele gosta dessas coisas bregas como chocolates e flores. Se for comprar flores, compre uma mistura dos seus principais sentimentos por Kurt. Ele também gosta de ficar em casa, uma vez fizemos isso, eu tive que aprender a cozinhar algumas coisas e Quinn ajudou. Até mesmo um restaurante tailandês me ajudou. — Sam disse pausadamente para Blaine entender. — Tente fazer algo simples, ele não gosta de coisas exageradas, um tempo atrás ele era assim, mas agora, ele mudou muito com o tempo.

Coisas românticas, mas não exageradas, entendi.

— Você está anotando?

Sim, ganhei um bloco de anotações em forma de maçãs, são incríveis, grudam em todos os lugares.

— Oh, isso é incrível! Guarde alguns para mim. — Sam sorriu.

Você vem em Nova York em breve? — Blaine perguntou, curioso.

— Talvez, eu não sei, estou resolvendo alguns negócios com minha loja de surf. — Sam explicou.

Na'vi Surf?

— Sim, é um bom nome não é?

Ótimo, eu gosto de Avatar.

Um silêncio constrangedor apareceu de repente entre a ligação. Sam pensou que Blaine havia desligado, mas ouvia calmamente a respiração suavemente do moreno.

Acho que é apenas isso, Sam. — Blaine disse, depois de um longo tempo. Ele não sabia como tratar Sam ainda, aquele momento sempre seria constrangedor e tenso para os dois. — Até mais.

— Até... Blaine?

Sim?

— Cuida do Kurt, por favor. — Sam pediu baixinho.

Eu vou.

A ligação foi encerrada.

Sam olhou para a tela do celular antes de guardá-lo o celular no bolso da bermuda. Ele se agachou e tirou seus tênis da Nike e suas meias, segurou em suas mãos e desceu os degraus que dava acesso a praia. Aos poucos seus pés começaram afundar na areia seca, várias crianças passaram correndo pela sua frente e ele sorriu levemente. Quando realmente conseguiu achar um lugar tranquilo, Sam jogou sua bolsa sobre a areia fofa, não se importando com a sujeira. Ele sentou na areia e colocou os braços em volta das pernas, descansando o queixo sobre os joelhos.

Uma única lágrima caiu dos olhos verdes. Ela não era por questões de ciúmes sobre o novo namorado de Kurt ou qualquer coisa que fosse. Aquela lágrima que trouxe todas as outras veio de longe... Aquelas lágrimas significavam a dor que Sam tinha de não ter conseguido defender Kurt naquele momento tão sensível da sua vida. Ele nunca se perdoaria pelo acontecimento.

***

O vento frio enviou calafrios até a espinha, mesmo com presença brilhante do sol, o frio permanecia lá. Blaine caminhava tranquilamente pelas calçadas movimentadas de Nova York. Ele esbarrava de vez em quando nas pessoas, mas naquele dia ele teria que ter toda a paciência do mundo. Seria o grande dia! Bem, era apenas um planejamento para seu encontro com Kurt, na verdade, Kurt nem imaginava que o moreno estivesse fazendo algo assim.

Um turbilhão de coisas passava na sua mente. E se Kurt o rejeitasse? Não, pensar nisso era patético, o professor mesmo tinha dado a ideia do encontro. Mas tudo teria que ser perfeito, melhor do que o encontro de Kurt e Sam. Merda, aquele encontro tinha deixado Blaine triste.

Um forte esbarrão de ombro fez Blaine voltar para a realidade. O moreno sacudiu a cabeça e voltou a prestar a atenção no seu caminho, ele ergueu o olhar e sorrir ao ver o letreiro da loja que tanto procurava. Ele puxou o bloco de anotações com as folhas em formato de maçãs do bolso junto com a caneta, leu novamente as letras em sua caligrafia: flores mais sentimentos. Num rápido movimento Blaine guardou o bloco e caneta enquanto empurrava a porta transparente da floricultura.

— Boa tarde! No que posso ajudá-lo?— Disse o atendente surgindo por trás de um ramo de lírios.

Os olhos castanhos brilharam ao pegar tudo ao seu redor. Ele nem mesmo ouviu o pobre rapaz tentando chamar sua atenção. Blaine estava apaixonado por aquele lugar tão... Encantador. As flores e plantas poderiam sentir-se elogiadas com o olhar intenso de Blaine nelas, talvez fosse amor à primeira vista.

— Posso ajudar? — O rapaz tentou novamente.

— Oi? — Blaine piscou lentamente virando seu rosto para onde vinha a voz melodiosa. Ele percebeu que o rapaz de cabelos castanhos e olhos também castanhos tentava chamar sua atenção. — Sim?

