A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 7
Falha - £


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, voltei do Rio e to com VÁRIAS ideias! kkkk espero que gostem deste capítulo, apesar de ser mais uma parte de encher linguiça... kkkk
Enfim... Comentem do mesmo jeito, que no próximo capítulo farei um dos gêmeos narrar!
Portanto, comentem qual dos dois: Pollux ou Kaus, vc quer que narre :D
Beijooos,
Ju!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/383036/chapter/7

Pelo olhar que Fitch deu à Claire, decifrei que este era um assunto que ela não deveria ter mencionado. Um rubor cresceu em suas bochechas, e de repente pude vê-la vulnerável como nunca.

– E-Eu não deveria ter dito nada. – ela rapidamente sussurrou, tomando distância da porta, e sumindo de repente.

A musculatura de Fitch estava tensa e ele parecia querer espancar alguém já que seus punhos estavam fechados, demonstrando toda a sua irritação.

– Fitch – chamei-o baixo, tentando fazer minha voz parecer menos fraca do que já estava por conta dos minutos anteriores. – Por que você foi tão grosso com ela? – perguntei.

Ele bufou, e se virou para mim, os olhos completamente azuis, e frios. Por alguns segundos senti meu coração pular uma batida, voltando a bater com o dobro da velocidade, dolorosamente.

– Era sobre isso que você queria me mantar fora? Era por causa deles? – falei com desprezo.

Eu tinha certeza que já estava testando a paciência dele demais, mas como sempre, eu também tinha certeza absoluta que Fitch não faria nada de mais, além de gritar um pouco, e tentar me persuadir com algo.

Mas desta vez foi diferente. Seus olhos pareceram ficar cada vez mais escuros conforme ele se aproximava.

Eu pude ouvir um grunhido que subia por seu peito.

– Você não entende não é mesmo? – ele perguntou amedrontadoramente. – Não entende que tudo o que eu quero é você protegida!

– Fitch... – tentei dizer, sendo logo interrompida.

Ele estava muito perto, e seu peito encostava em minhas mãos postadas a frente de meu corpo para proteção. Quando minhas palmas encontraram sua camisa, pude sentir que seu coração batia em um ritmo acelerado.

– Eu não posso deixar você sair. – ele simplesmente disse, seus olhos ficando mais frios ainda.

– Não confia em mim? – perguntei baixo, sentindo uma pontada no peito.

– Nunca disse isso. – ele rebateu rápido.

Rápido demais para meu gosto.

– Nunca disse que confiava também.

Fitch bufou mais ainda, e se aproximou mais, apertando as mãos em punho, trincando o maxilar.

Ele parecia querer esmurrar algo.

– Você não tem o direito de fazer isso comigo, Helena. – Fitch sussurrou ameaçadoramente.

Decidi ignorar o que ele provavelmente iria dizer, e continuei a sustentar seu olhar penetrante, que parecia atravessar minha cabeça e revirar meu cérebro.

– Posso me cuidar sozinha. – disse.

Ele riu sarcástico, e senti minhas costas entrando em contato com a parede fria.

– Você não consegue nem ao menos cuidar de uma planta, Helena, como é capaz de se cuidar sozinha?

Obviamente a resposta era retórica, mas sem fundamento nenhum, já que a maior parte do tempo minha mãe se encontrava no trabalho no centro da cidade, e meu pai enfurnado em seu escritório, trabalhando em algum relatório. Sempre algum maldito e infinito trabalho que ele insistia em fazer incansavelmente.

– Eu sei me cuidar sozinha, sim! – retruquei em um tom alto, ficando quase na ponta dos pés para lhe alcançar, tentando não esmurrar seu rosto com a raiva.

Apesar de no fundo saber que na igreja eu estava prestes à ser morta pela criatura quando fui salva pelo meu “misterioso salvador”, Fitch iria ter uma síncope nervosa se pensasse por alguns segundos que eu não tinha a assistência necessária e muito menos reforços numa situação como aquela. Mas o fato era que eu nunca deveria ter estado na igreja sozinha. Era o lugar mais afetado de Sleepy Hollow. Mas parte da missão incluía imprevistos como aqueles. Nolan tinha me avisado da possibilidade de eu sofrer algo enquanto estivesse agindo no campo, e sozinha. E eu ignorei.

Sua mandíbula parecia travada, e quando foi impossível sustentar o seu olhar, vi que suas orbes estavam com a cor de uma safira escura e lapidada, parecendo queimar algo bem no fundo.

Minha respiração ficou presa na garganta, e antes que eu pudesse raciocinar, ou morder a língua para que as palavras ficassem dentro de minha boca, elas escaparam por entre meus lábios, trêmulas.

– Seus olhos...

Minhas palavras ficaram falhadas por conta do choque, pois no segundo seguinte, o punho de Fitch havia afundado na parede atrás de mim, causando um barulho de algo quebrando. Um arrepio causado pelo barulho me fez parar por alguns segundos.

Que ele não tenha quebrado a mão, pensei aterrorizada.

Eu não estava tão em choque por conta dele estar com os olhos mais escuros do que eu me lembrava, e nem por ele ter gritado comigo, mas sim por Fitch ter esmurrado uma parede. Ele tinha chegado tão perto de me acertar, que deixava-me em um estado catatônico.

– V-Você...– nada coerente parecia sair de minha boca.

Fitch tentou falar algo, mas acabou por fechar os olhos com força, parecendo me impedir de vê-los ou algo parecido.

– Você quase me bateu – sussurrei desacreditando em minhas próprias palavras.

Tudo ao nosso redor parecia ter ficado em silêncio por vários minutos. E talvez até o pessoal fora da sala de Fitch deveria ter escutado a briga, porque eu não conseguia ouvir nada mais do que os telefones tocando, e passos cautelosos passando rapidamente pela porta. Era um fato óbvio de que todos da empresa sabiam que eu e Fitch brigávamos sempre que possível, mas nunca numa escala tão absurda quanto aquela.

Fitch, ainda com os olhos fechados, tirou a mão de dentro da parede, e a pousou em minha bochecha. Pude sentir seu sangue escorrer dos dedos, e isso me assustou um pouco, pois o ferimento era mais sério do que eu esperava.

– Eu nunca faria isso! – ele disse tentando controlar a raiva de certa maneira.

Engoli seco.

Você quase fez.

E então, Fitch abriu os olhos azuis para mim, brilhantes como duas safiras, e arrumou os óculos que tinham ido parar na ponta de seu nariz.

– Helena...

O interrompi colocando os dedos em seus lábios, e sussurrei baixo o suficiente para ele ouvir, tentando ignorar a sensação dos membros dormentes.

– Eu vou trabalhar nesta missão, queira você ou não.

E apesar do pavor crescente em meu peito, e do medo dele dizer que não, Fitch deixou a cabeça pender para frente em aceitação e baixou a mão de meu rosto.

– Eu sei.

Tentei sair de seus braços, limpando minha bochecha que estava com o sangue de Fitch, mas ele não deixou, e barrou minha passagem com o braço bom.

– Se você for participar da missão, vai ficar aqui dentro. – ele disse ameaçadoramente.

Ri secamente ainda consumida pelo choque e disse tocando em seu nariz de leve com a ponta dos dedos:

– Isso é o que veremos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

continua?