— Posso ajudá-lo? Você está parado ai um bom tempo. — Disse o rapaz.

— Oh, me desculpe. — Blaine corou levemente. — Eu sou Blaine, bem, como posso dizer... Estou procurando flores?

— Então, veio ao lugar certo! — O rapaz riu baixinho, retirando as luvas sujas de terra. Ele estendeu sua mão para Blaine, que aceitou, meio hesitante. — Me chame de Ryder, sou o dono da loja.

— Prazer, Ryder.

— Veio a procura de que tipos de flores? — Ryder perguntou, caminhando em direção ao balcão lotado de cestas florais.

— Flores com sentimentos...

— Flores com sentimentos? — Ryder franziu a testa, voltando seu olhar para Blaine, que engoliu em seco. — Ok, eu acho que entendo. Procura flores com mensagens subliminares, né?

— É... Eu acho.

— Acho que posso resolver o seu problema. — Ryder sorriu, levantando a tampa-porta do balcão e ficando atrás dele. Ele desamarrou o avental que usava e jogou dentro de um cesto, seu olhar foi rapidamente para o relógio no seu pulso. — Minha assistente está atrasada, como sempre... Blaine, todas as flores têm seus significados, eu quero que me diga quais sentimentos estamos falando.

— São para o meu namorado. — Blaine respondeu, rapidamente. A sobrancelha de Ryder elevou um pouco, mas sua expressão era vazia. Deu um pouco de preocupação em Blaine, mas ele continuou. — E-ele é muito importante para mim... Ainda é uma mistura de sentimentos que eu não desvendei.

— Tente explicar. — Ryder pediu, pacientemente.

— Eu o amo, desejo ficar com ele a qualquer momento, não importando as consequências que iremos sofrer. Kurt me aceitou sem me conhecer direito e ele me trata como se eu fosse único. Às vezes eu tenho medo de perdê-lo, mas eu não quero que ele se prenda em mim...

— Já tentou falar isso para ele? — Blaine negou com a cabeça. — Pois deveria! Kurt, certo? Se ele é tão especial, ele merece ser tratado como tal. Vou fazer um lindo buquê para seu namorado, Blaine.

— Obrigado, Ryder.

Ryder deu de ombros e ofereceu um sorriso para o moreno antes de atravessar a porta dentro da loja. Logo ele voltou trazendo algumas flores em suas mãos, ele embaralhava algumas vendo como ficaria melhor. Mexia ali e remexia aqui, parecia ser tão fácil. Ryder pegava todos os tipos de flores espalhadas pela extensão da loja, ele explicava pausadamente para Blaine o significado de cada uma. O moreno estava encantado. Aquelas flores lhe lembravam de sua avó, na sua casa de infância, ele se lembra de ver sua avó toda tarde regando suas flores e a pequena horta. Após a morte da senhora Anderson, Blaine fez o favor de regar as flores e levar as mais bonitas para o memorial da avó.

Por um momento, Blaine perguntou-se como estariam essas flores, ele duvidava que seus pais fizessem alguma coisa por elas. Soltando um suspiro enquanto via Ryder amarrar as flores juntas num lindo buquê assim como o floriculturista prometeu.

— Prontinho! — Ryder anunciou, com um sorriso orgulhoso de si mesmo. Ele estendeu o buquê para Blaine, que estava enamorado. — Este é para Kurt!

— Uau, isso é demais! — Blaine exclamou, pegando o arranjo com todo o cuidado do mundo. Claro, para Blaine aquilo poderia quebrar. — Quanto é?

— Nah, não precisa pagar. — Ryder deu de ombros, ainda sorrindo. Blaine franziu a testa e abriu a boca, mas o floriculturista foi rápido. — Por conta da casa! Aquela declaração valeu como pagamento, eu gosto de histórias de amor... Provavelmente minha namorada adoraria conhecer vocês, ela é extraordinária.

— Eu preciso pagar...

— Eu recuso seu dinheiro, me pague da próxima vez. — Ryder piscou, brincalhão. — Se houve uma próxima, é claro.

— Ok. — Blaine deu-se por vencido.

O barulho da porta fez que eles desviassem os olhares. Blaine observou uma loira baixinha entrar no estabelecimento rapidamente, seus cabelos loiros estavam amarrados num rabo de cavalo e sua saia extremamente vermelha chamava atenção. O moreno sorriu ao lembrar exatamente de Quinn nas suas fotos de anuário que Kurt tinha. A garota arqueou a sobrancelha com os olhos passeando entre Ryder e Blaine.

— Finalmente, Kitty! — Ryder disse, soltando um suspiro.

— Nem venha, tive que vir a pé hoje. — Kitty resmungou.

— Ok, tente não chegar tarde... Novamente. — Ryder pediu e logo voltou seu lugar para Blaine. — Foi um prazer te conhecer Blaine, volte sempre que quiser.

— Claro! — Blaine sorriu.

— Poderíamos sair todos juntos, tipo um encontro duplo, eu com a minha namorada e você com Kurt. — Ryder sugeriu.

— Mais gente gay. — Kitty murmurou, revirando os olhos.

— Algum problema, Kitty? — Ryder questionou.

— Nenhum, chefinho. — Kitty respondeu, sorrindo cínica.

— Enfim, espero que Kurt goste das flores. — Ryder disse, fazendo um gesto para o arranjo.

— Também espero... Ryder, você está contratando? — Blaine perguntou, mordendo o lábio.

— Não, mas estou precisando de ajuda no estoque e no carregamento. Acredite se quiser, mas flores também pesam! — Ryder fez uma careta.

— Oh sim, bem, na verdade, estou procurando um emprego aqui em Nova York...

— Isso é meio complicado por aqui. Talvez pudéssemos conversar outro dia, você poderia trabalhar aqui sem problemas.

— Sério?

— Claro, eu e Kitty precisamos de reforços, não é?

— Tanto faz. — Kitty respondeu, contragosto.

— Não ligue para ela, Blaine. — Ryder sussurrou e Blaine assentiu lentamente. — Posso ter seu número?

Blaine assentiu rapidamente dessa vez mais rápido.

***

Blaine andava nervosamente de um lado para o outro. Uma cratera estava começando a se formar no chão da sala de estar. Ele olhou novamente para o relógio da parede e suspirou. Kurt estava atrasado novamente. Por que ele estava chegando tarde? Quinn já havia chegado, ele ouviu a risadinhas e gemidos pelo corredor, era certamente Quinn com mais uma de suas ficantes, dessa vez Blaine viu o vislumbre dos cabelos castanhos e a risada alta. O barulho da maçaneta da porta chamou a atenção dele, rapidamente seus olhos foram entre a mesa de jantar e o forno.

A porta foi aberta, Kurt entrou deslumbrante no apartamento. Ele usava um casaco de frio e tinha os cabelos bagunçados, mas continuava fabuloso. Blaine sorriu timidamente para Kurt, este retribuiu o sorriso e tirou o casaco, pendurando-o no cabideiro. Kurt parecia totalmente indiferente ao que acontecia no apartamento, ele caminhou em direção de Blaine e beijou sua bochecha para logo ir em direção ao quarto.

— O quê? — Blaine murmurou, franzindo a testa.

Alguns minutos depois, Kurt voltou para a sala de estar, de banho tomado e roupas limpas. Logo percebeu o silêncio no apartamento, Quinn não estava ali reclamando sobre suas coisas como sempre fazia nesse horário nem a televisão estava ligada no Cartoon Network. A sensação de paz era estranha. Algo estava errado. Kurt inalou fortemente o cheiro gostoso no ar, era comida caseira, só o cheiro dava água na boca! Curioso, ele entrou na cozinha e se deparou com Blaine cortando uma torta salgada em fatias. Os olhos azuis deram uma boa checada no namorado, que usava uma calça jeans escura e um suéter vermelho de mangas compridas, ele calçava seus queridos tênis e cantarolava enquanto remexia em alguns talheres sobre a mesa.

Kurt estreitou os olhos para tudo que via. O que estava acontecendo? Seu olhar perdido foi para o arranjo de rosas coloridas sobre o balcão de mármore e novamente para Blaine.

— Blaine, o que é tudo isso? — Kurt perguntou, lentamente.

Blaine virou-se, assustado, quase derrubando as coisas sobre a mesa. De repente, ele parecia nervoso e perdido com a presença de Kurt.

— Eu não me lembro de nenhum jantar marcado para hoje, é por isso que Quinn não está aqui ainda? — Kurt perguntou, totalmente confuso. Ele suspirou ao ver tudo tão arrumado, ele já estava de pijamas, pronto para dormir. — Há tanta coisa acontecendo que estou meio avoado... Enfim, vou me trocar, invente qualquer história para Quinn sobre o meu atrasado se ela chegar.

Blaine abriu a boca, mas logo a fechou, Kurt fora rápido em voltar para o quarto. Mais alguns minutos, o professor voltou com uma camisa social lilás e o jeans escuro, com os sapatos sociais. Ele terminava de abotoar os últimos botões da camisa quando entrou na cozinha e encontrou Blaine sentado a mesa de jantar. Seus olhos se estreitaram ao ver apenas dois pratos sobre a mesa, as velas ao redor da cozinha e novamente o arranjo de rosas coloridas. A cabeça baixa e o olhar perdido fez Kurt confirmar tudo que havia na sua cabeça.

— Blaine. — Kurt disse, soltando um suspiro. O moreno ergueu a cabeça, sorrindo suavemente para o namorado. — Quando você ia contar que isso era um jantar para nós dois?

— Eu tentei... Mas você estava tão saltitante pelo apartamento, que nem me deixou explicar. — Blaine respondeu, rapidamente. — Eu iria falar com você mais cedo na universidade, mas Quinn disse que você estava ocupado com uma reunião particular. Mesmo assim fiz esse pequeno jantar para a gente, um encontro mais caseiro... Porque não conheço muitas coisas aqui em Nova York... E...

— Blaine, respira! — Kurt disse, aproximando do moreno e pondo as mãos sobre cada ombro dele. Blaine olhou diretamente nos olhos azuis, que lhe transmitiram paz. — Me desculpe! Eu estive tão estressado com a editora que ainda não me ligou nem confirmando nem afirmando nada. Tentei falar com você nos intervalos, mas o reitor me puxou para uma reunião sobre a confusão com Calvin, parece que os pais dele querem conversar com Cooper e você.

— Cooper comentou sobre isso. — Blaine murmurou, tristemente.

— Não se preocupe, eles têm a noção sobre a sua condição e Calvin também não é um santo. — Kurt disse, afagando o ombro do moreno. — Vamos esquecer esse assunto!

— Tudo bem...

— Uau, você fez tudo isso sozinho?

— Sim. — Blaine respondeu, timidamente.

— Que ótimo, Blaine! Podemos usar seus toques culinários para algumas coisas, quer dizer, às vezes é bom comer algo caseiro do que congelados. — Kurt riu pelo nariz. — Então, o que temos para o nosso encontro caseiro?

— Bem... — Blaine sorriu, levantando da cadeira e puxando uma para Kurt, que sentou-se. Ele pegou o arranjo sobre o balcão e estendeu em direção ao namorado. — São para você!

— Oh, são maravilhosas, Blaine!

— Sim, Ryder o dono da floricultura me ajudou com a escolha, ele fez esse arranjo especialmente para você. — Blaine explicou, lembrando-se do rapaz gentil. — Ele é meu amigo agora.

— Blaine, isso é ótimo! — Kurt exclamou, levantando e abraçando o namorado apertado. — Iniciar uma amizade com alguém sempre é bom.

— Ele também me ofereceu um emprego. — Blaine disse, dando de ombros. Os olhos de Kurt se arregalaram, um sorriso enorme se esboçou nos seus lábios. — Quer dizer, é apenas uma pequena ajuda no estoque, mas Kurt, eu estou tão feliz!

— Oh, meu amor! — Kurt selou seus lábios e Blaine suspirou entre o beijo. Ambos estavam tão felizes com o rumo que aquela conversa havia levado. Eles se separam ofegantes e colaram suas testas, com sorrisos bobos nos rostos. — Acho melhor comemorarmos.

O jantar foi tranquilo, Kurt elogiou todo o tempo a torta salgada de Blaine. Talvez não fosse o mais perfeito primeiro encontro, mas para Blaine havia sido tão maravilhoso compartilhar sua felicidade com Kurt, que ele nem se preocupava com os pequenos detalhes.

Hoje o clima estava diferente dentro do quarto.  Kurt acordava sempre no meio da noite para ir ao banheiro e se deparar com Blaine dormindo espalhado em toda a cama, agarrado no seu travesseiro quando voltasse. Agora, porém, Blaine estava fechando a porta do quarto, antes de retornar ao seu lugar na cama em cima de um Kurt seminu, quer dizer, estava apenas quente e... Na verdade, ele realmente não sabia quando tinha perdido sua camisa. Ele esteve usando uma antes? Provavelmente.

O coração de Kurt começou a bater mais rápido. Se isso fosse possível. Blaine nunca tinha fechado a porta antes, ainda mais desse jeito, todo silencioso. Oh, aquilo significava alguma coisa.

Blaine deitou suavemente na cama ao lado de Kurt, apoiado em um cotovelo, uma mão passeando sobre o estômago de Kurt. O professor olhou com cuidado, nunca vacilando sob o olhar castanho brilhante. Tinha certeza de que Blaine podia ver sua alma. Blaine se inclinou e juntou seus lábios aos Kurt, e depois descansou sua bochecha contra a de Kurt e sussurrou para ele. Ou soprou em seu ouvido.

— Eu amo você, Kurt.

Kurt estava realmente tremendo. Ele sabia o que estava acontecendo, mas, ao mesmo tempo, ele realmente não sabia. Era tudo novo. Ele tinha os pensamentos mais loucos passando por sua cabeça no momento. Imaginou Sam, Brittany, Santana e Quinn sentados do lado de fora da porta do quarto, com as orelhas pressionadas contra a madeira, ouvindo tudo como pervertidos. Em seguida, ele balançou a imagem de distância e passou a mão ao lado de Blaine.

— Eu também te amo, pequeno Elfo.

Blaine sorriu e lambeu os lábios antes de beijar Kurt novamente, e moveu a mão para ao abdômen de Kurt, fazendo seu caminho lentamente para a base do pescoço de Kurt, que se arrepiava com cada toque. O moreno depositou um beijo molhado no pescoço pálido antes de voltar a falar.

— Kurt, eu estou pronto. — Blaine disse baixinho em seu ouvido. O coração de Kurt pareceu parar, porque santa mãe de Deus, que voz era aquela. Ele nunca tinha ouvido antes.

Queria ouvi-lo novamente. E então ele percebeu o que Blaine tinha realmente dito. Ele olhou para os olhos castanhos brilhantes, que eram realmente mais pareciam verdes agora. Ele não conseguia desviar o olhar.

— Você tem certeza, Blaine? — Kurt respirou fundo, tentando ignorar a mão traçando padrões em seu estômago.

Blaine balançou a cabeça lentamente e beijou o pescoço de Kurt, logo abaixo de sua mandíbula.

— Eu estou pronto para você, Kurt, se você... Ajudar.

Bem, Kurt estava prestes a pegar fogo. Isso foi, com certeza, o mais longe que eles haviam ido. Oh, meu Deus. O corpo de Kurt estava fora de controle. A pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura. Todos eles tinham que estar em níveis críticos. E ele nunca teve menos certeza de uma definição de uma palavra do que era de "ajuda" agora.

Kurt trocou as posições de modo que ele estava meio em cima de Blaine. Eles descobririam essa posição. Mesmo com o pensamento dos seus amigos pervertidos. Mas Kurt ignorou isso. Ele simplesmente desapareceu de sua mente. Ele ignorou a crescente pilha de roupas ao lado da cama, o pijama de bolinhas e o moletom de capuz, olhando apenas sobre os olhos castanhos de abaixo dele. Depois de retirar todas as roupas de Blaine, e a sua, ele passou as mãos sobre toda a pele que ele pudesse alcançar. Havia tanto. E era tão suave. E tudo cheirava a porra de biscoitos. Deus, Kurt estava tremendo. Ele começou a se mover ainda mais lento do que antes.

Kurt ignorou os barulhos da cidade de Nova York, em favor de outros ruídos que eram apenas muito melhor, sussurrando "eu te amo" o tempo todo. Toda essa energia e amor que tinha construído dentro dele estavam finalmente sendo lançada sob as cobertas, e Blaine sentiu exatamente da mesma maneira.

O professor pegou fogo, foi extinto, e começou ardendo novamente no momento em que acabou, e ele segurou Blaine firmemente, enterrando o rosto no pescoço bronzeado. Blaine tinha lágrimas em seus olhos, mas ele estava sorrindo, e beijou Kurt na cabeça e segurou lá por um tempo... Ele não disse nada, e Kurt se conteve de iniciar algum tipo de conversa, o que normalmente seria uma façanha, mas agora... Ele só queria deitar-se calmamente.

Sentia-se... Como se ele nunca havia sentido antes. Kurt Hummel não tinha palavras em seu vocabulário para descrevê-lo, e ele estava feliz por isso. Blaine adormeceu logo depois, respirando suavemente no cabelo de Kurt. Kurt mudou de modo que sua cabeça estava no peito de Blaine, e entrelaçou suas pernas, ainda ignorando o turbilhão de pensamentos. Os pés de Blaine estavam realmente quentes, e se Kurt chegasse atrasado ao trabalho, bem, totalmente valeria a pena.


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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha decepcionado vocês pela falta de algo mais explícito, bem, não levo jeito para escrever isso e fiz do meu jeito. Vou tentar fazer mais interações Blam, eu gosto da amizade, mas não da merda que criaram em Glee. Iremos ter notícias da editora e como a vida de escritor de Kurt vai seguir. Os outros personagens vão se encaixando aos poucos, gostaram das escolhas? Estou aberta a críticas e elogios, comentários ou sugestões. Até mais :)